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GAZETA DIARIO 579

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Foz do Iguaçu, terça-feira, 15 de maio de 2018<br />

PECÚLIO<br />

Cidade<br />

03<br />

Obra na Avenida Felipe Wandscheer é<br />

marcada por prejuízos e insegurança<br />

Paralisada entre abril de 2016 e dezembro de 2017, duplicação da via está prevista para ser concluída em julho deste ano<br />

Bruno Soares<br />

Reportagem<br />

Enquanto os trabalhos de<br />

duplicação da Avenida Felipe<br />

Wandscheer não são concluídos,<br />

empresários que mantêm<br />

seus negócios ao longo da via<br />

amargam prejuízos e reclamam<br />

da falta de rotina de trabalhadores<br />

no local. "Do jeito<br />

que está, eu duvido, e muito,<br />

que essa duplicação termine<br />

até o mês de julho. Pode colocar<br />

no jornal mesmo. Não vai<br />

terminar. Dificilmente vemos<br />

alguém trabalhando aqui. É<br />

mais uma história que contam<br />

para a população até chegarem<br />

com uma desculpa nova", garantiu<br />

o comerciante Fabiano<br />

Seneguetti.<br />

A descrença não é a única<br />

queixa de quem está situado<br />

ao longo da avenida. Diante<br />

das condições com que a obra<br />

é tocada, inúmeros estabelecimentos<br />

reclamaram à reportagem,<br />

na tarde de ontem (14),<br />

sobre prejuízos gerados pela<br />

consequência direta da corrupção<br />

no serviço contratado com<br />

recursos públicos. "Desviaram<br />

nosso dinheiro que deveria garantir<br />

progresso para esta região.<br />

A consequência não é só<br />

o atraso da obra, é o prejuízo<br />

diário para nós que somos trabalhadores.<br />

O movimento do<br />

meu comércio caiu cerca de<br />

50%. Quem paga esta conta?<br />

Com certeza não é o ex-prefeito,<br />

nem o empreiteiro, nem<br />

ninguém mais. Sou eu, minha<br />

família, meus funcionários",<br />

Buracos na via e má sinalização impõem risco de<br />

acidentes aos condutores que trafegam pelo local<br />

Postes mal instalados preocupam condutores e dificultam<br />

tráfego na avenida<br />

pontuou um empresário que<br />

pediu para não divulgar seu<br />

nome.<br />

Além do descrédito de que<br />

a obra seja entregue em 18 de<br />

julho e da reclamação de prejuízo<br />

aos comerciantes, o local<br />

é apontado ainda como<br />

palco de uma tragédia anunciada.<br />

"Só por Deus que não<br />

tivemos uma morte por acidente<br />

de trânsito nesta avenida<br />

até hoje. Quando o sinaleiro<br />

sentido Vila Yolanda<br />

abre, os condutores que até<br />

então seguiam na via mais<br />

larga precisam se realinhar<br />

em razão da largura da pista<br />

que se afunila a partir deste<br />

ponto. Tudo isso muito mal<br />

sinalizado, sem o menor cuidado<br />

do poder público em garantir<br />

condições mínimas de<br />

tráfego. É uma coisa de doido",<br />

criticou Edvaldo Silva,<br />

funcionário do açougue Boi<br />

Verde.<br />

Ao menos no que depender<br />

do Termo de Ajuste de Conduta<br />

(TAC) firmado entre a Prefeitura<br />

de Foz do Iguaçu e a<br />

construtora Terraplanagem<br />

SR, os transtornos impostos<br />

para toda a população que precisa<br />

trafegar pela Avenida Felipe<br />

Wandscheer terminarão no<br />

dia 18 de julho. A via faz parte<br />

do pacote de obras contratadas<br />

durante a gestão do exprefeito<br />

Reni Pereira (PSB)<br />

que terminaram por ser paralisadas<br />

no dia 19 de abril de<br />

2016, após ter sido deflagrada<br />

a primeira etapa da Operação<br />

Pecúlio.<br />

Desde então, os trabalhos<br />

foram retomados em dezembro<br />

do ano passado sob a chancela<br />

do Ministério Público Federal<br />

(MPF), que acordou com a<br />

empresa responsável pela obra<br />

o compromisso de conclusão<br />

da via dentro do prazo estipulado<br />

sob pena de multa diária<br />

fixada em R$ 10.873,92.<br />

Termo de Ajuste<br />

Além de uma indenização a ser<br />

paga ao município no valor de<br />

R$ 458.557.98, referente aos<br />

danos coletivos causados aos<br />

iguaçuenses pela paralisação<br />

da obra, o TAC prevê que a<br />

empreiteira execute neste<br />

período serviços de<br />

terraplanagem, implantação de<br />

pavimentação asfáltica,<br />

pavimentação em concreto<br />

(ciclovia/passeios), galerias<br />

pluviais (drenagem), pontos de<br />

ônibus, sinalização viária e<br />

paisagismo.<br />

Segundo o Portal da<br />

Transparência do Município, a<br />

empresa Terraplanagem SR<br />

recebeu R$ 12,1 milhões em<br />

recursos federais repassados<br />

pelo governo do ex-prefeito<br />

Reni Pereira (PSB), via<br />

Programa de Aceleração do<br />

Crescimento (PAC), para<br />

execução de obras. De acordo<br />

com relatório da Controladoria-<br />

-Geral da União, que<br />

fundamenta a instrução do<br />

processo penal contra o ex-<br />

-prefeito Reni, empresários e<br />

demais envolvidos no contrato<br />

de duplicação da via, foi<br />

constatado "superfaturamento<br />

de R$ 77,9 mil somente pela<br />

execução de calçadas e<br />

ciclovias executadas com<br />

espessura de concreto inferior<br />

à do projeto, implicando<br />

prejuízo potencial de R$ 3,7<br />

milhões. Procurada, a<br />

assessoria de imprensa da<br />

prefeitura não se manifestou<br />

sobre o caso. Nenhum<br />

representante da empreiteira<br />

foi localizado para se<br />

posicionar sobre as críticas.

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