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MISSIONÁRIOS DA LUZ FRANCISCO CÂNDIDO ... - PINGOS DE LUZ

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enquanto buscaria recursos necessários.<br />

- Não poderemos acordá-lo por nós mesmos?<br />

- interroguei, admirado.<br />

O orientador sorriu e considerou:<br />

- Bem se reconhece que você não é veterano em serviços<br />

«intercessórios». Esquece-se de que vamos despertá-lo não só para a<br />

consciência própria, senão também para a dor? Romperemos a crosta de<br />

magnetismo inferior que o envolve e Raul regressará ao conhecimento da<br />

situação que lhe é própria; entretanto, sentirá o martírio do peito varado pelo<br />

projétil, rugirá de angústia ao contacto da sobrevivência dolorosa, criada, aliás,<br />

por ele mesmo. Ora, em tais casos, as primeiras impressões são francamente<br />

terríveis e escoam-se algumas horas antes de seguro alivio. E como outras<br />

obrigações esperam por nós, será conveniente entregá-lo aos cuidados de<br />

outros amigos.<br />

As observações calaram-me fundamente.<br />

Decorridos vinte minutos, aproximadamente, Alexandre voltou<br />

acompanhado de dois irmãos que se prontificaram a conduzir o infeliz e, dai a<br />

algum tempo, encontrávamo-nos numa casa espiritual de socorro urgente,<br />

localizada na própria esfera da Crosta. Via-se que a organização atendia a<br />

trabalhos de emergência, porqüanto o material de assistência era francamente<br />

rudimentar.<br />

Adivinhando-me o pensamento, Alexandre explicou:<br />

- No circulo de vibrações antagônicas dos habitantes da Crosta, não se<br />

pode localizar uma instituição completa de auxílio. O trabalho de socorro,<br />

desse modo, há de sofrer incontestável deficiência.<br />

Esta casa, porém, é um hospital volante que conta com a abnegação de<br />

muitos companheiros.<br />

Deposto Raul num leito alvo, o devotado instrutor começou a aplicar-lhe<br />

passes magnéticos sobre a região cerebral. Não se passou muito tempo e o<br />

infeliz lançou um grito Éstertoroso e vibrante, dilacerando-me o coração. ;<br />

- Eu morro! Eu morro!... - Gritava Raul, em suprema aflição, tentando,<br />

agora, escalar as paredes. - Acudam-me por caridade:<br />

E comprimindo o peito com as mãos, exclamava, em tom lancinante:<br />

- Meu coração está partido! Ajudem-me!...<br />

Não quero morrer...<br />

Enfermeiros solícitos amparavam-no com atenção, mas o paciente<br />

parecia tomado de horror.<br />

Olhos esgazeados em máscara de sofrimento indefinível, continuava<br />

gritando estentoricamente, como se houvesse acordado de pesadelo<br />

angustioso.<br />

- Éster! Éster!... - chamou o infeliz, recordando a esposa devotada -<br />

venha em meu auxilio pelo amor de Deus! Socorra-me! Meus filhos!... Meus<br />

filhos!...<br />

Alexandre acercou-se dele paternalmente e obtemperou:<br />

- Raul, tenha paciência e fé no Divino Poder! Procure enfrentar<br />

corajosamente a situação difícil que você mesmo criou e não invoque o nome<br />

da companheira dedicada, nem chame pelos filhos amados que deixou na sua<br />

antiga paisagem do mundo, porque a porta material de sua casa se fechou com<br />

os seus olhos. Se você tivesse cultivado o amor cristão, prezando as<br />

oportunidades que O Senhor lhe confiou, fácil seria, num momento destes,<br />

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