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Um homem levanta a voz acima da algazarra de conversas. E pede<br />
que ponham mais alto o som do televisor do restaurante. É então<br />
que todos reparam no que ele vê. Não percebem ou não acreditam.<br />
E na rua, no bairro, na cidade, no país, homens, mulheres e crianças<br />
vão-se calando. Está por todo o lado, a imagem horrível e hipnotizante.<br />
O homem que pediu silêncio leva as mãos à cara e pensa: como<br />
chegámos aqui? A era da comunicação global trouxe inimagináveis<br />
maravilhas. Partilhas imediatas de ensinamentos, denúncias e solidariedades.<br />
Mas permitiu também que saísse das cavernas uma realidade<br />
abjecta. Insultos, ameaças, ironias maldosas. Nunca, como hoje,<br />
a semente do ódio foi tão espalhada. É sobre este pano de fundo<br />
que se conta a história de uma família. Três gerações a olhar para um futuro embriagado num estado de guerra. Uma família que<br />
esconde, enquanto puder, um segredo. Jogos de Raiva traça duros retratos sem filtro sobre medos e remorsos, sobre o racismo, a<br />
depressão, a sexualidade, o jornalismo, a adopção, a arte e a amizade. E o poder das histórias. É sobre a urgência da confiança, da<br />
identidade e do amor. É um livro sobre todos nós, à deriva num novo mundo<br />
Mário Cláudio<br />
Memórias secretas<br />
«O amor-próprio é incontestavelmente o<br />
principal motivo que leva alguém a falar,<br />
e sobretudo a escrever, sobre a sua pessoa.<br />
Não apresentarei por isso qualquer<br />
desculpa frouxa, ou qualquer falsa e inadequada<br />
justificação, no tocante às razões<br />
por que escrevi estas memórias.<br />
Assumo em toda a frontalidade que, entre<br />
os sentimentos que me induziram a<br />
tornar-me biógrafo de mim mesmo, o<br />
mais forte terá sido o amor-próprio. Em<br />
maior ou menor grau, a Natureza implantou<br />
tal sentimento no coração de cada<br />
um de nós e, ao fazê-lo, foi generosa com<br />
os escritores, e em especial com os poetas,<br />
ou com aqueles que supõem sê-lo.<br />
Este dom precioso constitui o primeiro<br />
motor das acções do homem, adicionando<br />
ao conhecimento das potencialidades<br />
deste o iluminante entusiasmo pelo belo,<br />
e pelo sublime, o que afinal conforma<br />
uma única e idêntica realidade.»<br />
Vittorio Affieri, Memórias<br />
Linda M. Heywood<br />
Nzinga de Angola<br />
Desconhecida em grande parte do mundo ocidental, Nzinga, a rainha africana<br />
do século XVII, rivalizou com Isabel I de Inglaterra e Catarina, a Grande, na astúcia<br />
política e nas proezas militares. Linda M. Heywood oferece-nos uma biografia<br />
abrangente da longa vida e da influência política de Nzinga, revelando como<br />
esta Cleópatra da África Central navegou habilmente por entre as lutas de poder<br />
sem escrúpulos, dominadas pelo mundo masculino. Quem foi a rainha<br />
Nzinga? Não há uma resposta simples e linear para esta questão. Numa época<br />
em que as mulheres eram subjugadas pelos homens, ela conseguiu repetidamente<br />
dominar os seus concorrentes do sexo masculino e contornar abertamente<br />
as normas de diferença de género vigentes na época, colecionando<br />
amantes de ambos os sexos.<br />
Leïla Slimani<br />
No jardim do ogre<br />
Noah Hawley<br />
Antes da queda<br />
Adele tem tudo para ser feliz. Mas falta-lhe tudo. Vive sem prazer, numa solidão<br />
extrema. Dentro dela, um fogo consome-a vorazmente, sem piedade: um<br />
desejo insaciável, uma necessidade imparável de somar conquistas e amantes.<br />
No jardim do ogre é a história de um corpo escravo das suas pulsões.<br />
Um romance de traições, mentiras e desilusões. Mas é, ainda assim e sobretudo,<br />
um romance de amor.<br />
Numa noite nebulosa de verão, onze pessoas partem de Martha's Vineyard a bordo<br />
de um jato privado rumo a Nova Iorque. Dezasseis minutos após a descolagem, o<br />
avião mergulha no oceano. Há apenas dois sobreviventes: Scott Burroughs, um<br />
pintor desconhecido e fracassado, e um menino de quatro anos, agora o único<br />
membro de uma poderosa família do ramo das telecomunicações. Ao longo de<br />
capítulos que alternam entre o rescaldo da tragédia e as histórias de vida de cada<br />
um dos passageiros e membros da tripulação, vai-se aprofundando o mistério em<br />
torno do acidente. Estranhas coincidências acabam por apontar para uma conspiração.<br />
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