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Sintrauto se mobiliza para acionar o Poder Público na ... - Entre Vias

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Participação do Leitor<br />

CONDIÇÕES DAS VIAS PÚBLICAS<br />

Primeiramente, gostaria de <strong>para</strong>benizar a revista<br />

<strong>Entre</strong>-<strong>Vias</strong> pela excelente publicação e também pelas<br />

matérias divulgadas!<br />

Em <strong>se</strong>gundo, <strong>para</strong>benizo o diretor Geraldo Eugênio<br />

de Assis pelo artigo publicado <strong>na</strong> <strong>se</strong>ção Opinião, da edição<br />

nº 94, de novembro de 2011. Em <strong>se</strong>us comentários,<br />

percebemos o quanto está inteirado dos problemas<br />

do nosso dia a dia e – por que não? – dos motoristas<br />

profissio<strong>na</strong>is.<br />

Sendo possível, gostaria de ver publicado meu <strong>se</strong>ntimento<br />

em relação às nossas vias, <strong>se</strong>jam elas estradas<br />

ou mesmo ruas de nossas cidades. Sou motorista profissio<strong>na</strong>l<br />

e trafego por várias rodovias do país. Conheço<br />

todos os Estados brasileiros e ainda Venezuela, Guia<strong>na</strong><br />

inglesa e Bolívia.<br />

Estou estarrecido com as condições de nossas vias.<br />

Em estradas privatizadas, onde pagamos altos preços<br />

nos pedágios, não temos a mínima condição <strong>para</strong> um<br />

descanso. Na Fernão Dias, paga-<strong>se</strong> até eixo que não<br />

está rodando, diferentemente das rodovias privatizadas<br />

em São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, onde só<br />

paga-<strong>se</strong> por eixo apoiado no piso.<br />

Não há um só local público em que o motorista<br />

possa est<strong>acio<strong>na</strong>r</strong> o caminhão <strong>para</strong> um descanso ou<br />

mesmo <strong>para</strong> pernoitar; temos de fazer isso em postos,<br />

que normalmente estão superlotados. Parece que o<br />

Estado transferiu esta responsabilidade <strong>para</strong> os postos<br />

de combustível.<br />

Em retorno da capital capixaba nes<strong>se</strong> fim de <strong>se</strong>ma<strong>na</strong><br />

(7 e 8 de janeiro), mesmo estando com sono,<br />

preci<strong>se</strong>i continuar a minha viagem, pois os postos estavam<br />

lotados de veículos em direção ao litoral. Foi<br />

duro ter de suportar, mas <strong>se</strong>gui mesmo com muito<br />

sono e cansaço.<br />

A BR-381/262, ligação de Mi<strong>na</strong>s ao Espírito Santo,<br />

está em situação caótica. São desmoro<strong>na</strong>mentos, buracos<br />

enormes e mato obstruindo placas orientadoras.<br />

Enfim, dirigimos no escuro!<br />

Na ponte sobre o rio Piracicaba, em João<br />

Monlevade, existe um buraco que está causando danos<br />

em pneus de automóveis e caminhões. Pre<strong>se</strong>nciei um<br />

carro passar sobre ele, estourar o pneu e qua<strong>se</strong> entrar<br />

<strong>na</strong> frente de um bitrem que viajava em <strong>se</strong>ntido contrário.<br />

Tenho certeza de que, <strong>se</strong> algo mais drástico houves<strong>se</strong><br />

ocorrido, as autoridades estariam ocupando as telas das<br />

TVs, transferindo a culpa <strong>para</strong> o motorista, e ainda dizendo<br />

que a imprudência foi o motivo do acidente!<br />

Será que algum motorista sai de casa com a intenção<br />

de matar ou mesmo perder sua vida? Ou quem<br />

sabe destruir o próprio carro? Já assisti inúmeras vezes<br />

um inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) dizer,<br />

após um acidente, que a culpa é do motorista e nunca<br />

assumir a parte do Estado. Onde eles estão em dias de<br />

trânsito intenso?<br />

Seria muito mais louvável <strong>se</strong> este <strong>se</strong>nhor tives<strong>se</strong> a<br />

hombridade de falar que a culpa é do Departamento<br />

Nacio<strong>na</strong>l de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ou dos<br />

gover<strong>na</strong>ntes, mas parece que há uma retórica pronta e<br />

quentinha: "a culpa é da imprudência do motorista".<br />

Claro que o condutor tem uma parcela de culpa, mas,<br />

a meu, ver ela é mínima. Pois, <strong>se</strong> as estradas estives<strong>se</strong>m<br />

em condições de trânsito com <strong>se</strong>gurança, os acidentes<br />

<strong>se</strong>riam minimizados.<br />

Já é padrão transferir a culpa <strong>para</strong> o cidadão. Se<br />

a rua está suja, a culpa é do cidadão que lança lixo <strong>na</strong><br />

rua, e não dos gover<strong>na</strong>ntes que não cuidam da cidade!<br />

Se o trânsito está caótico, a culpa é do motorista que<br />

não dirige conforme o necessário! Se um acidente acontecer,<br />

a culpa é do motorista imprudente! Só falta repassar<br />

<strong>para</strong> o condutor a responsabilidade de capi<strong>na</strong>r<br />

e varrer as ruas e estradas brasileiras.<br />

Viajar pela MG-050 é outra guerra de nervos, pois,<br />

mesmo privatizada, não há condições de tráfego <strong>se</strong>guro,<br />

não existe melhoria repre<strong>se</strong>ntativa que traga boa<br />

fluidez e <strong>se</strong>gurança. Mas o pedágio está lá, com toda<br />

a "saúde", voraz em arrecadar.<br />

Para viajar <strong>na</strong> região do contorno de Montes Claros,<br />

<strong>se</strong>ja <strong>se</strong>ntido Sali<strong>na</strong>s ou mesmo Ja<strong>na</strong>úba/BH, a quanti-<br />

dade e o tamanho dos buracos são tão grandes, que<br />

chegam a impressio<strong>na</strong>r.<br />

A Via Expressa, <strong>na</strong> parte situada em Contagem,<br />

nem precisaria de radares, pois a “buracada” é tanta<br />

que qualquer pessoa em sã consciência não arriscaria<br />

andar em velocidade superior a 60 km/h. Ainda veem<br />

estes <strong>se</strong>nhores, donos da "verdade", diminuindo a velocidade<br />

dos radares de 70 km/h <strong>para</strong> 60 km/h. Todos<br />

sabem que o intuito é arrecadar.<br />

Na avenida Firmo de Matos, também em<br />

Contagem, existe um radar regulado <strong>para</strong> 30 km/h. Isto<br />

mesmo: 30 km/h! E um deles está em um ponto alto,<br />

em que não transita ninguém. Só vendo <strong>para</strong> crer. Na<br />

rua Rio Comprido, existem outros três aparelhos regulados<br />

com a mesma velocidade de 30 km/h.<br />

Na avenida Tito Fulgêncio, a Autarquia Municipal de<br />

Trânsito e Transportes de Contagem (Transcon) está con<strong>se</strong>guindo<br />

levar à falência inúmeras peque<strong>na</strong>s empresas<br />

que existem por ali, pois não <strong>se</strong> pode nem <strong>para</strong>r <strong>na</strong> via<br />

<strong>para</strong> de<strong>se</strong>mbarque de passageiros, que aparece o guarda<br />

da empresa de trânsito <strong>para</strong> multar. Alguns são tão arrogantes<br />

que confundem autoridade com autoritarismo, não<br />

aceitam e nem ouvem a explicação do motorista.<br />

Para economizar <strong>na</strong> instalação de placas, pintaram<br />

faixas amarelas <strong>na</strong> lateral da guia da calçada, que<br />

desaparecem com a sujeira, e dizem que é uma si<strong>na</strong>lização<br />

proibindo o estacio<strong>na</strong>mento. Mas não vemos nenhum<br />

guarda de trânsito <strong>na</strong> confusão gerada no cruzamento<br />

das avenidas Babita Camargos e João César<br />

de Oliveira, <strong>na</strong> rotatória do shopping. O cruzamento<br />

pode estar fechado, mas ninguém aparece <strong>para</strong> colocar<br />

ordem <strong>na</strong> "casa". Será que estão multando em outros<br />

locais, onde é mais tranquilo?<br />

Na transposição sobre a Via Expressa, <strong>se</strong>ntido<br />

Ceasa, todos os dias há congestio<strong>na</strong>mento. Mas não é<br />

decorrente somente do fluxo de veículos e sim da quantidade<br />

de buracos que existem <strong>na</strong> região, fazendo com<br />

que a velocidade diminua <strong>para</strong> 20, 30 e 40 km/h. Daqui<br />

uns dias vão reduzir a velocidade <strong>para</strong> 20 km/h <strong>para</strong><br />

manter a arrecadação.<br />

Contagem deveria mudar o nome <strong>para</strong><br />

“Buracagem e/ou Multagem”. Somente o governo municipal<br />

não percebe que o asfalto de qua<strong>se</strong> todas as<br />

vias chegou ao fim da vida útil! Há um tempo, fizeram<br />

uma operação tapa-buracos, que deveria <strong>se</strong> chamar<br />

"faz murundu", em que estava pre<strong>se</strong>nte o <strong>se</strong>cretário<br />

responsável pela área. Conversando com ele, perguntei<br />

por que há tantos buracos em Contagem. A resposta<br />

foi que o asfalto da cidade já havia chegado ao<br />

fim da vida útil. Aí, perguntei novamente: mas vocês<br />

não sabiam disso, mesmo estando no fim dos <strong>se</strong>us oito<br />

anos de governo? O assunto encerrou com a palavra<br />

do <strong>se</strong>cretário: “não devo explicações a você!”<br />

A avenida Babita Camargos tem uma deformação<br />

desde a época em que uma reforma foi feita <strong>para</strong> a<br />

i<strong>na</strong>uguração do shopping da região. Mas até hoje essa<br />

deformação não foi re<strong>para</strong>da. Os pontos de ônibus, inúmeros<br />

deles, estão próximos aos <strong>se</strong>máforos. Quando os<br />

coletivos abrem as portas, o trânsito <strong>para</strong>.<br />

No mesmo local, existe um <strong>se</strong>máforo <strong>na</strong> saída da<br />

praça da Cemig, <strong>se</strong>ntido shopping, e outros dois nos<br />

quarteirões <strong>se</strong>guintes, e nunca <strong>se</strong> passa por um e encontra-<strong>se</strong><br />

o outro aberto. Será que é tão difícil sincronizar<br />

o funcio<strong>na</strong>mento deles?<br />

Como morador de Contagem e motorista profissio<strong>na</strong>l,<br />

estou indig<strong>na</strong>do com a situação do trânsito de<br />

nossa cidade e rodovias.Somos ape<strong>na</strong>s cidadãos comuns.<br />

Mas, juntos, podemos mudar a situação caótica<br />

existente e, assim, forçar governos e entidades gover<strong>na</strong>mentais<br />

a tomar uma atitude, agindo <strong>para</strong> aquilo que<br />

foram eleitos!<br />

Sugiro a esta conceituada revista iniciar uma série<br />

de reportagens e, juntos, <strong>mobiliza</strong>rmos a sociedade <strong>para</strong><br />

mudar a direção dos gover<strong>na</strong>ntes a fim de que eles <strong>se</strong><br />

movam e trabalhem <strong>na</strong> melhoria do nosso trânsito.<br />

Welligton Marcio da Torre<br />

Contagem - MG - datorreforte@hotmail.com<br />

SOBRE A ENTRE-VIAS<br />

Meu nome é Marcelo Daher Grilo e sou presidente da<br />

Cooperativa de Transportes Rodoviários de Passos (CTRP), que possui<br />

escritórios em Contagem (MG), Passos (MG) e Ribeirão Preto (SP).<br />

Gostaria de <strong>para</strong>benizar o sr. Geraldo Eugênio de Assis. Leio<br />

<strong>se</strong>mpre que posso a revista <strong>Entre</strong>-<strong>Vias</strong>, principalmente a <strong>se</strong>ção<br />

“Opinião”, e as palavras do sr. Geraldo expressam realmente tudo<br />

que nós, caminhoneiros, pensamos sobre as rodovias e o transporte<br />

rodoviário em geral.<br />

Tenho 39 anos de idade, <strong>se</strong>ndo que 21 deles pas<strong>se</strong>i viajando<br />

pelo Brasil e pelo caótico Estado de Mi<strong>na</strong>s Gerais. Digo caótico devido<br />

às péssimas rodovias, inclusive a rodovia estadual com pedágio,<br />

a MG-050, e também pela altíssima carga tributária e pela verdadeira<br />

indústria de multas montada em nosso Estado.<br />

Da minha época até hoje as coisas mudaram muito, e <strong>para</strong> pior.<br />

As faltas de reconhecimento da sociedade, de responsabilidade das<br />

autoridades <strong>para</strong> com nosso trabalho e de educação dos responsáveis<br />

pela fiscalização, além do risco de acidentes e de assaltos, estão<br />

fazendo com que jovens não <strong>se</strong> interes<strong>se</strong>m pela profissão e os bons<br />

caminhoneiros existentes pen<strong>se</strong>m em abandoná-la. Não dá mais!<br />

Se <strong>na</strong>da mudar em curtíssimo prazo, acredito que algo irá acontecer,<br />

uma grande greve ou coisa parecida, que poderá até de<strong>se</strong>stabilizar<br />

a economia de nosso país. Estou bastante preocupado com a situação.<br />

Basta alguém começar uma greve e logo o Brasil inteiro irá <strong>para</strong>r.<br />

Caro sr. Geraldo, o <strong>se</strong>nhor é realmente uma luz no fim do túnel <strong>para</strong><br />

os caminhoneiros. Nós, que somos caminhoneiros responsáveis (autônomos<br />

ou motoristas), que andamos em dia com nossas obrigações, que<br />

temos consciência de nossa importância <strong>para</strong> o país, estamos no limite.<br />

Agradeço ao sr. Geraldo e aos colaboradores desta revista por dedicarem-<strong>se</strong><br />

aos caminhoneiros, mantendo essa importante publicação<br />

em circulação.<br />

Marcelo Daher Grilo,<br />

presidente da CTRP<br />

RADARES<br />

Quem defende a resolução 396 do Con<strong>se</strong>lho Nacio<strong>na</strong>l de<br />

Trânsito (Contran), que desobriga a si<strong>na</strong>lização da existência de radares<br />

<strong>na</strong>s vias, desconhece suas intenções veladas. Esta medida coloca<br />

todo mundo no mesmo balaio dos assassinos do trânsito.<br />

Quem é atento e tem consciência sabe que existe uma indústria<br />

da multa trabalhando diutur<strong>na</strong>mente <strong>para</strong> arrancar dinheiro de quem<br />

já é pe<strong>na</strong>lizado por impostos caríssimos e injustos. Mortes no trânsito<br />

<strong>se</strong>mpre existiram e não é o radar que vai diminuí-las, mas campanhas<br />

e rodovias bem construídas e que evitem colisões frontais.<br />

Na Alemanha, a média de velocidade <strong>na</strong> Autobahn é de 170<br />

km/h e não há mortes.A maioria das pessoas dirige com <strong>se</strong>gurança,<br />

cumprindo as obrigações ao volante com domínio da situação, <strong>se</strong>m<br />

colocar a vida de outras em risco. Uma minoria não respeita as leis<br />

e os limites de velocidade e comete excessos.<br />

A nova resolução do Contran vai pe<strong>na</strong>lizar todo mundo quando<br />

deveria coibir quem abusa. Estes continuarão soltos e matando <strong>se</strong>m<br />

que <strong>na</strong>da ocorra com eles. Todo mundo sabe que os limites de velocidade<br />

são incompatíveis com os carros produzidos hoje no país. A<br />

maioria possui sistemas de freios modernos e <strong>se</strong>guros. Basta ver que<br />

83% das notificações por "excesso" de velocidade acontecem por<br />

uma diferença de 2 a 5 km/h, o que mostra que não há excessos, e<br />

que tudo é feito <strong>para</strong> tirar dinheiro dos motoristas menos avisados.<br />

Um descuido e a maquininha "caça-níqueis" entra em ação.<br />

Vale lembrar que radares não <strong>para</strong>m carros: eles punem depois que<br />

a infração foi cometida. Uma coisa é você <strong>se</strong>r pego a 120 km/h pelo<br />

radar em um lugar no qual o limite é de 60 km/h, tor<strong>na</strong>ndo-<strong>se</strong> merecedor<br />

da punição. Outra é você passar neste mesmo radar a 69<br />

km/h e <strong>se</strong>r multado por estar a 1 km/h acima do limite. Quem dirige<br />

con<strong>se</strong>gue perceber essa peque<strong>na</strong> diferença. Tal medida causa revolta<br />

e não tem <strong>na</strong>da de pedagógico. O fato é que o limite de tolerância,<br />

que hoje é de 8 km/h, precisa <strong>se</strong>r revisto, sob pe<strong>na</strong> de milhões de<br />

motoristas responsáveis tor<strong>na</strong>rem-<strong>se</strong> cidadãos fora da lei com pendências<br />

em <strong>se</strong>us prontuários nos Detrans.<br />

Está tudo errado e não é por acaso. A intenção velada nesta medida<br />

é espoliar o povo com uma medida que é legal, mas imoral. Nossos<br />

gover<strong>na</strong>ntes, incompetentes, não con<strong>se</strong>guem apre<strong>se</strong>ntar planos <strong>para</strong> diminuir<br />

os acidentes e transferem <strong>para</strong> os motoristas a solução do problema,<br />

<strong>se</strong>mpre aproveitando-<strong>se</strong> da situação <strong>para</strong> tirar vantagens fi<strong>na</strong>nceiras.<br />

É o Brasil do 8 ou 80 e do povo mais passivo do mundo. Mais<br />

um absurdo que vai punir motoristas cumpridores dos <strong>se</strong>us deveres.<br />

José Aparecido Ribeiro,<br />

consultor em assuntos urbanos e trânsito<br />

Belo Horizonte – jaribeirobh@gmail.com<br />

<strong>Entre</strong>-<strong>Vias</strong> 5

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