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CONJURAÇÃO MINEIRA 375<br />

soffreu dous interrogatórios *, antes que se desse pelo equivoco de<br />

seu dito. Como no tribunal do Santo Officio, era necessário que o<br />

réo advinhasse o motivo da sua prizão ! Referia-se o dito ao facto<br />

de haver o governador chamado á sua sala o padre Theodoro,<br />

mestre de latinidade na villa do Príncipe, para repréhendel-o asperamente<br />

por uma desordem havida naquella villa, e na qual viera a<br />

figurar o sacerdote, e entendia o bacharel que as questões com o<br />

clero eram de mau agouro para as authoridades, e que quem fazia<br />

mal aos clérigos era infeliz, como acontecera até mesmo com elle.<br />

Salvou-o o tenente coronel Antônio José Soares de Castro, o qual no<br />

auto de confrontação de testemunhas inclinou-se a seu favor 2 .<br />

Mostraram-se os Rolins,irmãos do padre José da Sllva,complectamente<br />

ignorantes da parte que tomara o padre na conjuração.<br />

Parece porém que deveram tanta felicidade á pouca importância<br />

que ligou o irmão tonsurado ao levante 3 , pois tão depressa achou-se<br />

no districto de suas antigas façanhas, como entregou-se ás suas<br />

aventuras amorosas e ás distrações do trabalho de suas lavras do<br />

que resultou não convidar a pessoa alguma para semelhante fim, e<br />

n'isso andou elle avisado, pois não arrastou ninguém ás masmorras<br />

da inconfidência, nem ás praias do exilio.<br />

Foram os Rolins, depois de interrogados V, restituidos á liberdade,<br />

4 Em 29 Maio e 4 Jun. 89. Ap. 13, Dev. de M. G. Figurou também em 31 Ag. 89<br />

no auto de confrontação de testemunhas. Ap. 14,Dep. de M. G-<br />

1 Ap. 14 da Dev. de M. G., já citado.<br />

' Declarou o bacharel Plácido da Silva que seu irmão se correspondia com o<br />

tenente-coronel D. de A. Vieira, e que só uma vez escreveu a Gonzaga, bem como<br />

ao ajudante de ordens F. A. Rebello, e a D. Thereza, que se persuadia ser irmã de<br />

outro ajudante de ordens João Carlos, pedindo-lhes que do governador obtivessem<br />

licença para ficar residindo trãnquilíaménte no arraial do Tijuco^ d'onde fora<br />

expulso. I o Interrog., 1 Março 90, Ap'. 29, Dev. de M. G.<br />

4 Alberto da Silva de Oliveira Rolin, a quem chamavam de sargento mór, foi<br />

interrogado em 20 e 22 Fev., e 3 Março 90. Ap. 27, Dev. de M. G. Respondeu que<br />

estava preso por ser irmão do padre, ao qual imputavam muitos crimes, e que<br />

alam d!isso entrava n'um levante que se pretendia effectuar, e ouvira dizer que<br />

por isso seriam também presos os seus parentes. Nunca levou cartas de seu irmão

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