O Sítio do Picapau Amarelo - Teatro Politeama

Nos anos 70, a televisão popularizou a obra do escritor Monteiro Lobato, O SÍTIO DO
PICAPAU AMARELO, considerado um clássico na literatura infantil e que se inscreve
no contexto da grande literatura mundial. A singularidade das narrativas de
Monteiro Lobato reside em despertar os mitos e lendas que povoam o imaginário
popular brasileiro inspirado nas lendas portuguesas numa perspectiva universal e
cosmopolita. O cosmos está em
cena com toda a sua
pluralidade de mundos. Em O
SÍTIO DO PICAPAU AMARELO, o
mundo da natureza invade o
mundo da cultura, despertando
as crianças por meio das figuras
oníricas e mitológicas, para o
resgate das experiências
fundamentais que revigoram a imaginação criadora.
O Saci Perêrê, a Iara e a Cuca são alguns dos personagens mitológicos que animam as
narrativas de Monteiro Lobato. São habitantes das florestas, lagos e rios, são seres
do interior e da profundidade que agregam os jovens espectadores em torno daquilo
que lhes é familiar, próximo e quotidiano. Neste sentido, estes personagens
mitológicos funcionam como uma forma de experiência que se transmite de pai para
filho, de geração em geração.
As personagens de Pedrinho e Narizinho encarnam as crianças na sua aprendizagem
do mundo. Dona Benta, a dona do Sítio e avó das crianças, representa a grande mãe
natureza, símbolo de autoridade e sabedoria. Ti Nastácia, uma mulatinha exuberante
e bondosa, é a cozinheira do sítio que incorpora a ama-de-leite. O Visconde de
Sabugosa é uma espiga de milho que se transformou num sábio, expressando uma
fina ironia à lógica convencional que ignora o conhecimento comum. A Emília é uma
boneca de trapos que fala como o Pinóquio mas tem a razão do grilo falante. Emília é
uma boneca de pano que representa o princípio da realidade ao viés duma
imaginação criadora. A mistura destes personagens imaginários, fictícios e de carne e
osso que partilham um universo encantado, tornam importante a dimensão do
sonho e do despertar no SÍTIO DO PICAPAU AMARELO.