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Primeros Modernos.pdf

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primerosmodernos146O anteprojeto de Vieira apresenta três zonas residenciais (principal, popular e operária), zonaindustrial, zona comercial, dependências e armazéns da estrada de ferro e os núcleos comerciais. Cada um dosbairros apresentaria uma praça cercada por seu núcleo comercial (nove pelo anteprojeto de Vieira) alocadajunto às vias principais que cruzam a área. Já nos mapas da cidade datados de 1951 estes núcleos comerciaisnão estão assinalados, registrando assim a atomização informal do comércio que, ao invés de se concentrarcomo fora imaginado, em torno das praças fechadas, se expandiu ao longo das avenidas, quase assumindo ocaráter de zoneamento funcional que hoje percebemos na forma urbana. Com isso nem todas as praçasmantiveram sua característica original.As quadras residenciais e comerciais de aproximadamente um hectare foram desenhadasrespeitando o formato retangular (144x80m em geral), entretanto a não adoção do traçado xadrez imprimiualgumas modificações à forma ideal. Elas foram subdivididas em parcelas de 500m2 em média, reconhecendoa relação indicada por UNWIN (1984:232) de 25 a 30 lotes por hectare, dando lugar a jardins privados queampliam para dentro do lote a massa verde que cobre as largas calçadas públicas. Os lotes estão sempreposicionados de acordo com a pendente de modo a evitar as transversais inclinadas.Resta comentar que a Companhia trouxe a Maringá em 1949 um engenheiro florestal,especialista em botânica, para providenciar a rápida arborização da cidade, que então oferecia uma paisagemdesoladora marcada pelas queimadas. O sucesso do empreendimento comercial da Companhia dependia deuma imagem sedutora e a vegetação nativa e exótica que se fez plantar satisfez aquela condição.Deste modo, a paisagem urbana ganhou “variedade e encanto”, conforme recomendava Unwin,com a instalação de um canteiro central com uma terceira fileira de árvores nas vias principais, mais largas queas ruas menos importantes apenas arborizadas nas calçadas laterais. A construção da cidade implementou aarborização urbana como “decoração natural” e, de acordo com os preceitos de UNWIN (1984:203), cada viarecebeu um tratamento diferente, plantando-se em cada uma um determinado tipo de árvore, distinto do dasvizinhas, conferindo a cada via a própria individualidade, rebatendo a uniformização da cidade e,conseqüentemente, seu empobrecimento estético e qualitativo. Deste modo, a vegetação favorecesobremaneira a legibilidade urbana, constituindo um fator positivo na avaliação da imagem da cidade (LYNCH,1995).Afora os dois parques previstos originalmente no projeto da cidade, a Companhia delimitouuma terceira área verde, onde manteve seu viveiro de mudas, hoje transformado no terceiro dos parquesurbanos de Maringá, somando 137 hectares de reserva na área urbana, contribuindo para a relação de 25,47m2de área verde por habitante. Ponto de encontro, local de recreação e da prática de exercícios físicos, estesbosques são referência na forma urbana, seja como ponto focal ou limite entre os distintos bairros que oscercam, co-responsáveis pela individualidade desta cidade.

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