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O Serviço de Urologia do Hospital Central do Funchal - Associação ...

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Por<br />

Edmiro Gomes da Silva<br />

Mais uma vez me foi pedi<strong>do</strong> para escrever sobre um hobby<br />

meu, mais propriamente sobre Astronomia. Vou acabar com<br />

isto e falar mesmo <strong>de</strong> astronomia. Para ser astrónomo, mesmo<br />

ama<strong>do</strong>r, é preciso estar bem apetrecha<strong>do</strong> para a noite. Os apetrechos<br />

indica<strong>do</strong>s para a noite chamam-se telescópios. Há três<br />

tipos <strong>de</strong> telescópios: refractores, catadióptricos e reflectores<br />

Newtonianos. Newtonianos? Isto vem <strong>de</strong> Newton. Newton é<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> por muitos como o maior génio da história da<br />

humanida<strong>de</strong>. Bah! Para quê continuar com a história da astronomia?<br />

E se falarmos antes <strong>de</strong> Newton, um <strong>do</strong>s maiores génios da<br />

humanida<strong>de</strong>? Po<strong>de</strong> ser fastidioso, mas tem pormenores que dão<br />

que pensar e até nos dão um certo gozo. E porque não <strong>de</strong><br />

Newton e <strong>de</strong> outras personagens também génios? E já que me<br />

meti nisto, porque não <strong>do</strong>s que, sem serem “génios <strong>de</strong> facto”,<br />

<strong>de</strong>ram um contributo à ciência, tão gran<strong>de</strong> ou maior que o <strong>de</strong><br />

Newton? E, já agora, porque não terminar com uma homenagem<br />

aos que, além <strong>de</strong> génios, foram inteligentes e os que não<br />

sen<strong>do</strong> “génios <strong>de</strong> facto” foram mais inteligentes que muitos<br />

génios, apesar <strong>de</strong> serem <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>s <strong>do</strong> cidadão comum (em<br />

abono da verda<strong>de</strong>, eu também não faço i<strong>de</strong>ia quem são, mas<br />

incluo-os nas chamadas “personagens históricas interessantes”,<br />

por quem poucos se interessam)<br />

E como é óbvio, começo por Isaac Newton, o homem que<br />

<strong>de</strong>u o maior impulso <strong>de</strong> sempre à astronomia. Há uma certa<br />

tendência para ver Einstein como o maior génio <strong>de</strong> sempre, mas<br />

para alguns entendi<strong>do</strong>s, o salto <strong>de</strong> Newton foi superior ao <strong>de</strong><br />

Einstein, toman<strong>do</strong> em linha <strong>de</strong> conta as épocas em que cada<br />

um viveu. Porém, põe-se aqui um problema, que sempre me<br />

atormentou: entre <strong>do</strong>is indivíduos geniais pela sua capacida<strong>de</strong><br />

criativa, qual <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is é o mais inteligente, admitin<strong>do</strong> que um<br />

indivíduo inteligente não tem que ser forçosamente um génio,<br />

nem um génio terá que ser forçosamente inteligente, se consi-<br />

Por Lino Santos<br />

Director <strong>do</strong> <strong>Serviço</strong> <strong>de</strong> <strong>Urologia</strong><br />

Cuida<strong>do</strong>s Primários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e os <strong>Hospital</strong>ares. Vão em breve<br />

ser implementa<strong>do</strong>s Centros <strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong> Integrada.<br />

Embora o nosso <strong>Hospital</strong> tenha actualmente 30 anos, vai ser<br />

construí<strong>do</strong> um novo <strong>Hospital</strong>, estan<strong>do</strong> em fase <strong>de</strong> conclusão o<br />

seu programa funcional.<br />

Para o bom funcionamento <strong>do</strong> novo <strong>Hospital</strong> está já a ser<br />

implementa<strong>do</strong> um Sistema <strong>de</strong> Cuida<strong>do</strong>s Continua<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

Com esta evolução, contamos po<strong>de</strong>r tratar em breve os<br />

nosso <strong>do</strong>entes em condições excelentes.<br />

O Médico, os Hobbies,<br />

os Génios e os Inteligentes<br />

<strong>de</strong>rarmos inteligência como algo bastante mais complexo <strong>do</strong><br />

que ter i<strong>de</strong>ias brilhantes? Alguns “experts” na matéria referem<br />

três tipos <strong>de</strong> inteligência: a intelectual ou racional, “que usamos<br />

para resolver problemas lógicos, expressa pelo QI”. “A inteligência<br />

emocional, dá-nos consciência <strong>do</strong>s nossos sentimentos e<br />

também <strong>do</strong>s das outras pessoas e é expressa pelo QE”. E mais<br />

recentemente, a inteligência espiritual, expressa pelo QEs, que,<br />

conjuntamente com os outros <strong>do</strong>is Q, “faz <strong>de</strong> nós os seres totalmente<br />

intelectuais, emocionais e espirituais que somos” (o QEs<br />

nada tem a ver com crenças religiosas. Um indivíduo com QEs<br />

muito eleva<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser ateu). Grosso mo<strong>do</strong>, o homem mais<br />

apto, o “verda<strong>de</strong>iramente inteligente”, <strong>de</strong>veria reunir em si os<br />

três Q, razão essa pela qual fui buscar como ponto <strong>de</strong> referência<br />

aquele que foi talvez o maior génio da história da humanida<strong>de</strong>.<br />

Mas será que Newton reunia os três Q? Terá contribuí<strong>do</strong> para a<br />

evolução da física e da humanida<strong>de</strong>, mais <strong>do</strong> que, por exemplo,<br />

os <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>s responsáveis por algumas Universida<strong>de</strong>s americanas,<br />

com muito menos anos <strong>de</strong><br />

existência <strong>do</strong> que famosas<br />

Universida<strong>de</strong>s europeias? Quais são os factores quantificáveis,<br />

não subjectivos, que nos po<strong>de</strong>rão permitir a afirmação <strong>de</strong> que<br />

Newton foi mais inteligente <strong>do</strong> que essas personagens ou vice<br />

versa? O que distingue objectivamente um <strong>do</strong>s outros? O peso<br />

<strong>do</strong> cérebro? O número <strong>de</strong> circunvoluções cerebrais? Seguramente,<br />

nada disto tem significa<strong>do</strong> para os distinguir, nem que<br />

seja porque não temos da<strong>do</strong>s sobre esses factores. Mesmo que<br />

os seus cérebros fossem estuda<strong>do</strong>s, como aconteceu com o<br />

cérebro <strong>de</strong> Einstein, as conclusões basear-se-iam apenas em<br />

diferenças estruturais <strong>de</strong> difícil interpretação e sempre especulativas.<br />

Assim, melhor será pren<strong>de</strong>rmo-nos a da<strong>do</strong>s mais subtis,<br />

mas nem por isso menos precisos, que se relacionam com factores<br />

comportamentais objectivos, que muitas vezes são quase tão<br />

rigorosos como formulações matemáticas. É a ciência baseada<br />

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