Tecendo o teatro de revista - Análise estrutural ... - CEART - Udesc
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sala <strong>de</strong> necrotério, conforme <strong>de</strong>fine Veneziano 23 ; o 23º quadro, no boudoir <strong>de</strong> Dona Abóbora<br />
(Chincha), um esquete no qual Chincha recebe visitantes coronéis mal intencionados; o 24º<br />
quadro, cena cômica <strong>de</strong> perseguição na rua.<br />
Você já foi à Bahia também tem quadros <strong>de</strong> comédia específicos, todos na forma <strong>de</strong><br />
esquete, recortando as cenas e intermediando números <strong>de</strong> cortina e quadros <strong>de</strong> fantasia: o 4º<br />
quadro, casa <strong>de</strong> Rosaria e Fulgencio, cena <strong>de</strong> gabinete on<strong>de</strong> se estabelece o ludíbrio entre os<br />
casais; o 9º quadro, cena <strong>de</strong> gabinete, na pensão <strong>de</strong> Dona Stela, on<strong>de</strong> os casais se hospedam; o<br />
11º quadro, uma cena hilariante que se passa na rua; o 14º quadro, uma cena cômica numa<br />
enfermaria; o 17º quadro, cena engraçadíssima on<strong>de</strong> as personagens aparecem fantasiadas <strong>de</strong><br />
Colombina, Arlequim e Palhaço (Pierrot); o 20º quadro, novamente na pensão, marca<br />
comicamente a revelação das trapaças e a resolução das confusões.<br />
Quadros <strong>de</strong> fantasia: o luxo e a suntuosida<strong>de</strong><br />
Os quadros <strong>de</strong> fantasia se propunham a encantar a platéia. Extremamente sofisticados,<br />
com figurinos extravagantes, iluminação feérica e cenografia impressionante, eram um<br />
verda<strong>de</strong>iro <strong>de</strong>leite visual. Bailados acompanhados <strong>de</strong> músicas e coreografias precisas,<br />
intercalados entre os números <strong>de</strong> cortina e os quadros <strong>de</strong> comédia, no princípio da <strong>revista</strong><br />
foram inseridos entre os quadros como parte do enredo, mas <strong>de</strong>pois foram se <strong>de</strong>sligando do<br />
restante da encenação, tornando-se in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Não havia então a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />
ligarem a nenhum assunto da <strong>revista</strong>. Os quadros <strong>de</strong> fantasia eram também permeados <strong>de</strong><br />
sensualida<strong>de</strong>, e neles se apresentava um <strong>de</strong>sfile <strong>de</strong> belas e exuberantes mulheres.<br />
Em Cocota, po<strong>de</strong>mos i<strong>de</strong>ntificar o quadro <strong>de</strong> fantasia no 4º quadro, que representa<br />
uma cena no fundo do mar, um quadro mitológico com o trono da personagem Netuno<br />
formado por uma gran<strong>de</strong> concha, a presença do coro e <strong>de</strong> personagens femininas, as Nerei<strong>de</strong>s,<br />
que realizam um bailado.<br />
Em Comidas, meu santo há dois quadros <strong>de</strong> fantasia, os quais possuem <strong>de</strong>nominação<br />
específica: Rosa-Chá (7º quadro) e A Lenda das Rosas (19º quadro). Tais quadros são<br />
especificados com uma <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada do cenário, marcação e <strong>de</strong>mais elementos, e<br />
permitem vislumbrar <strong>de</strong>talhes que remetem a cenas extravagantes.<br />
Holloway University of London, 1995.<br />
23 VENEZIANO, 1996, op. cit., p. 90.