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Revista outubro 2009 - Forever

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3<br />

20 <strong>outubro</strong> | <strong>2009</strong><br />

1<br />

“Nasci no dia 25 de fevereiro de 1985. Sou filho da Márcia e<br />

do Júnior, casal autônomo que, naquela época, trabalhava<br />

com transporte escolar. Quando tinha três anos, meus pais<br />

se separaram. Fui crescendo e, aos poucos, comecei a conhecer<br />

algumas das dificuldades da vida. E olhe que minha<br />

mãe, sempre muito forte, não deixava transparecer nada.<br />

Mas comecei a ver que as coisas que tinha antes, já não podia<br />

mais ter. Minha mãe, por exemplo, quase não ficava mais<br />

em casa, tendo de trabalhar às vezes de 7h da manhã às 11h<br />

da noite. Resultado: fui adquirindo algumas responsabilidades,<br />

tendo de cuidar do meu irmão e da casa. Lembro-me até<br />

hoje da primeira vez em que minha mãe chorou. Tínhamos<br />

acabado de sair da casa do meu avô, onde estávamos morando,<br />

e fomos escolher os móveis da nova casa que minha<br />

mãe tinha alugado. Com tudo comprado e há uma semana<br />

na casa nova, ela foi mandada embora do emprego.<br />

Percebi que ela estava triste e perguntei o que tinha acontecido.<br />

Mas ela, sempre muito forte, não disse nada, me olhou<br />

nos olhos e começou a chorar. Naquele momento vi como<br />

era ruim trabalhar para os outros. E olha que, no dia seguinte,<br />

como se nada tivesse acontecido, minha mãe já saiu à<br />

procura de um novo emprego. Acabou se inscrevendo para<br />

o cargo de caixa numa drogaria. Só que sua prova foi tão<br />

boa que foi logo admitida como subgerente. Claro que a<br />

alegria tomou conta lá de casa.<br />

Pouco tempo depois resolvi montar meu primeiro negócio<br />

próprio. Vendo o Globo Rural, na época, meu programa<br />

favorito da televisão, assisti a uma reportagem sobre criação<br />

de codornas. Animado, perguntei o que minha mãe<br />

achava. E ela, como sempre e juntamente com meu avô,<br />

4<br />

me apoiou. Falei também com meu pai e lá fomos nós<br />

comprar minha primeira codorna.<br />

Cheguei em casa já colocando uma placa no nosso portão:<br />

vende-se ovos de codorna. No mesmo dia, duas horas depois,<br />

tocava a campainha. Era um rapaz que me pedia um<br />

ovo. Mais do que depressa embrulhei o único ovo que tinha<br />

e entreguei. Ele riu e disse: ‘Quero uma caixa’. Eu lhe respondi:<br />

‘Quantos vêm em uma caixa?’. Ele disse 30 e lá fui<br />

eu correndo pedir pro pai comprar comigo mais 29 codornas.<br />

O negócio engrenou e, depois de dois meses, já estava até recebendo<br />

encomendas de aniversários. Mas, após um tempo,<br />

vendo que o trabalho era muito grande para ganhar R$ 50,00<br />

por mês, resolvi vender. Vendi tudo pelo dobro do preço e<br />

guardei o dinheiro para montar o meu próximo negócio.<br />

Troquei a codorna pelos ‘ratinhos’ e, um ano depois, montei<br />

uma criação de hamster – aqueles ratinhos domésticos.<br />

Mas, agora, graças à primeira experiência como empreendedor,<br />

tive um planejamento melhor. Fui em várias lojas<br />

próximas ver por quanto eles compravam os filhotes e comecei<br />

a criar e a vender os ratinhos. Em pouco tempo já tinha<br />

mais de 80 hamsters em casa. Era rato pra tudo que é lado<br />

e já ganhava em torno de R$ 300,00 a R$ 400,00 por mês.<br />

Com essa grana, já dava pra ajudar em casa e comprar<br />

presente pra minha mãe e pro meu avô. Mas tinha um<br />

sonho: ter o primeiro cachorro só meu. Minha mãe me<br />

disse que só deixaria se eu acabasse com os ratos. Vendi<br />

alguns, dei outros e me livrei de todos. Só tinha um<br />

problema: o cachorro que eu queria era um Pit Bull de<br />

R$ 400 e eu estava sem dinheiro para comprar. Pedi pra<br />

“em dois meses demitimos Nossos patrões, viramos<br />

gereNtes forever e já gaNhávamos 15 vezes mais do<br />

Que Nos empregos aNteriores. eNtramos para receber<br />

r$ 800 e, hoje, já superamos os r$ 30 mil por mês.”

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