16.04.2013 Views

Edição nº 21 - Julho 2012 - Freguesia de Vermoil

Edição nº 21 - Julho 2012 - Freguesia de Vermoil

Edição nº 21 - Julho 2012 - Freguesia de Vermoil

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ANTÓNIO MARTO FALOU AOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE<br />

Debate “Saú<strong>de</strong>: Profissão - Missão” realizou-se em <strong>Vermoil</strong><br />

Com a preocupação<br />

comum <strong>de</strong> “humanizar” os<br />

cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, a vigararia<br />

das Colmeias promoveu<br />

um <strong>de</strong>bate subordinado ao<br />

tema “Saú<strong>de</strong>: Profissão -<br />

Missão”, no qual participaram<br />

profissionais das diversas<br />

áreas da saú<strong>de</strong>, nascidos<br />

ou a trabalhar na área da<br />

vigararia das Colmeias.<br />

Cesaltina Bento Sousa,<br />

enfermeira-chefe do Centro<br />

Hospitalar Leiria-Pombal e<br />

especialista em Saú<strong>de</strong> Materna<br />

e Obstetrícia, foi a primeira<br />

interveniente do painel a<br />

sublinhar a importância <strong>de</strong><br />

“não tratar os doentes como<br />

‘clientes’ ou ‘utentes’, mas<br />

sim como pessoas”.<br />

Também o médico Manuel<br />

Antunes, chefe do serviço <strong>de</strong><br />

Cirurgia Cárdio-Toráxica<br />

dos Hospitais da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Coimbra, enfatizou a<br />

primazia que <strong>de</strong>ve ter o<br />

doente perante a tecnologia e<br />

os meios profissionais da<br />

Saú<strong>de</strong>. Partindo da sua experiência,<br />

lançou algumas<br />

questões pertinentes, sobretudo<br />

relacionadas com o<br />

“exagero” <strong>de</strong> cuidados médicos<br />

que po<strong>de</strong>m ser prestados<br />

com os meios atualmente ao<br />

dispor da medicina. “Numa<br />

fase terminal, é melhor dar<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida à pessoa,<br />

ou insistir em tratamentos<br />

que apenas vão prolongar o<br />

seu sofrimento e não vão<br />

resolver o seu problema <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>?”, questionava. O<br />

importante, segundo este<br />

clínico, será “procurar sempre<br />

o que é melhor para a<br />

pessoa e procurar a excelência<br />

no trabalho que se faz<br />

nesse sentido.”<br />

Para tal, po<strong>de</strong> ajudar o facto<br />

<strong>de</strong> “ser cristã”, adiantava,<br />

em seguida, Isabel Oliveira,<br />

auxiliar <strong>de</strong> ação médica a<br />

frequentar uma licenciatura<br />

em enfermagem. A vida cristã<br />

manifesta-se também na<br />

ação profissional do dia a<br />

dia, sobretudo com o<br />

“olhamos as pessoas como<br />

Cristo as olhava”.<br />

Também ligada ao ramo da<br />

saú<strong>de</strong>, como técnica farmacêutica,<br />

Teresa Maria Guapo<br />

confi<strong>de</strong>nciava que o seu trabalho<br />

vai muito além <strong>de</strong><br />

“aviar receitas”, tornando-se<br />

uma “verda<strong>de</strong>ira ajuda integral<br />

às pessoas”. De facto,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> uma palavra amiga<br />

para atenuar a dor, até à ajuda<br />

<strong>de</strong> chamar um táxi para o<br />

regresso a casa, é esse cuidado<br />

que dá verda<strong>de</strong>iro sentido<br />

à expressão “na farmácia há<br />

<strong>de</strong> tudo”.<br />

Tónica comum aos testemunhos<br />

apresentados foi a<br />

expressão “cuidar”, que <strong>de</strong>ve<br />

sobrepor-se ao “tratar”,<br />

“curar” ou “medicar”. E foi<br />

também nessa linha a intervenção<br />

<strong>de</strong> D. António Marto.<br />

Tomando como texto inspirador<br />

a parábola do Bom<br />

Samaritano, que “chama à<br />

compaixão, provoca ao<br />

empenho e termina na alegria<br />

da comunhão”, o Bispo<br />

diocesano lembrou que<br />

“mostrar compaixão é sofrer<br />

com os que estão feridos,<br />

partilhar a sua dor e as suas<br />

angústias”, ter “um coração<br />

que vê on<strong>de</strong> há necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> amor e age em consequência.”<br />

No mundo em que<br />

vivemos, “constantemente<br />

<strong>de</strong>safiado por uma insensibilida<strong>de</strong><br />

crescente face ao<br />

sofrimento” e on<strong>de</strong> “a própria<br />

vida humana é <strong>de</strong>svalorizada<br />

na escala <strong>de</strong> valores”,<br />

a missão do profissional cris-<br />

tão é agir “a favor da saú<strong>de</strong> e<br />

da vida” em todas as ida<strong>de</strong>s,<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u o prelado.<br />

“Jesus não eliminou o<br />

sofrimento, mas cuidou <strong>de</strong><br />

quem sofre, curou, uniu-se a<br />

ele e uniu-o a si”, afirmou D.<br />

António Marto, apelando a<br />

que esta ativida<strong>de</strong> profissional<br />

não seja “só técnica, mas<br />

também e sobretudo <strong>de</strong>dicação<br />

e amor a um semelhante,<br />

ao próximo.” E continuou:<br />

“O profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, se<br />

é cristão seguidor do Bom<br />

Samaritano, ou mesmo não<br />

cristão, mas verda<strong>de</strong>iramente<br />

humanista, compreen<strong>de</strong>rá<br />

que a sua profissão é uma<br />

vocação, uma missão”, que<br />

exige “uma sólida preparação<br />

e uma contínua formação<br />

ético-religiosa”.<br />

Depois <strong>de</strong> enumerar alguns<br />

aspetos a ter em conta nesta<br />

“arte <strong>de</strong> cuidar”, o Bispo <strong>de</strong><br />

Leiria-Fátima referiu que “é<br />

o amor que nos dá olhos para<br />

ver, um coração para ser<br />

sensíveis, inteligência para<br />

ser criativos <strong>de</strong> cuidados e<br />

terapias e mãos para levar<br />

ajuda.” Só com esse espírito<br />

“saberemos fazer renascer a<br />

esperança, a saú<strong>de</strong> e a felicida<strong>de</strong>”<br />

ao doente, “restituindo<br />

-lhe vida, dignida<strong>de</strong> e sentido,<br />

segundo a missão que<br />

Cristo nos confiou: «Vai e<br />

faz o mesmo tu também»”,<br />

concluiu D. António Marto.<br />

Gabinete <strong>de</strong> Informação e<br />

Comunicação da Diocese<br />

Leiria-Fátima

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!