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Foto: Teston
OPINIÃO<br />
O etanol não pode esperar<br />
A inexistência de ações concretas para a recuperação efetiva da sua<br />
competitividade afasta cada vez mais a esperança de inversão desse cenário<br />
Adriano Pires (*)<br />
Estamos jogando fora a<br />
vantagem comparativa<br />
que temos no campo<br />
da energia. O setor sucroalcooleiro<br />
nacional, que já<br />
passou por diferentes ciclos<br />
desde o advento do Proálcool,<br />
vem enfrentando um longo período<br />
de crise, motivado, em<br />
grande medida, por má gestão<br />
governamental. A inexistência<br />
de ações concretas do governo<br />
atual para a recuperação<br />
efetiva da competitividade<br />
do etanol afasta cada vez mais<br />
a esperança de inversão desse<br />
cenário.<br />
O caminho traçado até a<br />
atual configuração do setor<br />
sucroalcooleiro é conhecido,<br />
mas vale recordar. O último<br />
ciclo de prosperidade do setor<br />
e, sobretudo, do etanol teve<br />
fim com o anúncio da descoberta<br />
do petróleo do pré-sal e<br />
a crise econômica mundial de<br />
2008. Desde então, o setor<br />
desacelerou as suas atividades<br />
e paralisou investimentos,<br />
mergulhando num período de<br />
crise, que persiste até os dias<br />
de hoje, motivado por uma<br />
soma de políticas equivocadas<br />
do governo.<br />
Uma delas foi a política de<br />
controle de preços dos combustíveis<br />
fósseis, que, somada<br />
a desonerações, como<br />
o fim da Cide em 2012, subsidiou<br />
o preço da gasolina<br />
por um longo período, estimulando<br />
seu maior consumo<br />
e comprometendo a competitividade<br />
do etanol. Acometido<br />
pelos efeitos nocivos da<br />
política de preços do combustível<br />
fóssil, o setor sucroalcooleiro<br />
padeceu com aumento<br />
da dívida e corte na<br />
expansão dos investimentos<br />
e da produção. O resultado<br />
foi uma crise generalizada,<br />
que, em seu ápice, levou a dívidas<br />
de cifra próxima de R$<br />
100 bilhões e ao encerramento<br />
de atividades em dezenas<br />
de usinas por problemas<br />
financeiros.<br />
Em 2015, o aumento nas<br />
vendas de etanol acendeu<br />
uma luz no fim do túnel para o<br />
setor. Esse cenário resultou de<br />
três principais fatores: a volta<br />
da cobrança da Cide e a desoneração<br />
das alíquotas do<br />
PIS/Cofins sobre o etanol; os<br />
reajustes da Petrobrás no<br />
preço de refinaria; e mudanças<br />
nos regimes de ICMS para<br />
o etanol e a gasolina em alguns<br />
Estados.<br />
Estamos jogando fora a<br />
vantagem comparativa<br />
que o Brasil tem no campo<br />
da energia. É isso que o<br />
País precisa e deseja?<br />
No fim de 2016, a nova política<br />
de preços da Petrobrás<br />
soou positiva ao setor sucroenergético,<br />
por dar certa previsibilidade<br />
à cotação dos<br />
produtos. No entanto, o fim<br />
da de soneração do PIS/Cofins<br />
e a manutenção de um<br />
valor baixo da Cide, que não<br />
incorpora as externalidades<br />
positivas do etanol, mantiveram<br />
o combustível renovável<br />
esquecido pelas políticas<br />
do governo.<br />
Por isso, o resgate do setor<br />
sucroalcooleiro precisa ir além<br />
e passar por incentivos sólidos<br />
e direcionados, que não<br />
foram vislumbrados até o momento.<br />
Um exemplo é a permanência<br />
da utilização errônea da<br />
Cide. Ela deve ser usada como<br />
um imposto ambiental, excluindo-a<br />
da preocupação de<br />
controle inflacionário. Esse<br />
acréscimo da Cide no preço<br />
da gasolina deve refletir a sua<br />
característica fóssil e incentivar<br />
o consumo do etanol,<br />
combustível limpo e renovável.<br />
A baixa competitividade do<br />
etanol e a falta de ações concretas<br />
levam os produtores a<br />
optarem pela maior produção<br />
de açúcar, ampliando a oferta<br />
global e forçando para baixo o<br />
preço internacional da commodity.<br />
A queda do preço externo,<br />
combinada à valorização<br />
do real, em 2016, reduziu<br />
fortemente a atratividade das<br />
exportações do açúcar, pressionando<br />
os preços internalizados<br />
em reais.<br />
Por enquanto, o Programa<br />
RenovaBio só apresenta intenções,<br />
sem nenhuma ação<br />
concreta. Isso vem provocando<br />
destruição de valor no setor<br />
sucroalcooleiro. Por fim,<br />
essa política errática levará a<br />
importações crescentes de<br />
gasolina e, pasmem, à importação<br />
de etanol americano em<br />
<strong>2017</strong>.<br />
Isso sem falar no não cumprimento<br />
das metas ambientais<br />
acordadas na COP-21, em<br />
Paris. Estamos jogando fora a<br />
vantagem comparativa que o<br />
Brasil tem no campo da energia.<br />
É isso que o País precisa<br />
e deseja?<br />
(*) Diretor do Centro<br />
Brasileiro de Infraestrutura<br />
(CBIE)<br />
2<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
SETOR<br />
Recuperação das<br />
usinas fica mais difícil<br />
Com a queda acentuada nos preços internacionais<br />
do açúcar e do petróleo, situação volta a ficar<br />
complicada, demandando medidas urgentes<br />
DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
Com os preços do<br />
açúcar e do petróleo,<br />
e consequentemente<br />
do etanol, em queda<br />
nos últimos seis meses, várias<br />
usinas brasileiras começam<br />
a ver suas esperanças de<br />
recuperação financeira diminuírem,<br />
afirmam especialistas.<br />
Situação que pode dificultar<br />
negociações de aquisições<br />
de empresas no setor. Isso<br />
num momento em que as usinas<br />
brasileiras começavam a<br />
ensaiar uma recuperação, depois<br />
de oito anos de crise que<br />
levou ao fechamento de cerca<br />
de 80 usinas e um grande número<br />
de unidades ao alto endividamento<br />
e pedido de<br />
recuperação judicial.<br />
Num cenário em que algumas<br />
consultorias e comercializadoras<br />
da commodity já<br />
apostam em superávit na produção<br />
mundial de açúcar na<br />
safra <strong>2017</strong>/18, os preços do<br />
açúcar bruto em Nova York<br />
têm girado ao redor dos 13<br />
centavos de dólar por librapeso.<br />
A queda foi de 40% ante<br />
o final de 2016, reduzindo<br />
valor a um nível que analistas<br />
e empresários dizem ser próximo<br />
aos custos de produção<br />
no Centro-Sul do Brasil.<br />
No outro lado da balança, o<br />
preço internacional do petróleo<br />
em queda vem complicar<br />
a situação. Com a<br />
nova política de<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 3
SETOR<br />
preços da Petrobras,<br />
onde os preços<br />
internos da gasolina são<br />
corrigidos conforme as oscilações<br />
dos preços do barril de<br />
petróleo, registrando quedas<br />
consecutivas. Com a perda de<br />
competitividade, as usinas são<br />
obrigadas a reduzirem os valores<br />
do etanol, comercializando,<br />
muitas vezes, abaixo do custo<br />
de produção, na disputa pela<br />
preferência do consumidor.<br />
De 15 de outubro de 2016<br />
até meados de julho de <strong>2017</strong>,<br />
o preço da gasolina já acumula<br />
uma redução de 16,8% e o do<br />
diesel, 16,7%, considerando<br />
as oscilações para baixo e para<br />
cima. Só este ano a redução<br />
foi de 15,6%. “Com o preço da<br />
gasolina em queda, sem a diferenciação<br />
ambiental e em<br />
plena safra, onde a oferta de<br />
etanol é maior, a forte pressão<br />
sobre os preços arrasta-os<br />
para baixo, e afeta fortemente<br />
a liquidez das empresas. Principalmente<br />
em um cenário<br />
onde as usinas precisam fazer<br />
caixa”, afirmou o presidente da<br />
Alcopar, Miguel Tranin, ressaltando<br />
que a pressão de valores<br />
menores para açúcar e etanol<br />
pode acabar com a incipiente<br />
recuperação financeira de muitas<br />
usinas brasileiras iniciada<br />
com os dois anos de déficit<br />
global de açúcar (2015 e<br />
2016). Pode ainda desacelerar<br />
negociações entre usinas e potenciais<br />
investidores e levar ao<br />
fechamento de mais empresas<br />
endividadas no setor.<br />
Para a presidente da União<br />
da Indústria de Cana-de-Açúcar,<br />
Elizabeth Farina, o momento<br />
pelo qual o setor passa<br />
é "ruim e preocupante", e o<br />
segmento ainda não conseguiu<br />
se recuperar das cicatrizes<br />
da longa crise enfrentada.<br />
E alertou que esse cenário<br />
deve dificultar investimentos<br />
em expansão da capacidade<br />
de produção, que<br />
seriam importantes para ajudar<br />
o país a cumprir seus<br />
compromissos internacionais<br />
de redução de emissões.<br />
“As empresas do setor sucroenergético<br />
ainda buscam<br />
restabelecer suas condições<br />
produtivas, após anos operando<br />
com margens negativas,<br />
devido à política brasileira<br />
de precificação da gasolina.<br />
Como esperar que haja investimento<br />
em aumento de capacidade<br />
para atender às metas<br />
brasileiras nessas condições?",<br />
questionou Farina.<br />
16,8%<br />
é quanto o preço<br />
da gasolina já caiu<br />
desde o final de 2016<br />
As dificuldades do setor sucroenergético<br />
se deram logo<br />
após a crise financeira mundial<br />
em 2008, que pegou o setor no<br />
contrapé de um período de altos<br />
investimentos. Na sequência -<br />
entre 2010 e 2014 - houve uma<br />
combinação de preços baixos<br />
do açúcar e do etanol no Brasil,<br />
que complicaram a situação.<br />
Para controlar a inflação, o governo<br />
brasileiro manteve o<br />
preço da gasolina congelado<br />
por anos, reduzindo as margens<br />
nas vendas de etanol, enquanto<br />
um excesso global de açúcar,<br />
que durou anos, depreciou seu<br />
valor no mercado internacional.<br />
Como consequência, mais de<br />
80 usinas pararam de funcionar<br />
no País, segundo estimativas da<br />
Unica, e muitas outras foram levadas<br />
a recuperação judicial. O<br />
banco Itaú BBA estima que 15%<br />
O momento é delicado para<br />
o setor, por isso, diz Miguel<br />
Tranin, mais do que nunca as<br />
empresas necessitam de uma<br />
política interna que reconheça<br />
os benefícios ambientais e sociais<br />
do etanol e defina qual<br />
matriz energética o País deseja.<br />
“O RenovaBio prevê isso. É<br />
extremamente necessário que<br />
o programa seja regulamentado<br />
com urgência através de<br />
Medida Provisória para que<br />
entre em funcionamento o<br />
quanto antes. Já passou o<br />
A mais longa crise<br />
das usinas brasileiras estão lutando<br />
com dívidas excessivas.<br />
A Archer Consulting calcula que<br />
a dívida total do setor era de 86<br />
bilhões de reais ao final da última<br />
safra, número que chegou<br />
a quase 100 bilhões de reais.<br />
"Quem chegou em março de<br />
<strong>2017</strong> numa situação saudável,<br />
permanecerá assim. Mas para<br />
quem chegou numa situação<br />
com grandes desafios que não<br />
sejam operacionais, o preço<br />
atual com certeza não ajudará",<br />
afirmou o diretor de Agronegócios<br />
do Itaú BBA, Pedro Barreto.<br />
A agência de classificação de<br />
riscos Fitch Ratings apontou em<br />
nota que "os resultados positivos<br />
dependem amplamente de<br />
um ambiente de operações<br />
bem-sucedido, preços mais<br />
altos do açúcar e do etanol, e<br />
RenovaBio é a solução<br />
tempo de se tomar uma medida<br />
que dê um norte para o<br />
setor que tem trazido tantos<br />
benefícios ao ambiente e às<br />
comunidades, principalmente<br />
onde as unidades industriais<br />
estão inseridas”, afirma.<br />
livre acesso a financiamentos,<br />
dada a natureza de capital intensivo<br />
do negócio", ressaltando<br />
que mercados internacionais de<br />
bônus não oferecem muitas alternativas<br />
para as usinas e o financiamento<br />
no mercado de<br />
capital doméstico não é opção<br />
realista para a maioria.<br />
Algumas empresas, mais duramente<br />
atingidas, foram adquiridas<br />
por players com<br />
estruturas mais sólidas de capital,<br />
mas há várias usinas à<br />
venda e poucos compradores<br />
interessados. Barreto vê as negociações<br />
para fusões e aquisições<br />
se esfriando na atual<br />
situação, já que a distância<br />
entre o que os vendedores querem<br />
pelos ativos e o que os<br />
compradores estão dispostos a<br />
pagar tende a aumentar se os<br />
preços do açúcar caem.<br />
De imediato, ressalta Tranin,<br />
outras medidas emergências<br />
se fazem necessárias como o<br />
aumento da Cide sobre a gasolina<br />
aos níveis anteriores, reconhecendo<br />
o benefício ambiental<br />
do etanol, ou a elevação<br />
do PIS/ Confins sobre o combustível<br />
fóssil e retomar o imposto<br />
cobrado sobre o etanol<br />
importado, que era 20%.<br />
É preciso ainda, acrescenta,<br />
que seja aplicado aos importadores<br />
o mesmo nível de exigências<br />
feitas aos produtores<br />
de etanol pela ANP (Agência<br />
Nacional de Petróleo, Biocombustíveis<br />
e Gás Natural) quanto<br />
a estocagem, a produção de<br />
anidro atrelada ao ano anterior<br />
e a obrigatoriedade de solicitação<br />
e autorização da ANP para<br />
alterações na planta industrial.<br />
4<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
CAPACITAÇÃO<br />
Junho teve dois eventos técnicos<br />
O objetivo foi preparar os profissionais das usinas para potencializar<br />
resultados. Alcopar, Syngenta e Faep foram os organizadores<br />
MARLY AIRES<br />
AAlcopar e a Syngenta<br />
realizaram em junho<br />
dois eventos técnicos<br />
com o objetivo<br />
de investir na capacitação da<br />
equipe técnica das 25 usinas<br />
e destilarias paranaenses em<br />
operação. “Temos como objetivo<br />
compartilhar as melhores<br />
práticas para aumentar a produtividade<br />
agrícola”, afirmou o<br />
engenheiro agrônomo Danilo<br />
Segati do departamento Técnico<br />
de Mercado da Syngenta.<br />
O presidente da Alcopar, Miguel<br />
Tranin, também ressaltou<br />
a importância de capacitar à<br />
equipe para potencializar os<br />
resultados.<br />
O primeiro evento ocorreu<br />
no dia 20 de junho, em Maringá,<br />
com a presença de gerentes<br />
agrícolas, diretores, engenheiros<br />
agrônomos e técnicos<br />
das usinas. Foi a 1ª edição<br />
do Syntegração <strong>2017</strong>,<br />
onde foram discutidos os aspectos<br />
fisiológicos da canade-açúcar<br />
que promovem o<br />
aumento da produtividade<br />
agrícola além de maturação<br />
da planta, com o professor<br />
doutor Paulo Figueiredo, fisiologista<br />
da Unesp (Universidade<br />
Estadual de São Paulo)<br />
em Dracena, que tem grande<br />
experiência em produção de<br />
cana-de-açúcar.<br />
Abordando os benefícios da<br />
maturação em cana-de-açúcar<br />
o professor doutor Anderson<br />
Gualberto, pesquisador da<br />
UEM, apresentou os números<br />
de trabalhos realizados em lavouras<br />
no <strong>Paraná</strong>. O Syntegração<br />
<strong>2017</strong> foi finalizado com a<br />
apresentação de um caso de<br />
sucesso com a utilização de<br />
mudas pré-brotadas para alavancar<br />
a produção em canade-açúcar<br />
no sistema meiosi<br />
(método antigo que intercala<br />
lavouras de interesse econômico<br />
e agronômico com a<br />
cana-de-açúcar), com base na<br />
experiência do produtor Ismael<br />
Perina, de São Paulo.<br />
O segundo evento foi a Reunião<br />
Técnica realizada pela Alcopar,<br />
Syngenta e que contou<br />
com a parceria da FAEP (Federação<br />
da Agricultura do Estado<br />
do <strong>Paraná</strong>), dia 29 de<br />
Temos como objetivo<br />
compartilhar as melhores<br />
práticas para aumentar<br />
a produtividade agrícola”.<br />
Danilo Segati<br />
junho, também em Maringá. O<br />
objetivo foi discutir sobre origem,<br />
vigor e sanidade de mudas<br />
pré-brotadas como alternativa<br />
para alavancar a produção<br />
de cana-de-açúcar no Estado<br />
do <strong>Paraná</strong>.<br />
O engenheiro agrônomo Danilo<br />
Segati do departamento<br />
Técnico de Mercado da Syngenta,<br />
falou sobre o assunto e<br />
o engenheiro agrônomo e<br />
pesquisador da UFPR (Universidade<br />
Federal do <strong>Paraná</strong>), Heroldo<br />
Weber, discorreu sobre<br />
o trabalho desenvolvido no<br />
Estado com o Programa de<br />
Melhoramento Genético em<br />
Cana-de-Açúcar da UFPR, as<br />
cultivares RB (Ridesa) que<br />
vêm se destacando e os clones<br />
promissores.<br />
6<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
Parceria que gera produtividade<br />
Com a proposta de gerar soluções<br />
para melhorar o manejo<br />
e aumentar a produtividade da<br />
cana-de-açúcar, reduzindo custos,<br />
a Syngenta oferece às usinas<br />
parceiras, sem custo algum,<br />
uma plataforma de serviços<br />
através do Integrare Cana,<br />
que envolve mapeamento de<br />
solos, levantamento planaltimétrico,<br />
auditoria de aplicação<br />
aérea, mapeamento de falhas,<br />
inteligência digital e plataforma<br />
de garantias, além de uma ampla<br />
linha de defensivos agrícolas<br />
com alto desempenho agronômico,<br />
afirmou o gerente regional<br />
Santo Bonganhi.<br />
em que a Syngenta mais investe,<br />
tendo a maior equipe<br />
técnica dedicada à cultura no<br />
mercado.<br />
“O Integrare Cana envolve<br />
um protocolo agronômico robusto,<br />
com um suporte diferenciado,<br />
monitoramento e<br />
gerenciamento agrícola remoto<br />
em prol do melhor manejo,<br />
tudo para maximizar a produtividade<br />
e obter um melhor<br />
retorno sobre o investimento.<br />
O nosso trabalho é norteado<br />
pela proposta de aumento<br />
de produtividade”, disse Bonganhi.<br />
aplicados em cana. Há sete<br />
anos era o 8º colocado.<br />
Um dos serviços oferecidos<br />
é o Smart Bio, apresentado<br />
pelo engenheiro agrônomo de<br />
vendas da Syngenta, Gabriel<br />
Landell. O software contribui<br />
para o manejo e controle da<br />
broca nas lavouras de cana-deaçúcar<br />
nas usinas. Este gera<br />
um mapa de suscetibilidade e<br />
tem uma agenda de levantamentos<br />
de pragas de acordo<br />
com a realidade de cada local.<br />
A partir das informações geradas,<br />
os técnicos configuram o<br />
software e geram uma agenda<br />
de controle da praga, simplificando<br />
os processos. “Para as<br />
usinas que já têm utilizado o<br />
software, este tem trazido uma<br />
grande contribuição, com alta<br />
eficiência, reduzindo o número<br />
de aplicações, com um controle<br />
mais efetivo e com mais<br />
economia”, finalizou Landell.<br />
“Com o Integrare Cana e sem<br />
custos extras, o produtor terá o<br />
maior retorno sobre a o investimento<br />
através de uma ferramenta<br />
única e poderosa”, citou,<br />
ressaltando que a cana-de-açúcar<br />
é o segmento no mundo<br />
Como consequência desse<br />
trabalho, que tem sua força nos<br />
relacionamentos, serviços e<br />
tecnologias, a Syngenta conquistou<br />
em 2016 a liderança do<br />
mercado, respondendo por<br />
18,3% de todos os produtos<br />
Gabriel Landell falou sobre a plataforma de serviços oferecida através do Integrare Cana<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 7
COMEMORAÇÃO<br />
Meio ambiente em foco<br />
Santa Terezinha reafirma compromisso com<br />
sustentabilidade e preservação ambiental através<br />
de boas práticas agrícolas e atividades educativas<br />
DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
Buscando conscientizar<br />
os colaboradores<br />
e a população em geral<br />
sobre a importância<br />
da preservação dos recursos<br />
naturais, a Usina Santa Terezinha<br />
realizou, como faz todos<br />
os anos, atividades educativas<br />
na Semana do Meio<br />
Ambiente. As ações aconteceram<br />
em comemoração ao Dia<br />
Mundial do Meio Ambiente (5<br />
de junho), data estipulada pela<br />
ONU (Organização das Nações<br />
Unidas) em 1972.<br />
Durante toda a semana os<br />
colaboradores receberam informações<br />
e dicas sobre como<br />
cuidar do ambiente, abordando<br />
temas como reciclagem, preservação<br />
da flora brasileira,<br />
economia de água e energia.<br />
No Corporativo, em Maringá, as<br />
ações foram encabeçadas por<br />
profissionais da área ambiental,<br />
que distribuíram mudas de árvores<br />
frutíferas e realizaram o<br />
Diálogo Diário Ambiental (DDA)<br />
em todos os setores, abordando<br />
a importância da coleta seletiva,<br />
um dos assuntos ambientais<br />
de maior relevância no<br />
ambiente do escritório.<br />
Na Unidade Iguatemi, alunos<br />
do programa Aprendizagem de<br />
Adolescentes e Jovens (AAJ)<br />
participaram de palestra sobre<br />
preservação do meio ambiente<br />
ministrada por colaboradores<br />
do setor ambiental, e por treinamento<br />
sobre reciclagem e descarte<br />
correto do lixo, além de<br />
construir uma lixeira a partir de<br />
pallets descartados. Também<br />
fizeram um arrastão, recolhendo<br />
e fazendo o descarte<br />
correto de resíduos que são<br />
possíveis focos do mosquito da<br />
Dengue. A prevenção de doenças<br />
transmitidas pelo Aedes<br />
aegypti também foi tema de<br />
uma das ações realizadas com<br />
cerca de 1.500 colaboradores,<br />
com apresentação de vídeo e<br />
blitz educativa.<br />
Na Costa Bioenergia, em<br />
Umuarama, os colaboradores<br />
participaram de uma palestra<br />
seguida de mesa redonda,<br />
onde debateram temas como<br />
sustentabilidade e preservação<br />
ambiental na agricultura. Os<br />
profissionais dos setores de<br />
meio ambiente e de treinamento<br />
também ministraram palestras<br />
sobre preservação ambiental<br />
na Escola Municipal<br />
Nossa Senhora das Graças, no<br />
município de Maria Helena<br />
(PR) para alunos do terceiro,<br />
quarto e quinto ano matutino e<br />
vespertino, professores e diretoria.<br />
Em Ivaté e Rondon, os alunos<br />
do programa AAJ participaram<br />
de bate papo sobre o<br />
papel do setor ambiental nas<br />
operações agrícola e industrial<br />
e atividades de conscientização,<br />
foi feito um mutirão de<br />
limpeza e destinação correta<br />
de resíduos sólidos e cerca de<br />
300 colaboradores em cada<br />
unidade passaram por uma<br />
blitz educativa nas trocas de<br />
turno, onde receberam orientações<br />
de boas práticas ambientais,<br />
materiais educativos<br />
e mudas de árvores nativas e<br />
frutíferas.<br />
A destinação correta de resíduos<br />
também foi o foco das atividades<br />
da Unidade Paranacity,<br />
onde foram distribuídas mudas<br />
de árvores, os alunos do programa<br />
AAJ realizaram o DDA<br />
orientando os colaboradores<br />
sobre o assunto. Em Tapejara,<br />
os aprendizes participaram de<br />
palestra sobre preservação ambiental<br />
e expuseram trabalhos<br />
sobre o tema. O discurso da<br />
conscientização foi estendido<br />
aos alunos do terceiro e quarto<br />
ano do curso de magistério do<br />
Colégio Estadual Santana de<br />
Tapejara. Teve ainda curso de<br />
reflorestamento realizado em<br />
parceria com o Senar e a aplicação<br />
de DDAs em todos os<br />
setores.<br />
8<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
AGASALHO<br />
Campanha arrecada mais de 16 mil peças<br />
Unidades produtivas, escritório corporativo e terminal logístico<br />
participaram do projeto Amigo do Inverno, beneficiando 3 mil pessoas<br />
Por anos consecutivos,<br />
a Campanha do Agasalho<br />
da Usina Santa<br />
Terezinha vem superando<br />
as expectativas de arrecadação<br />
e engajamento com<br />
resultados recordes. Em <strong>2017</strong>,<br />
o projeto Amigo do Inverno<br />
ajudou a aquecer o coração de<br />
mais de 3 mil pessoas em 16<br />
municípios do <strong>Paraná</strong> e Mato<br />
Grosso do Sul, beneficiando<br />
33 instituições e projetos sociais<br />
que atendem crianças,<br />
idosos, pessoas em situação<br />
de rua, dependentes químicos<br />
e famílias em situação de vulnerabilidade<br />
social.<br />
O projeto Amigo do Inverno,<br />
uma campanha do agasalho<br />
realizada com o objetivo de arrecadar<br />
roupas e outros bens<br />
de consumo para doação,<br />
além de despertar o senso de<br />
colaboração e solidariedade<br />
entre os colaboradores, envolveu<br />
todas as unidades produtivas<br />
da usina, escritório corporativo<br />
e terminal logístico.<br />
Assim como nos últimos<br />
anos, no Corporativo a campanha<br />
foi fomentada por<br />
uma Gincana Solidária organizada<br />
pelos Agentes de Mudança<br />
- time de colaboradores<br />
que promove e incentiva<br />
ações socioambientais na<br />
empresa.<br />
Divididos em quatro equipes,<br />
218 colaboradores arrecadaram<br />
mais de 3 mil peças de<br />
roupa e calçados, 330 cobertores<br />
e mais de 5 mil fraldas<br />
geriátricas, além de angariar<br />
alimentos e mobilizar um mutirão<br />
de quase 60 pessoas<br />
para doação de sangue.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 9
BIODIESEL<br />
Setor quer antecipar<br />
mistura maior no diesel<br />
A ideia é elevar o percentual de<br />
biodiesel dos atuais 8% (B8) para<br />
9% (B9) até setembro e para 10%<br />
(B10) em março do próximo ano<br />
DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
Representantes do setor<br />
brasileiro de biodiesel<br />
pediram ao governo<br />
federal a antecipação<br />
do aumento da mistura<br />
do biocombustível no óleo diesel<br />
e há a expectativa de que<br />
uma decisão seja tomada no<br />
período de um mês. A ideia é<br />
elevar o percentual da mistura<br />
de biodiesel dos atuais 8% (B8)<br />
para 9% (B9) até setembro e<br />
para 10% (B10) em março do<br />
próximo ano, segundo o secretário-geral<br />
da Associação Brasileira<br />
de Óleos Vegetais<br />
(Abiove), Fabio Trigueirinho. O<br />
cronograma original previa<br />
essas elevações em março de<br />
2018 e março de 2019, respectivamente.<br />
Trigueirinho diz que há um<br />
quadro para antecipação, já<br />
que a safra de soja é recorde e<br />
as indústrias, hoje bastante<br />
ociosas, têm capacidade de<br />
processar um volume maior.<br />
O presidente da Aprobio,<br />
Erasmo Battistella, e lideranças<br />
do setor vêm defendendo em<br />
reuniões com o governo federal<br />
a importância do Renova-<br />
Bio, programa voltado para a<br />
expansão dos biocombustíveis<br />
na matriz energética brasileira<br />
até 2030, além de maior eficiência<br />
energética e a melhoria<br />
da qualidade do ar por meio da<br />
descarbonização.<br />
O uso de biodiesel contribui<br />
com a redução de mais de<br />
Também seria uma forma de<br />
diminuir as importações de<br />
diesel, que têm subido muito, e<br />
gerar emprego, processando a<br />
soja no Brasil.<br />
A medida contribui para reativar<br />
usinas fechadas desde a<br />
estagnação do mercado, de<br />
2010 a 2014, reaquecendo as<br />
economias regionais com a<br />
geração de empregos, renda e<br />
impostos. Estudo da Fundação<br />
Instituto de Pesquisas Econômicas<br />
(Fipe), da Universidade<br />
de São Paulo, mostra que o<br />
setor produtivo de biodiesel<br />
gera 113% mais empregos que<br />
o refino de diesel fóssil, sem<br />
concorrer com o derivado nacional<br />
de petróleo, mas com o<br />
importado, que gera empregos<br />
em outros países.<br />
Dados da Abiove mostram<br />
que se a mistura passar para<br />
B10 em março, a produção de<br />
biodiesel poderia ir a 5,3 bilhões<br />
de litros em 2018, representando<br />
economia de 3,2<br />
70% de emissões de gás carbônico,<br />
o que é fundamental<br />
para o cumprimento das metas<br />
de redução de gases de<br />
efeito estufa assumidas pelo<br />
Brasil na Conferência do Clima<br />
de 2015 em Paris, a COP 21.<br />
A iniciativa prevê o emprego<br />
progressivo de biodiesel em<br />
até 20% por litro de diesel em<br />
2030.<br />
Uma das solicitações é que,<br />
em vez de Projeto de Lei, que<br />
demora muito, que o Renova-<br />
Com a mudança, a produção do biocombustível poderia ir a 5,3 bilhões de litros em 2018<br />
bi-lhões de dólares com importação<br />
de diesel. Para <strong>2017</strong>,<br />
a fabricação de biodiesel está<br />
estimada em 4,2 bilhões de litros,<br />
utilizando 3 milhões de toneladas<br />
de óleo de soja. Entre<br />
75% e 80% do biodiesel fabricado<br />
no Brasil tem a soja como<br />
matéria-prima.<br />
Representantes de três entidades<br />
ligadas ao biodiesel -<br />
Associação dos Produtores de<br />
Biodiesel do Brasil (Aprobio), a<br />
Associação Brasileira das Indústrias<br />
de Óleos Vegetais<br />
(Abiove) e a União Brasileira de<br />
Biodiesel e Bioquerosene<br />
(Ubrabio) mais a PBIO - assinaram,<br />
no Ministério de Minas<br />
e Energia, em Brasília (DF), um<br />
Termo de Cooperação com a<br />
BR Distribuidora para o fornecimento<br />
de combustível para<br />
testes com as misturas B10,<br />
B15 e B20, reforçando o compromisso<br />
do setor com o governo,<br />
segundo o presidente do<br />
Conselho da Aprobio, Erasmo<br />
Battistella.<br />
Desde março de 2016,<br />
quando foi promulgada a lei<br />
que definiu os prazos para<br />
Em defesa do RenovaBio<br />
Bio seja feito por Medida Provisória.<br />
Idealizado em dezembro<br />
do ano passado, o RenovaBio<br />
ficou em consulta pública no<br />
primeiro trimestre de <strong>2017</strong> e<br />
teve suas diretrizes aprovadas<br />
70%<br />
é quanto o biodiesel<br />
reduz as emissões<br />
de gás carbônico<br />
pelo Conselho Nacional de Política<br />
Energética em junho. O<br />
programa está, agora, em formatação<br />
para apresentar ao<br />
Congresso Nacional.<br />
implantação do B8, B9 e<br />
B10 e também as realizações<br />
dos testes para as misturas<br />
de B10 e B15, todo o<br />
setor tem se mobilizado para<br />
encontrar uma forma de<br />
custear os combustíveis necessários<br />
para os testes.<br />
Pelo acordo, os produtores<br />
de biodiesel assumirão o pagamento<br />
do combustível,<br />
subsidiando quase 1 milhão<br />
de litros. Já a BR Distribuidora<br />
viabilizará a logís- tica<br />
de mistura e entrega dos<br />
produtos ao longo de 15<br />
meses às montadoras.<br />
O avanço do RenovaBio<br />
deve abrir caminho para empresas<br />
de biodiesel e bioetanol<br />
ampliarem sua atuação.<br />
"Há interesse em investir em<br />
novas áreas, como bioquerosene,<br />
usado na aviação, além<br />
de produtos bioquímicos e<br />
bioplásticos", diz. Hoje, apenas<br />
o biodiesel e o bioetanol<br />
têm regras específicas, o que<br />
permite a criação de políticas<br />
de incentivo.<br />
Outra diretriz do RenovaBio<br />
que amplia a atuação das<br />
empresas é a precificação da<br />
eficiência e das emissões de<br />
carbono dos produtores, que<br />
cria a possibilidade de não<br />
ser só produtor de combustível,<br />
mas ter ganho adicional<br />
com créditos para a descarbonização.<br />
10<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
25ª FENASUCRO & AGROCANA<br />
Serão mais de 300 horas<br />
de eventos de conteúdo<br />
Espaço de Conferências receberá programação com atividades inéditas e<br />
tradicionais para expandir o conhecimento de toda cadeia produtiva da cana<br />
DA ASSESSORIA<br />
DE COMUNICAÇÃO<br />
Em um ano de comemoração<br />
aos 25 anos<br />
de realização, a Fenasucro<br />
& Agrocana -<br />
Feira Internacional de Tecnologia<br />
Sucroenergética – que<br />
acontece de 22 a 25 de<br />
agosto, em Sertãozinho (Região<br />
metropolitana de Ribeirão<br />
Preto) interior do estado de<br />
São Paulo, terá mais de 300<br />
horas de eventos de conteúdo<br />
que serão promovidos no Espaço<br />
de Conferências.<br />
Além de ser reconhecida<br />
como a principal plataforma<br />
de soluções e alternativas na<br />
geração de negócios em cinco<br />
setores da cadeia produtiva<br />
sucroalcooleira, a feira já<br />
é uma referência na capacitação<br />
técnica dos profissionais<br />
do setor de bioenergia.<br />
No ano passado, a programação<br />
contou com 200 horas.<br />
Já em <strong>2017</strong>, o Espaço<br />
contará com seis auditórios<br />
exclusivos para palestras,<br />
workshops, debates, encontros<br />
e seminários. A expectativa<br />
é que 5 mil profissionais<br />
se atualizem sobre as novas<br />
tendências do mercado.<br />
Neste ano, a programação<br />
conta com eventos inéditos<br />
como: Fórum dos Produtores<br />
de Agroenergia, ações de<br />
sustentabilidade e o lançamento<br />
nacional do projeto<br />
Muda Cana.<br />
Também fazem parte os<br />
Startups da Cana: Agrossistemas,<br />
Plataformas Digitais,<br />
Agricultura de Precisão, Auditoria<br />
e Controle; Workshop de<br />
Bioeconomia; Indústria 4.0 - a<br />
quarta revolução industrial no<br />
setor sucroenergético; Encontro<br />
do Gmec (Grupo de Mecanização);<br />
Usinas de Alta Performance<br />
e Café Sucroenergético:<br />
Governo, Mercado e<br />
Investimentos.<br />
A feira já é uma<br />
referência na<br />
capacitação técnica<br />
dos profissionais<br />
do setor<br />
Outros encontros<br />
Além dos eventos que serão<br />
realizados pela primeira<br />
vez, a Fenasucro & Agrocana<br />
conta com outras programações<br />
já tradicionais como<br />
a Conferência Datagro/Ceise<br />
Br; o 3º Congresso de Automação<br />
Estudantil promovida<br />
pela ISA de Sertãozinho; o<br />
7º Seminário de Bioeletricidade<br />
Ceise Br/ Unica, Seminário<br />
Agrícola e Industrial<br />
Stab; Encontro de Empresários<br />
do Lide; 32º Encontro<br />
GIFC; Workshop do Grupo<br />
Gerhai; Seminário de Logística<br />
Esalq-Log e Abralog; e<br />
seminários Gegis e Amcham.<br />
De acordo com Paulo<br />
Montabone, gerente geral da<br />
feira, a ampliação dos temas<br />
abordados, incluindo o milho,<br />
a beterraba e novas tecnologias,<br />
reforça o papel do evento<br />
como provedor de soluções,<br />
não só trazendo novidades<br />
das empresas, mas<br />
também em conhecimento.<br />
“Este ano, além das inovações<br />
que as empresas<br />
estão trazendo temos assuntos<br />
inéditos na grade de<br />
conteúdo. Buscamos sempre<br />
estar alinhados com as<br />
principais tendências do<br />
setor para oferecer as informações<br />
necessárias aos<br />
profissionais, visando sempre<br />
a produtividades e geração<br />
de negócios. Com isso,<br />
quem colhe os frutos é<br />
sempre o consumidor no<br />
final”, disse.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 11
DOCE EQUILÍBRIO<br />
Quando consumir açúcar<br />
A sacarose é melhor aproveitada pelo organismo quando ingerida<br />
próximo às refeições, evitando os chamados “picos de insulina”<br />
DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
Questões como o momento<br />
ideal e como<br />
consumir os doces<br />
dentro da alimentação<br />
geram diversas dúvidas,<br />
mitos e incertezas, que fazem<br />
com que esse hábito se torne<br />
muito mais complicado do que<br />
é. Em muitos casos, é a falta<br />
de conhecimento que faz com<br />
que as pessoas sejam radicais<br />
e acabem excluindo o açúcar<br />
da alimentação. Mas o que<br />
muitos não sabem é que ele<br />
pode estar presente na dieta<br />
todos os dias, principalmente<br />
quando ingerido após ou próximo<br />
às refeições.<br />
Ao juntar açúcar e carboidrato<br />
com outros nutrientes ingeridos<br />
durante o almoço ou o<br />
jantar, como fibras, proteínas e<br />
gorduras, são evitados os chamados<br />
“picos de insulina”. A<br />
insulina é um hormônio que<br />
transfere a glicose da circulação<br />
sanguínea para as células.<br />
Dessa forma, o pico de insulina<br />
acontece em seguida a um<br />
pico de glicose, substância<br />
que está predominantemente<br />
presente em alimentos ricos<br />
nos componentes anteriormente<br />
citados.<br />
Segundo Daniel Magnoni,<br />
cardiologista do Instituto Dante<br />
Pazzanese, “o organismo trabalha<br />
o tempo todo para manter<br />
a equilíbrio. Portanto, oscilações<br />
bruscas não são desejadas.<br />
Quando alimentos ricos<br />
em carboidratos ou açúcar<br />
são ingeridos, o corpo responde<br />
produzindo insulina”,<br />
explica o especialista.<br />
A boa notícia é que muitas<br />
pessoas preferem, justamente,<br />
consumir doces após as refeições,<br />
pois é o momento em<br />
que sentem mais vontade. “Isso<br />
se deve a três fatores: o hábito<br />
de sempre comer uma<br />
sobremesa após o almoço ou<br />
jantar; o fato de ser gostoso e<br />
prazeroso; e, por fim, quando<br />
se come rápido demais, o<br />
corpo ainda não consegue<br />
processar a informação de que<br />
está satisfeito e continua pedindo<br />
por mais energia. Em<br />
geral isso é fácil de verificar -<br />
basta escovar os dentes que<br />
essa vontade logo passa”, explica<br />
a nutricionista Marcia<br />
Daskal.<br />
É importante citar que em<br />
casos de dietas restritivas,<br />
sem carboidratos, ou quando<br />
se fica muito tempo sem comer,<br />
essa vontade vai ser<br />
maior e mais presente, o que<br />
comprova que a restrição não<br />
é um bom meio para atingir<br />
determinados objetivos, como<br />
a perda de peso de forma saudável.<br />
É possível que o doce faça<br />
parte de uma dieta saudável,<br />
desde que aliado ao equilíbrio,<br />
à prática de exercícios físicos<br />
e ao cultivo de uma boa saúde<br />
mental, fazendo com que a<br />
qualidade de vida se torne<br />
muito melhor.<br />
É possível que o<br />
doce faça parte de<br />
uma dieta saudável,<br />
desde que aliado ao<br />
equilíbrio e à prática<br />
de exercícios físicos<br />
Dicas de especialistas<br />
•<br />
Optar por doces mais “simples”, como os feitos a base de frutas.<br />
Qualquer doce é permitido, desde que consumido em pequena quantidade.<br />
Porém, quanto mais nutrientes e ingredientes naturais tiver, melhor<br />
para a saúde.<br />
•<br />
Não contar as calorias dos doces de forma isolada. Muitas pessoas<br />
consomem açúcar diariamente em produtos como pão, bolo, sucos,<br />
iogurtes, mostarda, molho de tomate, etc.<br />
•<br />
Ser seletivo, escolhendo qual doce quer comer, comendo um diferente<br />
a cada dia.<br />
•<br />
Usar um pouco menos de açúcar do que a receita pede quando for<br />
cozinhar. Colocar um pouco e provar até acertar.<br />
•<br />
Ingerir doce apenas uma vez por dia e em porções pequenas, pois ele<br />
serve para matar à vontade e dar energia, e não para saciar a fome.<br />
12<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
DOIS<br />
PONTOS<br />
Tributação<br />
Aproveitando as dificuldades<br />
fiscais do governo para<br />
cumprir a meta de rombo das<br />
contas públicas de R$ 139<br />
bilhões e a inflação em<br />
queda, o setor de álcool renovou<br />
a pressão sobre a equipe<br />
econômica e conseguiu trazer<br />
de volta às discussões a<br />
possibilidade de elevação da<br />
tributação sobre a gasolina. A<br />
rigor, a alta da Contribuição<br />
de Intervenção sobre o Domínio<br />
Econômico (Cide) está no<br />
radar da equipe econômica<br />
desde março. É vista pelos<br />
técnicos como um imposto<br />
de arrecadação eficiente e<br />
que pode ajudar muito na<br />
melhoria do quadro fiscal. O<br />
principal plano em estudo era<br />
criar uma alíquota flutuante<br />
para a Cide sobre a gasolina<br />
acompanhando e se contrapondo<br />
às altas e baixas do<br />
preço. Além de arrecadar<br />
mais com o tributo mais alto,<br />
ele teria um viés “verde” para<br />
estimular o uso de etanol em<br />
carros flex.<br />
Também está em debate, e até com chance maior de<br />
êxito, a elevação do PIS/Cofins sobre a gasolina, movimento<br />
que poderia ser feito por decreto. Os que defendem<br />
o imposto apontam que a alternativa é melhor para a União<br />
porque não é necessário dividir a arrecadação com estados<br />
e municípios, ao contrário do que teria de ser feito<br />
com a Cide, e não é preciso o período de três meses para<br />
que a alta entre em vigor.<br />
Embora sem grandes impactos<br />
para o etanol no curto<br />
prazo, a nova política de preços<br />
da Petrobras reforçou os apelos<br />
do setor sucroenergético<br />
pelo retorno do diferencial tributário<br />
entre os derivados de<br />
petróleo e o álcool, que valorize<br />
as vantagens ambientais do<br />
biocombustível, especialmente<br />
em um momento em que sua<br />
competitividade é ameaçada<br />
PIS/Cofins<br />
Política<br />
pelos preços baixos do combustível<br />
fóssil. A nova política<br />
da estatal prevê reajustes mais<br />
frequentes para as cotações de<br />
gasolina e diesel nas refinarias,<br />
rompendo com as revisões<br />
mensais em vigor desde outubro<br />
de 2016. Num ambiente de<br />
preços de petróleo pressionados,<br />
isso representaria dificuldades<br />
adicionais para o setor<br />
de combustível renovável.<br />
A proposta do governo de<br />
Donald Trump de reduzir o volume<br />
obrigatório de consumo<br />
de biocombustíveis mais "limpos"<br />
em 2018 nos EUA acirra<br />
a pressão sobre a indústria de<br />
etanol do Brasil e pode elevar<br />
o superávit da balança bilateral<br />
do biocombustível em favor<br />
dos americanos em um<br />
momento em que o governo<br />
O governo federal pretende<br />
encaminhar o RenovaBio,<br />
programa do governo federal<br />
para expansão dos biocombustíveis,<br />
via medida provisória,<br />
apontam lideranças do<br />
setor sucroenergético brasileiro.<br />
É o caminho mais rápido<br />
para colocar o Renova-<br />
Bio em prática. Se fosse por<br />
projeto de lei, poderia demorar<br />
anos. A expectativa é de<br />
que a MP regulamentando o<br />
programa saia até 4 de<br />
O endividamento das indústrias<br />
de açúcar e álcool<br />
diminuiu neste ano. Estimativa<br />
do Itaú BBA aponta que<br />
o setor iniciou a atual safra,<br />
em março, com uma dívida<br />
total de R$ 84 bilhões, ante<br />
os R$ 94 bilhões de um ano<br />
antes. Mas o setor argumenta<br />
que a reforma de canaviais<br />
está comprometida,<br />
Usinas<br />
Etanol<br />
brasileiro avalia se impõe ou<br />
não uma taxa sobre as importações<br />
do produto. A Agência<br />
de Proteção Ambiental propôs<br />
um mandato para os biocombustíveis<br />
avançados (etanol<br />
de cana) de 4,24 bilhões de<br />
galões em 2018 ante 4,28 bilhões<br />
neste ano e manteve em<br />
15 bilhões de litros o para o<br />
biocombustível convencional<br />
RenovaBio<br />
agosto. Projetado em dezembro<br />
do ano passado, o<br />
RenovaBio foi à consulta pública<br />
no primeiro trimestre e<br />
teve suas diretrizes aprovadas<br />
pelo Conselho Nacional<br />
de Política Energética (CNPE)<br />
em junho. As diretrizes estratégicas<br />
direcionam para a<br />
necessidade de introduzir<br />
mecanismos de mercado<br />
para induzir a eficiência produtiva<br />
e a competição, com<br />
a menor emissão de gases.<br />
há deficiência em pesquisas<br />
e em tecnologia no<br />
campo e é necessária a implantação<br />
de um programa<br />
para destravar investimentos.<br />
O Renovabio pode contribuir<br />
para destravar investimentos<br />
maiores caso haja<br />
confiança na metodologia<br />
de precificação de longo<br />
prazo do etanol.<br />
(etanol de milho). O argumento<br />
é que o Brasil já diminuiu<br />
suas exportações aos<br />
EUA no ano passado, quando<br />
as usinas brasileiras priorizaram<br />
a produção de açúcar.<br />
Em 2016, o Brasil exportou<br />
34 milhões de galões de etanol<br />
aos EUA, não apenas longe<br />
da meta como 64% abaixo<br />
do ano anterior.<br />
França<br />
A França pretende encerrar<br />
as vendas de veículos a<br />
diesel e a gasolina até 2040<br />
e neutralizar suas emissões<br />
de carbono 10 anos depois.<br />
As propostas, como a decisão<br />
de acabar com a venda<br />
de veículos movidos a<br />
combustíveis fosseis, são<br />
uma prioridade e constituem<br />
uma "revolução", mas<br />
que as soluções estão disponíveis,<br />
e os fabricantes<br />
de automóveis franceses<br />
ajudarão nessa tarefa. Os<br />
veículos a diesel e a gasolina<br />
representaram 95,2%<br />
da frota francesa de automóveis<br />
novos no primeiro<br />
semestre, enquanto os<br />
veículos elétricos detiveram<br />
1,2% do mercado e os carros<br />
híbridos representaram<br />
3,5%.<br />
14 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
A Raízen Energia, o maior<br />
produtor brasileiro de etanol<br />
de cana, está planejando ampliar<br />
a produção em uma<br />
nova usina de biocombustíveis<br />
de "segunda geração",<br />
em um movimento que aumentará<br />
drasticamente a produtividade<br />
de uma das<br />
indústrias mais importantes<br />
Um tipo de biodiesel feito<br />
com microalgas pode prover<br />
energia para ônibus e caminhões<br />
e reduzir as emissões<br />
de gases do efeito estufa em<br />
até 80%, possivelmente reduzindo<br />
a poluição em cidades,<br />
segundo cientistas do Departamento<br />
de Engenharia Química<br />
e Bioprocessos da Universidade<br />
Católica do Chile.<br />
Eles cultivaram algas suficientes<br />
para fragmentá-las e extrair<br />
seu óleo, que pode ser<br />
Raízen<br />
Biodiesel<br />
Irrigação<br />
A cultura da cana, que vem<br />
penando para assegurar seus<br />
níveis de produtividade, ainda<br />
usa a irrigação muito mais<br />
para garantir sua sobrevivência<br />
e dar um destino para a<br />
vinhaça do que para ampliar<br />
seu rendimento. Nas áreas<br />
mais antigas de canaviais,<br />
concentradas no Estado de<br />
São Paulo, a irrigação é basicamente<br />
para salvar a cultura.<br />
Mas nas fronteiras mais<br />
recentes, em regiões que<br />
chovem menos, como Goiás,<br />
a irrigação é mais intensiva.<br />
O cenário da irrigação da<br />
cana no Centro-Sul foi traçado<br />
por um estudo feito pela<br />
Agência Nacional de Águas<br />
(ANA) e a consultoria Agrosatélite.<br />
O trabalho considerou<br />
apenas áreas produtivas<br />
que responderam à irrigação.<br />
do país. A empresa diz que<br />
aumentará a produção mais<br />
do que cinco vezes em dois<br />
anos, tornando a nova tecnologia<br />
competitiva com o etanol<br />
tradicional e aproveitando<br />
potencialmente milhões de<br />
toneladas de material vegetal<br />
que atualmente são desperdiçadas.<br />
convertido em biodiesel após<br />
a remoção de umidade e detritos.<br />
O principal desafio será<br />
produzir um volume suficiente.<br />
Uma grande variedade<br />
de algas frescas e de água<br />
salgada é encontrada no Chile,<br />
que tem uma longa costa<br />
do Pacífico. Os cientistas estão<br />
tentando melhorar a tecnologia<br />
para crescimento de<br />
algas para incrementar a produção<br />
a um custo baixo e<br />
com menos energia.<br />
De acordo com o levantamento,<br />
a irrigação foi utilizada,<br />
na safra 2015/16, em<br />
1,72 milhão de hectares de<br />
cana, 17% da área total no<br />
Centro-Sul (9,3 milhões de<br />
hectares). Do total da área<br />
irrigada, em 98,4% a técnica<br />
foi considerada de "salvamento",<br />
feita com quantidades<br />
consideradas "mínimas"<br />
de água e vinhaça.<br />
Petrobras<br />
A Petrobras, que vendeu<br />
importantes ativos no setor<br />
sucroalcooleiro, voltará a<br />
atuar em energias renováveis<br />
após fase de transição<br />
para resolver o altíssimo<br />
endividamento. Segundo o<br />
presidente da estatal, Pedro<br />
Parente, a empresa sabe<br />
que tem que buscar caminhos<br />
alternativos para garantir<br />
sustentabilidade de seu<br />
negócio no futuro. Para ele,<br />
a indústria de etanol tem<br />
um grande futuro e "é uma<br />
saída brasileira". "Não há<br />
razão para não nos esforçarmos<br />
para viabilizá-la",<br />
disse.<br />
ANP<br />
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis<br />
(ANP) prorrogou por três anos o prazo para<br />
comprovação de regularidade fiscal dos produtores de<br />
etanol que passam por processo de recadastramento de<br />
suas instalações. Em nota, a ANP destacou que a prorrogação<br />
atende a uma demanda do setor para facilitar o<br />
cumprimento das exigências previstas na Resolução ANP<br />
26/2012. O prazo se encerraria em 31 de agosto.<br />
As usinas sucroalcooleiras<br />
e os plantadores de cana de<br />
São Paulo assinaram durante<br />
o Ethanol Summit, evento na<br />
capital do Estado, no final de<br />
junho, um memorando junto<br />
com o governo estadual que<br />
prevê medidas conjuntas para<br />
contornar problemas de produtividade<br />
causados pela mecanização<br />
da colheita de cana<br />
e para estimular o reflorestamento.<br />
As metas e diretrizes<br />
do documento – que marca<br />
um novo Protocolo Agroambiental<br />
para o setor sucroalcooleiro<br />
– estão sendo definidas<br />
e serão regulamentadas em<br />
120 dias por um grupo de trabalho<br />
composto por representantes<br />
das secretarias do<br />
Em comemoração aos<br />
seus 130 anos, o Instituto<br />
Agronômico (IAC) lançou<br />
duas variedades de cana-deaçúcar:<br />
a IACSP01-3127 e a<br />
IACSP01-5503, que têm perfis<br />
diferentes e alto desempenho,<br />
apresentando ganhos<br />
agroindustriais em torno de<br />
15% quando comparadas<br />
com a variedade mais cultivada<br />
no Centro-Sul do Brasil -<br />
RB867515. A IACSP01-5503<br />
é bastante rústica e muito<br />
Protocolo<br />
Meio Ambiente e da Agricultura,<br />
da Companhia Ambiental<br />
do Estado de São Paulo (Cetesb),<br />
da União das Indústrias<br />
de Cana-de-Açúcar (Unica) e<br />
da Organização dos Plantadores<br />
de Cana (Orplana).<br />
IAC variedades<br />
competitiva em ambientes<br />
restritivos, onde os solos armazenam<br />
pouca água e têm<br />
baixa fertilidade natural. Já a<br />
IACSP01-3127 é uma cana<br />
que apresenta alta performance<br />
em situações de manejo<br />
avançado, que inclui o<br />
uso de vinhaça e outros resíduos<br />
orgânicos. Essa variedade<br />
também possibilita longo<br />
período de utilização industrial,<br />
podendo ser colhida<br />
de maio até outubro.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 15