UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - PGET - UFSC
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - PGET - UFSC
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - PGET - UFSC
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
RESUMO<br />
Este trabalho pretende oferecer novo enfoque às traduções de obras de Santo<br />
Agostinho a partir da tradução comentada de De Magistro, uma obra eminentemente<br />
hermenêutica, típica dos discursos exegéticos no prae-medioevo, caracterizada pela<br />
retórica simbólico-alegórica da Sagrada Escritura. É um tratado semiótico que<br />
permeia interfaces entre fé e razão, no qual Santo Agostinho utiliza, como<br />
argumento fundamental, a teoria platônica da reminiscência para fundamentar sua<br />
tese de uma pedagogia inatista. À tradução que empreendi, encontrei ressonâncias<br />
nas concepções teóricas dos lingüistas e teóricos da tradução Friedrich<br />
Schleiermacher e George Steiner, e nos filósofos Ortega y Gasset, Paul Ricoeur e<br />
Jean Ladrière. Estes têm em comum a visão do tradutor a constituir-se como um<br />
mediador entre dois mundos e, a tradução que não se limita a uma mera<br />
transposição de palavras em línguas diferentes, mas implica em uma comunicação<br />
balizada por signos lingüísticos vinculados a polissistemas culturais. O<br />
interrelacionar análise literária com questões culturais envolveu, em De Magistro, o<br />
estudo de um mundo muito singular, que torna imperativo em sua tradução recorrer<br />
a intertextualidade com a Sagrada Escritura e com outras obras do autor,<br />
inicialmente, a partir de uma tradução intralingual, para, posteriormente, processar a<br />
interlingual.<br />
Palavras-chave: Santo Agostinho. Tradução. Hermenêutica. De Magistro.