Câmara Municipal na Freguesia - Junta de Freguesia do Castelo

CASCUZ
Projecto consolidado mas
com vontade de crescer
«Projectos é o que não falta, mas debatemo-nos com a falta
de espaço», queixa-se a presidente da direcção do Centro de
Apoio Sócio Cultural Unidade Zambujalense (CASCUZ), Argentina
Marques. A instituição está, segundo esta responsável, «fortemente
consolidada», reúne agora condições para continuar a
crescer sobre essa sólida base, mas a «área de construção disponível
está no limite».
Sedeada na aldeia do Zambujal, o CASCUZ que se afirma já como
uma instituição «única ao nível do concelho», tem hoje um horizonte
mais amplo à sua frente.
«Pretendemos crescer, não em termos de valências, mas sim
fisicamente. Lagoa de Albufeira ou Alfarim são hipóteses que
consideramos porque, sobretudo ao nível do apoio domiciliário
que prestamos, a dispersão e dimensão geográfica da freguesia
obrigam-nos a um esforço acrescido que dessa forma poderíamos
minimizar, ao mesmo tempo que teríamos oportunidade de
melhorar o serviço nessas zonas», explicou Argentina Marques.
Entretanto, o CASCUZ tem cooperado com outras instituições,
nomeadamente, a Santa Casa da Misericórdia. «Como existe,
nalguns casos, cobertura das mesmas áreas por parte das duas
instituições, chegámos a um acordo de forma a minimizar os
custos», explicou.
Na aldeia do Zambujal, o CASCUZ tem, segundo a sua presidente,
desempenhado um importante papel social e cultural. Segundo
o regulamento interno, na entrada para o CASCUZ é dada
prioridade aos associados, às pessoas do Zambujal e depois às
do concelho. «Não é, de maneira nenhuma, uma atitude discriminatória.
Desta forma cumpre-se a ideia que esteve na génese da
criação da instituição. Tudo isto foi construído a pensar, acima
de tudo, na população do Zambujal», justificou.
Por isso, a maioria dos utentes são oriundos desta aldeia da
freguesia do Castelo. No total, o CASCUZ alberga 84 crianças
no pré-escolar; 40 no ATL; 46 idosos no lar; 25 no centro de dia
e 34 recebem serviço de apoio domiciliário, além de empregar
cerca de 80 funcionários.
Apesar de ter iniciado, após o 25 de Abril de 1974, como jardimde-infância,
hoje a valência mais importante do CASCUZ é o lar. A
comprová-lo está a extensão da lista de espera.
«Por um lado, a oferta desse serviço ao nível do concelho é
bastante reduzida, por outro, essa procura deve-se também ao
reconhecimento pela qualidade dos serviços que prestamos», justificou
a presidente do CASCUZ.
As instalações incluem espaços para convívio e refeições, para
ginástica, uma capela, serviço médico e de enfermagem, fisioterapia
e uma espaço para realização de exames complementares
de diagnóstico, que podem ser utilizados por associados e pela
população em geral, lavandaria, gabinete de estética, quartos
duplos com casa de banho, e três suites equipadas com cozinha
«que permite, por exemplo, a possibilidade de casais viverem no
centro mantendo a sua independência», esclareceu Argentina
ESPAÇO ASSOCIATIVISMO
Marques.
As principais preocupações são proporcionar aos utentes uma
supervisão permanente e combater a solidão dos idosos. Os
bailes são, por isso, eventos que ocorrem com alguma frequência,
bem como a realização de passeios, de que, como seria de
prever «os idosos gostam muito».
«Importa que estas pessoas possam viver com a máxima qualidade
de vida», afirmou.
Mas manter, de boa saúde, uma instituição como o CASCUZ não
é fácil. As quotas pagas pelos associados são uma fatia reduzida
do orçamento do CASCUZ, «embora comprove que há já muitas
pessoas a pensar no dia de amanhã». O principal apoio provém
da Segurança Social. Argentina Marques fez ainda questão de
salientar o papel dos empresários do concelho. «O ATL, por exemplo,
foi construído com materiais oferecidos por empresários
e mão-de-obra foi constituída com a boa vontade da população
que se empenhou na sua construção.»
Foi todo este envolvimento, bem como a relevância social da instituição
que atraíram a actual presidente que há oito anos mantém
uma ligação ao CASCUZ, tendo ocupado o cargo da presidência
da direcção nos dois últimos. «Tem sido uma experiência enriquecedora
mas também muito trabalhosa», confidenciou. «Esta
casa é um mundo e exige bastante disponibilidade», acrescentou
Argentina Marques. Daí a importância de a direcção incluir também
pessoas dedicadas e com bastante tempo.
Apesar do seu mandato terminar no início de 2007, Argentina
Marques não considera ainda uma recandidatura à presidência
da direcção. «Não me falta vontade, mas sim disponibilidade,
sobretudo por motivos pessoais», disse. De qualquer forma, apesar
das reticências que coloca neste momento, não afasta de
todo a possibilidade. «Seria um desafio. E eu gosto de enfrentar
desafios», concluiu.
8.9