17.04.2013 Views

As histórias em educação - a função mediática da narrativa. - Ierg

As histórias em educação - a função mediática da narrativa. - Ierg

As histórias em educação - a função mediática da narrativa. - Ierg

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

sim o facto de que se tenha <strong>da</strong>do conta do potencial transmissivo e interactivo de que<br />

a história, enquanto artefacto cultural, é portadora.<br />

Nos nossos dias, autores ligados à psicanálise como Bruno Betelheim,<br />

desven<strong>da</strong>ram outro tipo de insuspeita<strong>da</strong>s e fascinantes potenciali<strong>da</strong>des de<br />

desmontag<strong>em</strong> simbólico-afectiva <strong>da</strong>s <strong>histórias</strong> infantis ocidentais no que se refere à<br />

transposição do inconsciente individual e colectivo. Também a leitura de Betelheim<br />

(1978) é aqui referencia<strong>da</strong> como reveladora dos diversos níveis a que a história<br />

expressa, influencia e reconstrói as dimensões mais profun<strong>da</strong>s do sentir e do pensar.<br />

O objectivo do presente artigo consiste <strong>em</strong> equacionar algumas questões<br />

associa<strong>da</strong>s às potenciali<strong>da</strong>des educativas <strong>da</strong> história, concebi<strong>da</strong> como instrumento de<br />

organização do pensamento e <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de, no sentido de reflectir sobre algumas<br />

implicações educativas que pod<strong>em</strong> advir do uso adequado do formato <strong>da</strong> história<br />

como instrumento estruturante de aprendizagens. Distinguir<strong>em</strong>os assim as seguintes<br />

linhas de análise:<br />

- Que caracteriza, no essencial, uma história, no sentido de artefacto cultural<br />

produzido, reconstruído e consumido por uma <strong>da</strong><strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de? Quais os el<strong>em</strong>entos<br />

constitutivos que nela se pod<strong>em</strong> identificar?<br />

- Em que medi<strong>da</strong> esse formato caracterizador <strong>da</strong> história a torna estruturante<br />

<strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de e facilitadora <strong>da</strong> organização do pensamento?<br />

- De que modo a estrutura <strong>da</strong> história, essencialmentr no seu modelo<br />

narrativo, pode transpôr-se para a <strong>educação</strong> como forma organizadora <strong>da</strong><br />

aprendizag<strong>em</strong> de conteúdos, conceitos e até valores e atitudes, a nível curricular?<br />

Que é uma história?<br />

O conceito é-nos de tal forma próximo que quase se torna difícil defini-lo.<br />

Basicamente, a história, nas suas várias formas (conto tradicional, len<strong>da</strong>, mito,<br />

parábola, e até romance, peça de teatro ou história de cin<strong>em</strong>a), apresenta como<br />

características definidoras comuns (1) o desenvolvimento de uma acção<br />

desencadea<strong>da</strong> por uma situação conflitual, descrita num quadro narrativo-<br />

t<strong>em</strong>poral, real ou imaginário, (2) a vivência pelos protagonistas de tensões ou<br />

oposições binárias geradoras de conflitos, e(3) a resolução final dessas tensões,<br />

positiva, negativa, ou requestionante, através de algume forma de superação dos<br />

conflitos desenvolvidos ao longo <strong>da</strong> acção.<br />

2

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!