Baixar edição - O Paraná
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opinião<br />
oparana@oparana.com.br<br />
A2 - O <strong>Paraná</strong> Sábado, 8/12/2012 expediente<br />
Editorial Charge charge@oparana.com.br<br />
Pré-sal: ginástica para manter o veto<br />
Bem no estilo lulista de governar, pretende-se<br />
entregar ao ex-presidente José<br />
Sarney a tarefa de enfrentar os estados<br />
não produtores de petróleo na demanda<br />
pela divisão dos royalties enquanto<br />
a presidente Dilma Rousseff<br />
estiver em visita à Rússia.<br />
Faz parte do esquema também a ausência<br />
do vice-presidente, Michel Temer,<br />
e um compromisso arranjado para afastar<br />
o presidente da Câmara, Marco Maia,<br />
de modo que o ex-presidente assuma<br />
novamente o governo e negocie a pendência<br />
em favor do governo, inclusive com<br />
filha Roseana, governadora do Maranhão.<br />
Essa rocambolesca ginástica poderia<br />
ser evitada se o governo compreendesse<br />
que a situação mundial é grave<br />
e só com iniciativas pactuadas,<br />
emergenciais ou de longo prazo, será<br />
possível encontrar soluções mais rápidas<br />
e efetivas para os encalacrados<br />
problemas nacionais.<br />
A insistência em transformar o governo<br />
em permanente palanque eleitoral<br />
vai continuar gerando impasses<br />
Regulação ou intervenção?<br />
Nos últimos dez anos, o governo vem<br />
sistematicamente fazendo uma intervenção<br />
no setor produtivo brasileiro com o<br />
discurso de que precisa regular o mercado<br />
e, consequentemente, a iniciativa<br />
privada. Isso acontece porque quanto<br />
mais diverso um setor, maior a dificuldade<br />
em regular ou intervir.<br />
Por exemplo, os setores industriais<br />
de limpeza, alimento, aço, alumínio e automotivo<br />
são estratificados e formados<br />
por grandes corporações, o que facilita<br />
o “acerto” ou a pressão do governo de<br />
plantão, como o caso da Vale, que o governo<br />
impôs a troca de comando.<br />
As agências reguladoras representam<br />
um avanço para a economia de<br />
mercado e o respeito aos contratos é<br />
basicamente para que o setor produtivo<br />
do Brasil não fique amarrado a esse<br />
ou àquele partido. Já as políticas de<br />
governo para o setor produtivo foram<br />
aos poucos sendo “capturadas” ou aparelhadas<br />
pelos burocratas e pelo poder<br />
econômico, resultando em bons<br />
exemplos dos dois lados.<br />
Temos a constante discussão sobre<br />
a “regulação” da imprensa, com o tal<br />
controle social, objetivo não atingido<br />
ainda pela forte pressão dos veículos<br />
de comunicação que nem aceitam conversar<br />
sobre o assunto e mantém seu<br />
posicionamento firme.<br />
O programa automotivo brasileiro<br />
é outro exemplo. Com o discurso de<br />
maior produtividade e com a promessa<br />
de baixar os extorsivos impostos<br />
do setor, o governo impôs uma série<br />
de “regulações” bastante questionáveis.<br />
E o setor pelo seu porte, força<br />
e relacionamento com esse governo<br />
aceitou por acreditar que pode resolver<br />
na “boca pequena”.<br />
Ademar Batista Pereira<br />
como esse. No episódio dos royalties<br />
do pré-sal, por falta de boa condução<br />
política o governo colheu uma derrota<br />
no Congresso, aliás previsível, à qual<br />
retrucou com o veto.<br />
Ao avaliar a correção de forças, o<br />
governo se assustou ao sentir que<br />
pela primeira vez em uma década há<br />
o risco de um veto presidencial ser<br />
derrubado no Congresso.<br />
Imagina-se a repercussão interna e<br />
mundial que tal resultado implicaria:<br />
um ato presidencial desautorizado pelo<br />
parlamento em tempos de escassos<br />
resultados práticos advindos das medidas<br />
governamentais seria abrir precedente<br />
para a dissolução da base<br />
parlamentar do governo.<br />
Entregar o governo ao ex-presidente<br />
José Sarney para adiar a solução<br />
do problema dos royalties até o ano<br />
que vem, portanto, é típico do atual<br />
estilo de governar, baseado em deixar<br />
as coisas como estão para que<br />
se resolvam por si mesmas. Se isso<br />
vai funcionar é outra história.<br />
Em seguida veio a promessa de baixar<br />
as tarifas de energia. Uma necessidade,<br />
pois pagamos as tarifas mais<br />
caras do mundo. Porém, com a mesma<br />
desculpa de sempre: regulação, o governo<br />
suspendeu os contratos, atacou<br />
o efeito e vai intervir no setor que já é<br />
estatal, caro, ineficiente e um grande<br />
cabide de emprego dos governos de<br />
plantão, tornando o setor pior.<br />
Agora temos o Insaes (Instituto Nacional<br />
de Supervisão e Avaliação da<br />
Educação Superior), a criação de um<br />
instituto que, com a desculpa de “regular”<br />
a escola particular, fará a intervenção<br />
em um setor competitivo,<br />
competente, bastante diverso e espalhado<br />
por todos os cantos do Brasil.<br />
Nesse caso, essa intervenção<br />
atende a apenas uma parte das expectativas<br />
do setor, aquele que não<br />
quer ver as pequenas instituições<br />
competitivas e focadas que atrapalham<br />
os negócios das grandes. E, por<br />
outro lado, resolve um problema do governo,<br />
pois controlar ou “acertar” é mais<br />
fácil em um setor grande, mas com<br />
poucos envolvidos. A escola particular<br />
da forma que é organizada no Brasil interessa<br />
apenas para a democracia e<br />
para o crescimento do país.<br />
O que me vem à cabeça nesses<br />
momentos é a frase do pensador alemão<br />
Bertold Brecht: “Quando vieram<br />
buscar os judeus, eu fiquei quieto;<br />
quando vieram buscar o anarquista, eu<br />
fiquei quieto; quanto vieram me buscar,<br />
não tinha ninguém para me ajudar”.<br />
Ademar Batista Pereira é presidente da FEPEsul<br />
(Federação dos Estabelecimentos Particulares<br />
de Ensino da Região Sul)<br />
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A Faciap apoia a MP 579, que reduz<br />
as tarifas energéticas no Brasil<br />
Vigente desde 11 de setembro de<br />
2012, a Medida Provisória 579, da presidente<br />
da República, Dilma Vana Rousseff,<br />
é desde então objeto de uma grande<br />
queda de braços. À me-<br />
dida em que prorroga as<br />
concessões do setor elétrico<br />
brasileiro em troca de<br />
uma redução das contas de<br />
luz, coloca de um lado os<br />
consumidores, os maiores<br />
interessados, que hoje são<br />
obrigados a suportar uma<br />
das mais altas tarifas elétricas<br />
do mundo, e do outro<br />
as concessionárias de<br />
energia elétrica, que, a fim<br />
de amortizar investimentos<br />
feitos no setor, penalizam o consumidor<br />
e emperram a competitividade e o crescimento<br />
da indústria nacional.<br />
Com a medida, o governo federal<br />
espera uma redução de até 16,2% nas<br />
contas de energia elétrica dos consumidores<br />
residenciais e entre 19% e 28%<br />
para os consumidores industriais, a<br />
partir de janeiro de 2013, estimandose<br />
em uma economia da ordem R$ 24<br />
bilhões por ano.<br />
A medida provisória, no entanto, que<br />
tramita no Congresso Nacional já possui<br />
até ação de lobby por parte das concessionárias<br />
de energia elétrica, a fim<br />
de que não seja convertida em lei e não<br />
haja redução das tarifas praticadas.<br />
A Faciap (Federação das Associações<br />
Comerciais e Empresariais do Estado<br />
do <strong>Paraná</strong>), em nome das mais de 50<br />
mil empresas paranaenses que representa,<br />
reforça seu apoio à Presidência<br />
Rainer Zielasko<br />
O reflexo dessa<br />
desoneração do<br />
consumidor seria<br />
um aumento do<br />
seu potencial de<br />
consumo,<br />
fortalecendo<br />
o comércio<br />
Porto Alegre/Expansão Brasil<br />
(51) 3340-1408<br />
da República, a fim de que a MP 579<br />
seja aprovada na sua integralidade pelo<br />
Congresso Nacional.<br />
O reflexo dessa desoneração do consumidor<br />
seria um aumen-<br />
to do seu potencial de consumo,<br />
fortalecendo o comércio,<br />
reduzindo os custos<br />
de produção da indústria,<br />
de forma a torná-la<br />
mais competitiva tanto no<br />
mercado interno, como no<br />
mercado externo.<br />
No país em que a redução<br />
da carga tributária, tida<br />
como um dos óbices ao<br />
crescimento nacional, é também<br />
uma das grandes bandeiras<br />
sociais, a aprovação da MP 579<br />
poderia ser talvez o pontapé inicial a concretização<br />
de tão importante objetivo.<br />
Rainer Zielasko - presidente da Faciap<br />
(Federação das Associações Comerciais<br />
e Empresariais do Estado do <strong>Paraná</strong>)<br />
falecimentos<br />
Fatima Maria Ribeiro Barreto (47)<br />
Odácio Rodrigues de Carvalho (63)<br />
Óbitos registrados ontem, até as 17h,<br />
pela Acesc, em Cascavel