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Ed. 1 - Março/Abril 2019<br />
SÍTIO ARQUEOLÓGICO<br />
Buriti<br />
Pinturas rupestres, vales<br />
rochosos e lindas cachoeiras
C<br />
M<br />
Y<br />
CM<br />
MY<br />
CY<br />
CMY<br />
K<br />
REVISTA IMPACTO MARÇO - ABRIL<br />
2<br />
2019<br />
3
cardiologia<br />
Infarto...<br />
Será que essa história não poderia ser<br />
diferente? Em muitos casos sim.<br />
EXPEDIENTE<br />
A Revista Impacto Contando<br />
Histórias é uma publicação da<br />
Impacto Assessoria Digital.<br />
Av. Minas Gerais, 822<br />
Centro / Iporá-GO<br />
<strong>impacto</strong>.contandohistorias@<br />
gmail.com<br />
www.<strong>impacto</strong>assessoriadigital.<br />
com.br<br />
64 9.8162-0262<br />
Distribuição gratuita.<br />
Periodicidade bimestral.<br />
Edição 01 – Março e Abril/2019<br />
Os artigos assinados e<br />
conteúdos de marca não<br />
refletem a opinião da Revista<br />
Impacto.<br />
Jornalista responsável:<br />
Enio Dionatam (3368/GO)<br />
Diretora Administrativa:<br />
Márcia Nepomuceno<br />
Fotografias:<br />
Lizi Dalenogari<br />
(FENAJ RP 8961)<br />
Diagramação:<br />
Ricardo Magron<br />
Departamento Comercial:<br />
Ugleiber Ribeiro<br />
(64 9.8127-8588)<br />
COLUNISTAS<br />
Henrique Camargo<br />
Médico Veterinário<br />
CRMV-GO 4993<br />
Clínica Center Vet<br />
Leandra Campos<br />
Barbosa<br />
Ginecologista / Obstetra<br />
CRM GO 15933<br />
Hospital Evangélico de<br />
Iporá<br />
Maurício Ribeiro<br />
Cirurgião Dentista<br />
CROGO 6869<br />
CSI – Clínica da Saúde de<br />
Iporá<br />
Poliana Macedo<br />
Enfermeira Obstétrica<br />
COREN 133920<br />
JN Empresarial<br />
Saulo Menezes<br />
Cardiologista / Pediatra<br />
CRM 3638<br />
Hospital Evangélico de<br />
Iporá<br />
Valdeci Marques<br />
Escritor<br />
Empresa Oeste Goiano<br />
EDITORIAL<br />
Iporá e seus<br />
motivos<br />
de orgulho<br />
Chegamos em Iporá há dois<br />
anos e meio. Mas, com vasta<br />
experiência em diversos meios<br />
de comunicação. Jornal impresso<br />
e digital, assessoria de imprensa<br />
para Prefeituras e profissionais<br />
liberais, mídias digitais e <strong>revista</strong>s.<br />
Atendemos clientes no Brasil e em<br />
Portugal. Temos orgulho da história<br />
que construímos e dos parceiros e<br />
amigos que fizemos.<br />
Dois em especial já falavam da<br />
necessidade de ter uma <strong>revista</strong> de<br />
qualidade na cidade de Iporá. Uma<br />
<strong>revista</strong> que contasse a história, os<br />
costumes, as curiosidades, enfim,<br />
que descobrisse Iporá através de<br />
seu povo e sua cultura.<br />
Diversos profissionais apostaram<br />
na ideia e hoje o sonho se<br />
tornou realidade. Temos orgulho do<br />
produto que estamos entregando<br />
para a sociedade Iporaense.<br />
Nesta edição vamos falar de<br />
história que remonta há milhares<br />
de anos antes de Cristo. Vamos falar<br />
da alegria de ter dois profissionais<br />
iporaenses que, devido aos seus<br />
esforços acadêmicos representarão<br />
nossa cidade nos Estados Unidos.<br />
E ainda, matérias especiais sobre<br />
empresas e especialistas que fazem<br />
parte da nossa comunidade e que<br />
nos orgulham. Vamos falar de<br />
medicina, cuidados com a saúde e<br />
muito mais.<br />
Viaje conosco nessas incríveis<br />
histórias!<br />
Enio Dionatam<br />
De repente... uma dor. Começa quase<br />
sempre leve, aumentando rapidamente<br />
até o limite do insuportável.<br />
Mas, nem sempre. Às vezes já se<br />
inicia intensa, cruel, angustiante...<br />
Corre ao hospital. O diagnóstico vem<br />
célere: Infarto!!! Meu Deus! E agora?<br />
Internação, UTI, medicamentos,<br />
preocupação, sofrimento, dor... e às<br />
vezes morte. Será que essa história<br />
não poderia ser diferente? Em muitos<br />
casos sim. Bastaria que se tivesse<br />
tomado alguns cuidados precoces e<br />
dado ouvidos aos sinais de alarme<br />
que o coração emitiu.<br />
Hoje em dia, por diversas razões, que<br />
passeiam desde o stress (quem atualmente<br />
não sofre stress?), passando<br />
pelos maus hábitos alimentares tão<br />
presentes em nosso cotidiano, chegando<br />
até a inatividade física, - ou,<br />
pior ainda, o “atleta de final de semana”<br />
– e nunca sendo demais ressaltar<br />
a importância maléfica do uso do<br />
cigarro, até mesmo os jovens já apresentam<br />
um risco não desprezível de<br />
lesão nas artérias coronárias e,<br />
consequentemente, de sofrer um<br />
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM).<br />
Afortunadamente, é pouco comum<br />
que o tão terrível infarto ocorra sem<br />
que alguns avisos de perigo sejam<br />
emitidos. O que falta é que saibamos<br />
ouvi-los e interpretá-los.<br />
O mais importante sinal de alerta é<br />
a dor. Dor chamada precordial, ou<br />
seja, é sentida na posição “em cima<br />
do coração”; às vezes irradiando-se<br />
para o braço, o pescoço ou as costas,<br />
nem sempre regular em frequência<br />
e intensidade. Antes pensava-se<br />
que somente as pessoas maduras e<br />
idosas deveriam ser investigadas. E<br />
a demora na realização de exames<br />
diagnósticos ocorria principalmente<br />
se fossem mulheres, pois nelas<br />
era menos comum a ocorrência do<br />
infarto. Hoje, recomenda-se veementemente<br />
a investigação clínica de<br />
qualquer dor precordial, típica ou<br />
não, em todos os que a sintam, jovens<br />
ou idosas, homens ou mulheres. A<br />
investigação da dor precordial<br />
é feita mais comumente<br />
através de um exa-me chamado<br />
“Teste Ergométrico” ou<br />
“Teste de Esforço”. Ou, mais<br />
popularmente, “Exame da<br />
Esteira”.<br />
Feito o diagnóstico, confirmado<br />
a existência de lesões<br />
coronarianas, ou de outra<br />
alteração que leve à isquemia<br />
miocárdica (traduzindo: a<br />
falta de adequada irrigação<br />
sanguínea de parte do coração),<br />
existem diversas opções<br />
de tratamento. Desde a<br />
simples orientação, passando<br />
pelo uso de medicamentos<br />
específicos, chegando-se até<br />
aos procedimentos invasivos,<br />
como a angioplastia (“desentupimento”<br />
da artéria por uma<br />
sonda com balão) ou a revascularização<br />
cirúrgica,<br />
onde a famosa “ponte safena”<br />
é uma das opções.<br />
Saulo Menezes (CRM 3638)<br />
Cardiologista (RQE 8860)<br />
Pediatra (RQE 402)<br />
De toda forma, por mais<br />
assustador que possa parecer<br />
uma cirurgia, é uma possibilidade<br />
remota e sempre melhor,<br />
muito menos traumática e<br />
muito menos perigosa que um<br />
infarto.<br />
A atenção aos pequenos sinais<br />
enviados pelo seu organismo<br />
é frequentemente a melhor<br />
política pessoal de saúde.<br />
O corpo, essa engenhosa e<br />
perfeita máquina que recebemos<br />
de Deus tem seu sistema<br />
de alarme, que virtualmente<br />
nunca é disparado à toa.<br />
Cumpre a nós, como responsáveis<br />
e maiores interessados<br />
em sua adequada manutenção<br />
estarmos atentos ao<br />
alarme e sempre dispostos às<br />
correções. Aí, sim, a história<br />
será sempre diferente.<br />
Foto: Lizi Dalenogari<br />
REVISTA IMPACTO MARÇO - ABRIL<br />
4<br />
2019<br />
5
enfermagem<br />
Durante o trabalho de parto, a mulher tem<br />
direito a um ambiente sossegado, privativo, arejado<br />
e com a presença de seu (a) acompanhante.<br />
Há detalhes que tornam o nascimento dos bebês<br />
mais emocionantes e acolhedores, como:<br />
Luz: O útero é um lugar escuro, e para que os<br />
bebês não sintam uma grande diferença ao<br />
chegar ao mundo, é possível criar um ambiente<br />
com uma iluminação fraca, semelhante a uma<br />
penumbra para a hora do nascimento.<br />
Colo de mãe: No parto humanizado, logo após<br />
o nascimento, o bebê é entregue aos braços da<br />
mãe ainda com o cordão umbilical intacto. É<br />
o primeiro contato direto entre mãe e filho e o<br />
início de uma nova fase de vida para os dois.<br />
Música: A música gera segurança, hospitalidade<br />
e alegria à família. As músicas são escolhidas<br />
pelas mães e podem ser incluídas no plano de<br />
parto.<br />
Corte do Cordão Umbilical: É a melhor representação<br />
física do elo entre mãe e filho. É por ele<br />
que o bebê recebe da mãe nutrientes, anticorpos<br />
e oxigênio.<br />
Foto: Lizi Dalenogari<br />
Parto<br />
Humanizado<br />
“Para mudar o mundo primeiro é preciso mudar<br />
a forma de nascer” - Michel Odent<br />
Muito se fala sobre humanização do parto, mas<br />
poucos compreendem bem o que isso significa.<br />
Não se trata de um tipo de parto, mas, sim, as suas<br />
características. É o respeito à mulher e à família em<br />
formação, em um momento tão especial de suas<br />
vidas. É o respeito ao bebê, que tem direito a um<br />
nascimento sadio e harmonioso. É a qualidade de<br />
atenção ao parto e nascimento, centrados na mulher<br />
e na família. É respeito ao protagonismo dessa<br />
mulher. É respeito à natureza e a fisiologia do parto<br />
e nascimento.<br />
O desejo de toda mãe é que a chegada do seu filho<br />
aconteça de uma forma leve que envolva amor,<br />
afeto e respeito. O parto é um momento de grande<br />
intensidade, uma vivência que marca para sempre a<br />
vida de uma mulher. Neste momento, a mulher terá<br />
a chance de experimentar sensações e sentimentos<br />
que podem fortalece-la como mulher e mãe. A<br />
equipe de profissionais que atendem a mulher e seu<br />
(a) acompanhante devem promover o acolhimento<br />
e ofertar métodos para que o trabalho de parto e<br />
parto sejam ativos.<br />
Posição para ter o bebê: A melhor posição<br />
está ligada ao conforto da mulher e pode variar.<br />
Várias posições são viáveis como de pé, de quatro<br />
apoios, agachada, de cócoras, sentada em banqueta<br />
de parto... o corpo da mulher vai pedir na<br />
hora qual a posição facilitará a saída do bebê.<br />
Água: A água morna tem um grande poder de<br />
aliviar as dores causadas pelas contrações, pois<br />
ajuda o corpo a aumentar a irrigação sanguínea,<br />
diminuir a pressão arterial, e proporcionar o<br />
relaxamento muscular.<br />
Equipe: O bem-estar de uma mulher durante o<br />
parto humanizado também está ligado diretamente<br />
à equipe que a atende. Ela precisa sentir<br />
confiança, apoio e tranquilidade dos profissionais.<br />
Doulas: A palavra doula significa “mulher que<br />
serve”, e durante o parto ela realmente está ali<br />
para ajudar a mulher, oferecendo suporte físico<br />
e emocional, em tudo o que ela precisar.<br />
Local do parto: O parto humanizado diz respeito<br />
a um modelo de assistência, e não tem<br />
relação alguma com o local onde o parto ocorre.<br />
Esse deve ser onde a mulher se sentir segura e<br />
confortável, sendo sua casa, casa de parto ou<br />
hospital.<br />
Poliana Macedo<br />
Enfermeira Obstétrica / Doula<br />
(COREN 133920)<br />
REVISTA IMPACTO MARÇO - ABRIL<br />
6<br />
2019<br />
7
Conteúdo de Marca<br />
Nado Livre completa 25 anos<br />
A história e o legado da Professora Ronis<br />
Fotos: Lizi<br />
Dalenogari.<br />
A infância de Ronis foi<br />
super feliz e agitada. Brincava<br />
com os irmãos e vizinhos na<br />
rua sem nenhuma preocupação.<br />
Mas, toda brincadeira<br />
estava associada à esportes.<br />
Logo na adolescência, foi<br />
destaque em várias modalidades.<br />
Contam que foi a melhor<br />
jogadora de futebol de sua<br />
época. Foi campeã no atletismo.<br />
Jogou também handebol.<br />
E de forma natural foi fazer<br />
Faculdade de Educação Física<br />
incentivada pela amiga Divina<br />
Cunha, que dava aulas de natação<br />
no CRI (Clube Recreativo<br />
de Iporá). Aos 22 anos, formou<br />
na ESEFFEGO. Era 1988 e Ronis<br />
foi uma das primeiras professoras<br />
formadas da cidade.<br />
Trabalhou brevemente<br />
em Goiânia, com atividades<br />
físicas e sociais pelo Governo<br />
do Estado e logo voltou para<br />
Iporá para dar aulas de natação<br />
na AABB, Escola Pinguinho de<br />
Gente (hoje Integração) e CRI.<br />
Implantou a hidroginástica<br />
na cidade e mais do que isso,<br />
implantou a metodologia inovadora<br />
nas aulas como: o uso<br />
de touca, a passagem na ducha<br />
antes de entrar na piscina,<br />
forma de ensinar as práticas<br />
da natação, com brincadeiras,<br />
música, exercícios pedagógicos<br />
e etc... Aprendeu na Faculdade<br />
que a natação tem importância<br />
vital na saúde e bem estar das<br />
pessoas e transmitiu esse<br />
conhecimento aos Iporaenses.<br />
Em 1992, enquanto dava aulas de natação<br />
e hidroginástica na AABB e depois<br />
no CRI, foi orientada por seus alunos a<br />
ter um local próprio, por que muitos não<br />
entendiam a diferença entre aula e lazer.<br />
Com a ajuda do seu pai José Pedro da<br />
Silva, construiu uma piscina adequada<br />
às práticas da natação e hidroginástica.<br />
Começava a Cia Nado Livre e Ronis Aparecida<br />
se tornou a Tia Ronis. Com sucesso<br />
grandioso, chegou a ter 400 alunos<br />
no total. Cada recurso que entrava era<br />
aplicado na construção da academia que<br />
começou a funcionar com equipamentos<br />
do Professor Jaderson Carvalho. A partir<br />
de então, Ronis assume todas as atividades<br />
e continua inovando no setor.<br />
A Nado Livre trouxe o primeiro<br />
Personal Trainer da cidade (Welber<br />
da Mata). Foi a primeira a implantar o<br />
spinning; o Jump com a Professora Cristiane<br />
Oliveira e Zumba com a Professora<br />
Helen Cristina (Zin). Após um período<br />
em Londres/Inglaterra, Ronis volta<br />
com grande determinação para ampliar<br />
a qualidade do trabalho que já era<br />
realizado. Fez reformas e investimentos.<br />
Hoje, não é só a maior e mais lembrada<br />
academia da cidade. Também é referência<br />
nas atividades de musculação<br />
especializada em grupos cardiopatas,<br />
diabéticos, hipertensos, portadores de<br />
necessidades físicas e mentais, crianças,<br />
jovens, adultos e idosos, todos<br />
com ótimos resultados, sob a coordenação<br />
do Professor especialista Vilmondes<br />
Carvalho.<br />
Neste mês de abril de 2019, a<br />
Nado Livre completa 25 anos de funcionamento.<br />
Neste período, mais de 6<br />
mil pessoas passaram por ali e muitos<br />
se tornaram campeões no esporte. Na<br />
natação, temos exemplos do passado<br />
como Cristiane Oliveira (melhor índice<br />
técnico regional) e Marcelo Gonçalves<br />
(finalista do Torneio Gustavo Borges) e<br />
atuais como Mateus Ribeiro Morbeck<br />
Barros e Ana Júllia Vasconcelos, e a<br />
mais nova na categoria mirim 01, Ester<br />
Morbeck. As braçadas na piscina da<br />
Nado Livre sob orientação da Professora<br />
Ronis (como gosta de ser chamada),<br />
foram importantes para se tornarem<br />
campeões no esporte e na vida. Há<br />
muitos anos, realiza duas vezes por ano<br />
o tradicional Festival Interno de Natação<br />
(FestCia), quando não só ensina<br />
seus alunos a nadar, mas também a<br />
competir. Como resultado direto, em<br />
competições estudantis, Iporá já foi<br />
considerada a cidade revelação de atletas<br />
de natação.<br />
Ronis foi também Coordenadora<br />
da turma de Educação Física da<br />
Universidade Estadual de Goiás (UEG),<br />
campus Iporá, e tutora do curso de<br />
Educação Física da Universidade<br />
Federal de Goiás (UFG). Sua academia<br />
recebe estagiários que são acompanhados<br />
por professores registrados no<br />
CREF (Conselho Regional de Educação<br />
Física).<br />
Para celebrar os 25 anos, a Nado<br />
Livre realizou uma Mini Maratona<br />
Ecológica de 5 km. Cada participante<br />
recebeu uma muda de espécie nativa<br />
como Ipê, Flamboyant ou Peroba Roxa<br />
para plantar. O evento registrou a<br />
credibilidade de uma empresa que não<br />
trabalha apenas com a estética corporal.<br />
Trabalha com saúde, bem estar e<br />
autoestima. E tem um inegável legado<br />
para Iporá de pioneirismo, persistência,<br />
credibilidade e promoção social.<br />
A Nado Livre sempre contou e conta<br />
até hoje com uma equipe de excelentes<br />
profissionais, que mantém a tradição<br />
na qualidade dos serviços prestados à<br />
comunidade de Iporá e região.<br />
REVISTA IMPACTO MARÇO - ABRIL<br />
8<br />
2019<br />
9
viagem<br />
SÍTIO<br />
ARQUEOLÓGICO<br />
BURITI<br />
Nossa viagem por uma região rica em<br />
natureza e história<br />
As cinco da manhã já estávamos de<br />
pé, ansiosos pelas atividades do<br />
dia. Pegamos a estrada sentido<br />
Palestina de Goiás debaixo dos primeiros<br />
raios de sol que insistiam em cruzar<br />
uma densa neblina que nos rodeava. Os<br />
vales brancos pela nevoa lembrava os<br />
pampas do sul, mas, escondia as características<br />
próprias do cerrado. De carro,<br />
fomos até certo ponto, após um trecho<br />
de asfalto e outro de estrada de terra. A<br />
pé seguimos, pulando cercas, vigiando<br />
vacas ciumentas de seus filhotes e<br />
cruzando um pequeno, mas caudaloso<br />
córrego com água próximo à cintura.<br />
Alguns metros à frente, um caminho<br />
improvisado nos leva à primeira<br />
emoção da manhã.<br />
Fotos: Lizi Dalenogari.<br />
Chegamos a uma linda<br />
cachoeira com cerca de 20<br />
metros de altura e uma incrível<br />
força que nos hipnotiza.<br />
Na mata fechada que<br />
cerca a piscina natural, o<br />
sol produz incríveis efeitos<br />
em meio a vegetação que<br />
preserva o ponto turístico,<br />
felizmente, preservado. A<br />
água desce com velocidade,<br />
molhando tudo ao redor.<br />
Os mais corajosos se aventuram<br />
por detrás do véu e<br />
mergulham no poço que<br />
ainda não encontraram seu<br />
fundo. Em meio a folhas<br />
amontoadas no ambiente<br />
pouco explorado, uma<br />
cobra desiquilibra nossa<br />
fotógrafa que na busca<br />
pelo melhor ângulo do<br />
arco-íris formado, estava<br />
ajoelhando em cima dela.<br />
Passado o susto, registrado<br />
o momento, hora de passar<br />
novamente nas águas pela<br />
cintura no córrego que se<br />
segue como desemboque<br />
da cachoeira.<br />
Nossa expedição foi<br />
guiada pelo empresário<br />
Uelvis, que quando criança,<br />
brincava entre<br />
achados históricos no sítio<br />
dos avós e ficava fascinado<br />
pelas descobertas de grupos<br />
de estudantes universitários<br />
e mestres do curso<br />
de Arqueologia da PUC-GO<br />
(Pontifícia Universidade<br />
Católica de Goiás). Junto<br />
com outras crianças que<br />
hoje também são grandes<br />
REVISTA IMPACTO MARÇO - ABRIL<br />
10<br />
2019<br />
11
O sítio arqueológico nos<br />
coloca na história de uma forma<br />
muito íntima. A moderna máquina<br />
fotográfica capta pinturas feitas<br />
num tempo muito distante. Era a<br />
forma de registro da época. Nos<br />
faz pensar em passado e presente.<br />
Como viveríamos num tempo sem<br />
nenhum recurso? Ou como eles<br />
viveriam hoje com tantos recurempresários,<br />
Uelvis e seus coleguinhas<br />
participavam da lida<br />
diária do trabalho na roça, e entre<br />
idas e vindas, se esbaldavam nas<br />
águas da região e já ajudavam na<br />
preservação do sítio arqueológico<br />
que fica dentro da propriedade de<br />
seus avós.<br />
A região é ladeada de<br />
córregos e nascentes. Entre vales<br />
encantadores, surgem grandes<br />
paredões de rochas, esculpidas há<br />
milhares de anos pelas forças da<br />
natureza. Mas é o sítio Buriti que<br />
guarda um dos mais imponentes.<br />
O simpático casal Abrão Dias e<br />
Ana Francisca, que comemorou<br />
recentemente bodas de ouro, tem<br />
o privilégio ímpar de ter na frente<br />
de sua casa uma visão que remete<br />
a boas e profundas reflexões sobre<br />
a obra criativa. Um grande bloco<br />
rochoso com mais de 25 metros de<br />
comprimento e que registra mais<br />
de 200 figuras em 31 painéis. A<br />
arte rupestre, com seus elementos,<br />
são muitas vezes os indicativos de<br />
sítios arqueológicos. O local pode<br />
ter sido usado para abrigo e rituais.<br />
E pode ser que grupos diferentes<br />
tenham ocupado o mesmo local<br />
em épocas distintas.<br />
Nosso interesse foi despertado<br />
pela notícia de que bem próximo<br />
do Córrego Buriti Feio foram descobertos<br />
importantes sítios arqueológicos<br />
ocupados inicialmente<br />
por grupos caçadores-coletores e<br />
posteriormente por ceramistas. Ao<br />
chegar ali, o casal nos recebe com<br />
um delicioso café acompanhado<br />
de quitutes caseiros. Para lavar as<br />
mãos, usamos a água corrente de<br />
uma bica que passa no fundo da<br />
cozinha. Ambiente rural com água<br />
e ar puro. E na frente da casa, um<br />
tesouro arqueológico.<br />
Algumas pinturas servem<br />
para nós como um exercício<br />
de descobertas. São imagens que<br />
tiveram um grande significado<br />
para quem pintou, pois retratou<br />
um acontecimento de sua vida.<br />
Mas, para nós, leigos admiradores,<br />
adquirem formas e representações<br />
de acordo com cada um que vê.<br />
É como imaginar figuras ao ver<br />
nuvens.<br />
A presença humana foi<br />
registrada no paredão rochoso. De<br />
forma geral, as figuras geométricas<br />
e de peixes são as mais visíveis.<br />
Um dos destaques das manifestações<br />
dessa região é a presença de<br />
figuras pequenas em movimento e<br />
em perfil. Embora as cenas sejam<br />
raras, elas representam atividade<br />
de caça, dança e de cotidiano familiar.<br />
Em algumas partes, há sobreposições<br />
de gravuras de sinais<br />
pintados em carmim. Os blocos<br />
rochosos contém amoladores fixos<br />
e pilões que sugerem o uso de<br />
plantas nativas e preparo de tintas.<br />
Também há representações de veados,<br />
peixes, macacos e numerosas<br />
figuras que não dá para afirmar<br />
com certeza o que é. Alguém sugeriu<br />
até uma nave espacial que os<br />
habitantes do local teriam visto e<br />
registrado.<br />
Paredão de rochas com pinturas rupestres<br />
sos? Cada qual em sua época, teve<br />
a oportunidade de captar com a<br />
melhor máquina do mundo, os<br />
olhos, uma natureza imponente<br />
e até intimidadora quando vista<br />
do alto do paredão. O projeto de<br />
pesquisa da Universidade protege<br />
enquanto ensina. A área é cercada<br />
e identificada. Não há sinais de<br />
depredação humana. E quem diria<br />
que o agente destruidor tem sido a<br />
própria natureza com chuvas, ventos,<br />
vespas, abelhas...<br />
A grandiosidade do paredão<br />
e sua riqueza arqueológica nos<br />
motiva a desbravar mais as redondezas.<br />
Numa curta caminhada,<br />
chegamos a outra cachoeira. Menor,<br />
porém tão linda como a outra. Em<br />
uma grande calçada natural de<br />
pedras, a água corre sem compromisso,<br />
formando pequenas<br />
banheiras para logo à frente descer<br />
por cerca de 5 metros num refrescante<br />
oásis rodeado de vegetação<br />
nativa.<br />
O Sítio Buriti está há muitos<br />
anos nas mãos da mesma família.<br />
Seu Abrão e Dona Ana, são amigos<br />
da natureza. Não só preservam<br />
o que a natureza lhes deu,<br />
construído há milhares de anos,<br />
como plantam espécies nativas e<br />
controlam a quantidade de pessoas<br />
que vão até o local. Frequentemente,<br />
recebem grupos de estudantes de<br />
Arqueologia que fazem suas aulas<br />
práticas no vale abençoado por<br />
Deus. Construíram uma estrutura<br />
para hospedagem e servem todas as<br />
refeições, feitas com capricho pela<br />
experiente cozinheira com produtos<br />
colhidos ali mesmo. É possível a<br />
visitação com agendamento. Distante<br />
45 km de Iporá, a região pode<br />
se tornar um roteiro turístico com<br />
visitação guiada aos sítios arqueológicos<br />
com pinturas rupestres,<br />
caminhadas, cavalgadas e passeios<br />
inesquecíveis a cachoeiras e vales<br />
rochosos.<br />
MAKING OFF<br />
Veja o making off desta<br />
matéria em nosso instagram:<br />
<strong>revista</strong><strong>impacto</strong>iporago<br />
Mais Informações<br />
Informações sobre visitações<br />
somente pelo whatsapp:<br />
(64) 9.9951 - 2533<br />
A arqueologia na<br />
região de Palestina<br />
de Goiás<br />
O município de Palestina<br />
de Goiás esconde tesouros<br />
históricos, pouco conhecidos<br />
da grande população. Sua<br />
constituição é recente. Foi<br />
emancipado de Caiapônia em<br />
1987. Mas, sua região é rica<br />
em detalhes que contam a<br />
história de povos que habitaram<br />
o local há centenas de<br />
anos. A ocupação mais recente<br />
de grupos indígenas data do<br />
fim do século XIX e início do<br />
século XX, quando houve vários<br />
confrontos entre os grupos<br />
Kayapó (Caiapó) e pequenos<br />
grupos de colonos e fazendeiros.<br />
Até o início da década de<br />
1970, o Estado de Goiás ainda<br />
não havia realizado estudos<br />
arqueológicos. Numa colaboração<br />
entre o Instituto Goiano<br />
de Pré-História e Antropologia<br />
da PUC-GO e o Instituto<br />
Anchietano de Pesquisas da<br />
Universidade do Vale do Rio<br />
dos Sinos (UNISINOS/RS), em<br />
1972, foi proposto e iniciado a<br />
execução do Programa Arqueológico<br />
de Goiás (PAG), que<br />
propunha fazer conhecer uma<br />
primeira amostra das culturas<br />
pretéritas. Uma das regiões<br />
pesquisadas foi a região de<br />
Caiapônia.<br />
O complexo arqueológico<br />
de Palestina de Goiás está<br />
sendo pesquisado atualmente<br />
por meio do projeto de<br />
pesquisa intitulado: Patrimônio<br />
Arqueológico da Região<br />
Sudoeste de Goiás, sob coordenação<br />
científica da Professora<br />
Sibeli Viana. O projeto<br />
é financiado pela PUC Goiás,<br />
CNPQ e FAPEG.<br />
Este é apenas um dos sítios<br />
arqueológicos na região. O<br />
Mestre Arqueólogo/Biólogo<br />
Alfredo Palau Peña explicou<br />
em sua monografia que o<br />
Sítio Buriti foi identificado<br />
pela primeira vez na segunda<br />
etapa do PAG, denominada<br />
como etapa Caiapônia, com o<br />
objetivo principal de estudar<br />
os abrigos com representações<br />
rupestres da margem esquerda<br />
do rio Caiapó, no então<br />
município de Caiapônia, onde<br />
nos interflúvios do córrego do<br />
Ouro e Torres do rio Bonito<br />
foram identificados, 42 sítios<br />
arqueológicos, 15 assentamentos<br />
na margem direita do<br />
rio Bonito e 27 na drenagem<br />
do córrego do Ouro. Somente<br />
o Sítio Arqueológico Buriti<br />
serviu de inspiração para sete<br />
monografias de conclusão<br />
de curso entre 2009 e 2010<br />
nos temas lítico, cerâmica e<br />
arte rupestre. Placas indicativas,<br />
instaladas pelo projeto,<br />
indicam que o sítio faz parte<br />
do Patrimônio Cultural e está<br />
protegido pela Constituição<br />
Brasileira por lei federal. A<br />
cronologia do sítio foi identificada<br />
a partir da Camada<br />
3, que acusou datação de<br />
4.455±115 AP (SI-6743), com<br />
materiais arqueológicos restritos<br />
ao lítico e ao carvão. Um<br />
registro com mais de 4 mil<br />
anos de história.<br />
REVISTA IMPACTO MARÇO - ABRIL<br />
12<br />
2019<br />
13
obstetrícia<br />
A seriedade de<br />
um parto assistido<br />
A segurança do parto feito em unidade hospitalar<br />
Aquele atraso menstrual não é normal! Teste de<br />
farmácia... Positivo. Outro teste de farmácia, só<br />
pra ter certeza... Positivo. Mas será mesmo? Corre<br />
para o Ginecologista e agora o teste positivo veio no<br />
exame de sangue!<br />
Aí começa o pré-natal. Nesta primeira consulta<br />
é muito importante solucionar todas as dúvidas,<br />
compartilhar suas ansiedades, cumprir todas as orientações<br />
de seu médico e fazer seus exames para ter<br />
segurança que seu corpo está bem para a gestação e<br />
certificar-se que o bebê também esteja bem.<br />
Nos próximos meses, a atenção a sua saúde e a do<br />
bebê devem ser prioridades. É durante as consultas<br />
que saberá se tem doenças silenciosas e prevenir<br />
outras que podem te prejudicar ou prejudicar o<br />
neném. A nova mãe será preparada psicologicamente<br />
para a maternidade e orientada sobre nutrição,<br />
hábitos de vida e higiene, medicações que<br />
não podem ser usadas. É o primeiro carinho no seu<br />
príncipe ou princesa.<br />
E o tempo passa tão rápido que chega a hora de ver<br />
o rostinho do neném pela primeira vez. Malinha<br />
pronta, roupinhas escolhidas, família avisada, e<br />
vem aquele “medo” do parto. É bom saber a importância<br />
de ter médicos especialistas nas áreas de<br />
pediatria, ginecologia e obstetrícia, e se for o caso<br />
também do anestesista, acompanhando tudo na<br />
sala do parto para diminuir a mortalidade materno<br />
e fetal. Cada um tem seu papel que não pode ser<br />
desconsiderado de forma alguma.<br />
Agora vamos falar de parto no hospital ou em outro<br />
ambiente como na casa da família. Durante muitos<br />
anos, sempre que se percebia a “hora chegando”, as<br />
parteiras eram chamadas. Vimos muitos filmes com<br />
elas chegando autoritárias e dizendo: “Tragam água<br />
morna e toalhas!”. A triste realidade é que, segundo<br />
o IBGE, a taxa de mortalidade infantil nos anos<br />
40/50 era de 146,6 óbitos por 1000 nascidos vivos.<br />
Para você ter uma ideia do altíssimo índice, neste<br />
mesmo período, os EUA registraram 31,57/1000.<br />
Com o tempo, os partos sendo bem monitorados,<br />
tanto normal quanto cesáreas, ficaram cada vez<br />
mais seguros, e as famílias receberam cada vez<br />
mais informações. A taxa de mortalidade infantil<br />
retrocedeu significativamente para 12,8 mortes por<br />
Foto: Lizi Dalenogari.<br />
Leandra Campos Barbosa<br />
CRM GO 15933<br />
Ginecologista / Obstetra<br />
Pós Graduanda em Sexologia<br />
1000 nascidos vivos em 2017. Esses números<br />
nos ensinam uma lição muito importante: a<br />
gravidade de escolher um ambiente domiciliar<br />
em detrimento do hospitalar.<br />
A FEBRASGO, Federação Brasileira das Associações<br />
de Ginecologia e Obstetrícia, informa<br />
que, “para reduzir os riscos, o parto domiciliar<br />
deve ter uma boa maternidade de retaguarda<br />
próximo ao local com uma equipe preparada<br />
para um atendimento de urgência, ciente que o<br />
parto esteja ocorrendo e um meio de transporte<br />
adequado (ambulância) na porta da casa. Deve<br />
ser realizado, ou ter a presença no local, de um<br />
médico obstetra experiente e de um médico<br />
pediatra para a recepção do recém nato.”<br />
Então, papais, mamães, vovós, titias, amigas,<br />
esqueçam os “modismos” e as práticas experimentais.<br />
Dentro do hospital existe todo um<br />
ambiente preparado, com profissionais especializados<br />
e tecnologias disponíveis para fazer<br />
daquele momento algo único, seguro, mágico,<br />
inesquecível e muito feliz.<br />
REVISTA IMPACTO MARÇO - ABRIL<br />
14<br />
2019<br />
15
história<br />
O circo foi embora.<br />
Ele ficou em Iporá.<br />
A história do palhaço Tirola<br />
Essa nossa gente tem histórias<br />
apaixonantes. Não cansamos de ir<br />
em busca do que tantas famílias já<br />
viveram nesta terra de águas claras,<br />
terra de boa comida, de gente que<br />
desfruta de bebidas, que sabe viver<br />
e contar histórias... Tocar, cantar e<br />
dançar... Iporá é diferente, de épica<br />
vinda de muitos e que aqui se misturam,<br />
para sonhar e tentar fazer<br />
deste sonho algo real.<br />
A terra da folia de reis, da catira e dos<br />
que gostam de cavalgar foi atraindo<br />
gente. Vieram do nordeste e de Minas<br />
Gerais. Muitos da região de Rio<br />
Verde, que já era um pouco mais<br />
habitado, exportando aventureiros<br />
para a região vizinha. Quem aqui<br />
chegava, vinha de carro de bois ou de<br />
burro! E com esse mesmo burro ou<br />
mula foi transitar em nosso cerrado<br />
e matas. São diversas histórias... Temos<br />
a paixão do homem pela mulher.<br />
É o caso que passamos a narrar.<br />
Valdemar de Almeida chegou em<br />
Iporá como palhaço em um dos<br />
primeiros circos que apareceram na<br />
cidade. Era o palhaço Tirola, muito<br />
comunicativo e divertido. No dia da<br />
apresentação do circo em Iporá, uma<br />
das pessoas que estava na plateia<br />
era a Luíza Ricardo da Silva, filha<br />
de Boaventura Ricardo da Silva e<br />
Julieta Mendes da Silva, casal que era<br />
fazendeiro na Fazenda Santa Marta.<br />
Entre o palhaço Tirola e a jovem<br />
Luíza surgiu um relacionamento de<br />
amor que fez com que o funcionário<br />
do circo não mais acompanhasse<br />
aquela companhia de diversões.<br />
Tirola ficou morando em Iporá e foi<br />
marcante na sociedade iporaense, em<br />
várias profissões, todas simples.<br />
Tirola nasceu em Minas Gerais (Patos)<br />
e com 12 anos deixou a casa dos<br />
pais, fugindo de uma madrasta que<br />
era má. Casou muito cedo, mas foi<br />
traído pela esposa e, contrariado com<br />
muitos daquela cidade mineira, deixou<br />
um casamento no qual tinha três<br />
filhos e foi acompanhar o circo, como<br />
funcionário e a tarefa de alegrar o<br />
público. Em Iporá, identificou-se<br />
muito com o nosso povo, tendo sido,<br />
inclusive, amigo de ex-prefeitos. De<br />
Ariston Gomes ganhou um lote no<br />
meio do cerrado onde se tornaria o<br />
Bairro Mato Grosso. Morou muitos<br />
anos na Avenida José Cândido Vieira.<br />
Para a Prefeitura trabalhou demarcando<br />
os lotes do bairro onde foi um<br />
dos primeiros moradores, juntamente<br />
com Quintino (que daria nome<br />
a avenida) e Dona Orlinda, a casa de<br />
Dona Benedita e a de Dona Rufina.<br />
Trabalhando em diversas atividades,<br />
até vendendo espetinho na Festa de<br />
Maio, Tirola criou a família. Com a<br />
mulher que conheceu na noite de<br />
apresentação do circo, teve os filhos:<br />
Ricardo, Valdemir, Fátima, Valquíria,<br />
Valdemar, Aparecida, Luzimar, William<br />
e Euza, quase todos presentes<br />
na sociedade iporaense.<br />
História bonita, não é? Pois é. Mas<br />
são muitas.... Tem tantas outras.<br />
Pretendemos contar por aqui e, mais<br />
tarde, inserir no livro: “A Formação<br />
da Sociedade Iporaense”, que pretendemos<br />
publicar. Um abraço! Até a<br />
próxima.<br />
Valdeci Marques<br />
Escritor<br />
REVISTA IMPACTO MARÇO - ABRIL<br />
16<br />
2019<br />
17
Saiba mais em: saude.gov.br/tuberculose<br />
#BRASILSEMTUBERCULOSE<br />
TOSSE POR TRÊS SEMANAS OU MAIS É O PRINCIPAL SINTOMA.<br />
Com mais de 70 MIL NOVOS CASOS<br />
por ano, a tuberculose é uma doença<br />
que ainda existe e tem cura se o<br />
tratamento for feito até o final.<br />
Fique atento aos sintomas.<br />
PROCURE UMA UNIDADE<br />
DE SAÚDE.<br />
18 19<br />
REVISTA IMPACTO MARÇO - ABRIL 2019
tecnologia<br />
veterinária<br />
Aplicativos<br />
Hoje há aplicativos para acessar bancos, para comprar móveis, eletrodomésticos, para escolher<br />
destino de viagens, para saber como está o trânsito, jogos, e aplicativos extremamente inúteis<br />
como um que simula um ventilador (e é só isso mesmo – você escolhe um tipo de ventilador e ele<br />
começa a girar). Mas tem alguns aplicativos que realmente resolvem a vida das pessoas.<br />
Selecionamos dois que são excelentes.<br />
Gripe canina?<br />
Diversos casos na região tem<br />
preocupado especialistas<br />
Vamos conversar sobre algo que pode ser novo na<br />
rotina de cuidados com seus leais amigos de quatro<br />
patas. A vacinação contra a raiva já está no calendário<br />
do seu pet, assim como as datas para vermifugação<br />
e os cuidados contra pulgas e carrapatos.<br />
Que tal incluir também a prevenção da Gripe<br />
Canina? Sim! Nossos cães também ficam “gripados”.<br />
Chamamos assim porque a bactéria Bordetella<br />
bronchiseptica, causadora da Traqueobronquite<br />
Infecciosa, que chamamos de “Tosse dos Canis”,<br />
debilita o sistema imunológico do animal causando<br />
sintomas parecidos com a gripe humana.<br />
Tosse contínua (pode ser confundida com engasgos<br />
e provocar vômitos), coriza ou corrimento nasal,<br />
espirros, febre, letargia e falta de apetite são alguns<br />
dos sintomas. Sem atenção adequada o quadro pode<br />
ser agravado chegando até mesmo a pneumonia.<br />
Um em especial nos encantou.<br />
O Be My Eyes. Ele foi<br />
criado para ajudar pessoas<br />
cegas ou com visão<br />
limitada a encontrar uma<br />
comunidade de pessoas<br />
sem deficiência para ajudar<br />
nas tarefas simples do dia a<br />
dia. Eles dão auxílio visual<br />
em diversas situações. Por<br />
exemplo, uma pessoa cega<br />
que precisa combinar cores<br />
de roupas, aciona o aplicativo<br />
e entra em contato com<br />
alguém cadastrado. Através<br />
da câmara mostra as opções<br />
e o voluntário pode ajudar<br />
na escolha. O aplicativo é<br />
gratuito e está disponível<br />
para celulares com iOS ou<br />
Androide. É possível receber<br />
auxílio em mais de 180 idiomas<br />
e contar com uma rede<br />
de assistência visual de mais<br />
de um milhão de voluntários.<br />
As opções são inúmeras<br />
e tem um papel importante<br />
na inclusão social de pessoas<br />
com deficiência visual.<br />
Outro que tem conquistado<br />
o bolso dos goianos é o Olho<br />
na Bomba. De iniciativa do<br />
Ministério Público do Estado<br />
de Goiás em parceria com a<br />
Universidade Federal de Goiás,<br />
o aplicativo permite que o<br />
consumidor conheça em tempo<br />
real os preços praticados pelos<br />
postos revendedores de combustíveis<br />
de todo o Estado de<br />
Goiás. Além de outras funções,<br />
também é possível identificar os<br />
postos e os preços praticados no<br />
trajeto que se pretende percorrer.<br />
A Lei Estadual 19.888/17<br />
obriga os postos a comunicar<br />
imediatamente ao MPGO<br />
todas as alterações de valores<br />
cobrados e se encontrar alguma<br />
divergência, o consumidor ainda<br />
pode denunciar. Esse aplicativo<br />
contribui muito<br />
com a economia.<br />
Henrique Camargo<br />
Médico Veterinário<br />
CRMV-GO 4993<br />
Pós Graduado em Clínica Médica e<br />
Cirúrgica de Pequenos Animais<br />
Pós graduando em Ortopedia<br />
Não se assuste! Os cuidados para evitar que seu pet<br />
fique doente são bem simples. Primeiro, não deixe<br />
que tenham contato com animais infectados. O local<br />
que eles ficam deve ser limpo, arejado e sem umidade.<br />
Fortaleça o sistema imunológico de seu animal.<br />
Leve-o para se consultar regularmente com um<br />
Médico Veterinário. Siga todas as instruções dele,<br />
incluindo a escolha da ração indicada para seu<br />
peludo.<br />
E não deixe de vacinar seu pet. A vacina Bronchi-<br />
Guard é indicada para cães sadios, a partir de 8<br />
semanas de idade.<br />
Agora, se seu animal já está infectado, consulte um<br />
Médico Veterinário o quanto antes. O diagnóstico<br />
preciso é muito importante para que se faça o tratamento<br />
adequado para cada caso. Não use medicações<br />
“caseiras”, para humanos ou indicados por pessoas<br />
que não são Veterinários. O que deu certo para<br />
um animal pode não dar para o seu e causar ainda<br />
mais danos, piorando o quadro consideravelmente.<br />
No início do tratamento, não se surpreenda se o<br />
animal ainda se mostrar cansado, com desconforto<br />
e desanimado. Por isso, não force atividades físicas.<br />
Com os devidos cuidados, ele se recuperará rapidamente.<br />
REVISTA IMPACTO MARÇO - ABRIL<br />
20<br />
2019<br />
21
Ent<strong>revista</strong><br />
Iporaense é o novo Secretário<br />
Estadual de Cultura<br />
Edival Lourenço é um dos principais nomes da literatura nacional. O iporaense, de família<br />
tradicional e infância pobre, foi na contramão da sua geração ao se interessar logo na infância<br />
pela leitura e escrita. Motivado pelas histórias que ouviu do antigo Almanaque Fontoura, Edival<br />
galgou os desafios e se destacou em funções importantes na Caixa Econômica Federal. Mas, sua<br />
grande paixão sempre foi a cultura. De perfil técnico, foi escolhido pelo Governador Ronaldo<br />
Caiado para ser o Secretário Estadual de Cultura. Nesta ent<strong>revista</strong> exclusiva, o escritor conta<br />
detalhes fantásticos de sua trajetória que sempre levou o nome de Iporá.<br />
Qual a origem da sua família e como chegaram<br />
em Iporá?<br />
Edival Lourenço: Por parte de mãe, minha<br />
família é oriunda de São Paulo. Os Paes de Gouveia<br />
teriam vindo nas primeiras levas da colonização.<br />
Teriam sido donos de sesmarias – grandes extensões<br />
de terras com documentos da igreja. O<br />
doador das primeiras terras para fundar a cidade<br />
de Iporá foi Quinca Paes, um tio do meu avô. Quando<br />
nasci, as propriedades de terras da família estavam<br />
só na memória. Era um povo muito humilde e<br />
pobre. Meu pai é da família Lourenço, que veio na<br />
década de 1930 da região rural de Patos de Minas.<br />
Minha mãe casou muito jovem, aos 15 anos, meu<br />
pai com 25. Meus pais sempre viveram como agregados<br />
de fazendas. Minhas primeiras lembranças<br />
são rurais, às margens do ribeirão Tamanduá, que<br />
hoje forma o lago da cidade de Iporá. Aos 4 anos,<br />
nos mudamos para uma fazenda ao sopé do Morro<br />
do Macaco. Entre os 6 e 10 anos, vivemos em algumas<br />
fazendas entre Diorama e Jaupaci. Conheci a<br />
movimentação dos garimpos de diamante no Rio<br />
Claro.<br />
Como foi sua infância e o primeiro contato com<br />
a leitura?<br />
Quando contava com mais ou menos oito anos<br />
de idade, houve um fato que foi decisivo para que<br />
eu viesse a estudar e tentar a sorte na Literatura.<br />
A gente morava num rancho de folhas de palmeiras,<br />
afastado de vizinhos. Naquele tempo e lugar,<br />
o normal era que ninguém soubesse ler e escrever,<br />
a não ser os patrões. Minha mãe não lia, meu<br />
pai apenas soletrava, mas tinha dificuldades em<br />
reunir as sílabas em palavras, numa espécie de<br />
gagueira pré-leitura. Às margens do Rio Claro, no<br />
Oeste Goiano, meu destino, como o das demais<br />
crianças, parecia já bem definido: seria analfabeto<br />
e trabalhador rural sem-terra, como meus<br />
pais. Um belo dia um divulgador do Biotônico<br />
Fontoura passou por lá. Fez degustação com uma<br />
colherzinha de chá da tintura para cada um de<br />
nós. Achei gostoso. Nem parecia remédio, pois os<br />
que minha mãe fazia de casca, raiz ou folha eram<br />
sempre amargos ou de gosto horrível.<br />
Me viu magrelo o homem e logo argumentou<br />
que o remédio era bom pra abrir o apetite,<br />
e tal. Como meu pai não tinha dinheiro para a<br />
aquisição, rebateu com uma frase de espírito:<br />
“Apetite ele tem. Até demais. O que falta é comida.”<br />
Sem jeito de realizar a venda, o homem ficou por<br />
ali esperando que saísse qualquer coisa pra comer.<br />
Meu pai caprichou: jogou um pedaço de pau no<br />
pescoço de um frangote que ciscava na larga, que<br />
ele acertou de primeira, um cachorro de porta foi<br />
lá e buscou e minha mãe preparou com molho<br />
de açafrão. O feijão já estava cozido na trempe lá<br />
fora e o arroz pilado e lavado na cuia. O assunto<br />
com meu pai parecia esgotar e para não ficar à toa<br />
enquanto esperava, ele puxou de uma revistinha<br />
e começou a ler pra mim umas charadas do tipo o<br />
que é, o que é: nasce em pé e corre deitado? Passou<br />
para umas historinhas, que vim saber mais tarde<br />
que eram de Monteiro Lobato. Fiquei encantado:<br />
como podia alguém correr os olhos sobre aquelas<br />
fileiras de formiguinhas mortas em cima do papel<br />
e ir falando coisas que eu achava tão bonitas?!<br />
Depois do almoço, após elogiar a hospitalidade,<br />
o molho de frango e meu interesse pela leitura, ele<br />
se foi. E para meu júbilo deixou um exemplar do<br />
Almanaque. Como prestara atenção na leitura eu<br />
repetia em voz alta as charadas e as historinhas.<br />
Sempre que havia oportunidade de encontrar<br />
alguém eu sacava logo do Almanaque, que levava<br />
no embornal e “lia” para os interlocutores. Todo<br />
mundo fingia achar que eu sabia ler. Hoje sei que é<br />
fingimento porque nunca me chamaram para ler<br />
algum bilhete ou carta que parentes houvessem<br />
mandado.<br />
Então, você se interessou pela leitura antes<br />
mesmo de aprender a ler?<br />
A partir daquela experiência, como efeito colateral<br />
do remédio, adquiri e reforcei a convicção<br />
de que eu iria estudar ainda, aprender a ler de<br />
verdade e escrever histórias como aquelas. Ninguém<br />
acreditava nisso, além de mim. Não existiam<br />
escolas nas redondezas, nem recursos havia para<br />
que eu fosse pra perto de uma delas. Meu pai não<br />
ia deixar seu meio de vida no sertão. Mas a roda da<br />
vida foi girando, orientada por esse propósito.<br />
Estávamos na casa do fazendeiro, ouvindo<br />
rádio. O Repórter Esso anunciou com estardalhaço<br />
que Fidel Castro vencera a Revolução Cubana e estava<br />
distribuindo terras aos trabalhadores rurais.<br />
Meu pai fez um comentário inconveniente: O Brasil<br />
tá precisando é de um caboclo macho desses.<br />
Almanaque produzido e<br />
distribuído por décadas<br />
pelo Biotônico Fontoura.<br />
O fazendeiro ficou assustado e determinou que<br />
a gente desocupasse suas terras, logo que fizesse a<br />
colheita, no final de março. Meu pai teve dificuldades<br />
de achar outro local para ser agregado, pois<br />
as informações sobre ele agora eram ruins. Além<br />
disso, meu pai ficou doente, que depois soubemos<br />
que era mal de chagas e não tinha condições de<br />
trabalhar. Então mudamos para um sítio do irmão<br />
de meu pai, em Jacinópolis, a uns 8 km de Iporá.<br />
De tal sorte que em 1963, aos 11 anos, com a venda<br />
de minha parte numa colheita de feijão, comprei<br />
meu primeiro enxoval de estudante e entrei para<br />
o curso primário no Grupo Escolar Israel de<br />
Amorim, em Iporá. Acho que foi um milagre. O<br />
que posso fazer para beatificar o Almanaque do<br />
Biotônico Fontoura?<br />
Desse início pouco promissor, como chegou à<br />
Caixa?<br />
Mesmo depois de começar a estudar, continuei<br />
trabalhando parte do dia na roça. Fui uma criança<br />
muito solitária, pois minha irmã só nasceu quando<br />
eu já contava com 12 anos e meu pai morreu logo<br />
em seguida. Quando terminei o curso básico em<br />
Iporá, por caridade de uma tia-avó, mudei-me<br />
para Goiânia. Fui trabalhar numa escola como<br />
faxineiro e estudar o segundo Grau no Colégio<br />
Pedro Gomes. Em 1972, passei no concurso da<br />
Caixa Econômica Federal, mas só tomei posse em<br />
1975. Eu tinha verminose e demorei a conseguir<br />
ser aprovado nos exames admissionais. Trabalhei<br />
na Caixa até me aposentar. Formei-me em Direito<br />
e Marketing. Ocupei várias funções na Caixa.<br />
REVISTA IMPACTO MARÇO - ABRIL<br />
22<br />
2019<br />
23
foram adotados em Vestibulares e várias teses já<br />
foram escritas sobre eles. O romance, A Centopeia<br />
de Neon, já está na sétima edição. Escrevo<br />
crônicas para jornais desde 1989.<br />
Como foi o convite para chegar ao Governo do<br />
Estado e se tornar Secretário de Cultura?<br />
Dentre elas, de Instrutor Gestorial e Gerente de Comunicação<br />
e Marketing. Fui assessor do Presidente<br />
da CEF, Paulo Mandarino. Mesmo trabalhando na<br />
Caixa, ocupei algumas funções na área Cultural.<br />
Fui diretor da UBE, Membro do Conselho Estadual<br />
de Cultura. Depois que me aposentei, intensifiquei<br />
meu trabalho com entidades culturais, seja na UBE,<br />
onde fui eleito presidente, seja como secretário da<br />
Academia Goiana de Letras. Durante 10 anos fui<br />
co-produtor e co-apresentador do programa Raízes<br />
– Jornalismo Cultural, na PUCTV.<br />
Como foi o início da militância na cultura e na<br />
literatura?<br />
Ainda muito jovem, assim que aprendi as<br />
primeiras letras, comecei a escrever poemas e<br />
pequenos textos. Mas só aos 30 anos publiquei meu<br />
primeiro livro, uma coletânea de poemas, intitulado<br />
Estação do Cio. Enquanto estudava em Iporá, li<br />
muito, e estudei gramática e versificação, sempre<br />
sob a orientação da professora Dahir Evangelista de<br />
Araújo.<br />
E como artista, quais foram as principais<br />
conquistas alcançadas e prêmio recebidos?<br />
Paralelamente à vida de bancário, fui tocando<br />
a vida de escritor. Não dava para viver só<br />
de literatura. Ao longo do tempo, fui colecionando<br />
prêmios regionais e nacionais. Ganhei o prêmio<br />
Cora Coralina, O Bolsa Hugo de Carvalho Ramos,<br />
Troféu Tiokô, Prêmio Nacional de Crônicas de Campos<br />
do Jordão, Comenda Jorge Amado, Prêmio Nacional<br />
de Romance do Paraná, finalista do prêmio<br />
Casa das Américas em Cuba, Troféu Jaburu, Prêmio<br />
Jabuti de Romance, dentre outros. Alguns livros<br />
Há alguns anos, sempre em início de Governo,<br />
meu nome é lembrado pela imprensa, para<br />
ocupar a pasta da Cultura. Com a eleição do Dr.<br />
Ronaldo Caiado, a cena se repetiu. Como<br />
não tenho militância política, pensei que meu<br />
nome não passaria de especulações. No entanto,<br />
na noite de véspera de Natal, eu estava em Iporá,<br />
com meus familiares, o Governador me ligou fazendo<br />
o convite. Ele disse que a escolha é técnica.<br />
Quais as principais metas à frente da Secretaria<br />
Estadual de Cultura?<br />
Dentro de nossas limitações orçamentárias,<br />
até agora estamos trabalhando para manter em<br />
funcionamento nossas atividades culturais em<br />
espaços como Teatro Goiânia, Vila Cultural Cora<br />
Coralina, Centro Cultural Martim Cererê, Cine<br />
Cultura, Cineteatro São Joaquim, Centro Cultural<br />
Octo Marques e Centro Cultural Oscar Niemeyer.<br />
Também estamos com a programação bem<br />
encaminhada para a realização de nossos grandes<br />
festivais, que são o Fica, o Canto da Primavera e o<br />
TeNpo (Festival de Teatro Nacional de Porangatu).<br />
Estamos pensando em um novo modelo<br />
de realização destes festivais, com ampliação da<br />
atividade com gastos menores. Além de voltar os<br />
festivais para suas origens, com direcionamento<br />
da sua finalidade para os objetivos de fato da<br />
ideia, vamos incluir, dentro de todos eles, discussões<br />
sobre seu legado e planejamento futuro,<br />
dando oportunidade para os participantes<br />
opinarem. Precisamos dimensionar melhor o<br />
alcance e a significação destes festivais para a<br />
sociedade.<br />
O grande aspecto que o Governador Ronaldo<br />
Caiado quer valorizar, e ele falou sobre isso logo<br />
em nossa primeira conversa, é a necessidade<br />
de trabalhar nos processos de interiorização e<br />
exteriorização da Cultura Goiana. Em primeiro<br />
lugar, é fundamental dar atenção para as ações<br />
culturais que ocorrem fora dos grandes centros.<br />
O estado precisa ser indutor nesse processo,<br />
mas não no sentido de ser colonizador. A ideia é<br />
fazer a identificação da ação cultural nas menores<br />
comunidades, nos rincões perdidos nos vãos<br />
das serras, e possibilitar que esse fazer cultural<br />
seja valorizado e incentivado. Também é possível<br />
pensar na preservação e resgate de atividades<br />
culturais quase perdidas, sejam elas materiais ou<br />
imateriais. Essas são algumas ideias que estamos<br />
trabalhando e nossa equipe já está circulando o<br />
interior de Goiás iniciando esse processo.<br />
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IF Goiano<br />
também é aluno do Professor Eduardo.<br />
E foi Eduardo que viu o potencial de Rowberta<br />
e Matheus. Em uma viagem aos Estados<br />
Unidos, conheceu o projeto da Camphill Village em<br />
Nova York. A Camphill Village é uma organização<br />
não-governamental que dirige com apoio de<br />
voluntários uma fazenda na cidade de Copake, NY.<br />
No local, moram diversas pessoas com necessidades<br />
especiais. Os voluntários, vindos de várias partes<br />
do planeta, cuidam destes moradores e participam<br />
das atividades agrícolas, em especial a agricultura<br />
biodinâmica*. Matheus e Rowberta participaram de<br />
um edital e foram aprovados para um estágio de seis<br />
meses na Camphill Village que inicia em julho de<br />
2019.<br />
Camphill Village<br />
Alunos do IF Goiano farão<br />
estágio nos Estados Unidos<br />
Idades diferentes. Objetivos iguais. Vidas opostas.<br />
Paixão compartilhada. Rowberta e Matheus<br />
são iporaenses, alunos do 9º período do curso de<br />
Agronomia do IF Goiano (Campus Iporá). Suas vidas<br />
em família sempre foram ligadas ao campo. Desde<br />
cedo, ambos lidaram com os desafios e o duro<br />
trabalho da vida na roça. Rowberta é menina da<br />
fazenda que casou com homem de fazenda. Matheus<br />
cresceu de fazenda em fazenda, acompanhando a<br />
família que sempre precisou do trabalho rural para<br />
viver.<br />
De família simples, Matheus, 22, é o único<br />
que conseguiu concluir o Ensino Médio. Um orgulho<br />
para sua maior inspiração. Seu avô Roberto Dias, 63<br />
anos, não sabe ler. É operador de trator. Mas, sabe<br />
bem o que seu neto está fazendo. Acompanha, ajuda,<br />
incentiva. Aluno de escola pública, sempre gostou<br />
de estudar. Ganhou bolsas para estudar em colégio<br />
particular. Preferiu concorrer a uma vaga no IF<br />
Goiano (Campus Iporá). Sua professora o levou para<br />
a inscrição e lhe deu o material escolar. Fez Técnico<br />
em Agropecuária integrado ao ensino médio. Quando<br />
criança, seu sonho era ser médico. Até vislumbrar<br />
a possibilidade de fazer Agronomia. Passou graças<br />
ao seu esforço e à qualidade do ensino médio do IF.<br />
Voou pela primeira vez em 2016, quando<br />
participou com outros alunos do curso e o Professor<br />
Eduardo Carvalho, 51, de um Congresso Internacional<br />
em Gramado/RS, a Reunião Anual da<br />
Sociedade Brasileira de Zootecnia. Voltou encantado<br />
com o que viu e ouviu. Ouviu pouco, já que muitas<br />
palestras foram em inglês. A necessidade de aprender<br />
a língua universal foi importante para futuras<br />
conquistas.<br />
Há pouco mais de dois anos, Matheus e<br />
Rowberta se dedicaram a aprender inglês com apoio<br />
do Professor Eduardo e da Escola Oaktree English<br />
School. Hoje, Rowberta tem 42 anos. É a mais velha<br />
da segunda turma de Agronomia do IF Goiano<br />
(Campus Iporá). Na adolescência, tentou fazer<br />
Biomedicina. Preferiu casar. Casou cedo, teve filhos,<br />
empresa, tentou Pedagogia, cuidou da família... Voltou<br />
a estudar 20 anos depois. Fez cursinhos e a prova<br />
do ENEM. Pensando numa perspectiva financeira<br />
para cuidar melhor dos filhos e ajudar o marido,<br />
optou pela Agronomia. E deu certo. Mas, a agitação é<br />
grande. Estudar as vezes em período integral, cuidar<br />
dos filhos, ajudar o marido na empresa, estudar inglês,<br />
participar dos trabalhos científicos na Fazenda<br />
Escola...<br />
Durante quatro meses, um trabalho com<br />
gado de leite, envolve no rodízio do grupo acordar às<br />
5h30 da manhã para ordenhar e alimentar os animais.<br />
O leite é coletado e amostras são enviadas para<br />
a Universidade Federal de Goiás. Mas, a motivação<br />
familiar não a deixa desistir. Aliás, nunca pensou em<br />
parar. E é pelo seu exemplo que seus filhos também<br />
gostam de estudar. Um faz o curso Técnico em Agropecuária<br />
e outro Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento<br />
de Sistemas, ambos no IF Goiano. Um deles,<br />
O processo de aceitação envolveu uma submissão<br />
on line e uma ent<strong>revista</strong> ao vivo via Skype de<br />
uma hora em inglês. O professor treinou a ent<strong>revista</strong><br />
com os alunos por três meses. O IF Goiano<br />
levou-os até Barra do Garças/MT para emissão<br />
do passaporte e o edital que venceram bancará<br />
as despesas da viagem. A fazenda oferecerá hospedagem<br />
e alimentação. Durante os seis meses, os<br />
iporaenses farão parte da comunidade. Os alunos<br />
moram em uma casa com outros voluntários e adultos<br />
com diferenças de desenvolvimento, ajudam a<br />
gerenciar suas famílias, ajudam uns aos outros em<br />
um dos muitos locais de trabalho e ajudam a cuidar<br />
das necessidades emocionais, físicas e espirituais<br />
de cada um, além do trabalho na fazenda de gado,<br />
jardim de plantas medicinais e hortas.<br />
Além deles, outros dois alunos desta turma<br />
de Agronomia terão experiências internacionais.<br />
Matheus já apresentou e foi aprovado em seu<br />
Trabalho de Curso (TC) com o tema: “Estratégias de<br />
alimentação e manejo utilizadas para minimizar o<br />
consumo seletivo de bovinos de leite e corte”. Rowberta<br />
está trabalhando para apresentar o seu: “Desempenho<br />
e viabilidade econômica de duas estratégias<br />
nutricionais e dois grupos genéticos de bovinos<br />
de corte em confinamento.” O estágio de seis meses<br />
em terras americanas com certeza provocará uma<br />
grande saudade de suas famílias, mas será um importante<br />
capítulo da história profissional de ambos.<br />
Foto: Lizi Dalenogari.<br />
Agricultura Biodinâmica<br />
E quando concluírem o curso? Ambos querem<br />
fazer mestrado e se tornarem professores.<br />
A inspiração vem de quem desde o início<br />
notou algo especial neles. Professor Eduardo é paulista,<br />
Engenheiro Agrônomo e há nove anos leciona<br />
no IF Goiano (Campus Iporá). Formado pela UFLA<br />
(antiga ESAL), é Mestre e Doutor em Ciência Animal.<br />
Integra o seleto grupo de professores do Instituto<br />
Federal. Viu a dedicação e comprometimento<br />
dos futuros mestres em Agronomia. É exigente.<br />
Acompanhou seus alunos em todo o processo de<br />
formação. Hoje se orgulha de ver dois estudantes<br />
levarem o nome de Iporá para terras longínquas.<br />
* A Agricultura Biodinâmica é um modelo agrícola de produção que, assim como a Agricultura<br />
Orgânica, não utiliza adubos químicos, venenos, herbicidas, sementes transgênicas, antibióticos ou<br />
hormônios. É um ramo da antroposofia. No caso da agricultura, é entender de maneira mais profunda<br />
quais são as relações do homem, da terra e da existência. A teoria relaciona signos e meios de<br />
cultivo através da utilização de um calendário celestial. De acordo com o biodinamismo, dependendo<br />
do signo da época, algumas plantas se desenvolvem melhor que outras. A divisão é feita em quatro<br />
elementos: água, terra, fogo e ar. Os signos de água são mais propícios para plantas em que o caule é<br />
utilizado. Os de terra, as raízes; os de fogo, as frutas; e os de água, as folhas e as flores.<br />
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matéria<br />
Foto: Lizi Dalenogari<br />
Em busca do sorriso perfeito<br />
Ao longo das eras, nós, seres humanos, sempre buscamos a beleza!<br />
Os padrões de beleza já existiam desde<br />
a pré-história quando aqueles que<br />
eram mais fortes se destacavam em<br />
símbolo da fertilidade. O que se acha<br />
bonito no corpo ao longo das eras<br />
pode ter mudado, mas isso não aconteceu<br />
com a beleza do sorriso.<br />
O lendário imperador Alexandre,<br />
o Grande, foi orientado a limpar os<br />
dentes, todas as manhãs, com uma<br />
toalha feita de linho. Culturas antigas<br />
usavam folhas de hortelã, areias,<br />
cinzas de ossos entre outros artifícios<br />
para deixar os dentes saudáveis e bonitos<br />
provocando aquele sorriso dos<br />
sonhos.<br />
Dr. Maurício Ribeiro<br />
Cirurgião Dentista<br />
CROGO 6869<br />
Os avanços na medicina odontológica<br />
têm permitido que possamos alcançar<br />
nosso desejo de abrir aquele<br />
sorriso encantador e deixar todos de<br />
“boca aberta” literalmente.<br />
Os aparelhos odontológicos, clareamentos,<br />
cirurgias, troca de restaurações<br />
antigas, implantes e próteses<br />
são excelentes opções para deixar os<br />
sorrisos atraentes, mas hoje vamos<br />
falar sobre as Lentes de Contato.<br />
Lente de contato dental é um laminado<br />
extrafino, tão fina quanto uma<br />
lente de contato ocular e por isso o<br />
seu nome. O procedimento é indicado<br />
à quem quer alterar o formato, a<br />
cor ou corrigir a posição dos dentes.<br />
Ou seja, quase todas as necessidades<br />
de alterações da estética dos dentes<br />
podem ser solucionadas com as<br />
lentes de contato.<br />
O material utilizado atualmente é<br />
o Dissilicato de Lítio, muito mais<br />
resistente do que as facetas de porcelanas<br />
tradicionais. Os produtos<br />
para colagem são extremamente eficientes,<br />
o que dá muita segurança<br />
aos profissionais e pacientes. Os desgastes<br />
dentários podem ser leves ou<br />
até inexistentes em alguns casos.<br />
Os resultados são fantásticos! Os<br />
pacientes ficam incrivelmente satisfeitos.<br />
Mas, para isso, é importante<br />
procurar um profissional odontológico<br />
qualificado para a realização<br />
do procedimento.<br />
Primeiro, por causa da cor escolhida.<br />
Muitos escolhem a cor “branca”.<br />
Mas, o branco tem muitas variações,<br />
necessitando de um profissional sensível<br />
para ajudar a escolher a melhor<br />
opção. E, apesar das lentes serem<br />
extremamente finas, caso não sejam<br />
bem posicionadas e na espessura<br />
correta, podem dar a impressão de<br />
que os dentes “saltaram”. Qualquer<br />
alteração de milímetros pode causar<br />
a sensação de uma diferença enorme<br />
quando se trata da nossa face.<br />
O sorriso perfeito, encantador e<br />
atraente pode não ser mais um<br />
sonho...<br />
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Destaque<br />
Fotos: Lizi Dalenogari<br />
42 anos cuidando da<br />
saúde dos olhos<br />
Rubens e Eny quando<br />
chegaram em Iporá.<br />
cirurgias eram de catarata e estrabismo. Os pacientes<br />
eram os míopes, os com glaucoma, catarata<br />
ou diabetes. Em sua maioria, mais de 40 anos de<br />
idade. As cirurgias demandavam um grande período<br />
de repouso total e a recuperação era lenta.<br />
Jeito simples, hábitos comuns, conversa tranquila<br />
e grande conhecedor da sua área. Doutor Rubens<br />
Bertoldi Sousa, 69, é natural de Uberaba/MG e formou-se<br />
em 1976 na FMTM de Uberaba (hoje UFTM),<br />
onde também fez especialização em Oftalmologia.<br />
Seu primeiro trabalho foi através de concurso,<br />
aprovado pela Secretaria de Saúde de São Paulo.<br />
Ficou pouco tempo na capital paulista. A agitação da<br />
metrópole o incomodava. Em intervalo de trabalho,<br />
durante um cafezinho, conversou com um colega<br />
que lhe falou pela primeira vez de Iporá. Cidade<br />
longe, mas que poderia ser uma boa opção para o<br />
especialista. O colega também não conhecia. Ouviu<br />
falar por meio de um tio de sua esposa, que na época<br />
era um dentista prático na capital do Oeste Goiano.<br />
Com determinação e audácia de quem queria<br />
fazer mais na profissão, embarcou rumo a Iporá<br />
onde chegou no dia 02 de Janeiro de 1979. Sim, há<br />
quarenta anos. Quatro décadas depois, Dr. Rubens<br />
cita de cabeça o nome de todos os médicos que havia<br />
na cidade, tanto no Hospital São Paulo como no<br />
Evangélico. Alguns continuam ainda ativos.<br />
Em sua área, havia um médico que vinha<br />
uma vez por semana de Goiânia para atender em<br />
uma clínica de olhos. Sabendo da necessidade, o<br />
próprio disse à Dr. Rubens que a cidade era pequena<br />
mas um polo e que havia espaço para ambos. Dispensou<br />
o concurso público e veio com a intenção de<br />
ficar uns cinco anos. Mas, foi tomando gosto pela<br />
cidade que o acolheu tão bem e onde constituiu sua<br />
família. Com a esposa, a Psicóloga Eny da Costa, teve<br />
três filhos que de escolha própria, saíram muito cedo<br />
de casa para estudar fora e hoje são todos formados<br />
na área médica. Com a esposa, constituíram a<br />
Psicomed, empresa credenciada junto ao DETRAN,<br />
onde realizam exames médicos e psicotécnicos aos<br />
candidatos à CNH.<br />
Seguindo exatamente toda a carreira do pai, Dr.<br />
Danilo Costa é Oftalmologista e Médico do Trabalho<br />
e Trânsito. Doutora Vanessa da Costa é Radiologista<br />
no Rio de Janeiro e Doutor Lucas da Costa é<br />
Anestesista em Goiânia. Trabalhando juntos, Doutor<br />
Rubens e Doutor Danilo se tornaram conhecidos<br />
oftalmologistas que já atenderam centenas e centenas<br />
de pacientes, em consultas, exames e cirurgias.<br />
Atualmente, atendem em Iporá, Jussara, São Luis de<br />
Montes Belos e Goiânia.<br />
Nestes 42 anos de profissão, Dr. Rubens<br />
acompanhou mudanças de comportamento na<br />
população e o uso da tecnologia para ajudar no<br />
tratamento ocular. No passado, grande parte das<br />
Lâmpada de fenda usada<br />
na década de 1970.<br />
A chegada da era digital colocou as pessoas<br />
em contato permanente com as telas. A TV, o celular<br />
e o tablet trouxeram informações e diversão a<br />
poucos centímetros dos olhos. Inclusive de crianças<br />
bem pequenas. O perfil dos pacientes mudou. Hoje,<br />
Doutor Rubens atende crianças a partir de 05 anos.<br />
Felizmente, a mesma tecnologia aprimorou os<br />
tratamentos com o uso de laser, cirurgias refrativas<br />
e transplantes. Hoje se faz cirurgias com mínimas<br />
incisões sem ponto e com rápida recuperação.<br />
Neste período, não só o tratamento mudou.<br />
A cidade também mudou e para melhor. O comércio<br />
cresceu, a área médica ampliou e chegou o ensino<br />
superior. Entre as principais conquistas, o já<br />
iporaense de coração destaca que a construção do<br />
Hospital Municipal e a instalação da Cooperativa<br />
Comigo, do Sicoob e do IF Goiano foram determinantes<br />
para a consolidação de Iporá como polo do<br />
Oeste Goiano.<br />
Formado também em Medicina do Trabalho,<br />
ficou 20 anos sem trabalhar na área por falta de demanda,<br />
pois não havia cobrança do Governo. Hoje,<br />
com o rigor das fiscalizações nas empresas, coloca<br />
em prática seu conhecimento também nesta área.<br />
E trabalho é algo que Dr. Rubens gosta. Não pensa<br />
em parar tão cedo. Cuida da sua saúde, pedalando<br />
ou caminhando bem cedo no dia. Nunca se envolveu<br />
com política. Mas, na sua discrição sempre torceu<br />
pelo sucesso de todas as administrações. O que ele<br />
quer é que sua cidade prospere cada vez mais.<br />
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