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Elas por elas 2010

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

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[ Artigo ]

O que os filmes de animação

podem ensinar sobre gênero

por Flávia P. Couto*

Crescemos e nos formamos academicamente sob

influências políticas, históricas e culturais. Como

pedagoga e habilitada para educar crianças de 2 a 10

anos, me propus a debruçar um olhar mais atento aos

artefatos culturais que poderiam contribuir de

forma positiva ou negativa em minha prática

docente, bem como nas de colegas. Passei a investigar

e tentar compreender os comportamentos de alunos

e alunas nos vários espaços formadores da escola, a

fim de perceber o que eles(as) traziam consigo dos

espaços de aprendizagem onde se encontravam

antes de chegarem à escola.

Observei também os recursos didáticos extracurriculares

adotados por professores(as) para

auxiliar no processo ensino/aprendizagem. Dentre

eles, me chamaram a atenção, os curtas e longas de

animação destinados ao público infantil. Impressionei-me

com o espaço que eles ocupam no

cotidiano das crianças. Os desenhos animados são

assistidos por crianças de 0 a 7 anos, em canais

abertos, no contraturno das atividades escolares e nos

canais fechados onde as exibições acontecem em

vários horários alternativos.

Na escola, os longas da Disney e da Nickelodeon,

dentre outras produtoras, são exibidos na biblioteca

como recurso didático ou como atividade recreativa

no formato “cineminha”. Em consequencia do longo

tempo em que crianças passam em companhia dos

personagens de seus desenhos prediletos, o que

percebo é uma apropriação de atitudes e vocabulários

que são repetidos por elas nas relações interpessoais.

Destaco o sucesso de algumas personagens:

Pequena Sereia, Barbie, os heróis das artes marciais,

Bob Esponja e Patrick Estrela. A estes últimos tenho

voltado um olhar investigativo mais amiúde. Os

personagens aqui eleitos fazem parte de tramas que

claramente expõe o universo masculino e o universo

feminino convencionalmente estabelecido. As

meninas aprendem com as princesas, que são

normalmente brancas, de cabelos lisos e longos,

cinturas finíssimas, extremamente vaidosas e zelosas

de suas aparências, que a mulher deve se cuidar para

se tornar atraente e sedutora para um pretenso

príncipe encantado.

Os meninos são informados de que homens

devem ter vigor físico, equilíbrio emocional e

suportar a dor ao ponto máximo.

Entretanto, dentro desse cenário, encontra-se,

por exemplo, Bob Esponja e Patrick Estrela,

personagens que transitam por espaços até então restritos

para personagens masculinos, pelo menos nas

produções direcionadas ao público infantil.

E é com base no interesse das crianças pelas

produções infantis que embaso minhas reflexões

acerca da interferência delas, no comportamento e

atitudes que reforçam e reafirmam as posições de

Internet

ELAS POR ELAS - SETEMBRO DE 2010 33

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