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Aspectos ambientais do trólebus<br />
Dióxido de enxofre (SO2) Atualmente, após um extensivo programa de controle das emissões de<br />
SO2 pela indústria, o padrão de qualidade do ar para SO2 (80 µg/m3 ) é<br />
atendido na RMSP. O inventário de fontes de poluição do ar da Cetesb<br />
atribui aos veículos a diesel a participação de 77% da emissão total de<br />
SO2, devido ao alto teor de enxofre do diesel comercializado no Brasil<br />
(em torno de 0,5% na RMSP e até 1% para o restante do país). Embora<br />
os padrões de qualidade do ar sejam atendidos a nível de bacia aérea<br />
da RMSP, devemos lembrar sempre que as emissões dos veículos<br />
são feitas ao nível da rua, diretamente sobre a população e que todo<br />
material particulado inalado carrega para as regiões mais profundas do<br />
sistema respiratório quantidades significativas de sulfatos, além de outros<br />
produtos tóxicos.<br />
Dióxido de carbono (CO2) Apesar de não representar uma ameaça à saúde, o CO2 emitido pelos<br />
veículos movidos a combustíveis fósseis é o principal responsável pelo<br />
fenômeno conhecido por efeito estufa, que tem sido apontado pelos<br />
cientistas de todo o mundo como uma ameaça à estabilidade climática<br />
do planeta. Diversos modelos atmosféricos prevêem um aumento médio<br />
na temperatura global de 1,5 a 5,8o C em meados do século XXI, antecipando<br />
alterações substanciais no clima, o que produziria efeitos devastadores<br />
sobre a agricultura, elevação do nível dos oceanos, inundações,<br />
comprometimento da potabilidade das águas, obsolescência das usinas<br />
hidrelétricas, extinção de espécies, migrações em massa etc.<br />
Estima-se que a contribuição dos veículos automotores seja de 15%<br />
da emissão global de CO2. Considerando-se as atuais tendências de crescimento da frota mundial,<br />
em 2010 haverá cerca de 1,1 bilhão de veículos em circulação,<br />
resultando num acréscimo de 65% na emissão de CO2 em relação à<br />
frota de 1990.<br />
EFEITOS DAS EMISSÕES DIESEL SOBRE A SAÚDE E<br />
PATRIMÔNIO FÍSICO<br />
Material particulado (MP)<br />
Os efeitos adversos do material particulado na atmosfera começam<br />
pelos aspectos estéticos, pois este interfere na visibilidade e está associado<br />
com a produção de corrosão e sujeira em edifícios, tecidos,<br />
placas de sinalização e outros materiais.<br />
Os efeitos sobre a saúde estão associados a:<br />
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Revista dos Transportes Públicos - <strong>ANTP</strong> - Ano 19 - 1997 - 3º trimestre<br />
- incapacidade do sistema respiratório de remover as partículas do ar<br />
inalado, retendo-as nos pulmões;<br />
- presença nas partículas de substâncias minerais que possuem propriedades<br />
tóxicas;<br />
- capacidade das partículas finas de reter substâncias irritantes, como<br />
sulfatos e hidrocarbonetos pesados, potencializando seus efeitos<br />
nocivos nas regiões mais profundas do sistema respiratório.<br />
De fato, uma recente compilação de diversos estudos toxicológicos<br />
publicada pelo Banco Mundial indica a existência de correlação direta<br />
entre altas concentrações ambientais de partículas inaláveis (diâmetro<br />
inferior a 10µ) e o aumento das taxas de morbidade e mortalidade<br />
por doenças respiratórias em áreas urbanas.<br />
Óxidos de nitrogênio (NOx) No caso dos óxidos de nitrogênio (NO+NO2), somente o NO2 é motivo<br />
para preocupação. Devido à sua baixa solubilidade, é capaz de penetrar<br />
profundamente no sistema respiratório, dando origem às nitrosaminas,<br />
algumas das quais com propriedades carcinogênicas. O NO2 é também um poderoso irritante, podendo conduzir a sintomas que<br />
lembram aqueles do enfisema.<br />
Os óxidos de nitrogênio são agentes na formação da chuva ácida e<br />
são precursores da formação do Ozona, que tem alto poder irritante<br />
dos olhos e tecidos do sistema respiratório.<br />
Monóxido de carbono (CO)<br />
O monóxido de carbono reduz a capacidade de transporte de oxigênio<br />
do sangue, competindo com o oxigênio na combinação com a hemoglobina,<br />
uma vez que a afinidade desta última pelo CO é cerca de 210<br />
vezes maior que pelo O2. Ocorre então a formação da Carboxihemoglobina,<br />
que reduz a capacidade de transporte de O2 para o organismo.<br />
Os sintomas da exposição excessiva ao CO são: a redução dos reflexos,<br />
dor de cabeça, redução da acuidade visual, estresse do sistema<br />
cardio-respiratório e em concentrações muito altas pode causar morte<br />
por asfixia.<br />
Hidrocarbonetos (HC)<br />
Os hidrocarbonetos são considerados substâncias tóxicas com alto<br />
poder irritante das mucosas e tecidos das vias respiratórias, especialmente<br />
aqueles de cadeia mais longa e os policíclicos e aromáticos,<br />
característicos das emissões de veículos a diesel. Grande parte destes<br />
componentes apresenta potencial carcinogênico e teratogênico.<br />
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