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powerpoint Arte e Ciência - Maria Tomaselli

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Boa Noite


Odontologia: <strong>Ciência</strong> e <strong>Arte</strong><br />

Porto Alegre<br />

03 -10 -05


EDELA PURICELLI<br />

cirurgiã-dentista<br />

TÂNIA CARVALHO<br />

jornalista<br />

RUI VICENTE OPPERMANN<br />

diretor da Faculdade de<br />

Odontologia da UFRGS<br />

MARIA TOMASELLI<br />

artista


A problemática<br />

A arte e a ciência andam juntas conforme<br />

a visão do homem do mundo em que vive.<br />

Em princípio temos duas visões:<br />

1.O homem que reconhece estruturas fixas<br />

de autoridade.<br />

2. O homem libertado, auto-suficiente,<br />

cartesiano, dono de si.


Estruturas fixas de autoridade são, na nossa<br />

cultura ocidental, Estado e / ou Igreja.<br />

O homem sabe onde pisa, obedece leis,<br />

teme castigos. É fácil sua orientação, ele<br />

sabe o que pode e o que não pode fazer.


O problema começa com o<br />

homem leigo, esclarecido.<br />

Cogito, ergo sum,<br />

disse Descartes,<br />

penso logo existo.<br />

Sou autônomo!


O homem começa a tratar<br />

da vida leiga,<br />

as ciências florecem,<br />

as artes não representam mais<br />

somente Deus, Anjinhos, Santos,<br />

Reis e Rainhas.


Vermeer


Rembrandt


A razão humana<br />

vira a medida de tudo, a liberdade substitui<br />

o absolutismo, a igualdade as classes<br />

sociais, a ciência substitui a superstição, a<br />

tolerância o dogmatismo.<br />

este foi o credo das novas idéias do<br />

iluminismo. Em vez de esperar a<br />

recompensa no além, os homens<br />

procuram o sentido da vida no aqui e<br />

agora.


Leonardo da Vinci<br />

artista, inventor, construtor, cientista


O Homem de Vetrúvio<br />

«De Divina Proportione»<br />

1490


Leonardo, o gênio universal<br />

Ele contribuiu para o conhecimento humano<br />

em quase todas as áreas, com cientista<br />

(fez estudos de anatomia), engenheiro<br />

(construiu pontes, prédios e toda uma<br />

parafernália de ferramentas), arquiteto,<br />

pintor, inventor.


Mais tarde,Nietzsche radicaliza,<br />

declara a morte de Deus<br />

e cria o “superhomem”.<br />

Se antes o homem foi criado por Deus no<br />

sétimo dia da Gênese, o homem sem<br />

Deus inventou<br />

o 8º Dia


O Homem Criador,<br />

o homem demiurgo<br />

O mito de Prometeu<br />

Frankenstein


Mary Shelley`s Frankenstein junta<br />

pedaços de cadáveres e tenta soprar-lhes<br />

vida.Quer penetrar nos segredos da<br />

Natureza. Quer imitar o criador mas<br />

produz um monstro.O monstro se torna<br />

contra ele, ele contra o monstro, tudo<br />

termina numa grande tragédia.<br />

Há uma medida aqui, a usurpação desta<br />

medida traz o infortúnio, o castigo.


O subtítulo do romance de Mary Shelley é: O<br />

Prometeu Moderno.<br />

A figura trágica e rebelde de Prometeu, símbolo<br />

da humanidade, é um dos mitos gregos mais<br />

presentes na cultura ocidental. Ele roubou o<br />

fogo do Olímpo e com ele deu vida a um boneco<br />

de terra. Zeus o castigou acorrentando-o num<br />

penhasco onde uma águia comia seu fígado.


Na arte contemporânea não se teme mais castigos.<br />

Eduardo Kac, o criador do projeto 8º Dia (The Eighth Day ),<br />

perguntado se acreditava em Deus, disse:<br />

Não. Mas respeito as diferentes versões<br />

mitológicas que, como o antropólogo Claude<br />

Levi-Strauss dizia, são uma ferramenta para<br />

entendermos o mundo ao nosso redor.


Então temos as mãos livres para criar.<br />

Kac se ocupou de inúmeros projetos na<br />

arte transgênica<br />

Esta arte não representa mais a vida pictoricamente, nada<br />

mais tem a ver com habilidades artesanais ou contemplação<br />

visual. A nova arte, a arte do 8º Dia,<br />

usa a própria vida<br />

como matéria prima.<br />

Se a ciência usa e abusa da tecnologia genética, os artistas<br />

a usam para provocar, para levantar uma situação polemica.


Alba,<br />

o coelho fluorescente


Eduardo Kac numa entrevista:<br />

My transgenic artwork "GFP Bunny" comprises<br />

the creation of a green fluorescent rabbit, the<br />

public dialogue generated by the project, and<br />

the social integration of the rabbit. GFP stands<br />

for green fluorescent protein. "GFP Bunny" was<br />

realized in 2000 and first presented publicly in<br />

Avignon, France. Transgenic art is a new art<br />

form based on the use of genetic engineering to<br />

transfer natural or synthetic genes to an<br />

organism, to create unique living beings. This<br />

must be done with great care, with<br />

acknowledgment of the complex issues thus<br />

raised and, above all, with a commitment to<br />

respect, nurture, and love the life thus created.


UMA LÁMPADA MOLECULAR<br />

A FLUORESCÊNCIA E UM MARCADOR<br />

QUE É ACOPLADO A UM GENE.<br />

Foi inventado para iluminar o músculo cardíaco, para<br />

melhor enxergar a evolução do coração no feto. Hoje já<br />

serve para identificar células troncos enxertados no<br />

coração, para poder ver o caminho que tomam.


Camundongos verdes e bacterias<br />

fluorescentes na Ars Eletrônica de<br />

Linz/Áustria<br />

São aplicações que nasceram da<br />

pesquisa com o coração:


Conflito e Ironia<br />

A arte transgênica foi considerada ao mesmo tempo um ato de<br />

resistência como também uma colaboração com a indústria<br />

biotecnológica.<br />

Alba é um símbolo desta dicotomia, e a Ars Eletrônica a plataforma<br />

mais importante para a discussão arte/ciência. A edição desta ano<br />

se chamou:


Um artista de Porto Alege, Walmor Corrêa, lida com seres híbridos:<br />

Ele inventa anatomias novas, forjando uma nova história natural de<br />

acordo com a sua própria interpretação dos postulados da teoria<br />

evolucionista


Nelson Jairo de la Mora<br />

na 5. Bienal do Mercosul, nos armazéns<br />

O homem manipulado com<br />

ferramentas


O cíclo Cremaster de Matthew Barney,<br />

artista multimídia.<br />

São 5 filmes ou atos de uma revista musical , um musical,<br />

representando o cíclo da vida.<br />

1.Os dançarinos representam a fecundação, a multiplicação das<br />

células, até 6 semanas de vida do feto.:the chorus girls moving into formation:<br />

their designs shift from parallel lines to the figure of a barbell, from a large circle to an outline of<br />

splitting and multiplying cells, and from a horizontally divided field emblem (Barney's signature<br />

motif) to an undifferentiated reproductive system (which marks the first six weeks of fetal<br />

development).


2. A diferenciação sexual do feto.<br />

trata do assasinato de Gilmore, comparado à vida das abelhas,<br />

quando as abelhas matam os machos após fecundação. Para<br />

escapar deste destino, Gilmore mata e é depois também executado.<br />

Barney depicts Gilmore's murder of a Mormon gas-station attendant in both<br />

sculptural and dramatic forms, Inferring that Gilmore killed out of a longing<br />

for union with his girlfriend.


3. Trata da encarnação:<br />

Exemplificado pela construção do Crysler Building e do Museu Guggenheim,<br />

de maçonaria, aprendizado, hybris humana e a conseguinte derrota, os<br />

prédios ficam inacabados, os arquitetos morrem.


4. A descida, a decadência começa, apesar do esforço contra:orelhas<br />

descem, cornos sobem.<br />

This penultimate episode describes the system's onward rush toward<br />

descension despite its resistance to division.


5. A queda definitiva na água, onde se formam dois círculos concêntricos em<br />

expansão.<br />

On its descent, the stream divides into two droplets that strike the water<br />

simultaneously. Two perfect circles resonate outward, filling the surface of the<br />

bath with their waves, suggesting, in turn, eternal renewal or the echoes of a<br />

system expiring. The Cremaster cycle defers any definitive conclusion.


"Cremaster" é o nome do músculo que comanda os<br />

movimentos testiculares. O Cremaster é o músculo que<br />

provoca a ereção do pénis e por isso foi usado como<br />

símbolo da fertilidade, da vida.<br />

A principal chave de leitura do ciclo remete para a<br />

sexualidade : o processo biológico de maturação,<br />

diferenciação e metamorfose sexual ; o processo sociopsicológico<br />

de construção conflitual da identidade sexual ; e o<br />

processo poético e metafórico da construção sentimental e<br />

romanesca.<br />

<strong>Arte</strong> e <strong>Ciência</strong> andando juntas


Ruan<br />

O artista chinês Xiao Yu não se restringe<br />

a representar pictoricamente seres<br />

híbridos, ele os monta com ingredientes<br />

reais:


Uma cabeça feminina de um feto que morreu nos anos<br />

60 (foi obtido numa faculdade de medicina) e o torso de<br />

um pássaro formam o objeto “Ruan”.<br />

Peça já exposta na Bienal de Veneza em 2001 e, no<br />

momento, num museu na Suíça, onde causou grande<br />

controvérsia. Beat Sitter-Liver da academia suíça de<br />

ciências humanas, professor de filosofia, se levantou<br />

contra estas manipulações com seres vivos, Ruan foi<br />

retirado temporariamente até o julgamento por uma<br />

junta de ética. Foi recolocado em sala separada e com<br />

segurança especial.


O mesmo artista, Xiao Yu, anestesiou<br />

camundongos, os costurou uns nos osutros e<br />

filmou seus movimentos.<br />

Fica a grande questão:<br />

A <strong>Arte</strong> pode tudo?


Podem a arte (e a ciência) criar um ser como<br />

este?<br />

No caso não é uma manipulação genética, não é<br />

um animal transgênico. Trata-se de uma nova<br />

técnica em engenharia de tecidos (tissue<br />

engineering). A orelha pode ser removida a<br />

qualquer momento. Mas como fica a questão da<br />

dignidade do camundongo?


Damien Hirst fatia animais e os coloca em formol


Guenther von Hagens<br />

Günther von Hagens e seus assistentes retalham<br />

cadáveres, os plastificam e realizam exposições de<br />

arte com estes mortos. Ele é um professor de<br />

anatomia e quer mostrar o homem em todas as suas<br />

camadas, da pele aos músculos e estes nos seus<br />

mais variados movimentos


O que era restrito aos<br />

estudantes de medicina, com<br />

Hagens virou exposição<br />

pública em museus de arte


A Justificativa de Hagens<br />

The invention of plastination is an aesthetically sensitive<br />

method of preserving meticulously dissected anatomical<br />

specimens and even entire bodies as permanent, life-like<br />

materials for anatomical instruction. The body cells and<br />

natural surface structures retain their original forms and<br />

are identical to their condition prior to preservation, even<br />

at a microscopic level. The specimens are dry and<br />

odorless, and remain unchanged for a virtually unlimited<br />

amount of time, making them truly accessible. These<br />

characteristics lend plastinated specimens inestimable<br />

value both for training prospective doctors and for<br />

educating non-professionals in the field of medicine.


Contra eventuais processos de ética o professor se previne usando só<br />

cadáveres de pessoas que em vida ainda consentiram em participar de<br />

seu processo de plastination.


O Futuro?<br />

Já que o homem não tem mais um Deus que diz o que pode<br />

fazer e o que não, a orientação ética do homem deveria vir da<br />

visão holística do nosso universo.<br />

O universo funciona como um grande sistema autoregulado.<br />

Interferir nele por motivos outros a não ser os da coerência de<br />

seu funcionamento, faz todo sistema colapsar.<br />

Temos aqui as questões de ecologia, da biodiversidade, da<br />

justiça social.


Elementary, my dear Watson:<br />

Justiça social: se eu subjugo outro homem, um dia ele se<br />

levanta contra mim e se cria uma situação de guerra que<br />

eu posso perder.<br />

Ecologia: se eu desmato o planeta Terra, haverá a<br />

vingança da natureza e eu posso morrer, como foi<br />

amplamente demonstrado últimamente.<br />

Biodiversidade: se eu elimino plantas posso perder a<br />

chance de encontrar exatamente nela o remédio que eu<br />

preciso contra uma doença.<br />

Direitos dos seres vivos: se eu não respeito os seres<br />

vivos em geral, um dia alguém vem e me usa como<br />

cobaia também.


As artes tentam colocar estas questões em discussão,<br />

inclusive quando elas mesmas infringem as leis da<br />

coerência do sistema global. Mas é uma faca com dois<br />

gumes, porque a ação pode se colocar contra o<br />

pretendido e incorrer numa contradição performática.<br />

De qualquer jeito, as sociedades já se flagraram que a<br />

conduta do homem precisa mudar urgentemente. Temos<br />

o protocolo de Cartagena (Montreal 2000) sobre a<br />

preservação da biodiversidade, temos o protocolo de<br />

Kyoto, sobre as mudanças do clima, etc.


Uma grande questão ética hoje em dia:<br />

As experiências científicas com animais e<br />

homens.<br />

Pela genética sabemos que não somos<br />

muito diferentes dos macacos. Podemos<br />

abusar deles que são nossos avós? Que<br />

espécie de animal pode ser usado para<br />

testes?


O Futuro?<br />

Já que o homem não tem mais um Deus que diz o que pode<br />

fazer e o que não, a orientação ética do homem deveria vir da<br />

visão holística do nosso universo.<br />

O universo funciona como um grande sistema auto-regulado.<br />

Interferir nele por motivos outros a não ser os da coerência de<br />

seu funcionamento, faz todo sistema colapsar.<br />

Temos aqui as questões de ecologia, da biodiversidade, da<br />

justiça social, etc.


Elementary, my dear Watson:<br />

Justiça social: se eu subjugo outro homem, um dia ele se<br />

levanta contra mim e se cria uma situação de guerra que<br />

eu posso perder.<br />

Ecologia: se eu desmato o planeta Terra, haverá a<br />

vingança da natureza e eu posso morrer, como foi<br />

amplamente demonstrado ultimamente.<br />

Biodiversidade: se eu elimino plantas posso perder a<br />

chance de encontrar exatamente nela o remédio que eu<br />

preciso contra uma doença.<br />

Direitos dos seres vivos: se eu não respeito os seres<br />

vivos em geral, um dia alguém vem e me usa como<br />

cobaia também.


As artes tentam colocar estas questões em discussão,<br />

inclusive quando elas mesmas infringem as leis da<br />

coerência do sistema global. Mas é uma faca com dois<br />

gumes, porque a ação pode se colocar contra o<br />

pretendido e incorrer numa contradição performática.<br />

De qualquer jeito, as sociedades já se flagraram que a<br />

conduta do homem precisa mudar urgentemente. Temos<br />

o protocolo de Cartagena (Montreal 2000) sobre a<br />

preservação da biodiversidade, temos o protocolo de<br />

Kyoto, sobre as mudanças do clima, etc.


Somente leis internacionais podem ajudar para que<br />

estes protocolos sejam obedecidos.<br />

Todas as ciências e todas as artes<br />

precisam obedecer o imperativo<br />

categórico que diz:


Aja apenas segundo a máxima<br />

que você gostaria de ver<br />

transformada em<br />

lei universal


Por que "imperativo categórico"?<br />

Imperativo, porque é um dever moral.<br />

Categórico, porque atinge a todos, sem<br />

exceção.<br />

Immanuel Kant


Para não poder acontecer algo assim:

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