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sazonalidade do cultivo do algodão e café no agreste pernambucano

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processo de pecuarização <strong>no</strong> Agreste Meridional, estimula<strong>do</strong>s por outros fatores a serem<br />

trata<strong>do</strong>s.<br />

Evidencia-se, ainda, que a este declínio da cultura <strong>do</strong> <strong>café</strong>, deve-se<br />

acrescentar a crise <strong>do</strong> <strong>algodão</strong> que vai afetar, sobretu<strong>do</strong> as áreas <strong>do</strong> semi-ári<strong>do</strong><br />

agresti<strong>no</strong>, contribuin<strong>do</strong> também para a expansão da pecuária.<br />

Deve-se ressaltar, <strong>no</strong> entanto, que com relação ao <strong>café</strong>, foi estabeleci<strong>do</strong><br />

um pla<strong>no</strong> de re<strong>no</strong>vação e revigoramento de cafezais <strong>no</strong> início da década de 1970, mas<br />

<strong>no</strong>s primeiros a<strong>no</strong>s desta década, este pla<strong>no</strong> não teve sucesso, o que se atribuiu ao fato<br />

das vantagens da cafeicultura não superarem às da pecuária 10 . A esse respeito, MELO,<br />

aponta várias vantagens da pecuária em relação a cafeicultura que resultaram em seu<br />

insucesso: “i) me<strong>no</strong>r risco agrícola; ii) maior facilidade de administração da unidade<br />

produtora; iii) maior compatibilidade com o absenteísmo <strong>do</strong> fazendeiro; iv) me<strong>no</strong>r<br />

número de vínculos empregatícios e consequentemente, me<strong>no</strong>res encargos sociais; v)<br />

maior segurança de ascensão da demanda e <strong>do</strong>s preços <strong>do</strong>s produtos respectivos <strong>no</strong>s<br />

merca<strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res. Acrescenta-se a esses fatores que em Pernambuco, não houve<br />

maior empenho ou esforço promocional <strong>do</strong>s órgãos interessa<strong>do</strong>s em favor <strong>do</strong> pla<strong>no</strong> de<br />

restauração da eco<strong>no</strong>mia cafeeira” 11 na época.<br />

Apesar <strong>do</strong> pla<strong>no</strong> de revigoramento <strong>do</strong>s <strong>no</strong>vos cafezais de Pernambuco,<br />

particularmente <strong>no</strong> Planalto de Garanhuns, “os esforços atuais nesse senti<strong>do</strong> encontram,<br />

como grande obstáculo, a difícil reversibilidade da ocupação pastoril da terra, malgra<strong>do</strong><br />

tratar-se de lavoura amplamente amparada e incentivada” 12 .<br />

Principalmente <strong>no</strong> espaço agresti<strong>no</strong>, onde situa-se o Planalto de<br />

Garanhuns, a erradicação <strong>do</strong>s cafezais, em mea<strong>do</strong>s da década de sessenta, com a<br />

indenização <strong>do</strong>s cafezais pelo Gover<strong>no</strong>, favoreceu o início <strong>do</strong> processo de pecuarização<br />

naquele espaço. Esse processo, concorreu para substituição, em grande parte, das áreas<br />

de lavouras alimentares básicas: milho, feijão, fava e outras, e as comerciais, como <strong>no</strong><br />

caso <strong>do</strong> <strong>algodão</strong> e <strong>do</strong> <strong>café</strong>, por áreas de pastagens. Com relação ao <strong>café</strong>, parece se tratar<br />

de um caso diferente, uma vez que há quem considere que os cafezais não perderam<br />

terra para o criatório, e sim os solos esgota<strong>do</strong>s foram aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s pelos produtores,<br />

devi<strong>do</strong> ao sistema de <strong>cultivo</strong> já ultrapassa<strong>do</strong>, ou mesmo pelas pragas que vinham<br />

devastan<strong>do</strong> os cafezais. Portanto, essa mudança na organização <strong>do</strong> espaço agrário, com<br />

o processo de pecuarização, causou grandes polêmicas até mesmo quanto ao termo que<br />

diversos autores expressam para designar tal fenôme<strong>no</strong>.<br />

Notas e Referências Bibliográficas<br />

1. CULTURAS tradicionais perdem área cultivada mas safra cresce. Jornal <strong>do</strong><br />

10 MELO, Os Agrestes. p.199.<br />

11 CONDEPE, Pla<strong>no</strong> de Desenvolvimento <strong>do</strong> Agreste Meridional de Pernambuco. p.161.<br />

12 MELO, Os Agrestes. p.199.<br />

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