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versão completa em pdf - Academia Goiana de Letras

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Pirenópolis, após a saída <strong>de</strong> padre Santiago Uchoa da paróquia, <strong>em</strong> 1941, jamais<br />

contou com vigário regular, a não ser nos últimos t<strong>em</strong>pos, com o padre Tennyson <strong>de</strong> Oliveira,<br />

filho da terra. No gran<strong>de</strong> interregno, vinha, <strong>de</strong> Goiânia ou <strong>de</strong> Anápolis, um padre ou fra<strong>de</strong>,<br />

para oficiar nas gran<strong>de</strong>s festas religiosas, como a S<strong>em</strong>ana Santa e a Festa do Divino.<br />

Acabada a festa, lá se ia o padre...<br />

A chegada <strong>de</strong> um sacerdote era, pois, motivo <strong>de</strong> satisfação na cida<strong>de</strong>, e recebida com alegria geral.<br />

Uma ocasião, veio aten<strong>de</strong>r à paróquia certo padre estrangeiro. Devia ser al<strong>em</strong>ão, ou coisa parecida.<br />

S<strong>em</strong>pre foi <strong>de</strong> praxe, <strong>em</strong> Pirenópolis, as pessoas gradas se reunir<strong>em</strong>, <strong>em</strong> comissão, para ir<strong>em</strong> apresentar<br />

as boas-vindas ao padre.<br />

Sabedor dos costumes <strong>de</strong> sua terra, Silvino <strong>de</strong> Siqueira se apressou <strong>em</strong> visitar o padre, antes da<br />

comissão.<br />

Chegando à casa paroquial, na Rua Nova, foi introduzido na sala por Ana <strong>de</strong> Rita, que administrava a<br />

casa paroquial, lavava e cozinhava para os padres.<br />

Veio o vigário.<br />

Silvino o cumprimentou, respeitosamente. E viu que o bom sacerdote quase nada sabia <strong>de</strong> português. E,<br />

o pouco que falava, falava mal. Silvino perguntou-lhe pela saú<strong>de</strong>. O padre fez cara <strong>de</strong> sofrimento e disse:<br />

— Eu não estar b<strong>em</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Eu passar mal aqui (e apontou a barriga). Como se chamar?<br />

Silvino ensinou.<br />

E o padre prosseguiu:<br />

— Eu ir muito à privada. Eu estar... como dizer? E o Silvino ensinou.<br />

No mesmo dia, ali pelas duas horas da tar<strong>de</strong>, o padre recebeu a visita protocolar dos pró-homens da<br />

terra. Todos <strong>de</strong> ternos, gravatas etc.<br />

Formou-se, na sala <strong>de</strong> visita, uma roda <strong>de</strong> seis ou oito pessoas: coronel Luiz Augusto Curado, seu filho<br />

José Augusto, seu Neco Mendonça, Luiz da Trinda<strong>de</strong>, Odilom <strong>de</strong> Pina, major Cristóvão José <strong>de</strong> Oliveira e outros.<br />

Quebrado o formalismo inicial dos cumprimentos, a conversa generalizou-se. Falou-se da festa próxima,<br />

da satisfação da cida<strong>de</strong> <strong>em</strong> po<strong>de</strong>r contar com um padre, <strong>em</strong>bora <strong>em</strong> caráter t<strong>em</strong>porário etc.<br />

Uma das visitas, gentilmente, perguntou ao reverendo como ia <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Este lamentou-se ante um<br />

auditório respeitoso e atento:<br />

— Eu não passar b<strong>em</strong> agorra.<br />

E, l<strong>em</strong>brando-se da aula, dada pelo Silvino:<br />

— Eu não estar b<strong>em</strong> da barriga. Eu estar borrando muito!<br />

A palavra poética <strong>de</strong> Neruda<br />

APOIO CULTURAL<br />

AGEPEL<br />

AGÊNCIA GOIANA DE CULTURA<br />

PEDRO LUDOVICO TEIXEIRA<br />

Casa Col<strong>em</strong>ar Natal e Silva – Rua 20 n.º 175 – Centro<br />

CEP 74.020-170 - Goiânia - GO - (62) 3224-8096<br />

acad<strong>em</strong>iagoletras@gmail.com www.acad<strong>em</strong>iagoiana<strong>de</strong>letras.org<br />

José Luiz Bittencourt 11<br />

Quando do centenário <strong>de</strong> nascimento do poeta chileno Pablo Neruda, ocorrido <strong>em</strong> 4<br />

<strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2004, Vargas Llosa escreveu que ele “era como um oceano <strong>de</strong> mares diversos e<br />

infinitas espécies animais e vegetais, <strong>de</strong> insondável profundida<strong>de</strong> e ingentes riquezas.” No<br />

verão <strong>de</strong> 1988, Jaime Quezada fez o prefácio da primeira edição <strong>de</strong> uma “Antologia<br />

Fundamental”, reunindo os seus melhores po<strong>em</strong>as <strong>em</strong> livro editado pela Pehuén, no qual é<br />

reproduzido o auto-retrato <strong>de</strong> Ricardo Eliezer Neftalo Reyes Basoaldo, nascido no inverno <strong>de</strong><br />

12 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1904 na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Parral.<br />

11 Faleceu <strong>em</strong> 2008 e ocupou a Ca<strong>de</strong>ira n.º 35 na AGL.

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