Inibição da germinação e alongamento da radícula de invasoras de ...
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Avaliou-se o potencial alelopático <strong>da</strong>s gramíneas<br />
forrageiras sobre a <strong>germinação</strong> e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong><br />
<strong>radícula</strong> <strong>da</strong>s seguintes plantas <strong>invasoras</strong> <strong>de</strong> pastagens:<br />
assa-peixe (Vernonia polyanthes Less.), <strong>de</strong>smódio<br />
(Desmodium adscen<strong>de</strong>ns (Sw) DC.) e guanxuma (Si<strong>da</strong><br />
rhombifolla K. Sch.).<br />
A <strong>germinação</strong> foi monitora<strong>da</strong> por um período <strong>de</strong><br />
10 días, com contagem diária e eliminação <strong>da</strong>s<br />
sementes germina<strong>da</strong>s. Os bioensaios foram<br />
<strong>de</strong>senvolvidos em câmaras do tipo BOD, regula<strong>da</strong>s<br />
para temperatura constante <strong>de</strong> 25 °C e fotoperíodo <strong>de</strong><br />
12 horas-luz.<br />
Em caixas <strong>de</strong> gerbox transparentes, <strong>de</strong> 11 cm x<br />
11 cm, forra<strong>da</strong>s com duas folhas <strong>de</strong> papel-filtro e<br />
autoclava<strong>da</strong>s à 120 °C, foram coloca<strong>da</strong>s 50 sementes<br />
para germinarem <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> planta invasora.<br />
As sementes <strong>de</strong> <strong>de</strong>smódio e guanxuma foram<br />
imersas em ácido sulfúrico concentrado por 10 e 5 min,<br />
respectivamente, com vista à superação <strong>da</strong> dormência<br />
<strong>da</strong>s sementes. Esse método foi estipulado em<br />
bioensaios preliminares, como o mais eficiente para<br />
essas espécies <strong>de</strong> plantas <strong>invasoras</strong>. Para o<br />
assa-peixe não foi necessário superar a dormência <strong>da</strong>s<br />
sementes. Consi<strong>de</strong>rou-se germina<strong>da</strong> to<strong>da</strong> semente que<br />
apresentava uma protuberância em torno <strong>de</strong><br />
2 mm para fora <strong>da</strong> capa <strong>de</strong> semente.<br />
Os bioensaios <strong>de</strong> <strong>alongamento</strong> <strong>da</strong> <strong>radícula</strong> também<br />
foram <strong>de</strong>senvolvidos em câmaras tipo BOD, com<br />
temperatura constante <strong>de</strong> 25 °C e fotoperíodo <strong>de</strong><br />
24 horas-luz. Foram coloca<strong>da</strong>s 8 sementes<br />
prégermina<strong>da</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> espécie <strong>de</strong> planta invasora por<br />
caixa gerbox, ao final <strong>de</strong> um período <strong>de</strong> 10 dias para o<br />
<strong>de</strong>smódio e a guaxuma, e 15 dias para o assa-peixe,<br />
media-se o <strong>alongamento</strong> <strong>da</strong> <strong>radícula</strong>.<br />
Tanto no bioensaio <strong>de</strong> <strong>germinação</strong> como no <strong>de</strong><br />
<strong>alongamento</strong> <strong>da</strong> <strong>radícula</strong>, os extratos aquosos foram<br />
testados tendo a água <strong>de</strong>stila<strong>da</strong> como testemunha (sem<br />
extrato), sendo adicionado 6 ml do extrato por caixa<br />
gerbox, com o mesmo volume <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stila<strong>da</strong><br />
emprega<strong>da</strong> nos gerbox testemunha.<br />
O <strong>de</strong>lineamento experimental foi blocos ao acaso<br />
com três repetições. Os <strong>da</strong>dos foram submetidos á<br />
análise <strong>da</strong> variânza, e as médias compara<strong>da</strong>s pelo teste<br />
<strong>de</strong> Tukey (5%). Os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> percentagem <strong>da</strong><br />
<strong>germinação</strong> foram transformados em arc.sen. x<br />
Para separar os efeitos do potencial osmótico sobre<br />
os resultados, foram prepara<strong>da</strong>s quatro soluções <strong>de</strong><br />
Polietilenoglicol-6000 (PEG-6000), contendo 0.0, 78.49,<br />
119.57, 151.40 e 178.34 g/lt <strong>de</strong> água <strong>de</strong>ioniza<strong>da</strong>,<br />
correspon<strong>de</strong>ndo, respectivamente, a potenciais<br />
osmóticos <strong>de</strong> 0.0, 0.1, 0.2, 0.3 e 0.4 Mpa.<br />
46<br />
Pasturas tropicales, Vol. 19, No. 1<br />
Os valores obtidos foram analisados por regressão<br />
e a calibração <strong>da</strong>s curvas usa<strong>da</strong>s para calcular a<br />
extensão para a qual a <strong>germinação</strong> e o <strong>alongamento</strong> <strong>da</strong><br />
<strong>radícula</strong> po<strong>de</strong>riam ocorrer em extratos aquosos<br />
contendo potenciais osmóticos equivalentes. Esse<br />
procedimento permitiu separar os efeitos relativos ao<br />
potencial osmótico <strong>da</strong>queles <strong>da</strong> alelopatia. Esses<br />
bioensais foram <strong>de</strong>senvolvidos nas mesmas condições<br />
<strong>da</strong>queles on<strong>de</strong> se confrontou os extratos aquosos com<br />
a água <strong>de</strong>stila<strong>da</strong>.<br />
Resultados e discussão<br />
Efeitos do pH. Os valores <strong>de</strong> pH não variaram entre os<br />
extratos aquosos <strong>da</strong>s espécies doadoras<br />
(Tabela 1). Os <strong>da</strong>dos disponíveis na literatura<br />
analisando os efeitos do pH sobre a <strong>germinação</strong> e o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> plântulas, são, basicamente,<br />
referentes ás espécies tempera<strong>da</strong>s. Esses <strong>da</strong>dos<br />
indicam que tanto a <strong>germinação</strong> como o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> plântulas só afeta<strong>da</strong>s<br />
negativamente em condições on<strong>de</strong> o meio ou é<br />
extremamente ácido ou extremamente alcalino (Batra e<br />
Kumar, 1993; Redmann e Abouguendia, 1979; Roy,<br />
1986). Efeitos <strong>de</strong>letérios sobre a <strong>germinação</strong> e o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> diferentes espécies <strong>de</strong> plantas têm<br />
sido relatados em condições <strong>de</strong> pH abaixo <strong>de</strong> 4 e<br />
superior a 10 (Eberlein, 1987; Pattnalk e Misra, 1987;<br />
Rao e Reddy, 1981).<br />
Mesmo consi<strong>de</strong>rando as limitações dos <strong>da</strong>dos<br />
disponíveis, aparentemente os valores <strong>de</strong> pH dos<br />
extratos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> trabalho estão fora <strong>da</strong> faixa on<strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong>riam afetar negativamente, tanto a <strong>germinação</strong><br />
como o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> <strong>radícula</strong>. Desta maneira, é<br />
provável que o pH dos extratos aquosos <strong>da</strong>s gramíneas<br />
não tenha se constituido em fator <strong>de</strong> variação dos<br />
resultados.<br />
Valores <strong>da</strong> condutivi<strong>da</strong><strong>de</strong> elétrica. Os <strong>da</strong>dos<br />
apresentados na Tabela 1 indicam gran<strong>de</strong>s diferenças<br />
entre os valores <strong>da</strong> condutivi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos extratos <strong>da</strong>s<br />
diferentes gramíneas. Consi<strong>de</strong>rando que a<br />
Tabela 1. Valores <strong>de</strong> pH, condutivi<strong>da</strong><strong>de</strong> (mmHo) e potencial<br />
osmótico (MPa) nos extratos aquosos <strong>da</strong>s<br />
gramíneas.<br />
Espécies doadoras Parâmetros analisados<br />
pH Condutivi<strong>da</strong><strong>de</strong> Potencial<br />
osmótico<br />
B. humidicola 5.68 3.36 0.26<br />
B. <strong>de</strong>cumbens 5.72 3.62 0.28<br />
Capim-Marandu 5.00 3.13 0.22