Jornal Folha Cidade Baixa

Opinião
Jornal Folha Cidade Baixa - setembro de 2011
A hora é agora
A
Cidade Baixa possui verdadeiras
joias da natureza,
como praias, um rico patrimônio
cultural e arquitetônico
e um pouco de mata atlântica ainda
preservada. Mas até quando isso vai
durar?
Há vários fatores de declínio na
região, o crescimento desordenado,
sem a necessária infraestrutura, é
um deles. O estado de degradação
dos casarões, igrejas, sobrados e
prédios, felizmente “reversível” ,já
está configurado. É verdade que
cabe às autoridades lançar um olhar
mais profundo para essas questões.
Enfim, uma luz no fim do túnel: O
Conjunto Urbano e Arquitetônico da
Cidade Baixa passou a ser, desde
do dia 9 de maio, oficialmente reconhecido
como patrimônio cultural
tombado pela União. O que quer dizer
que esta medida já traz em seu
bojo uma série de ações para a preservação
da Cidade Baixa, inclusive,
um recurso da ordem de R$ 250
milhões, que deverão ser aplicados
aqui, durante os próximos quatro
anos.
Quantos representantes temos
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na câmara municipal? Até quando
presenciaremos, ou melhor, permitiremos
chegarem aqui candidatos
descompromissados com os graves
problemas da região, cooptarem os
votos de sua população (suficientes
até mesmo para eleger o prefeito da
cidade) e virarem as costas para o
nosso destino, só retornando quatro
anos depois? Estamos atentos.
Nossa editoria de esportes acompanha
o progresso do remo baiano,
que alcançou um lugar de destaque
na última Copa Nordeste, evento realizado
em Vitória do Espiríto San-
A importância do Voto Distrital
Muitos nunca pararam para
se perguntar no que consiste
o cargo de vereador.
Menos ainda são aqueles
que já ouviram falar na possibilidade
de exigir mudança no perfi l desse político.
A cada quatro anos, 41 vagas
são ocupadas na Câmara Municipal
de Salvador para representar uma
população com cerca de 2 milhões
e meio de habitantes. Quem ocupa
essa vaga se encaixa no modelo padrão
do vereador universal, que vem
sendo questionado na mídia sobre a
efi cácia do seu trabalho em cidades
brasileiras com mais de 200 mil habitantes.
É a partir disso que se discute
o papel do vereador distrital.
Ao invés de buscar ter a opção de
recolher votos em diferentes locais
da cidade, esse tipo de candidato só
poderá executar o cargo se eleitores
do seu distrito o escolherem. Essa
diferença na obrigação com uma comunidade
específi ca poderá garantir,
entre outras, que o vereador distrital
mostre serviço, dê satisfação do que
está fazendo, preste contas. Ele irá
receber todos os apelos e fará as reivindicações
aos órgãos municipais
devidos, além de ser uma forma efi -
caz de evitar o abandono de certas
áreas, em detrimento de outras.
Direção Geral
DILTON
SANTIAGO
Tels: (71) 3023-3011 / 4101-5819
Na capital baiana, apenas a Cidade
Baixa tem uma população de cerca
de 800 mil pessoas. Para atender as
necessidades desse contingente, é
ideal ter, pelo menos, três vereadores
para representar a região. O mesmo
vale para outros bairros muito habitados,
como os do Subúrbio Ferroviário,
Liberdade, Cajazeiras e Itapuã.
Não é uma questão de defender o
aumento do número de vereadores,
cargo esse que já desperta polêmica,
em decorrência do alto valor destinado
às verbas de gabinete e questionamentos
sobre o retorno social
para a população. Ao contrário, deve-
-se pensar em uma forma de melhor
distribuir funcionários da Câmara
Municipal entre as regiões. Partindo
dessa lógica, seus próprios gabinetes
estariam localizados no bairro, o qual
representa e foi eleito. Uma forma
de assegurar que a população esteja
próxima daquele que deve cobrar
resultados da prefeitura.
É importante perceber a diferença
entre um vereador distrital e o líder
comunitário. Embora também atuem
de forma direta, pessoas sem cargo
político não têm poder sufi ciente para
intervir nos problemas da comunidade.
Todas as comunidades reclamam.
Mas uma fi gura política municipal po-
derá suprir essa carência, requerendo
aos respectivos órgãos a devida
providência para a região que representa.
E será diretamente cobrado
por isso.
Alguns vereadores alegam que
cuidar da infraestrutura dos bairros
não faz parte das demandas do seu
cargo, que são fi scalizar a prefeitura
e legislar em benefício da cidade.
Mas como entender que avaliar problemas
como buracos nas ruas, praças
mal conservadas, trânsito caótico
e segurança pública não fazem parte
da fi scalização sobre como a prefeitura
tem trabalhado? O bem-estar social
é o termômetro que indica como
tem sido investido o recursos municipais.
Assim, a verdadeira função do
vereador é, justamente, ser parceiro
da prefeitura, para tentar melhorar as
condições de vida nos bairros.
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Essa diferença na
obrigação com uma
comunidade específi
ca poderá garantir,
entre outras, que o vereador distrital
mostre serviço, dê satisfação
do que está fazendo, preste
contas.”
Diagramacão
JAIME AZEVEDO
Gerente de Produção
THIAGO BERHENDS
Fotografi a
RYCON
Revisão
NILTON SANTOS PESSOA
Dilton Santiago
editor
to, que reuniu as melhores agremiações
dessa modalidade esportiva do
país. A matéria traz para os amantes
do esporte um pouco da história de
cada clube de Remo da Península.
Margareth Menezes, nossa querida
Maga, canta como ninguém, e
a partir dessa edição estará encantando
a todos os nosso leitores na
coluna Magazine. Em seu texto de
estréia, ela nos fala do carisma de
Irmã Dulce como exemplo de ser
humano a ser seguido por todos
nós. Seja bem-vinda Margareth.
Artigo
Jorge Codami
codami@globo.com
Ao ser eleito por uma comunidade,
o candidato automaticamente assume
um compromisso com a mesma.
É fundamental que os eleitores
desenvolvam a consciência do papel
em saber escolher os dirigentes mais
capacitados, que não trabalhem em
prol de si próprios. E assegurar isso
é sua responsabilidade. Entre outras
vantagens, ao inserir a fi gura política
entre o povo, será possível avaliar
com clareza a real atuação do mesmo
no local que se comprometeu representar
e se ele realmente merece
ser reeleito, para dar continuidade
aos projetos. Mas o que comumente
ocorre é que a maioria das pessoas
sequer lembra em quem votou nos
cargos legislativos das últimas campanhas.
Por enquanto, não existe plano
sobre o voto distrital em Salvador,
o que primeiramente deve partir de
uma decisão legislativa do governo.
Cabe às grandes cidades pressionarem
o Congresso Nacional para pôr
essa ideia em prática. O convite está
aberto a todos que queiram participar
na elaboração desse projeto coletivo.
Jorge Codami é empresário e fundador do
Grupo Cultural Viver Itapagipe.
Representante comercial
para todo o Brasil
MAPA DA MÍDIA PESQUISA E
COMUNICAÇÃO LTDA.