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116_junho

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Um homem levanta a voz acima da algazarra de conversas. E pede<br />

que ponham mais alto o som do televisor do restaurante. É então<br />

que todos reparam no que ele vê. Não percebem ou não acreditam.<br />

E na rua, no bairro, na cidade, no país, homens, mulheres e crianças<br />

vão-se calando. Está por todo o lado, a imagem horrível e hipnotizante.<br />

O homem que pediu silêncio leva as mãos à cara e pensa: como<br />

chegámos aqui? A era da comunicação global trouxe inimagináveis<br />

maravilhas. Partilhas imediatas de ensinamentos, denúncias e solidariedades.<br />

Mas permitiu também que saísse das cavernas uma realidade<br />

abjecta. Insultos, ameaças, ironias maldosas. Nunca, como hoje,<br />

a semente do ódio foi tão espalhada. É sobre este pano de fundo<br />

que se conta a história de uma família. Três gerações a olhar para um futuro embriagado num estado de guerra. Uma família que<br />

esconde, enquanto puder, um segredo. Jogos de Raiva traça duros retratos sem filtro sobre medos e remorsos, sobre o racismo, a<br />

depressão, a sexualidade, o jornalismo, a adopção, a arte e a amizade. E o poder das histórias. É sobre a urgência da confiança, da<br />

identidade e do amor. É um livro sobre todos nós, à deriva num novo mundo<br />

Mário Cláudio<br />

Memórias secretas<br />

«O amor-próprio é incontestavelmente o<br />

principal motivo que leva alguém a falar,<br />

e sobretudo a escrever, sobre a sua pessoa.<br />

Não apresentarei por isso qualquer<br />

desculpa frouxa, ou qualquer falsa e inadequada<br />

justificação, no tocante às razões<br />

por que escrevi estas memórias.<br />

Assumo em toda a frontalidade que, entre<br />

os sentimentos que me induziram a<br />

tornar-me biógrafo de mim mesmo, o<br />

mais forte terá sido o amor-próprio. Em<br />

maior ou menor grau, a Natureza implantou<br />

tal sentimento no coração de cada<br />

um de nós e, ao fazê-lo, foi generosa com<br />

os escritores, e em especial com os poetas,<br />

ou com aqueles que supõem sê-lo.<br />

Este dom precioso constitui o primeiro<br />

motor das acções do homem, adicionando<br />

ao conhecimento das potencialidades<br />

deste o iluminante entusiasmo pelo belo,<br />

e pelo sublime, o que afinal conforma<br />

uma única e idêntica realidade.»<br />

Vittorio Affieri, Memórias<br />

Linda M. Heywood<br />

Nzinga de Angola<br />

Desconhecida em grande parte do mundo ocidental, Nzinga, a rainha africana<br />

do século XVII, rivalizou com Isabel I de Inglaterra e Catarina, a Grande, na astúcia<br />

política e nas proezas militares. Linda M. Heywood oferece-nos uma biografia<br />

abrangente da longa vida e da influência política de Nzinga, revelando como<br />

esta Cleópatra da África Central navegou habilmente por entre as lutas de poder<br />

sem escrúpulos, dominadas pelo mundo masculino. Quem foi a rainha<br />

Nzinga? Não há uma resposta simples e linear para esta questão. Numa época<br />

em que as mulheres eram subjugadas pelos homens, ela conseguiu repetidamente<br />

dominar os seus concorrentes do sexo masculino e contornar abertamente<br />

as normas de diferença de género vigentes na época, colecionando<br />

amantes de ambos os sexos.<br />

Leïla Slimani<br />

No jardim do ogre<br />

Noah Hawley<br />

Antes da queda<br />

Adele tem tudo para ser feliz. Mas falta-lhe tudo. Vive sem prazer, numa solidão<br />

extrema. Dentro dela, um fogo consome-a vorazmente, sem piedade: um<br />

desejo insaciável, uma necessidade imparável de somar conquistas e amantes.<br />

No jardim do ogre é a história de um corpo escravo das suas pulsões.<br />

Um romance de traições, mentiras e desilusões. Mas é, ainda assim e sobretudo,<br />

um romance de amor.<br />

Numa noite nebulosa de verão, onze pessoas partem de Martha's Vineyard a bordo<br />

de um jato privado rumo a Nova Iorque. Dezasseis minutos após a descolagem, o<br />

avião mergulha no oceano. Há apenas dois sobreviventes: Scott Burroughs, um<br />

pintor desconhecido e fracassado, e um menino de quatro anos, agora o único<br />

membro de uma poderosa família do ramo das telecomunicações. Ao longo de<br />

capítulos que alternam entre o rescaldo da tragédia e as histórias de vida de cada<br />

um dos passageiros e membros da tripulação, vai-se aprofundando o mistério em<br />

torno do acidente. Estranhas coincidências acabam por apontar para uma conspiração.<br />

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