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GAZETA DIARIO 706

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Foz do Iguaçu, terça-feira, 16 de outubro de 2018<br />

JUSTIÇA<br />

Cidade<br />

MP denuncia sete por suposta fraude<br />

na concessão do Bolsa Atleta de Foz<br />

Eventual condenação pode levar à perda da função pública e à devolução<br />

dos valores supostamente desviados<br />

Ronildo Pimentel<br />

Reportagem<br />

O Ministério Público<br />

do Paraná (MPPR)<br />

apresentou ação civil<br />

pública por ato de improbidade<br />

administrativa<br />

contra sete pessoas<br />

investigadas por irregularidades<br />

na concessão<br />

de recursos públicos<br />

por meio do Bolsa Atleta,<br />

programa de incentivo<br />

ao esporte da Prefeitura<br />

de Foz do Iguaçu.<br />

A medida, proposta<br />

pela 6ª Promotoria<br />

de Justiça, na última<br />

quinta-feira (11), inclui<br />

o vereador Anderson<br />

Andrade (PSC), que<br />

era secretário de Esporte<br />

e Lazer no período.<br />

A ação é um desdobramento<br />

da Operação<br />

Pecúlio, da Polícia Federal,<br />

deflagrada em 19<br />

de abril de 2016. Além<br />

de Anderson Andrade,<br />

responsável pela pasta<br />

na gestão 2013-2016,<br />

também é citada a então<br />

responsável pela<br />

Comissão Executiva<br />

Municipal dos Jogos Escolares<br />

e o ex-diretor<br />

de Apoio do gabinete,<br />

bem como quatro pessoas<br />

que foram benefi-<br />

Foto: arquivo/CMFI<br />

Vereador Anderson Andrade conversa com a imprensa após ser inocentado das<br />

investigações da Operação Pecúlio<br />

ciadas pelas supostas<br />

ilegalidades.<br />

Conforme apurado<br />

pela promotoria, foi verificado<br />

que, com a ciência<br />

do ex-secretário e<br />

do ex-diretor, a servidora<br />

que atuava na comissão<br />

passou a inserir<br />

parentes no projeto.<br />

Além disso, foi identificado<br />

que todos os requeridos<br />

têm alguma<br />

relação de parentesco,<br />

direta ou indireta (filhos,<br />

netos, sobrinhos,<br />

sogro, primos, entre<br />

outros).<br />

Um dos favorecidos<br />

pelo esquema (neto da<br />

ex-servidora requerida<br />

no processo) chegou a<br />

receber R$ 600 por<br />

mês entre 2014 e 2016<br />

— a bolsa de maior valor<br />

dentro do programa,<br />

destinada apenas a atletas<br />

profissionais com<br />

destaque nacional na<br />

categoria.<br />

O jovem, à época<br />

adolescente, foi incluído<br />

pela avó na categoria<br />

"Skate", mas não ficou<br />

comprovado que<br />

ele de fato sequer fosse<br />

atleta. O mesmo aconteceu<br />

em outras situações.<br />

Uma das beneficiadas<br />

pelas irregularidades,<br />

por meio de pagamentos<br />

feitos aos filhos,<br />

chegou a receber indevidamente<br />

R$<br />

26.245,16.<br />

Argumento<br />

Como resume a promotoria<br />

na ação, "cientes<br />

da possibilidade de<br />

se aproveitarem dos benefícios,<br />

uma vez que a<br />

decisão a respeito da<br />

concessão e inserção<br />

passaria pelos envolvidos<br />

alhures, [...] começaram<br />

a incluir membros<br />

da família como<br />

beneficiários do incentivo<br />

concedido pela Lei<br />

Municipal nº 4.247, de<br />

27 de junho de 2014".<br />

Mais adiante, conclui<br />

o MPPR: "Todos os aspectos<br />

demonstrados<br />

até o momento deixam<br />

à mostra não só a desobediência<br />

ao princípio<br />

da legalidade, em virtude<br />

da prática de ato ilícito,<br />

mas também a<br />

ofensa ao princípio da<br />

moralidade e da impessoalidade,<br />

posto que dá<br />

ensejo à mácula ética<br />

que impregna o comportamento<br />

dos requeridos,<br />

que se aproveitam<br />

do cargo/função pública<br />

para favorecer interesses<br />

pessoais e de familiares".<br />

Uma eventual condenação<br />

por ato de improbidade<br />

administrativa<br />

pode levar a sanções<br />

como a perda da função<br />

pública, devolução dos<br />

valores empregues indevidamente<br />

ao erário,<br />

suspensão dos direitos<br />

políticos e multa. Ao<br />

Gazeta Diário, o vereador<br />

Anderson Andrade<br />

disse que tomou ciência<br />

por meio da imprensa<br />

da ação ajuizada pelo<br />

MP e que só irá manifestar-se<br />

após conversar<br />

com os seus advogados.<br />

03<br />

Ex-secretário<br />

de Esporte e<br />

Lazer de Foz é<br />

absolvido<br />

O ex-secretário de<br />

Esporte e Lazer, o<br />

atual vereador<br />

Anderson Andrade,<br />

foi absolvido, no final<br />

de 2017, dos crimes<br />

imputados a ele na<br />

ação do MPF<br />

decorrente da<br />

Operação Pecúlio.<br />

Denunciado em<br />

junho de 2016, foi<br />

considerado inocente<br />

após a devida<br />

instrução do<br />

processo apurar<br />

suspeitas de que teria<br />

cometido usurpação<br />

de função pública,<br />

crime contra a<br />

administração<br />

pública, corrupção<br />

passiva e organização<br />

criminosa.<br />

Anderson respondeu<br />

à Justiça por,<br />

supostamente, ter<br />

recebido propina em<br />

forma de cimento<br />

para construir a pista<br />

de skate no bairro<br />

Porto Meira, fraudar<br />

os programas sociais<br />

esportivos Bolsa<br />

Atleta e Bolsa Técnico<br />

e fazer parte da<br />

suposta organização<br />

criminosa.<br />

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