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Pequena biografia de Graciliano Ramos, por Alfredo Bosi

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<strong>Pequena</strong> <strong>biografia</strong> <strong>de</strong> <strong>Graciliano</strong> <strong>Ramos</strong>, <strong>por</strong> <strong>Alfredo</strong> <strong>Bosi</strong><br />

<strong>Graciliano</strong> <strong>Ramos</strong> (Quebrângulo, Alagoas, 1892 – Rio, 1953). Primogênito <strong>de</strong> um casal sertanejo <strong>de</strong> classe média que<br />

teve quinze filhos. Passou a infância parte em Buíque, Pernambuco, parte em Viçosa, no estado natal. Fez estudos<br />

secundários em Maceió, mas não cursou nenhuma faculda<strong>de</strong>. Em 1910 estabeleceu-se em Palmeira dos Índios on<strong>de</strong> o<br />

pai vivia <strong>de</strong> comércio. Após uma breve estadia no Rio <strong>de</strong> Janeiro, como revisor do Correio da Manhã e <strong>de</strong> A Tar<strong>de</strong><br />

(1914), regressou a Palmeira dos índios ao saber da morte <strong>de</strong> três <strong>de</strong> seus irmãos vitimados pela febre bubônica. Passa<br />

a fazer jornalismo e política, exercendo a prefeitura da cida<strong>de</strong>zinha entre 1928 e 1930. Aí também redige, a partir <strong>de</strong><br />

1925, seu primeiro romance, Caetés. De 30 a 36, viveu quase todo o tempo em Maceió on<strong>de</strong> dirigiu a Imprensa e a<br />

Instrução do Estado. Data <strong>de</strong>sse período a sua amiza<strong>de</strong> com escritores que formavam a vanguarda da literatura<br />

nor<strong>de</strong>stina: José Lins do Rego, Raquel <strong>de</strong> Queirós, Jorge Amado, Wal<strong>de</strong>mar Cavalcanti; é também a época que redige<br />

São Bernardo e Angústia. Em março <strong>de</strong> 1936 é preso como subversivo. Embora sem provas <strong>de</strong> acusação, levam-no a<br />

diversos presídios, sujeitam-no a mais <strong>de</strong> um vexame e só o libertam em janeiro do ano seguinte: as Memórias do<br />

Cárcere serão o <strong>de</strong>poimento exato <strong>de</strong>ssa experiência. Transferindo-se para a capital do país, <strong>Graciliano</strong> continuou a<br />

escrever e a publicar não só romances mas contos e livros para a infância. Por volta dos fins da Guerra o seu nome já<br />

está consagrado como o do maior romancista brasileiro <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Machado <strong>de</strong> Assis. Em 1945, ingressou no Partido<br />

Comunista Brasileiro. Em 1951, foi eleito presi<strong>de</strong>nte da Associação Brasileira <strong>de</strong> Escritores; no ano seguinte viajou<br />

para a Rússia e os países socialistas, relatando o que viu em Viagem. <strong>Graciliano</strong> faleceu no Rio aos sessenta anos <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong>. Suas obras foram traduzidas para o espanhol, o francês, o inglês, o italiano, o alemão, o russo, o húngaro, o<br />

tcheco, o polonês, o finlandês. De Vidas Secas há versão cinematográfica <strong>de</strong> Nelson Pereira dos Santos, realizada em<br />

1964.<br />

"Vidas Secas" - Resumo obra <strong>de</strong> <strong>Graciliano</strong> <strong>Ramos</strong><br />

"Vidas Secas", romance publicado em 1938, retrata a vida miserável <strong>de</strong> uma família <strong>de</strong> retirantes sertanejos obrigada a<br />

se <strong>de</strong>slocar <strong>de</strong> tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca. A obra pertence à segunda fase mo<strong>de</strong>rnista,<br />

conhecida como regionalista, e é qualificada como uma das mais bem-sucedidas criações da época.<br />

O estilo seco <strong>de</strong> <strong>Graciliano</strong> <strong>Ramos</strong>, que se expressa principalmente <strong>por</strong> meio do uso econômico dos adjetivos, parece<br />

transmitir a ari<strong>de</strong>z do ambiente e seus efeitos sobre as pessoas que ali estão.<br />

Resumo<br />

O livro possui 13 capítulos que, <strong>por</strong> não terem uma linearida<strong>de</strong> tem<strong>por</strong>al, po<strong>de</strong>m ser lidos em qualquer or<strong>de</strong>m. Porém,<br />

o primeiro, "Mudança", e o último, "Fuga", <strong>de</strong>vem ser lidos nessa sequência, pois apresentam uma ligação que fecha<br />

um ciclo. "Mudança" narra as agruras da família sertaneja na caminhada impiedosa pela ari<strong>de</strong>z da caatinga, enquanto<br />

que em "Fuga" os retirantes partem da fazenda para uma nova busca <strong>por</strong> condições mais favoráveis <strong>de</strong> vida. Assim,<br />

po<strong>de</strong>-se dizer que a miséria em que as personagens vivem em Vidas Secas representa um ciclo. Quando menos se<br />

espera, a situação se agrava e a família é obrigada a mudar-se novamente.<br />

Fabiano é um homem ru<strong>de</strong>, típico vaqueiro do sertão nor<strong>de</strong>stino. Sem ter frequentado a escola, não é um homem com<br />

o dom das palavras, e chega a ver a si próprio como um animal, às vezes. Empregado em uma fazenda, pensa na<br />

brutalida<strong>de</strong> com que seu patrão o trata. Fabiano admira o dom que algumas pessoas possuem com a palavra, mas<br />

assim como as palavras e as i<strong>de</strong>ias o seduziam, também o cansavam.<br />

Sem conseguir se comunicar direito entra em apuros com um soldado. Irritado <strong>por</strong> per<strong>de</strong>r o jogo, o soldado provoca<br />

Fabiano o insultando <strong>de</strong> todas as formas. O pobre vaqueiro aguenta tudo calado, pois não conseguia se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r. Até<br />

que <strong>por</strong> fim acaba insultando a mãe do soldado e indo preso. Na ca<strong>de</strong>ia pensa na família, em como acabou naquela<br />

situação e acaba per<strong>de</strong>ndo a cabeça, gritando com todos e pensando na família como um peso a carregar.<br />

Sinha Vitória é a esposa <strong>de</strong> Fabiano. Mulher cheia <strong>de</strong> fé e muito trabalhadora. Além <strong>de</strong> cuidar dos filhos e da casa,<br />

ajudava o marido em seu trabalho também. Esperta, sabia fazer contas e sempre avisava ao marido sobre os<br />

trapaceiros que tentavam tirar vantagem da falta <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> Fabiano. Sonhava com um futuro melhor para<br />

seus filhos e não se conformava com a miséria em que viviam. Seu sonho era ter uma cama <strong>de</strong> fita <strong>de</strong> couro para<br />

dormir.<br />

Nesse cenário <strong>de</strong> miséria e sem se darem muita conta do que acontecia a seu redor, viviam os dois meninos. O mais<br />

novo via na figura do pai um exemplo. Já o mais velho queria apren<strong>de</strong>r sobre as palavras. Um dia ouviu a palavra


"inferno" <strong>de</strong> alguém e ficou intrigado com seu significado. Perguntou a Sinhá Vitória o que significava, mas recebeu<br />

uma resposta vaga. Vai então perguntar a Fabiano, mas esse o ignora. Volta a questionar sua mãe, mas ela fica brava<br />

com a insistência e lhe dá um cascudo. Sem ter ninguém que o entenda e sacie sua dúvida, só consegue buscar consolo<br />

na ca<strong>de</strong>la Baleia.<br />

Um dia a chuva chega (o "inverno") e ficam todos em casa ouvindo as histórias <strong>de</strong> Fabiano. Histórias essas que ele<br />

nunca tinha vivido, feitos que ele nunca havia realizado. Em meio a suas histórias inventadas, Fabiano pensava se as<br />

coisas iriam melhorar. Para o filho mais novo, as sombras projetadas pela fogueira no escuro <strong>de</strong>ixava o pai com um ar<br />

grotesco. Já o mais velho ouvia as histórias <strong>de</strong> Fabiano com muita <strong>de</strong>sconfiança.<br />

O Natal chegou e a família inteira foi à festa da cida<strong>de</strong>. Fabiano ficou embriagado e se sentia muito valente, só<br />

pensando em se vingar do soldado que lhe colocou atrás das gra<strong>de</strong>s. Uma hora, cansado <strong>de</strong> seu próprio teatro, faz <strong>de</strong><br />

suas roupas um travesseiro e dorme no chão. Sinhá Vitória estava cansada <strong>de</strong> cuidar do marido embriagado e ter que<br />

olhar as crianças também. Em um dado momento, ela toma coragem para fazer o que mais estava com vonta<strong>de</strong>:<br />

encontra um cantinho e se abaixa para urinar. Satisfeita, acen<strong>de</strong> uma piteira <strong>de</strong> barro e fica a sonhar com a cama <strong>de</strong><br />

fitas <strong>de</strong> couro e um futuro melhor.<br />

No que talvez seja o momento mais famoso do livro, Fabiano vê o estado em que se encontrava Baleia, com pelos<br />

caídos e feridas na boca, e achou que ela pu<strong>de</strong>sse estar doente. O vaqueiro resolve, então, sacrificar a ca<strong>de</strong>la. Sinhá<br />

Vitória recolhe os filhos, que protestavam contra o sacrifício do pobre animal, mas não havia outra escolha. O<br />

primeiro tiro acerta o traseiro <strong>de</strong> Baleia e a <strong>de</strong>ixa com as patas inutilizadas. A ca<strong>de</strong>la sentia o fim próximo e chega a<br />

querer mor<strong>de</strong>r Fabiano. Apesar da raiva que sentia <strong>de</strong> Fabiano, o via como um companheiro <strong>de</strong> muito tempo. Em meio<br />

ao nevoeiro e da visão <strong>de</strong> uma espécie <strong>de</strong> paraíso dos cachorros, on<strong>de</strong> ela po<strong>de</strong>ria caçar preás à vonta<strong>de</strong>, Baleia morre<br />

sentindo dor e arrepios.<br />

E assim a vida vai passando para essa família sofredora do sertão nor<strong>de</strong>stino. Até que um dia, com o céu<br />

extremamente azul e nenhuma nuvem à vista, vendo os animais em estado <strong>de</strong> miséria, Fabiano <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> que a hora <strong>de</strong><br />

partir novamente havia chegado. Partiram <strong>de</strong> madrugada largando tudo como haviam encontrado. A ca<strong>de</strong>la Baleia era<br />

uma imagem constante nos pensamentos confusos <strong>de</strong> Fabiano. Sinhá Vitória tentava puxar conversa com o marido<br />

durante a caminhada e os dois seguiam fazendo planos para o futuro e pensando se existiria um <strong>de</strong>stino melhor para<br />

seus filhos.<br />

Lista <strong>de</strong> Personagens<br />

Baleia: ca<strong>de</strong>la que é tratada como membro da família. Pensa, sonha e age como se fosse gente.<br />

Sinhá Vitória: mulher <strong>de</strong> Fabiano. Mãe <strong>de</strong> 2 filhos, é batalhadora e inconformada com a miséria em que vivem. É<br />

esperta e sabe fazer conta, sempre prevenindo o marido sobre trapaceiros.<br />

Fabiano: vaqueiro ru<strong>de</strong> e sem instrução, não tem a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se comunicar bem e lamenta viver como um bicho,<br />

sem ter frequentado a escola. Ora reconhece-se como um homem e sente orgulho <strong>de</strong> viver perante as adversida<strong>de</strong>s do<br />

nor<strong>de</strong>ste, ora se reconhece como um animal. Sempre a procura <strong>de</strong> emprego, bebe muito e per<strong>de</strong> dinheiro no jogo.<br />

Filhos: o mais novo admira a figura do pai vaqueiro, integrado à terra em que vivem. Já o mais velho não tem<br />

interesse nessa vida sofrida do sertão e quer <strong>de</strong>scobrir o sentido das palavras, recorrendo mais à mãe.<br />

Patrão: fazen<strong>de</strong>iro <strong>de</strong>sonesto que explorava seus empregados, contrata Fabiano para trabalhar.<br />

A estética da seca<br />

"Vidas Secas" é um dos maiores expoentes da segunda fase mo<strong>de</strong>rnista, a do regionalismo. O diferencial <strong>de</strong>sse livro<br />

para os <strong>de</strong>mais da época é o apuro técnico do autor. <strong>Graciliano</strong> <strong>Ramos</strong>, ao explorar a temática regionalista, utiliza<br />

vários expedientes formais – discurso indireto livre, narrativa não-linear, nomes dos personagens – que confirmam<br />

literariamente a <strong>de</strong>núncia das mazelas sociais.


O livro consegue <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o título mostrar a <strong>de</strong>sumanização que a seca promove nos personagens, cuja expressão verbal<br />

é tão estéril quanto o solo castigado da região. A miséria causada pela seca, como elemento natural, soma-se à miséria<br />

imposta pela influência social, representada pela exploração dos ricos proprietários da região.<br />

Os retirantes, como o próprio nome indica, estão alijados da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> continuar a viver no espaço que<br />

ocupavam. São, <strong>por</strong>tanto, obrigados a retirar-se para outros lugares. Uma das implicações <strong>de</strong>ssa vida nôma<strong>de</strong> dos<br />

sertanejos é a fragmentação tem<strong>por</strong>al e espacial.<br />

<strong>Graciliano</strong> <strong>Ramos</strong> conseguiu captar essa fragmentação na estrutura <strong>de</strong> Vidas Secas ao utilizar um método <strong>de</strong><br />

composição que rompia com a linearida<strong>de</strong> tem<strong>por</strong>al, costumeira nos romances do século XIX.<br />

A proposital falta <strong>de</strong> linearida<strong>de</strong>, ou seja, <strong>de</strong> capítulos que se ligam tem<strong>por</strong>almente, <strong>por</strong> relações <strong>de</strong> causa e <strong>de</strong><br />

consequência, dá aos 13 capítulos <strong>de</strong> Vidas Secas uma autonomia que permite, até mesmo, a leitura <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong><br />

forma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.<br />

Narrador<br />

A escolha do foco narrativo em terceira pessoa é emblemática, uma vez que esse é o único livro em que <strong>Graciliano</strong><br />

<strong>Ramos</strong> utilizou tal recurso. Trata-se, na verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> uma necessida<strong>de</strong> da narrativa, para que fosse mantida a<br />

verossimilhança da obra. Por causa da paupérrima articulação verbal dos personagens, reflexo das adversida<strong>de</strong>s<br />

naturais e sociais que os afligem, nenhum parece capacitado a assumir o posto <strong>de</strong> narrador.<br />

O autor utilizou também o discurso indireto livre, forma híbrida em que as falas dos personagens se mesclam ao<br />

discurso do narrador em terceira pessoa. Essa foi a solução para que a voz dos marginalizados pu<strong>de</strong>sse participar da<br />

narração sem que tivessem <strong>de</strong> arcar com a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conduzir <strong>de</strong> forma integral a narrativa.<br />

Espaço<br />

A narrativa é ambientada no sertão, região marcada pelas chuvas escassas e irregulares. Essa falta <strong>de</strong> chuva – somada<br />

a uma política <strong>de</strong> <strong>de</strong>scaso do governo com os investimentos sociais – transforma a paisagem em ambiente inóspito e<br />

hostil.<br />

Inverno, na região, é o nome dado à época <strong>de</strong> chuvas, em que a esperança sertaneja floresce. O sonho <strong>de</strong> uma<br />

existência menos árida e miserável esboça-se no horizonte e dura até as chuvas cessarem e a seca retornar implacável.<br />

No romance, essa esperança aparece no capítulo “Inverno”, em que Fabiano alimenta a expectativa <strong>de</strong> uma vida<br />

melhor, mais digna.<br />

O retorno à visão marcada pela falta <strong>de</strong> perspectivas recomeça com o fim das chuvas, com o fim da esperança. Na<br />

obra, po<strong>de</strong>-se apontar, também, para dois recortes espaciais: o ambiente rural e o urbano. A relevância <strong>de</strong>sse recorte se<br />

<strong>de</strong>ve às sensações <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação ou ina<strong>de</strong>quação dos personagens em um ou outro espaço.<br />

Fabiano consegue, apesar da miséria presente, dominar o ambiente rural. Incapaz <strong>de</strong> se comunicar, o personagem,<br />

<strong>de</strong>sempenhando a solitária função <strong>de</strong> vaqueiro, não sente tanto as consequências <strong>de</strong> seu laconismo. Além disso,<br />

conhece as técnicas <strong>de</strong> sua profissão, o que lhe dá uma sensação <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> e permite que goze até <strong>de</strong> certa<br />

dignida<strong>de</strong>. A passagem em que seu filho o admira ao vê-lo trabalhando <strong>de</strong>ixa claro isso. Na cida<strong>de</strong>, <strong>por</strong>ém, Fabiano<br />

vivencia, a cada nova experiência, o sentimento <strong>de</strong> ina<strong>de</strong>quação. Os capítulos “Festa” e “Ca<strong>de</strong>ia” ilustram bem essa<br />

sensação.<br />

Tempo<br />

Além da falta <strong>de</strong> linearida<strong>de</strong> do tempo, em "Vidas Secas" há nítida valorização do tempo psicológico, em <strong>de</strong>trimento<br />

do cronológico. Essa opção do narrador <strong>de</strong> ocultar os marcadores tem<strong>por</strong>ais tem como principal consequência o<br />

distanciamento dos personagens da or<strong>de</strong>nação civilizada do tempo.


Dessa forma, nota-se que a ausência <strong>de</strong> uma marcação cronológica tem<strong>por</strong>al serve, enquanto elemento estrutural,<br />

como mais uma forma <strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciar a exclusão dos personagens. Por outro lado, a valorização do tempo psicológico<br />

na narrativa faz com que as angústias dos personagens fiquem mais próximas do leitor, que as percebe com muito<br />

mais intensida<strong>de</strong>.

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