Na tabela 4 são apresenta<strong>do</strong>s os indica<strong>do</strong>res de <strong>validade</strong> <strong>do</strong>s itens <strong>do</strong> módulo de hábitos alimentares. No geral, os coefi cientes de correlação variaram de 0,23 (p=0,07) a 0,58 (p
18 de 0,20 a 0,46 <strong>na</strong> comparação com acelerômetros. Os resulta<strong>do</strong>s foram similares aos encontra<strong>do</strong>s neste estu<strong>do</strong> para análise de ambos os sexos. É interessante ressaltar que também foram obti<strong>do</strong>s coefi cientes de correlação satisfatórios <strong>na</strong> comparação <strong>do</strong> recordatório diário de atividades físicas (sete dias) com o <strong>questionário</strong>, apresentan<strong>do</strong> coefi - cientes de correlação estáveis em ambos os sexos e <strong>na</strong>s análises em separa<strong>do</strong>. Uma limitação <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong> é a escolha <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s de referência. O pedômetro permite registrar o número de passos durante um determi<strong>na</strong><strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de tempo, mas pode subestimar ou não registrar movimentos realiza<strong>do</strong>s com os braços e parte superior <strong>do</strong> tronco. Além disso, o pedômetro não pode ser usa<strong>do</strong> <strong>na</strong> água, impedin<strong>do</strong> a medida das atividades aquáticas. Embora os méto<strong>do</strong>s de recordatório alimentar de 24 horas e de registro diário tenham si<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>s em outros estu<strong>do</strong>s de validação, a literatura evidencia que a própria <strong>validade</strong> desses méto<strong>do</strong>s é limitada pela habilidade <strong>do</strong>s sujeitos em recordar e relatar comportamentos de consumo alimentar (KOEHLER et al., 2000). Para atividade física, a utilização de acelerômetros é mais indicada <strong>do</strong> que o uso de pedômetros, visto que os primeiros apresentam maior capacidade de captação de movimentos e os pedômetros captam deslocamentos de passadas sem discrimi<strong>na</strong>r a intensidade <strong>do</strong>s movimentos. Por questões logísticas e fi <strong>na</strong>nceiras, não foi possível incluir acelerômetros no presente projeto. Porém, evidências resumidas em estu<strong>do</strong>s de revisão (TU- DOR-LOCKE et al., 2004) mostraram que o número de passadas diárias, mensura<strong>do</strong> por pedômetros, apresenta relação positiva com a capacidade cardiorrespiratória em crianças, a<strong>do</strong>lescentes, adultos e i<strong>do</strong>sos (coefi ciente médio de correlação de 0,41 para tempo total permaneci<strong>do</strong> em teste esteira e de 0,22 para consumo máximo de oxigênio). Além disso, o pedômetro mostrou evidências de <strong>validade</strong> <strong>na</strong> estimativa <strong>do</strong> gasto energético <strong>na</strong> comparação com outros méto<strong>do</strong>s como a monitoração da freqüência cardíaca, acelerometria e teste de capacidade cardiorrespiratória em crianças, com coefi cientes de correlação signifi cativos, com variação de 0,59 a 0,92 (ESTON et al., 1998). O desempenho <strong>do</strong> <strong>questionário</strong> <strong>do</strong> projeto “Saude <strong>na</strong> Boa” em comparação aos pedômetros Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde foi similar ao observa<strong>do</strong> em estu<strong>do</strong> recente comparan<strong>do</strong> um <strong>questionário</strong> de freqüência de práticas de atividades físicas moderadas e vigorosas com pedômetros durante sete dias, em 367 jovens com idade entre 10 a 14 anos, com resulta<strong>do</strong> de coefi ciente de correlação de Pearson de 0,28 (STRYCKER et al., 2007). Quanto ao baixo resulta<strong>do</strong> de coefi cientes de correlação obti<strong>do</strong>s <strong>na</strong> comparação <strong>do</strong> nível de atividade física relata<strong>do</strong> com os pedômetros <strong>na</strong>s moças, isto pode ser explica<strong>do</strong> pela baixa sensibilidade <strong>do</strong>s pedômetros para identifi car outros tipos de atividades físicas além de caminhadas. Um outro aspecto a ser considera<strong>do</strong> é a possibilidade de diferenças nos padrões de atividade física entre rapazes e moças. Os rapazes costumam praticar atividades mais estruturadas que são mais bem avaliadas por pedômetros (TELAMA e YANG, 2000; VAN MECHELEN et al., 2000). A análise de reprodutibilidade mostrou resulta<strong>do</strong>s satisfatórios (coefi cientes de correlação intraclasse superiores a 0,70). Estes coefi cientes foram semelhantes àqueles obti<strong>do</strong>s em estu<strong>do</strong>s de reprodutibilidade com intervalo de duas sema<strong>na</strong>s em a<strong>do</strong>lescentes brasileiros residentes no município de Piracicaba - ICC superiores a 0,60 (FLORIN- DO et al., 2006). Na comparação com amostras de outros países, os resulta<strong>do</strong>s foram superiores aos encontra<strong>do</strong>s em a<strong>do</strong>lescentes australianos cujo ICC foi de 0,59 (BOOTH et al., 2002) e moças ca<strong>na</strong>denses com coefi ciente de correlação entre 0,44 a 0,59 (KOO e ROHAN, 1999), e semelhantes aos resulta<strong>do</strong>s de estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> com a<strong>do</strong>lescentes norte-americanos (AARON et al., 1995; CRO- CKER et at., 1997; HOELSCHER et al., 2003), nos quais os coefi cientes de correlação variaram de 0,78 a 0,89. Em relação ao instrumento de hábitos alimentares, os da<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s no estu<strong>do</strong> de validação <strong>do</strong> <strong>questionário</strong> <strong>do</strong> projeto PACE+ foram satisfatórios (PROCHASKA et al., 2001), similarmente aos acha<strong>do</strong>s deste estu<strong>do</strong>, embora a forma de análise estatística tenha si<strong>do</strong> diferente. Os indica<strong>do</strong>res de <strong>validade</strong> observa<strong>do</strong>s no presente estu<strong>do</strong> foram semelhantes aos encontra<strong>do</strong>s em a<strong>do</strong>lescentes norte-americanos com idade entre 14 a 16 anos <strong>na</strong> validação <strong>do</strong> Behavioral Risk Factor Surveillance System contra recordatório de 24 horas de consumo alimentar, no qual os coefi cientes de correla-