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Memórias do Comendador Monte-Negro e da Colônia Nova Louzã

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Não será sem motivos que <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> de São Paulo e <strong>do</strong> Rio de Janeiro partiu uma<br />

ferrenha resistência à emancipação <strong>do</strong>s escravos e, mais tarde, à implantação <strong>do</strong> regime<br />

republicano. Entre os monarquistas restaura<strong>do</strong>res estavam muitos latifundiários, antigos<br />

políticos de expressão, obscuros políticos <strong>da</strong> província, funcionários vincula<strong>do</strong>s à<br />

burocracia, denomina<strong>do</strong>s por Janotti (1986: 9) como os `subversivos <strong>da</strong> república’. 20<br />

Bem a propósito dessa questão, o Álbum de Espírito Santo <strong>do</strong> Pinhal, nos revela que em<br />

Pinhal houve um movimento de resistência ao regime republicano, ten<strong>do</strong> alguns<br />

monarquistas se rebela<strong>do</strong> e envia<strong>do</strong>s presos para a capital paulista, em 1902, ou seja, 13<br />

anos após ter si<strong>do</strong> proclama<strong>da</strong> a República brasileira:<br />

“Em 1902, lavrava em to<strong>do</strong> o pais uma conspiração, ten<strong>do</strong> em mente a<br />

restauração monarchica... Conquistan<strong>do</strong> adeptos aos milhares, o movimento<br />

parecia destina<strong>do</strong> a triumphar, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> designa<strong>do</strong> o dia 23 de agosto para a<br />

sua deflagração.<br />

Entretanto, por motivos varios foi delibera<strong>da</strong> a transferencia <strong>do</strong> surto<br />

revolucionario para época mais opportuna, mas o aviso não chegou até o<br />

monarchistas <strong>do</strong> Pinhal e de Ribeirãosinho (hoje Taguaritinga) pelo que, na<br />

madruga<strong>da</strong> <strong>do</strong> dia cita<strong>do</strong>, foi proclama<strong>da</strong> a monarchia em ambos os<br />

municipios.<br />

Os pinhalenses depuseram as autori<strong>da</strong>des legaes, toman<strong>do</strong> posse de to<strong>do</strong>s os<br />

cargos publicos. Agin<strong>do</strong> com extraordinaria energia, o governo esta<strong>do</strong>al<br />

conseguiu que os monarchistas depusessem as armas 36 horas após, ten<strong>do</strong><br />

si<strong>do</strong> presos e conduzi<strong>do</strong>s para S. Paulo os srs. Dr. Had<strong>do</strong>ck Lobo, José<br />

Ribeiro de Oliveira Motta, Barão de Motta Paes e dr. Carolino Ferreira <strong>da</strong><br />

Silva, mais tarde postos em liber<strong>da</strong>de”. 21<br />

Curiosament, no dia 16 de abril de 1888, grandes festejos populares comemoraram a<br />

abolição <strong>da</strong> escravatura na ci<strong>da</strong>de, 28 dias antes que a princesa Isabel sancionasse a lei<br />

abolin<strong>do</strong> o regime de escravidão no Brasil. 22<br />

<strong>Monte</strong>-<strong>Negro</strong> e a ci<strong>da</strong>de de Pinhal<br />

Sobre a relação de Pinhal com <strong>Monte</strong>-<strong>Negro</strong>, o Álbum Espírito Santo de Pinhal de<br />

Caldeira (l936: 61, 64, 82, 100) nos dá algumas pistas, ao destacar as suas ativi<strong>da</strong>des<br />

beneméritas na ci<strong>da</strong>de:<br />

“Em 18 de julho de 1888, fun<strong>do</strong>u-se, por iniciativa <strong>do</strong> snr. Commen<strong>da</strong><strong>do</strong>r<br />

<strong>Monte</strong> <strong>Negro</strong>, a Villa <strong>Monte</strong> <strong>Negro</strong>, hoje grande arrabalde pinhalense”.<br />

“Em 24 de junho <strong>do</strong> mesmo anno, por iniciativa <strong>do</strong> snr. Evaristo Ferreira<br />

Lobo, foi fun<strong>da</strong><strong>do</strong> o Gremio Portuguez, ten<strong>do</strong> como presidente honorario o sr.<br />

Commen<strong>da</strong><strong>do</strong>r <strong>Monte</strong>negro”.<br />

20 Cf. Janotti, M. de Lourdes Monaco. Os subversivos <strong>da</strong> República. São Paulo: Brasiliense, 1986. p. 9.<br />

21 Cf. Caldeira. , João Neto. Álbum de Espírito Santo de Pinhal. São Paulo: , 1936. p. 65-66.<br />

22 Cf. Rizzoni, Ernesto et alli. op. cit.<br />

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