contribuição para a geologia de engenharia aplicada às ... - ABGE
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12 campos <strong>de</strong> gestão da água. Consi<strong>de</strong>rando as ações<br />
mais comumente <strong>de</strong>stacadas na área do saneamento,<br />
veem-se que apenas 2 campos são sistematicamente<br />
contemplados <strong>de</strong> forma objetiva, mediante projetos<br />
e obras. Frequentemente são postos sob a responsabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> agentes diversos, portanto sem garantia<br />
<strong>de</strong> cooperação mútua — o suprimento baseado em<br />
mananciais superficiais (situação dominante no Brasil)<br />
e o escoamento pluvial, não inibido, atenuado,<br />
mas ampliado com sistemas <strong>de</strong> drenagem eficazes.<br />
Os <strong>de</strong>mais campos são negligenciados ou tratados<br />
<strong>de</strong> forma ampla através <strong>de</strong> legislação. A solução<br />
i<strong>de</strong>al, sem dúvida complexa do ponto <strong>de</strong> vista gerencial,<br />
requer a consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> todos os campos e<br />
atuar com priorida<strong>de</strong> naqueles on<strong>de</strong> o contexto local<br />
prometa os maiores benefícios. Nos campos do<br />
Quadro 1 – Matriz <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> água<br />
DIMENSõES DE<br />
GESTãO<br />
Suprimento<br />
Agente geodinâmico<br />
Veículo <strong>de</strong> poluentes<br />
e contaminantes<br />
Modificado <strong>de</strong> Carvalho, 1999.<br />
Examinando o Quadro 1, ficam claras as possibilida<strong>de</strong>s:<br />
■ Matriz suprimento que lance mão <strong>de</strong> todas as<br />
fontes possíveis protege a regularida<strong>de</strong> das<br />
águas superficiais, reduzindo a pilhagem que<br />
hoje se faz ao campo circundante das cida<strong>de</strong>s,<br />
on<strong>de</strong> as águas são buscadas. No campo 22,<br />
haverá um aquífero superficial mais receptivo<br />
à infiltração, perna ambientalmente mais saudável<br />
do ciclo hidrológico; no campo 23, menos<br />
água escoando <strong>para</strong> promover os processos<br />
geodinâmicos in<strong>de</strong>sejáveis. No campo 24, dois<br />
benefícios adicionais tornam-se possíveis.<br />
■ Nos campos 31 a 34, nota-se que uso sistemático<br />
das <strong>de</strong>mais fontes torna as populações<br />
mais convencidas da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteger<br />
todas as fontes <strong>de</strong> água e não só os mananciais<br />
superficiais. Nessa proteção o uso dos<br />
resíduos urbanos inertes po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar<br />
papel relevante;<br />
Contribuição <strong>para</strong> a Geologia <strong>de</strong> Engenharia <strong>aplicada</strong> <strong>às</strong> cida<strong>de</strong>s<br />
Quadro estão mensagens associando a origem da<br />
água com a dimensão <strong>de</strong> gestão. Sem preocupação<br />
especial com aspectos quantitativos, por exemplo,<br />
no campo 13, se as águas pluviais fossem incluídas<br />
no Suprimento, esse aproveitamento retiraria águas<br />
<strong>de</strong> circulação e atenuaria as inundações; no campo<br />
12 os aquíferos superficiais <strong>de</strong> rochas gnáissicas po<strong>de</strong>riam,<br />
por exemplo, em Belo Horizonte, contribuir<br />
<strong>para</strong> a atenuação <strong>de</strong> inundações em vários pontos<br />
da cida<strong>de</strong>. Reflexões como estas estão frequentemente<br />
associadas com ingenuida<strong>de</strong>, em geral suportadas<br />
por alegações quantitativas. Em verda<strong>de</strong> cada<br />
telhado, cada quadra <strong>de</strong>sportiva, individualmente,<br />
são contribuintes infinitesimais <strong>para</strong> os caudais tecnogênicos<br />
que a urbanização gera. No entanto, aos<br />
milhares geraram gran<strong>de</strong>s vazões.<br />
FONTES DE SUPRIMENTO<br />
SUPERFICIAL SUBTERRâNEA PLUVIAL SERVIDA<br />
11 Básico ou Complementar,<br />
com tratamento, cobrindo<br />
todos os usos<br />
21 Erosão, inundações,<br />
assoreamento<br />
31 Potencial antes da captação<br />
e tratamento. Aci<strong>de</strong>ntal<br />
<strong>de</strong>pois<br />
12 Complementar ou básico,<br />
e em geral sem tratamento,<br />
cobrindo todos os usos<br />
22 Aquíferos superficiais não<br />
explotados são pouco receptivos<br />
a infiltrações<br />
32 Potencial Gravida<strong>de</strong> dada<br />
pela natureza do aquífero e<br />
qualida<strong>de</strong> da proteção<br />
13 Complementar, uso<br />
conforme o coletor (telhado,<br />
pátio, rua)<br />
23 Erosão, inundações,<br />
assoreamento altos custos<br />
<strong>de</strong> prevenção<br />
33 Poluição do ar (Chuvas<br />
ácidas); inclusão <strong>de</strong><br />
resíduos conforme o<br />
coletor<br />
14 Complementar,<br />
uso sequêncial este<br />
com tratamento<br />
■ Desse exame fica ainda claro que a administração<br />
formal <strong>de</strong> apenas dois dos 12 campos<br />
da gestão das águas torna o êxito econômico,<br />
ambiental e social uma impossibilida<strong>de</strong> material<br />
concreta.<br />
2.3 Conceitos operativos <strong>de</strong> cida<strong>de</strong><br />
24 Infiltração ou<br />
reuso reduz ação<br />
geodinâmica e outros<br />
custos<br />
34 Com cargas Bio<strong>de</strong>gradáveis<br />
ou inertes<br />
a infiltração não polui<br />
o solo<br />
Num ponto as civilizações concordaram ao<br />
longo da história: embora muitas cida<strong>de</strong>s tenham<br />
perecido, em geral por perda <strong>de</strong> função, a Cida<strong>de</strong> é<br />
obra feita <strong>para</strong> a eternida<strong>de</strong>. Consi<strong>de</strong>rando assim a<br />
questão, ela po<strong>de</strong> escolher os elementos da primeira<br />
natureza com que admita conviver. Nenhuma<br />
cida<strong>de</strong> admitiu conviver com leões à solta. Por outro<br />
lado, a suposta preservação permanente <strong>de</strong>terminada<br />
por lei inexiste em cida<strong>de</strong> que não consiga<br />
imobilizar as massas geológicas eficazmente, surgindo<br />
aí a primeira gran<strong>de</strong> contradição. Rios em<br />
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