Diretório Global das TIC | Global ICT Directory | 2021/2022

Visões Visions SABER

Visões Visions SABER FAZER NO DIGITAL A pandemia de COVID-19 trouxe essas mudanças súbitas às organizações, que não vão regressar aos anteriores modelos organizativos e de trabalho. Num ápice, a grande maioria das pessoas, trabalhadoras e estudantes, com maior ou menor literacia digital, tiveram de se adaptar a uma nova realidade de trabalho e estudo - o teletrabalho e a telescola. A lógica digital, o saber fazer no digital, nunca se manifestou tão importante, tão necessário e tão premente. As organizações e instituições com claros objetivos estratégicos para o digital responderam melhor à pandemia, desencadearam processos e ferramentas para uma resposta ágil, eficaz à crise pandémica, colocando as necessidades das pessoas no centro de ação. Porque uma sociedade digital sustentável, assenta nas pessoas. Uma sociedade digital e inclusiva terá de ter em conta os impactos na reorganização do trabalho, na conciliação da vida profissional, pessoal e familiar, e também no combate a desigualdades, evitando que a exclusão digital agrave desigualdades. A construção de uma nação digital começa nas pessoas, enraizada num sentimento de pertença, de participação ativa e de cocriação dessa mesma realidade e vivência digital, no dia a dia, incluindo na sua interação com os serviços públicos. Uma participação cidadã só se consegue com investimento contínuo em competências básicas digitais para todos e a promoção da literacia digital diferenciada para atores específicos. Portugal tem apostado fortemente em programas focados na capacitação das pessoas, como o Portugal INCoDe.2030 e em iniciativas como Eu Sou Digital ou o Programa UPskill. Teremos de apostar, transversalmente, na formação digital de pessoas em situação de infoexclusão e na requalificação de pessoas em situação de desemprego ou subemprego. Outro exemplo é a iniciativa Emprego Mais Digital, focada na transição digital das organizações, desenvolvida em parceria com as Confederações Empresariais e dirigida a todos os trabalhadores. DIGITAL KNOW-HOW The COVID-19 pandemic has brought such sudden changes in organizations, which are not going back to their previous organizational and work models. In a flash, the vast majority of working people and students, with more or less digital literacy, had to adapt to a new reality of work and study - telecommuting and telelearning. The digital logic, the digital know-how, has never been so important, so necessary and so urgent. Organizations and institutions with clear strategic goals for digital have responded better to the pandemic, have set in motion processes and tools for an agile, effective response to the pandemic crisis, putting people’s needs at the center of action. Because a sustainable digital society is built on people. A digital and inclusive society will have to take into account the impacts on the reorganization of work, the conciliation of professional, personal and family life, and also on the fight against inequalities, preventing digital exclusion from aggravating inequalities. Building a digital nation starts with people, rooted in a sense of belonging, of active participation and co-creation of that same digital reality and experience, on a daily basis, including in their interaction with public services. Citizen participation can only be achieved with continuous investment in basic digital skills for all and the promotion of differentiated digital literacy for specific actors. Portugal has invested heavily in programs focused on empowering people, such as Portugal INCoDe.2030 and initiatives like Eu Sou Digital or Programme UPskill. We will have to invest, transversally, in digital training for people in situations of info-exclusion and in requalification for people who are unemployed or underemployed. Another example is the More Digital Employment initiative, focused on the digital transition of organizations, developed in partnership with the Business Confederations and aimed at all workers. 10

Ao fazer confluir os domínios da digitalização, da modernização administrativa e da cibersegurança numa única área governativa, o Governo assume, claramente, que só uma visão integrada destas áreas poderá garantir o sucesso da digitalização, enquanto desafio estratégico do país, tal como identificado no Programa do XXIII Governo Constitucional. Esta é uma realidade diversificada e plural, mas os desafios que apresenta são colocados à sociedade como um todo, onde as condições de cidadão, empresa ou entidade pública estão destinadas a cruzar-se. A articulação destes domínios encontra-se alinhada com as estratégias europeias e responde, no essencial, às prioridades de ação refletidas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com um investimento superior a 22% do total destinado à capacitação digital das pessoas, à transformação digital das empresas e à digitalização da administração pública. MUNDO DE OPORTUNIDADES E RISCOS A realidade atual e a evolução tecnológica revelam-nos um mundo de oportunidades e um mundo de riscos e de ameaças cada vez mais sofisticadas e com motivações muito diversificadas e complexas. Neste contexto, a promoção de uma utilização segura, saudável e consciente da internet pelos jovens potencia uma cidadania digital mais informada e inclusiva. Neste âmbito, o Centro Internet Segura é um caso de uma parceria de sucesso, uma vez que é coordenado pelo Centro Nacional de Cibersegurança, em consórcio com a Direção Geral da Educação, o Instituto Português de Juventude, a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, ao qual se associam a APAV - Associação Portuguesa de Apoio à Vítima e a Microsoft. Para trilhar este caminho de transição digital, temos também de consolidar as iniciativas de formação digital da comunidade escolar nas escolas e de reforço de equipamentos. Tal como o é feito no programa Escola Mais Digital, que propõe universalizar nas escolas - aos alunos e aos professores - o acesso a equipamentos e internet, bem como a recursos educativos digitais de qualidade até 2023. É indubitável que as respostas a estes desafios assentam em políticas públicas destinadas à capacitação e inclusão digital das pessoas, à transformação digital do setor empresarial, com especial foco no empreendedorismo, e num Estado mais digital, moderno, humano e mais presente. Só apostando em competências digitais se criam as condições para um país digital, capaz de atrair investimento, promover a inovação e desenvolver uma economia e o bem-estar social, sem deixar ninguém para trás. By bringing together the areas of digitalization, administrative modernization, and cybersecurity in a single governmental area, the Government clearly assumes that only an integrated vision of these areas can guarantee the success of digitalization as a strategic challenge for the country, as identified in the XXIII Constitutional Government’s Program. This is a diverse and plural reality, but the challenges it presents are posed to society as a whole, where the conditions of citizen, company, or public entity are bound to intersect. The articulation of these areas is aligned with European strategies and essentially responds to the priorities for action reflected in the Recovery and Resilience Plan (RRP), with an investment of over 22% of the total allocated to the digital empowerment of people, the digital transformation of companies and the digitalization of public administration. WORLD OF OPPORTUNITIES AND RISKS The current reality and technological evolution reveal to us a world of opportunities and a world of increasingly sophisticated risks and threats with very diverse and complex motivations. In this context, promoting the safe, healthy and conscious use of the internet by young people fosters a more informed and inclusive digital citizenship. In this context, the Safe Internet Center is a case of a successful partnership, since it is coordinated by the National Center for Cybersecurity, in consortium with the Directorate General for Education, the Portuguese Youth Institute, the Foundation for Science and Technology, APAV - Portuguese Association for Victim Support and Microsoft. In order to follow this digital transition path, we must also consolidate the digital training initiatives for the school community in schools and the reinforcement of equipment. As is done in the Escola Mais Digital program, which proposes to universalize in schools - to students and teachers - access to equipment and internet, as well as to quality digital educational resources by 2023. There is no doubt that the answers to these challenges lie in public policies aimed at the training and digital inclusion of people, the digital transformation of the business sector, with a special focus on entrepreneurship, and in a more digital, modern, human, and more present State. Only by investing in digital skills can we create the conditions for a digital country, capable of attracting investment, promoting innovation, and developing an economy and social welfare, without leaving anyone behind.