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2 O AÇORIANO. Sexta-feira, 28 de setembro de 2012 Opinião Tópico Arthur Bernardes arthurbernardes@tknet.com.br Na fase de minha adolescência Barbacena era bem diferente da cidade progressista de hoje. A iluminação era precária, nas ruas desertas após as vinte horas, raramente circulava algum automóvel (aqueles Chevrolets, Fords, Plymouths, Buicks, Studebakers, Oldsmobiles e outros carrões das décadas de 30/40). Essa situação nos propiciava condições para as mais variadas estripulias possíveis e imagináveis. Uma delas era matar morcegos brandindo longos bambus cujo “zum-zum” os atraia das torres da vetusta igreja de Nossa Senhora da Boa Morte. No dia seguinte ficávamos discretamente rindo da polícia que, intrigada queria saber de onde surgira tanto morcego morto. Naquela época todos nós andávamos com uma atiradeira confeccionada com borracha de câmaras de ar de caminhão e tínhamos uma pontaria infalível. Matávamos passarinhos (que arrependimento) pelo prazer de matar. A melhor diversão, no entanto, era arremessar esferas de aço que recolhíamos numa oficina mecânica, contra o enorme sino da Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte. As esferas entravam no sino em altíssima velocidade e, ricocheteando faziam um barulho infernal. Algumas esferas, dependendo do ângulo de entrada giravam na parede interna do sino e aí, o ruído era ainda mais assustador. Então, da absoluta escuridão do adro ficávamos observando as luzes das casas se acenderem e logo as senhoras rezadeiras do bairro, que nós, irreverentemente chamávamos de “ratazanas de sacristia” se reuniam em grupinhos, comentando o fenômeno. Algumas diziam que era uma manifestação demoníaca, outras que se tratava de um aviso de Nossa Senhora – alguém iria morrer – e punham-se a rezar fervorosamente o terço. E nós ríamos e nos divertíamos com a ingenuidade daquelas senhoras. Como tínhamos que estar em casa no máximo até as 22 horas fazíamos a brincadeira nas quartas-feiras, dia da liberalidade paterna: podíamos ficar na rua até um pouco mais tarde. Uma vez que esse “um pouco mais tarde” era um conceito meio vago ficávamos até altas horas, fazendo o sino tocar por volta de uma ou duas horas da madrugada. Sempre que isso acontecia meu velho, experiente, dizia para a mãe: “Totoca, tem o dedo do Arthurzinho nessa história”! Bem, como tudo tem seu fim, a brincadeira só terminou quando certa noite, a polícia, avisada que “o sino estava de novo tocando sozinho na madrugada”, resolveu dar uma incerta no adro da igreja. Só não nos pegaram porque tínhamos a rota de fuga planejada e rapidamente escapulimos pelos fundos do cemitério. Essas coisas eram nosso divertimento. Afinal, não tínhamos nem televisão, que dirá computador, note-book, celular, iphod, smartphone e outros desses modernismos da atualidade que fazem a meninada de hoje pensar que está se divertindo. (Essa coluna foi publicada em 14/09) Tenha informação e entretenimento: www.radioacoriana.com Fatos sem fotos Lenio Cardoso Fregapani leniogaucho@gmail.com POETAS Sabemos que o Parque , chama-se Zeferino Brasil, em homenagem a este renomado poeta taquariense. Infelizmente, não o conheci. Porém, César Pereira continua levando a bandeira da nossa terrinha, nessa difícil arte. Fazer poesia é um dom, é uma arte. Ele é membro da Academia Riograndense de Letras. Conheço, não somente, a sua bela obra, como a bela pessoa que é. POETISA Não me acostumo com a licenciosidade de chamar uma poetisa, de poeta. Igual a Forum e Fôro, não engulo este último. A nossa poetisa expoente, foi a Sra. Carmen Vianna, figura de alta sensibilidade e inspiração, nos brindou com belas obras. Elevou sempre o nome de nossa terra. Tive o prazer de conhecê-la, pois era mãe dos meus amigos Bóris, Ivan e Leila. ESCRITORES Acredito que o 1º taquariense a escrever uma obra de vulto, tenha sido o general Riograndino da Costa e Silva, irmão do ex-Presidente da República, Arthur da Costa e Silva. Ele foi um historiador, pois pesquisou fatos e datas de nossa cidade. É uma fonte riquíssima para quem quiser aprofundar-se na nossa história. Outro pesquisador e historiador é o Prof. Balduíno Goerck, embora não tenha nascido na terrinha, é de Santa Cruz do Sul - 28.01.1939 - aqui radicou-se e tem nos brindado com excelentes obras: “Teutônia, Terra da gente”, “Colônia Alemã, Usos e Costumes”, “Gafes Políticas” e “Taquari, Após retorno à vida democrática no Brasil em 1947” (repleta de fatos relevantes, curiosos e pitorescos). Leitura imperdível. Augusto Becker, a quem chamo, carinhosamente, de “A Voz de FM”, já está em seu 6º ou 7º livro, sendo que num deles “Taquari, Terra da Gente”, está a minha biografia. Ele é muito competente. Mais, recentemente, o brilhante Colunista do jornal “O Açoriano”, Davi Saraiva Schäffer lançou, com muito sucesso, um livro com suas crônicas e vivências. Está beirando os 50 anos e essa maturidade, transcreve-a com rara clareza e facilidade. Seu 1º livro nos garante uma boa leitura. Outros mais, virão. “DAI VELA AOS LARGOS VENTOS” Pois, a última obra lançada que leva o título aci- TAQUARI: SEUS POETAS, POETISAS E ESCRITORES Segunda persona Davi Saraiva Schaffer ma, de autoria de João Paulo da Fontoura, envolveu-me completamente, pois iniciei a leitura e só parei quando atingi a última página. Não deu para interrompê-la, face aos dados históricos e à trama do romance. Muito bem entrelaçados, fatos da história de nossos ancestrais, com a parte romanceada da obra. Como falou a Profª Drª Maria Regine, integrante do “Programa Guerrilheiros da Notícia” - TV Ulbra - Canal 48 -:-”Conheço a história dos açorianos, porém nesse livro, fiquei sabendo muito mais.” Eu também me intitulo conhecedor de nossas origens, porém a riqueza de fatos e detalhes contidos nessa obra, enriqueceram muito os meus conhecimentos. Você sabe qual é a origem da palavra “Açores” ? O por quê da imigração ? Como viviam na Ilha das Flores ? Como foi a viagem ? (Levou quase 80 dias). Onde aportaram ? Como se espalharam ? Como chegaram a Tibiquary ? (Taquari). Qual foi a importância do “Tratado de Madri “ (1750), entre Portugal e Espanha ? Quem foi e o que fez Sepé Tiaraju ? (Quando cavalgava, seus cabelos imitavam o movimento dos trigais e isto, no linguajar Guarani, significa Sepé. e Tiaraju, devido a um corte na testa). É de arrepiar quando ele, num coral de 2.000 vozes, bradou:”Esta terra tem dono”. Em seguida, foram dizimados pelos canhões e armas espanholas. Morre o homem, nasce o mito. O capítulo do Negro Latorre é enternecedor. Num diálogo do livro, um participante, fala:-”....Sabes, amigo, a vida nos prega peças e, numa espécie de retribuição, nos oferece ensinamentos”.........Filsofia pura da vida, de quem viveu e passou por estas situações. Enquadrei-me, inteiramente, nesse contexto. Mas, o clímax está reservado para o final desse romance-histórico, só não narro o seu desfecho, pois fraudaria a expectativa do leitor que vem, bem dizer, dentro da narrativa. Parabéns, João Paulo da Fontoura tens ótima condição e capacidade de nos brindar com outras obras, mesmo que não sejam históricas, mas, somente, romanceadas. Soubeste entremear bem, história com romance. O leitor é levado, com avidez, até ao final da obra. Temos um novo escritor na cidade. Que bom ! Cumprimentos também aos outros que continuam conosco. Taquari, terra de artistas ! NOTA: Caso alguém interessar-se por este ótimo livro, eis o e-mail do seu autor: jptaquari@gmail.com . Reitero, obra imperdível ! saraivaschaffer@yahoo.com.br ABREVIATURAS Faz tempo em que abreviamos as coisas. Aliás, acredito que isto tenha sido uma alternativa encontrada pelo homem para ganhar tempo e se tornar mais dinâmico; mais conciso. Entretanto, não dá para deixar de notar uma coisa: tudo ou, muita coisa, ficou simplificada demais. Se iniciamos pelas palavras, hoje acabamos por abreviar as relações! Ter a noção de que um ‘eticetera’ ou uma ‘companhia’ ficam mais ‘fáceis’ como ‘etc’ e ‘cia’, é fato. O negativo, creio, são as abreviações nas relações ‘entre - vivos’; daquelas cujo interno não está limitado a uma placa-mãe ou a uma conexão (hiper) banda-larga; mas, sim, entre ‘gentes’ em carne e osso! Hoje, por exemplo, tratamos com pessoas, por uma questão de praticidade e urgência, através de e-mails, bate-papos e infinitas maneiras. E o bate-papo ‘cara a cara’ foi indo para o beleléu. O pior, no entanto, é que nos acostumamos a isto e, fatalmente, acabamos achando tudo normal. Afinal de contas, o que vale mais? Um encontro em uma mesa de uma cafeteria ao vivo e em cores ou, um telefonema seguido de mil e-mails? Uma ‘prosa’ no meio da rua para dizer ‘eu te amo’ ou um ‘torpedaço’ em letras garrafais, mas sem emoção alguma? Pode até que, pela falta de tempo, as coisas se resolvam por aí mesmo. Contudo, pela essência não. Lembrei, aqui, de uma colega de profissão que, no início de minha jornada como advogado, disse: ‘parte do seguinte princípio - quando fores peticionar: de que o juiz não sabe nada (sobre o caso). Não te limites a nada; não economize palavras. ’ Ela estava certa. Na ideia. Na prática, nem tanto. Logo, as coisas permanecem envergadas a abreviaturas. Se por um lado tu te estendes demais; te tornas chato e inoportuno; se, por outro - apresenta meia dúzia de palavras -, é relapso ou preguiçoso. E a coisa vai ficando complicada. Um meio termo seria o ideal? Pode até ser, mas, uma coisa é inegável: é que nesse jogo todo de praticidade e urgência, tudo ficou limitado demais. Acabamos abandonando um universo de palavras e, conseqüentemente, as relações foram junto. Perdemos? Sinceramente, cada um é que deve saber, pois quem decide o que a ponta da caneta escreve ou o que a língua pronuncia, somos nós mesmos. O negócio é ter autenticidade o suficiente e muito ‘peito’ para sustentar nossas ideias e posicionamentos. Às vezes, as coisas mais detalhadas são muito melhores. Bom final-de-semana a todos vocês, amigos, e que na parada do ‘findi’ possamos, sim, falar e prosear muito ao vivo e em cores. Deixar o ‘mouse’ descansar um pouquinho, é fundamental. Abraço para a amiga e leitora, Adélia Maria Mallmann Lengler.
O AÇORIANO. Sexta-feira, 28 de setembro de 2012 Geral Assinado contrato de início de obras de pavimentação asfáltica da TK36 e ruas Lautert Filho e General Osório Investimento da Administração Municipal supera o valor R$ 1,7 milhão O Prefeito Ivo dos Santos Lautert e moradores do bairro Rincão reuniram-se durante a tarde de terça- -feira, às 18 horas, para assinatura do contrato de execução de pavimentação asfáltica da estrada Municipal TK 36. Aproveitando o momento o prefeito também relatou que as ruas General Osório e Lautert Filho também terão pavimentação asfáltica pelo mesmo contrato N. 119/2012, com a empresa Conpasul, de Estrela. Muitas foram as idas a Brasília cujo objetivo era a liberação dos recursos junto a Secretaria do tesouro Nacional. Após dois anos de intensas negociações o Município credenciou-se aos recursos. A empresa será responsável pela execução de Pavimentação Asfáltica, Sinalização Viária e Microdrenagem da Estrada Municipal TK 36, num trecho de 573 metros, no Bairro Rincão São José, Pavimentação Asfáltica e Sinalização Viária da Rua Lautert Filho, num trecho de 692 metros e Pavimentação Asfáltica e Sinalização Viária da Rua General Osório, num trecho de 1.277,10, sendo que a Administração Municipal será responsável pela preparação do local e drenagem das águas, trabalho que será realizado também em conjunto com a Corsan com a colocação da nova rede de água. As três obras foram estimadas em R$ 1.720.616,35 (um milhão setecentos e vinte mil seiscentos e dezesseis reais e trinta e cinco centavos), recursos oriundos do Badesul. A comunidade do Prado, precisamente das ruas Eraldo Eberle e Ademar Cruz de Souza podem comemorar o início de sua obra de calçamento. A Secretaria de Obras vem realizando desde segunda feira os preparativos nas ruas para escoamento da água da chuva, pre- Prefeito Ivo Lautert reuniu moradores da TK36, na assinatura do contrato, demonstrando que a Administração está comprometida com os moradores de Taquari. Do valor descrito, R$ 1.011.181,31 (um milhão onze mil cento e oitenta e um reais e trinta e um centavos) corresponde às ruas Lautert Filho e Gene- 3 ral Osório e R$ 709.435,04 (setecentos e nove mil quatrocentos e trinta e cinco reais e quatro centavos) à Estrada Municipal TK 36. Calçamento do Loteamento Parque do Meio é iniciado parando a base, com quatro travessas compostas por 100 canos de 60 cm, 36 canos de 30 cm e bocas de lobos, além da terraplenagem no local. A reivindicação é atendida pela administração, visto a necessidade do término da obra e sua importância para o Loteamento Parque do Meio. Será feita de pavi- Primeiras providências visam escoamento de água e esgoto mentação com blocos, nas extensões de 594m2 na Rua Eraldo Eberle de Freitas e 1.552,00m 2 na rua Ademar Cruz de Souza, somando-se um total de 2.221,00 m 2 . A verba é proveniente de recurso orçamentário liberado pela Câmara de Vereadores para investimento da Administração Municipal no valor de R$ 130.259,88, com mão-de-obra e material incluso, sendo realizada pela empresa Oliveira e porto Ltda. de Lajeado Na rua Fábio Haussen Pereira, foram ligados 2 caixas com 6 canos de 40 cm e foi canalizada a subida da rua Júlio e Castilhos com canos de 60cm, num total de mais de 100 canos. A Secretaria de Obras também realizou trabalhos de patrolagem e colocação de material na estrada da Febem.
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