evangélico - philip yancey - maravillhosa graça - Nunes, Lizardo
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aseadas em antecedentes étnicos, quando o racismo nos Estados Unidos zomba dos grandes ideais de nossa<br />
nação, quando as minorias e grupos separatistas maquinam pelos seus direitos, não conheço mensagem mais<br />
poderosa do evangelho do que esta, a mensagem que matou Jesus. Os muros que nos separavam uns dos outros, e<br />
de Deus, foram demolidos. Somos todos esquisitões, mas Deus nos ama mesmo assim.<br />
Passaram-se quase vinte séculos desde que Deus iluminou o apóstolo Pedro em um terraço. Nesse período de<br />
tempo, muitas circunstâncias mudaram (ninguém mais está preocupado em "desjudaizar" a igreja). Mas o<br />
movimento que Jesus introduziu tem conseqüências importantes para cada cristão. A revolução da <strong>graça</strong> de Jesus<br />
afeta-me profundamente pelo menos de duas formas.<br />
Primeiro, ela afeta o meu acesso a Deus. No mesmo culto em que Bill Leslie dividiu o santuário nas<br />
proporções aproximadas do templo judeu, membros da congregação apresentaram uma peça. Diversos requerentes<br />
se aproximaram da plataforma para transmitir uma mensagem ao sacerdote — com as mulheres, naturalmente,<br />
dependendo de seus representantes masculinos. Alguns trouxeram sacrifícios para o sacerdote apresentar a Deus.<br />
Outros fizeram pedidos específicos: "O senhor poderia falar com Deus a respeito do meu problema?", eles<br />
perguntavam. Toda vez que o "sacerdote" subia à plataforma, passava por um ritual prescrito e submetia o pedido<br />
a Deus dentro do Santíssimo Lugar.<br />
Subitamente, no meio dessa cerimônia, uma jovem mulher veio correndo pelo corredor, ignorando os limites<br />
estabelecidos para o seu gênero, com uma Bíblia aberta no livro de Hebreus. "Olhem, cada um de nós pode falar<br />
com Deus diretamente!", ela proclamou. "Ouçam isto."<br />
Visto que temos 13 um grande sumo sacerdote, Jesus, o Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos<br />
firmemente a nossa confissão... Cheguemo-nos, pois, com confiança ao trono da <strong>graça</strong>. "E aqui novamente",<br />
... tendo ousadia 14 para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele<br />
nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos<br />
com verdadeiro coração...<br />
"Qualquer um de nós pode entrar no Santíssimo Lugar!", ela disse antes de sair do recinto. "Qualquer um de<br />
nós pode ir diretamente a Deus!"<br />
Em seu sermão, o pastor falou da notável mudança de "poder aproximar-se de Deus". Você apenas precisa ler<br />
o livro de Levítico e então o de Atos para sentir a mudança sísmica. Enquanto os crentes do Antigo Testamento se<br />
purificavam antes de entrar no templo e apresentavam suas ofertas a Deus por meio de um sacerdote, em Atos os<br />
discípulos de Deus (bons judeus, a maioria deles) estavam reunindo-se em casas particulares e dirigindo-se a Deus<br />
com o termo informal Aba . Era um termo afetivo usado em família, como "papai", e antes de Jesus ninguém<br />
pensaria em aplicar essa palavra a Yahweh, o Soberano Senhor do Universo. Depois dele, tornou-se a palavra<br />
padrão utilizada pelos cristãos primitivos para dirigir-se a Deus em oração.<br />
Antes, tracei um paralelo com um visitante na Casa Branca. Nenhum visitante, eu disse, poderia esperar<br />
adentrar o Escritório Oval para ver o presidente sem hora marcada. Há exceções. Durante a administração de John<br />
F. Kennedy, os fotógrafos, às vezes, captavam cenas encantadoras. Sentados junto à mesa presidencial em ternos<br />
de cor cinza, os membros do gabinete debatiam questões de conseqüências mundiais, tais como a crise de mísseis<br />
cubanos. Enquanto isso, uma criança de dois anos de idade, John-John, subia sobre a imensa mesa presidencial,<br />
ignorando o protocolo da Casa Branca e os importantes assuntos de Estado. John-John estava simplesmente<br />
visitando o seu papai e, às vezes, para deleite deste, invadia o Escritório Oval sem bater à porta.<br />
Esse é o tipo de acessibilidade chocante transmitida pela palavra de Jesus, Abba. Deus pode ser o soberano<br />
Senhor do Universo, mas, por meio de seu Filho, tornou-se tão acessível quanto qualquer pai humano "coruja".<br />
Em Romanos 8, Paulo traz a imagem da intimidade ainda mais perto. O Espírito de Deus vive dentro de nós, ele<br />
diz, e quando não sabemos como que devemos orar, "o mesmo Espírito 15 intercede por nós com gemidos<br />
inexprimíveis".<br />
Não precisamos aproximar-nos de Deus por meio de uma escada hierárquica, ansiosos a respeito de questões<br />
de pureza. Se o reino de Deus tivesse uma advertência "Esquisitices, não", nenhum de nós poderia entrar. Jesus<br />
veio para demonstrar que um Deus perfeito e santo dá boas-vindas aos pedidos de ajuda de uma viúva com dois<br />
óbolos, de um centurião romano, de um miserável publicano e de um ladrão na cruz. Temos apenas de chamar<br />
"Aba", ou, falhando nisso, simplesmente gemer. Deus se aproximou de nós desse jeito.<br />
A segunda maneira pela qual a revolução de Jesus me afeta centraliza-se em como devemos olhar para as pessoas<br />
"diferentes". O exemplo de Jesus me convence hoje porque sinto uma guinada sutil na direção inversa. Conforme<br />
a sociedade se desenvolve e a imoralidade aumenta, ouço alguns cristãos clamando que precisamos demonstrar<br />
menos misericórdia e mais moralidade, clamores que retrocedem ao estilo do Antigo Testamento.<br />
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