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Yano-a / Sesc Paraty 2018

Projeto gráfico para Exposição Yano-s Desenvolvido para o Sesc Paraty durante a Festa Literária internacional de Paraty - Flip. O projeto gráfico teve como fundamento a relação ente luz e sombra, explodaras com tamanha primazia pela fotografa Claudia Abujar, ativista suíça, naturalizada brasileira, com longo envolvimento com a Amazônia brasileira e o povo indígena Yanomami, habitantes dos Estados de Roraima e Amazonas, na região próxima à fronteira com a Venezuela. A exposição foi uma homenagem ao lar yanomami, local das festividades, da cura xamânica, da confraternização entre as comunidades e, é claro, é o lugar onde as famílias vivem e criam crianças que crescem e aprendem a viver. Para ver mais www.flutuarium.com.br

Projeto gráfico para Exposição Yano-s Desenvolvido para o Sesc Paraty durante a Festa Literária internacional de Paraty - Flip.
O projeto gráfico teve como fundamento a relação ente luz e sombra, explodaras com tamanha primazia pela fotografa Claudia Abujar, ativista suíça, naturalizada brasileira, com longo envolvimento com a Amazônia brasileira e o povo indígena Yanomami, habitantes dos Estados de Roraima e Amazonas, na região próxima à fronteira com a Venezuela. A exposição foi uma homenagem ao lar yanomami, local das festividades, da cura xamânica, da confraternização entre as comunidades e, é claro, é o lugar onde as famílias vivem e criam crianças que crescem e aprendem a viver.

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FICHA TÉCNICA<br />

<strong>Sesc</strong> l Serviço Social do Comércio<br />

Presidência do Conselho Nacional<br />

Antonio Oliveira Santos<br />

DEPARTAMENTO NACIONAL<br />

Direção-Geral<br />

Carlos Artexes Simões<br />

Diretoria de Cultura<br />

Marcos Henrique Rego<br />

EXPOSIÇÃO YANO-A<br />

Claudia Andujar<br />

Curadoria<br />

<strong>Sesc</strong> <strong>Paraty</strong><br />

Analista de artes visuais - <strong>Sesc</strong> <strong>Paraty</strong><br />

Daniel Ourique Ferenczi<br />

Produção<br />

Flora Petri<br />

Identidade visual<br />

Marcus Prado<br />

FICHA CATALOGRÁFICA<br />

Comunicação<br />

Thereza Dantas<br />

Estruturas e iluminação<br />

Metro Cenografia<br />

E 20 A 29 DE JULHO DE <strong>2018</strong><br />

Impressão de fotografias<br />

Estúdio 321<br />

Acervo<br />

Coleção da artista<br />

Cortesia Galeria Vermelho


OS YANOMAMI<br />

EM MINHA VIDA<br />

Claudia Andujar<br />

Minha relação com os <strong>Yano</strong>mami, fio condutor<br />

de minha trajetória de fotógrafa e de vida, é<br />

essencialmente afetiva. Esse sentimento, ao<br />

longo do tempo, levou-me a compartilhar meu<br />

tempo de fotógrafa com atividades em defesa<br />

dos direitos territoriais e de sobrevivência desse<br />

povo. Uma tarefa árdua e que requer muita<br />

perseverança.<br />

Apesar disso, meu trabalho fotográfico continua.<br />

Nos anos 70 e 80 passei muito tempo entre<br />

eles. Desenvolvi um trabalho intimista sobre seu<br />

cotidiano. Agora, depois de quase quatro décadas<br />

de empenho quase exclusivo na defesa de seus<br />

direitos, sinto a necessidade de me abstrair e<br />

sintetizar esse trabalho fotográfico que vivenciei<br />

tão intensamente. Procuro apresentar o sentido<br />

de compromisso e lealdade que perpassa toda a<br />

minha relação com eles.<br />

Fotografo os <strong>Yano</strong>mami há mais de vinte anos.<br />

Tenho um acervo de vários milhares de negativos,<br />

que considero uma mina repleta de imagens<br />

sobre as quais construo uma memória que sigo<br />

atualizando.<br />

De tempos em tempos me permito parar o tempo<br />

e, na contemplação das imagens, encontro<br />

uma nova expressão, um novo sentido visual,<br />

bem como incorporo novas imagens de viagens<br />

recentes (agora não mais estadas, mas viagens<br />

curtas), as quais me possibilitam unir o passado<br />

ao presente que já quase é o futuro da vida<br />

deles. A vida dos <strong>Yano</strong>mami não se limita mais<br />

às longas estadas e viagens na floresta, noites<br />

repletas de conversas e discursos na grande<br />

maloca comunitária sob o luar e milhares de<br />

estrelas. Hoje incorporam à sua vida a escola<br />

bilíngue, as assembleias indígenas, os imensos<br />

problemas causados pela invasão garimpeira e<br />

suas consequências, as doenças. Nos diálogos<br />

noturnos, no repensar dos valores da vida, eles<br />

estão se abrindo para uma nova visão do mundo.<br />

Faço como os <strong>Yano</strong>mami, que estão elaborando<br />

seus mitos, justificando-os, retrabalhando<br />

continuamente a oralidade de sua história, para<br />

ajustá-la ao novo, aos tempos de hoje. Uma<br />

bricolagem de adaptação e de atualização dos<br />

tempos dos mitos primordiais. Sem esse passado,<br />

sem a sua história, a bricolagem cairia no vazio.<br />

E é por isso que a memória tem função vital no<br />

processo de adaptação e elaboração do novo.<br />

Do mesmo modo, consigo sentir um bem-estar<br />

muito grande e apreciar o privilégio de ter tido<br />

a oportunidade de vivenciar e documentar um<br />

passado que em muitos casos ainda é presente,<br />

um passado expandido. A adaptação de uma<br />

cultura como aquela dos <strong>Yano</strong>mami, um povo de<br />

recém-contato com um mundo que não é deles, é<br />

um processo delicado e lento, é um repensar do<br />

sentido do universo e da vida.<br />

Meu trabalho ainda não encontrou sua forma<br />

definitiva, que creio que não existe. Como os mitos,<br />

ele se adapta, incorpora novas imagens e toma novas<br />

formas, passa pela transcodificação (das imagens)<br />

para se atualizar, numa bricolagem virtual infinita.<br />

Foto: Gabriel Zimbardi<br />

[Texto originalmente publicado em <strong>Yano</strong>mami; São Paulo:<br />

DBA, 1998, p. 11]<br />

- 8 - - 9 -


Para os <strong>Yano</strong>mami, cujo território está situado em<br />

ambos os lados da fronteira Brasil-Venezuela na<br />

região do interflúvio Orinoco-Amazonas, <strong>Yano</strong>-a<br />

é o lar de grandes famílias. Local de festas e do<br />

vínculo com as vidas ancestrais, lugar onde se<br />

criam as crianças e se pratica a cura xamânica.<br />

Nesse espaço vivo e complexo, os <strong>Yano</strong>mami<br />

receberam por muitos anos a fotógrafa Claudia<br />

Andujar.<br />

De origem suíça, naturalizada brasileira, Claudia<br />

Andujar chegou ao Brasil em 1955, aos 24 anos.<br />

Encantou-se pelo país.Na sua passagem pelo<br />

fotojornalismo, para a revista Realidade, conheceu<br />

os <strong>Yano</strong>mami eviveu entre eles. Agora, depois de<br />

quase quatro décadas de empenho na defesa de<br />

seus direitos, suas fotos são fruto dessa vivência<br />

intensa, que une estética com ativismo.<br />

Toda essa entrega à causa do povo <strong>Yano</strong>mami<br />

pode ser percebida nas imagens, que geram<br />

uma obra viva, complexa e dinâmica, buscando a<br />

intimidade com um olhar em favor do debate pela<br />

demarcação do território.<br />

Nesse contexto o <strong>Sesc</strong> pretende, com a<br />

exposição<strong>Yano</strong>-a, contribuir para ampliação do<br />

repertório simbólico do público que participa<br />

da FLIP <strong>2018</strong>. As 32 fotos, queficarão expostas<br />

exclusivamente entre os dias 20 a 29 de julho,<br />

propiciam o desenvolvimento de novos olhares<br />

sobre as diversas manifestações que acontecem<br />

em nosso país. Convidamos todos a conhecerem<br />

essa “casa” <strong>Yano</strong>mami, como uma formade<br />

manter vivos os mitos, as crenças e a cultura<br />

desse povo!<br />

<strong>Sesc</strong> l Serviço Social do Comércio<br />

- 11 -


Tear 1975 Aldeia de Wakatha u<br />

Garota sendo iniciada 1974 Aldeia de Wakatha u<br />

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Sem título - da série Identidade 1976 Aldeia de Wakatha u<br />

Mulher Opik i theri 1976-1977 Aldeia de Wakatha u<br />

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Xamã entoando um canto de pássaro, Wakatha-ú 1976 Aldeia de Wakatha u<br />

Aprendiz Xamã, Wakatha-ú 1976-1977 Aldeia de Wakatha u<br />

- 18 - - 19 -


Sem título - da série Identidade 1976 Aldeia de Wakatha u<br />

Jovem mulher Opik i theri 1976-1977 Aldeia de Wakatha u<br />

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Garota iniciada, Wakatha-ú 1976-1977 Aldeia de Wakatha u<br />

Sem título - da série A casa 1974-1976 Aldeia de Wakatha u<br />

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Sem título - da série Identidade<br />

1974 Aldeia de Wakatha u<br />

Sem título - da série Identidade<br />

1976 Aldeia de Wakatha u


Catrimani 2 1971-1972 Catrimani<br />

Catrimani 4 ii 1971-1972 Catrimani<br />

- 26 - - 27 -


Catrimani 9 1971-1972 Catrimani<br />

Catrimani 6 1971-1972 Catrimani<br />

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Catrimani 10 1971-1972 Catrimani<br />

<strong>Yano</strong>-a - da série Casa 1976 Aldeia de Marari<br />

- 30 - - 31 -


Catrimani 5 1971-1972 Catrimani<br />

Catrimani 7 1971-1972 Catrimani<br />

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Catrimani 8 1971-1972 Catrimani<br />

Maloca em chamas - da série Casa 1976 Aldeia de Wakatha u<br />

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Casulo humano (rito mortuário) - da série Casa 1976 Aldeia de Wakatha u<br />

Urihi-a - da série Casa 1976 Aldeia de Wakatha u<br />

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Retratos 1 - da série Maturacá 1970-1971 Maturacá<br />

Retratos 4 - da série Maturacá 1970-1971 Maturacá<br />

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Retratos 3 - da série Maturacá 1970-1971 Maturacá<br />

Retratos 7 - da série Maturacá 1970-1971 Maturacá<br />

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Retratos 10 - da série Maturacá 1970-1971 Maturacá<br />

Retratos 12 - da série Maturacá 1970-1971 Maturacá<br />

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Ciclo da vida - da série Maturacá 1970-1971 Maturacá<br />

Retratos 11 - da série Maturacá 1970-1971 Maturacá<br />

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Claudia na aldeia Catrimani de Roraima 1984 Foto: Carlo Zacquini

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