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OMUNDODA<br />
USINAGEM<br />
Publicação <strong>da</strong> Divisão Coromant <strong>da</strong> Sandvik do Brasil ISSN 1518-6091 RG BN 217-147<br />
MULHERES<br />
Competência e<br />
resultados em<br />
mecânica fina<br />
CORPO HUMANO<br />
O que a<br />
usinagem pode<br />
fazer por ele?<br />
MANAUS<br />
45<br />
Pólo industrial fatura<br />
US$ 25 bilhões em 2007
EDITORIAL<br />
Que tua ousadia te dê asas e tua coragem o norte.<br />
Como um pássaro de rara beleza, possas<br />
executar vôos razantes sobre o território interdito<br />
e que não seja isto um ato de insulto mas,<br />
antes de tudo, um canto de liber<strong>da</strong>de.<br />
Almei<strong>da</strong> Junior, Sau<strong>da</strong>de, 1899, pintura, óleo sobre tela, 197 x 101 cm. Registro Museológico 3177. Acervo <strong>da</strong> Pinacoteca do Estado de São Paulo/Brasil.<br />
O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
3
ÍNDICE<br />
OMUNDODA<br />
USINAGEM<br />
Publicação <strong>da</strong><br />
Sandvik Coromant do Brasil<br />
ISSN 1518-6091<br />
RG. BN 217-147<br />
03 EDITORIAL<br />
04 ÍNDICE / EXPEDIENTE<br />
06 GESTÃO EMPRESARIAL: USINAGEM PARA O CORPO HUMANO<br />
13 OTS: MITSUI MOTION DEVE ASSUMIR REPRESENTAÇÃO DA MORI SEIKI<br />
Arquivo Braile<br />
18 GESTÃO EMPRESARIAL: O LUGAR DA MULHER NA MANUFATURA<br />
27 INTERFACE: ZONA FRANCA DE MANAUS EM BUSCA DE FORTALECIMENTO<br />
30 SUPRIMENTOS: FORNECEDORES, UMA QUESTÃO ESTRATÉGICA<br />
35 PONTO DE VISTA: RECURSOS HUMANOS: NOVOS OLHARES<br />
39 INTERFACE: MULHERES FORMADAS NO SENAI<br />
47 INTERESSANTE SABER: A MITOLOGIA E SUAS DEUSAS E OUTRAS NOTÍCIAS<br />
54 NOSSA PARCELA DE RESPONSABILIDADE<br />
56 MOVIMENTO<br />
58 DICAS ÚTEIS<br />
e-mail: omundo.<strong>da</strong>usinagem@sandvik.com<br />
ou ligue: 0800 770 5700<br />
4 O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
45<br />
EDIÇÃO 03 / 2008<br />
Capa<br />
Foto: CoroMill 490<br />
Arquivo AB Sandvik Coromant<br />
OMUNDODA<br />
USINAGEM<br />
Publicação <strong>da</strong> Divisão Coromant <strong>da</strong> Sandvik do Brasil ISSN 1518-6091 RG BN 217-147<br />
MULHERES<br />
Competência e<br />
resultados em<br />
mecânica fina<br />
CORPO HUMANO<br />
O que a<br />
usinagem pode<br />
fazer por ele?<br />
EXPEDIENTE<br />
O MUNDO DA USINAGEM é uma Publicação Sandvik Coromant do Brasil,<br />
com circulação de doze edições ao ano, tiragem de 22.000 exemplares, com distribuição gratuita.<br />
Av. <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP.<br />
Conselho Editorial: Aldeci Santos, Anselmo Diniz, Aryoldo Machado, Edson Truzsco,<br />
Edson Bernini, Eduardo Debone, Fernando de Oliveira, Francisco Marcondes, Heloisa Giraldes,<br />
Marlene Suano, Nivaldo Braz, Nivaldo Coppini, Nixon Malveira, Vera Natale.<br />
Editora: Vera Natale<br />
Editor Chefe: Francisco Marcondes<br />
Assistente de Edição: Michel Sorci<br />
Editor do Encarte Científico: Nivaldo Coppini<br />
Jornalista Responsável: Vera Natale - MTB 33847<br />
Propagan<strong>da</strong>: Gerente de Contas - Thaís Viceconti / Tel: (11) 6335-7558 Cel: (11) 9909-8808<br />
Projeto Gráfico: AA Design<br />
Capa e Arte Final: 2 Estúdio Gráfico<br />
Revisão de Textos: Fernando Sacco<br />
Gráfica: Fabracor<br />
45<br />
MANAUS<br />
Pólo industrial fatura<br />
US$ 25 bilhões em 2007
GESTÃO EMPRESARIAL<br />
<strong>Usinagem</strong><br />
para o corpo<br />
humano<br />
A usinagem também<br />
está a serviço<br />
<strong>da</strong> indústria de<br />
próteses, implantes e<br />
aparelhos cirúrgicos.<br />
6 O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
Em geral, o universo <strong>da</strong> usinagem<br />
tem como parâmetro<br />
a fabricação de produtos<br />
utilizados principalmente para o<br />
setor mecânico – peças brutas volta<strong>da</strong>s<br />
para a indústria automobilística,<br />
motores, estruturas metálicas<br />
e até mesmo rotores de<br />
usinas elétricas com dezenas<br />
de tonela<strong>da</strong>s. Há também<br />
menores, como pequenos<br />
rolamentos ou até parafusos.<br />
A usinagem, porém, não serve<br />
apenas para preparar peças para<br />
fazer máquinas funcionarem.<br />
O processo está a serviço também<br />
do funcionamento correto<br />
do corpo humano. Seja por meio<br />
de próteses e implantes para substituir<br />
ossos e cartilagens, como<br />
aparelhos que auxiliam as complexas<br />
cirurgias do coração.<br />
Uma dos maiores fabricantes<br />
de próteses do País é a Orto-<br />
Sandvik MidiaBase<br />
síntese, localiza<strong>da</strong> na<br />
ci<strong>da</strong>de de São Paulo. Desde<br />
1977, a Ortosíntese fabrica implantes<br />
ortopédicos – para joelho,<br />
quadril, ombro, coluna,<br />
além de acessórios como pinos,<br />
parafusos, fios, fixadores externos<br />
– e equipamentos hospitalares<br />
– como autoclaves e mesas<br />
cirúrgicas.<br />
Éderson Vieira, projetista de<br />
CAD/CAM <strong>da</strong> Ortosíntese afir-
ma que o processo de usinagem<br />
de implantes possui um fator essencial<br />
– o acabamento <strong>da</strong>s próteses.<br />
“É muito importante que,<br />
por exemplo, uma cabeça de fêmur<br />
seja extremamente poli<strong>da</strong>,<br />
com uma rugosi<strong>da</strong>de mínima,<br />
para que tenha um deslizamento<br />
perfeito na articulação”, diz<br />
Vieira. Para isso, quase to<strong>da</strong>s as<br />
peças são poli<strong>da</strong>s e algumas lapi<strong>da</strong><strong>da</strong>s.<br />
No entanto, ao contrário<br />
do que em geral se supõe, nas<br />
próteses as tolerâncias não são<br />
tão relevantes, “haja visto que o<br />
corpo humano não segue um padrão.<br />
Temos vários biótipos.<br />
Então, procuramos adequar nosso<br />
material a uma média de biótipo”,<br />
diz.<br />
De acordo com o projetista,<br />
“os implantes são produzidos em<br />
aço inoxidável <strong>da</strong> melhor quali<strong>da</strong>de”,<br />
titânio importado<br />
dos Estados Unidos,<br />
uma liga de cromo, cobalto,<br />
molibdênio e polietileno<br />
alemão Chirulen, que ele<br />
considera o melhor do mundo.<br />
Cerca de 60% <strong>da</strong> produção <strong>da</strong><br />
Ortosíntese utiliza o aço inox,<br />
mais por uma questão de preço<br />
final, já que o custo de uma prótese<br />
feita com esse material é<br />
inferior ao <strong>da</strong>s demais. No<br />
entanto, de acordo com Vieira,<br />
a fabricação de próteses de titânio<br />
possibilita uma construção<br />
mecânica melhor, vi<strong>da</strong> útil mais<br />
longa e maior estabili<strong>da</strong>de. “O<br />
inox perde em alguns aspectos,<br />
como resistência e desgaste”, afirma.<br />
Já a liga de cromo, cobalto<br />
e molibdênio, “é bem mais resistente<br />
que o inox, e também tem<br />
as características do titânio em resistência,<br />
porém tem uma vantagem,<br />
pois pode ser microfundi<strong>da</strong>,<br />
com o formato próximo do<br />
produto final”. O aço inoxidável<br />
chega às maquinas de usinagem<br />
em barras, chapas ou, dependendo<br />
<strong>da</strong> peça, já forjado. E o titânio<br />
é adquirido sempre em barras<br />
e chapas.<br />
De acordo com Éderson Vieira,<br />
esses materiais são de “difícil<br />
usinabili<strong>da</strong>de”. As pastilhas utiliza<strong>da</strong>s<br />
para o inox contêm cobertura<br />
com titânio e isso impede que<br />
sejam utiliza<strong>da</strong>s para a usinagem<br />
de peças de titânio, uma vez que<br />
provoca reações indesejáveis por<br />
Próteses de quadril feitas<br />
de titânio e de liga de cromo,<br />
cobalto e molibdênio.<br />
causa <strong>da</strong> troca de moléculas entre<br />
a pastilha e a peça. Por isso, para<br />
esse material usam-se pastilhas<br />
e brocas sem cobertura. A liga, ao<br />
contrário, aceita as pastilhas e<br />
brocas com cobertura. Ain<strong>da</strong> segundo<br />
Vieira, o titânio é mais<br />
duro que o inox, “mas é tão ruim<br />
de usinar como o inox, que parece<br />
aderir na ferramenta, tem<br />
uma deformação plástica grande,<br />
porém com o titânio você<br />
tem um controle de cavacos até<br />
maior que o aço inox”, diz.<br />
Quanto à liga cromo-cobalto, “a<br />
usinagem também é muito difícil,<br />
pois a ca<strong>da</strong> passa<strong>da</strong>, mesmo<br />
com a mesma profundi<strong>da</strong>de, ela<br />
sempre vai tirar material”.<br />
A fábrica <strong>da</strong> Ortosíntese usina<br />
cerca de 110 mil peças mensalmente.<br />
Utiliza máquinas con-<br />
O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
Arquivo Ortosíntese<br />
7
Imagens: arquivo Braile<br />
vencionais no processo – tornos,<br />
fresas, retíficas e furadeiras – e há<br />
também tornos de cabeçote móvel,<br />
tipo suíço, que fazem roscas<br />
especiais fora dos padrões métrico<br />
ou em polega<strong>da</strong>s, por meio de<br />
turbilhonamento. Esse processo<br />
de torneamento, com alta quali<strong>da</strong>de<br />
superficial e eleva<strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de<br />
de corte, é executado por<br />
máquinas especiais, nas quais,<br />
em geral, o cabeçote é equipado<br />
com várias ferramentas e as peças<br />
giram lentamente em sentido<br />
contrário ao movimento rotativo<br />
<strong>da</strong> ferramenta.<br />
Também <strong>da</strong> área médica, mas<br />
com outro enfoque, a Braile Biomecânica<br />
se dedica a desenvolver<br />
equipamentos para cirurgias cardíacas<br />
há 25 anos. Em sua fábri-<br />
8 O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
Outro enfoque <strong>da</strong> área médica é o<br />
desenvolvimento de equipamentos para cirurgias.<br />
ca, instala<strong>da</strong> em São<br />
José do Rio Preto,<br />
interior de São Paulo,<br />
o setor de usinagem processa<br />
componentes de aparelhos,<br />
dentre os quais a bomba de circulação<br />
extracorpórea, cuja função<br />
é manter o coração de um paciente<br />
funcionando durante uma<br />
cirurgia cardíaca, os blenders utilizados<br />
para misturar oxigênio e<br />
ar comprimido medicinal para<br />
oxigenar o sangue, e o afastador<br />
de tórax, uma ferramenta de aço<br />
inoxidável que também auxilia<br />
em cirurgias cardíacas.<br />
Para ca<strong>da</strong> bomba de circulação,<br />
são produzidos 8 roletes, pequenas<br />
peças de alumínio – 1,5<br />
polega<strong>da</strong> de diâmetro e 60mm<br />
de altura – que controlam o fluxo<br />
de sangue que passa pelo equipamento,<br />
com tratamentos posteriores<br />
em anodização dura, e também<br />
uma parte <strong>da</strong> bomba chama<strong>da</strong> de<br />
“caçapa”, um mancal sobre o qual<br />
correm os roletes, feita de alumí-<br />
nio naval, tratado posteriormente<br />
com anodização dura. Segundo<br />
Marcos Maurício Ferreira, gerente<br />
industrial <strong>da</strong> empresa, “essa é<br />
uma tecnologia de usinagem de<br />
baixa complexi<strong>da</strong>de”.<br />
Já o afastador é fabricado com<br />
aço inoxidável martensítico e, de<br />
acordo com Ferreira, depois do<br />
processo de usinagem, “são feitos<br />
tratamento térmico para endurecimento<br />
e de passivação <strong>da</strong><br />
superfície, para proteção dos instrumentos”.<br />
Outros produtos <strong>da</strong> Braile, como<br />
os aparelhos eletromecânicos,<br />
são fabricados também por um<br />
processo de usinagem convencional.<br />
Para isso, a empresa conta<br />
com máquinas CNC e outros tornos<br />
e fresadoras convencionais.<br />
“Temos uma ferramentaria que<br />
desenvolve equipamentos técnicos,<br />
que trabalha com plástico de<br />
engenharia. A ferramentaria pode<br />
fazer gavetas, moldes, machos, cavi<strong>da</strong>des.<br />
Aqui temos a usinagem
Implantes e material cirúrgico<br />
produzidos pela Sandvik<br />
Medical Solutions (SMS).<br />
um pouco mais pesa<strong>da</strong>”, afirma o<br />
gerente industrial.<br />
A Sandvik Medical Solutions<br />
presta serviços para fabricação de<br />
implantes e instrumentos cirúrgicos<br />
para as maiores marcas mundiais<br />
do setor, serviços esses também<br />
disponíveis para as empresas<br />
nacionais. Suas uni<strong>da</strong>des produtoras<br />
estão nos EUA, Inglaterra e<br />
México. A empresa, que já fornecia<br />
para a indústria brasileira do setor<br />
matérias-primas, como titânio,<br />
aço inoxidável e ligas especiais,<br />
passou também a prestar serviços<br />
de forjamento, usinagem e tratamentos<br />
superficiais.<br />
De acordo com Leonardo<br />
Ribeiro, engenheiro de desenvolvimento<br />
de novos produtos <strong>da</strong><br />
SMS, os implantes podem ser fornecidos<br />
semi-acabados, cabendo<br />
às produtoras nacionais o acabamento<br />
e polimento. Uma <strong>da</strong>s vantagens<br />
desses produtos, segundo<br />
Ribeiro, é que podem ter a origem<br />
controla<strong>da</strong>. “A rastreabili<strong>da</strong>de é<br />
importante para que se possa de-<br />
10 O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
ter o controle <strong>da</strong> cadeia de fabricação<br />
de próteses e implantes.<br />
Dessa forma favorece a melhoria<br />
contínua dos produtos e melhor<br />
acompanhamento e performance<br />
dos implantes”, afirma. Na Suécia<br />
a rastreabili<strong>da</strong>de já existe há<br />
mais de 50 anos. No Brasil, a Socie<strong>da</strong>de<br />
Brasileira de Ortopedia e<br />
Traumatologia (SBOT) está coordenando<br />
o desenvolvimento de<br />
um projeto-piloto de rastreabili<strong>da</strong>de<br />
<strong>da</strong>s próteses ortopédicas.<br />
O avanço significativo <strong>da</strong> tecnologia<br />
nos dias atuais aponta para<br />
uma maior integração dos implantes<br />
ao organismo humano,<br />
com a utilização de recursos eletrônicos<br />
e digitais. No entanto, essas<br />
soluções avança<strong>da</strong>s só serão posíveis<br />
pelo uso dos tradicionais processos<br />
mecânicos para a fabricação de<br />
próteses e de ferramentas necessárias<br />
para o seu fabrico. A usingem é<br />
parte essencial desse proesso.<br />
Henrique Ostronoff<br />
Jornalista<br />
Sandvik MidiaBase
OTS<br />
Mitsui Motion deve<br />
assumir representação<br />
<strong>da</strong> Mori Seiki<br />
AMitsui Motion deverá assumir<br />
a representação <strong>da</strong>s<br />
máquinas-ferramenta fabrica<strong>da</strong>s<br />
pela Mori Seiki em todo o<br />
território brasileiro. Detalhes ain<strong>da</strong><br />
não foram divulgados mas,<br />
segundo Osmar Takeuchi, vicepresidente<br />
<strong>da</strong> Mitsui Motion, a<br />
ação faz parte do programa de expansão<br />
dos negócios de sua empresa.<br />
“Iniciamos as tratativas”,<br />
afirma o executivo.<br />
Na ver<strong>da</strong>de, o grupo Mitsui<br />
(Mitsui & Co., Ltd.) mantém<br />
uma aliança estratégica com a<br />
Mori Seiki e vem desenvolvendo<br />
fortes ações para ampliar a penetração<br />
<strong>da</strong> Mori Seiki em mercados<br />
internacionais. Por exemplo,<br />
em fevereiro de 2007, a Mitsui<br />
e a Mori Seiki compraram a<br />
Ellison Technologies, empresa<br />
norte-americana que desde 2000<br />
atuava como representante <strong>da</strong><br />
Mori Seiki naquele mercado.<br />
Quem acompanha o crescimento<br />
<strong>da</strong> indústria de manufatura<br />
sabe que o crescimento não deve<br />
parar por ali. Com esta política<br />
de crescimento bem coor-<br />
Open House foi realiza<strong>da</strong> de 27 a 29 de fevereiro, na matriz<br />
<strong>da</strong> Mitsui Motion em São Paulo.<br />
dena<strong>da</strong>, que vem sendo impressa<br />
pela aliança Mitsui-Mori Seiki<br />
nos mercados internacionais, não<br />
é de se estranhar que a Mitsui<br />
Motion assuma no Brasil os negócios<br />
relacionados às máquinas<br />
fabrica<strong>da</strong>s pela Mori Seiki.<br />
A Mitsui Motion Máquinas<br />
S.A., para quem não sabe, é uma<br />
joint venture entre os antigos sócios<br />
<strong>da</strong> Motion Brasil e o grupo<br />
Mitsui & Co., Ltd., estabeleci<strong>da</strong><br />
em novembro de 2006, sucedendo<br />
os trabalhos de importa-<br />
ção e distribuição <strong>da</strong> linha de<br />
máquinas <strong>da</strong> Fanuc em to<strong>da</strong> a<br />
América do Sul. Além disso, segundo<br />
Takeuchi, “a Motion Brasil<br />
e o grupo Mitsui já vinham mantendo<br />
relações comerciais por<br />
mais de 10 anos, antes do estabelecimento<br />
<strong>da</strong> joint venture ”.<br />
Para o executivo, com a Mitsui<br />
Motion assumindo a representação<br />
<strong>da</strong>s máquinas Mori Seiki, o<br />
cliente será o maior beneficiado.<br />
Haverá maior penetração <strong>da</strong> marca<br />
Mori Seiki no mercado, além<br />
O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
13<br />
Arquivo Mitsui Motion
de “melhores prazos de entrega,<br />
opção de fornecimento local e financiamento<br />
em moe<strong>da</strong> brasileira,<br />
somente para listar os principais<br />
benefícios”, afirma.<br />
FANUC<br />
A Mitsui Motion é conheci<strong>da</strong><br />
no mercado brasileiro por importar<br />
e distribuir as máquinasferramenta<br />
produzi<strong>da</strong>s pela<br />
Fanuc, caso dos centros de usinagem<br />
verticais Fanuc Robodrill<br />
e <strong>da</strong>s máquinas de eletroerosão<br />
por corte a fio Fanuc Robocut.<br />
A linha Robodrill é ofereci<strong>da</strong><br />
em versões para alta produção<br />
de peças seria<strong>da</strong>s e para usinagem<br />
HSM (High Speed Machining),<br />
principalmente para a usinagem<br />
de moldes e matrizes em materiais<br />
de alta dureza. As máquinas<br />
<strong>da</strong> série a-iF são bons exemplos<br />
do que são capazes as máquinas<br />
<strong>da</strong> linha Robodrill.<br />
Conforme Ário Grandisoli,<br />
gerente comercial <strong>da</strong> Mitsui<br />
Motion, “são máquinas rápi<strong>da</strong>s de<br />
Osmar Takeuchi, vice-presidente.<br />
14 O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
Sidnei Cunico, presidente.<br />
extrema precisão e altíssima repetibili<strong>da</strong>de”.<br />
Apresentam, entre<br />
outros diferenciais, 54 metros de<br />
avanço e deslocamento (G0), 30<br />
metros de avanço de corte (G1),<br />
1,5G de aceleração, 1,6 segundo<br />
de tempo de troca de ferramentas<br />
(cavaco a cavaco) e controle<br />
de dilatação térmica nos 3 eixos.<br />
Já as máquinas Fanuc Robocut<br />
de eletroerosão por corte a<br />
fio possuem na sua configuração<br />
stan<strong>da</strong>rd o PCD Power Supply,<br />
um gerador desenvolvido e patenteado<br />
pela Fanuc com tecnologia<br />
específica para cortes em PCD<br />
(diamantes policristalinos). Esta<br />
tecnologia, segundo Grandisoli,<br />
possibilita uma usinagem com excelente<br />
acabamento, sem ranhuras<br />
ou marcas e um aumento considerável<br />
<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> útil do inserto.<br />
“Nos próximos meses demonstraremos,<br />
em nosso show room,<br />
uma máquina dedica<strong>da</strong> para cortes<br />
em ferramentas rotativas com<br />
insertos de PCD. Essa máquina<br />
possui um eixo adicional (eixo rotativo)<br />
para que a máquina possa<br />
usinar com precisão milesimal, utilizando<br />
5 eixos simultâneos”, adianta<br />
o gerente comercial.<br />
De acordo com o executivo,<br />
um dos destaques <strong>da</strong> linha Robocut<br />
é a nova série Robocut a-iD,<br />
que está sendo “muito bem recebi<strong>da</strong><br />
pelo mercado devido à sua veloci<strong>da</strong>de,<br />
precisão, acabamento,<br />
excelente custo/benefício e baixíssimo<br />
índice de manutenção.”<br />
Fotos: arquivo Mitsui Motion
Ario Grandisoli, gerente comercial.<br />
Uma parte <strong>da</strong> linha de máquinas<br />
<strong>da</strong> Fanuc pôde ser observa<strong>da</strong><br />
na Open House realiza<strong>da</strong> de<br />
27 a 29 de fevereiro, na matriz<br />
<strong>da</strong> Mitsui Motion em São Paulo<br />
(SP). Chamaram a atenção dos<br />
visitantes, as novas aplicações do<br />
Fanuc Robodrill em modelos<br />
High Torque, High Speed e BBT<br />
com 4º eixo Fanuc DDR. Os<br />
visitantes também mostraram<br />
grande interesse nas demonstrações<br />
realiza<strong>da</strong>s com a máquina<br />
Fanuc Robocut a-1iD.<br />
Em 2007, a Mitsui Motion,<br />
conforme Grandisoli, atingiu<br />
marcas expressivas em quanti<strong>da</strong>de<br />
de máquinas vendi<strong>da</strong>s e<br />
aumento de market share. “Para<br />
este ano de 2008, esperamos<br />
por um crescimento similar ou<br />
até maior, levando em conta as<br />
perspectivas do mercado automobilístico<br />
e os baixíssimos níveis<br />
de capaci<strong>da</strong>de industrial<br />
ociosa”, encerra.<br />
De Fato Comunicações
Gestão 2 mulher.qx 4/29/08 2:42 PM Page 18<br />
GESTÃO EMPRESARIAL<br />
O lugar <strong>da</strong> mulher<br />
na manufatura<br />
Desde que a mulher<br />
extravasou o lar,<br />
conquistando<br />
o direito de<br />
votar – entre 1856<br />
e 1920 – suas<br />
pretensões à<br />
igual<strong>da</strong>de não<br />
pararam de crescer.<br />
18 O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
a medicina, na química, nos almoxarifados, na física, na aero-<br />
Nnáutica e, vá lá, na informática. Mas... na usinagem?<br />
Há mais de cem anos vemos quase to<strong>da</strong>s as áreas de ativi<strong>da</strong>de prevalentemente<br />
masculinas sendo ocupa<strong>da</strong>s por mulheres: médicas,<br />
engenheiras, políticas, escritoras, sol<strong>da</strong>dos, advoga<strong>da</strong>s, compositoras, aviadoras,<br />
astrônomas, administradoras, empresárias, etc. Claro está que o chãode-fábrica<br />
não poderia ficar para sempre imune ao avanço feminino.<br />
Mesmo no conservador Japão, a participação <strong>da</strong> mulher na modernização<br />
do país abriu-lhe o novo papel de “Shokugyo Fujin” ou “mulher<br />
de carreira”, já nos idos de 1910-1920. Mas foi a 1ª Grande Guerra<br />
na Europa que chamou as mulheres para o trabalho metal-mecânico.<br />
Em 1918 fábricas de armamentos e munições empregavam cerca<br />
de 600 mil mulheres na Inglaterra, ocupando o espaço dos tornos<br />
vazios de homens, a maioria combatentes que pereceram na guerra.<br />
O Brasil esteve longe do esforço de guerra, pois mesmo durante<br />
a 2ª Guerra Mundial (1939-1944), sua indústria era incipiente. Isso<br />
Fotos: Adriana Elias e arquivo Proturbo
Gestão 2 mulher.qx 4/29/08 2:42 PM Page 19<br />
protegeu as mulheres brasileiras <strong>da</strong><br />
chama<strong>da</strong> em massa para a linha de<br />
produção e seu ingresso no mundo<br />
<strong>da</strong> usinagem é opção pensa<strong>da</strong><br />
e planeja<strong>da</strong>, detecta<strong>da</strong> a partir dos<br />
anos 1980-1990.<br />
Hoje temos inúmeras empresas<br />
que empregam indistintamente<br />
homens e mulheres para<br />
operar tornos e fresadoras e algumas,<br />
até, que as preferem. Assim,<br />
mulheres operando máquinas<br />
CNCs “último tipo” quase não<br />
assustam mais ninguém.<br />
O GOSTO PELO DETALHE<br />
A grande capaci<strong>da</strong>de “detalhista”<br />
<strong>da</strong>s mulheres é um dos<br />
motivos de seu bom desempenho<br />
em trabalhos de precisão e<br />
de controle de quali<strong>da</strong>de, apontam<br />
os empregadores.<br />
As motivações femininas para<br />
escolherem tal trabalho não diferem<br />
<strong>da</strong>quelas dos homens. Os<br />
Vista parcial do<br />
chão-de-fábrica<br />
<strong>da</strong> Toyo Matic,<br />
Bragança<br />
Paulista – SP.<br />
cursos profissionalizantes do Senai<br />
indicam alta deman<strong>da</strong> feminina<br />
por cursos tradicionalmente masculinos<br />
e tal alta não se restringe<br />
aos cursos de usinagem (ver seção<br />
Interface, nesta revista).<br />
Denise Morais <strong>da</strong> Silva, por<br />
exemplo, pela necessi<strong>da</strong>de de criar<br />
seus três filhos, trazia em si o profundo<br />
desejo de ter uma profissão<br />
melhor remunera<strong>da</strong> e por muita<br />
insistência junto aos responsáveis<br />
pela empresa, saltou do cargo de<br />
faxineira, em 1997, para operadora<br />
de máquinas. Na função já há<br />
dez anos ela nos diz, ain<strong>da</strong> com<br />
emoção:“Investiram em mim, tiveram<br />
confiança em mim”. Denise<br />
trabalha na Toyo Matic de Bragança<br />
Paulista-SP, empresa especializa<strong>da</strong><br />
em usinagem de alta precisão<br />
e complexi<strong>da</strong>de.<br />
Denise lembra todo o seu esforço<br />
para aprender tudo na prática,<br />
já que não teve a oportuni-<br />
<strong>da</strong>de de obter uma formação técnica<br />
anteriormente. Por vezes,<br />
um trabalho árduo de montagem<br />
que lhe havia custado 4 horas de<br />
dedicação, era todo desfeito pelo<br />
seu supervisor de produção,<br />
Adriano A. de Lima, que lhe determinava<br />
a remontagem. “Está<br />
certo, mas quero ver se você sabe<br />
mesmo” dizia ele. Foi vencendo<br />
desafios como este, que Denise<br />
chegou à sua competência atual.<br />
Para ela e suas colegas, nunca<br />
faltou o incentivo do diretor <strong>da</strong><br />
empresa, Edvaldo Rosa.“Ele não<br />
se cansa de nos motivar a persistir<br />
e a fazer ca<strong>da</strong> vez melhor, dizendo<br />
que se ele aprendeu, nós<br />
também conseguimos”, diz Denise,<br />
demonstrando como, na<br />
Toyo Matic, rigor e esmero caminham<br />
de mãos <strong>da</strong><strong>da</strong>s.<br />
Em seus 15 anos de experiência,<br />
o Supervisor <strong>da</strong> Toyo Matic,<br />
confirma nunca ter feito distinções<br />
O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
19<br />
Adriana Elias
Gestão 2 mulher.qx 4/29/08 2:42 PM Page 20<br />
Fotos: Adriana Elias<br />
entre funcionários em virtude do<br />
sexo: “Todos devem ser orientados<br />
para <strong>da</strong>r o melhor de si, homem<br />
ou mulher, embora eu prefira<br />
homens para trabalhos mais<br />
pesados e mulheres para aqueles<br />
mais delicados”.<br />
Tal distinção não é feita<br />
pelo diretor <strong>da</strong> Daiwa Sangyo,<br />
Adolfo Ta<strong>da</strong>shi Sawa<strong>da</strong>. Nesta<br />
empresa de Diadema-SP,<br />
que produz 1 milhão de rolamentos<br />
por mês, a visão de<br />
seu diretor a<strong>da</strong>ptou-a às peculiari<strong>da</strong>des<br />
femininas, como<br />
a falta de força física, criando<br />
esteiras e disponibilizando<br />
carrinhos.<br />
Como na Toyo Matic e<br />
na Daiwa Sangyo, que teve<br />
60 treinamentos apenas em<br />
2007, também na Proturbo,<br />
de Osasco-SP, que atua no<br />
segmento de serviços de usinagem,<br />
o treinamento é um<br />
dos pontos altos <strong>da</strong> empresa.<br />
Mas candi<strong>da</strong>tos especializados<br />
são benvindos, como fri-<br />
20 O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
sa Silvio Boff, gerente <strong>da</strong> Proturbo,<br />
pois aju<strong>da</strong>m a queimar etapas na<br />
integração ao tipo de serviço que<br />
executarão, sem inibir as demais<br />
ativi<strong>da</strong>des de treinamento interno.<br />
Denise Morais <strong>da</strong> Silva,<br />
operadora de máquina há<br />
10 anos na Toyo Matic<br />
de Bragança Paulista – SP.<br />
Assim, devido a oportuni<strong>da</strong>des<br />
gera<strong>da</strong>s na própria empresa<br />
ou por uma decisão pensa<strong>da</strong> de<br />
meninas, que enxergaram uma<br />
porta para o sucesso profissional<br />
nos cursos de capacitação em mecânica<br />
geral, incluindo usinagem<br />
e programação de máquinas<br />
CNC, as mulheres conquistaram<br />
mais este nicho de atuação.<br />
A Toyo Matic tem, hoje, 50%<br />
do seu quadro de vagas ocupado<br />
por mulheres. A Proturbo conta<br />
com 18% de mulheres e a Daiwa<br />
Sangyo chega ao impressionante<br />
índice de 75% de mulheres<br />
em seu plantel de funcionários.<br />
O PORQUÊ DA ESCOLHA<br />
Sejam elas diploma<strong>da</strong>s<br />
pelo Senai ou desenvolvi<strong>da</strong>s<br />
pela prática no chão-de-fábrica,<br />
na disputa com homens<br />
de mesma competência,<br />
alguns empregadores as preferem<br />
e uma <strong>da</strong>s razões para<br />
isso é que estas costumam ser<br />
muito comprometi<strong>da</strong>s com<br />
Sonia de Matos<br />
<strong>da</strong> Daiwa Sangyo,<br />
transitando com<br />
peças pesa<strong>da</strong>s pelo<br />
chão-de-fábrica.
Gestão 2 mulher.qx 4/29/08 2:42 PM Page 21
Gestão 2 mulher.qx 4/29/08 2:42 PM Page 22<br />
Arquivo Proturbo<br />
o trabalho, argumenta Silvio<br />
Boff <strong>da</strong> Proturbo, que em<br />
2004 começou a contratálas<br />
e percebeu nesta característica<br />
<strong>da</strong>s mulheres algo<br />
positivo para o crescimento<br />
<strong>da</strong> empresa.<br />
Na Proturbo elas trabalham<br />
sobretudo nas áreas de<br />
inspeção, usinagem e auditoria<br />
em processo. Na Toyo<br />
Matic e na Daiwa Sangyo<br />
podem ser encontra<strong>da</strong>s nas<br />
mais diversas áreas, tais como,<br />
usinagem, coordenação,<br />
quali<strong>da</strong>de assegura<strong>da</strong>,<br />
ven<strong>da</strong>s, finanças, secretaria<br />
geral, ocupando cargos que<br />
chegam até o nível de diretoria.<br />
Além <strong>da</strong> natural tendência para<br />
o detalhe e maior paciência pelo<br />
trabalho repetitivo, como diz<br />
Adolfo Sawa<strong>da</strong> <strong>da</strong> Daiwa Sangyo,<br />
a mulher tem maior comprometimento,<br />
pois o sustento dos filhos,<br />
em última análise, é sempre sua responsabili<strong>da</strong>de.<br />
Mas se essa vantagem apresen-<br />
22 O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
Adriana Elias<br />
ta problemas <strong>da</strong>s necessárias ausências<br />
para reuniões escolares,<br />
este, como todos os demais problemas<br />
de uma empresa devem ser<br />
resolvidos pelo tipo de relacionamento<br />
que se tem com o funcionário,<br />
explica Adolfo Sawa<strong>da</strong>.<br />
Na Daiwa Sangyo, a contra-<br />
Sirlene L. Franquis<br />
no trabalho de medição<br />
na Daiwa Sangyo<br />
de Diadema – SP.<br />
tação de mulheres começou<br />
desde sua fun<strong>da</strong>ção, há<br />
quase 50 anos, quando o<br />
objetivo era ter 50% delas<br />
em seus quadros. Na primeira<br />
fase, a escolha recaía<br />
sobre mulheres mais estabiliza<strong>da</strong>s,<br />
com filhos maiores.<br />
Hoje essa distinção não<br />
existe, “pois filhos estão incorporados<br />
no dia a dia e as<br />
mulheres estão pensando<br />
bem mais antes de tê-los”, detecta<br />
o diretor <strong>da</strong> Daiwa Sangyo.<br />
As vantagens para contratálas<br />
parecem vir mesmo <strong>da</strong> pura<br />
competência. To<strong>da</strong>s as empresas<br />
visita<strong>da</strong>s não fazem distinção de<br />
salários e, a julgar pelas notícias<br />
de órgãos como o Diário do<br />
Grande ABC, que sempre trata<br />
<strong>da</strong> condição do trabalho feminino<br />
na região, a desigual<strong>da</strong>de<br />
salarial vem mesmo diminuindo,<br />
tanto pela política empresarial<br />
eticamente correta como pelos<br />
esforços sindicais.<br />
Zenaide Pereira do Lago<br />
e Joice Silva Martins,<br />
funcionárias <strong>da</strong> Proturbo – SP
Gestão 2 mulher.qx 4/29/08 2:42 PM Page 23
Gestão 2 mulher.qx 4/29/08 2:42 PM Page 24<br />
Contudo, tanto a Proturbo<br />
quanto a Toyo Matic<br />
e a Daiwa Sangyo, abriram<br />
espaços para mulheres dentro<br />
do rigor geral <strong>da</strong>s empresas,<br />
que buscam funcionários<br />
interessados, dedicados e<br />
competentes, sejam eles homens<br />
ou mulheres.<br />
Obviamente, entre as<br />
mulheres também há diferenças,<br />
“há aquelas que são<br />
capazes de pegar o processo<br />
de uma peça, cui<strong>da</strong>r de<br />
to<strong>da</strong> a preparação, fazer o<br />
try out e liberar a máquina<br />
para produção”, informa o<br />
diretor <strong>da</strong> Daiwa Sangyo,<br />
para quem “a assimilação<br />
depende sempre dos potenciais<br />
individuais”, além<br />
do treinamento.<br />
Fani Sakai, primeira mulher<br />
forma<strong>da</strong> em um curso de usinagem<br />
do Senai, em 1986, hoje vivendo<br />
na Suécia e ocupando importante<br />
função na área <strong>da</strong><br />
quali<strong>da</strong>de em uma multinacional<br />
sueca, concor<strong>da</strong>, “a mulher tem<br />
um quê de passional pela profissão”,<br />
pondera. Também Lúcia<br />
Ribeiro, primeira especialista em<br />
usinagem contrata<strong>da</strong> pela Sandvik<br />
CORRIGENDA:<br />
Coromant, para <strong>da</strong>r assistência<br />
técnica no campo, reforça que “o<br />
desafio faz com que as mulheres<br />
executem com mais capricho as<br />
ativi<strong>da</strong>des”. Apesar de to<strong>da</strong> a evolução,<br />
mulheres atuando na usinagem<br />
ain<strong>da</strong> instigam resistências,<br />
principalmente para aqueles que<br />
não tiveram a sorte de enxergar o<br />
mundo despido de preconceitos.<br />
No caso de Lúcia, o seu bri-<br />
lhante desempenho atuando<br />
como apoiadora em uma<br />
empresa em que a Sandvik<br />
concentra o gerenciamento<br />
de ferramental, levou o gerente<br />
regional de ven<strong>da</strong>s,<br />
Tadeu Lins, a incentivar a<br />
sua vin<strong>da</strong> para a companhia,<br />
apostando que seria<br />
algo pioneiro e com to<strong>da</strong> a<br />
possibili<strong>da</strong>de de êxito, como<br />
tem sido.<br />
De maneira geral, embora<br />
a chefia do chão-de-fábrica<br />
seja preponderantemente masculina,<br />
já não é tão incomum<br />
encontrar empresas onde as mulheres<br />
começam a ocupar cargos<br />
de decisão e atuar em pé de igual<strong>da</strong>de<br />
com os homens também<br />
no mundo <strong>da</strong> usinagem, afinal,<br />
somos todos humanos.<br />
Equipe OMU<br />
A matéria “Retrofitting pode ser bom negócio?” <strong>da</strong> edição de fevereiro <strong>da</strong> revista O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong>, só<br />
foi possível graças à grande disponibili<strong>da</strong>de dos entrevistados em expor suas ativi<strong>da</strong>des. O engenheiro Edi<br />
Marchesini, <strong>da</strong> CNC Service, contudo, para além <strong>da</strong>s informações solicita<strong>da</strong>s sobre sua empresa, ofereceu<br />
seu grande conhecimento <strong>da</strong> área ao jornalista <strong>da</strong> De Fato Comunicações, eluci<strong>da</strong>ndo conceitos e definindo<br />
terminologias. Por um lamentável lapso <strong>da</strong> secretaria de re<strong>da</strong>ção, a matéria publica<strong>da</strong> omitiu o nome <strong>da</strong><br />
CNC Service e do Eng. Edi Machesini, motivo pelo qual os Editores <strong>da</strong> OMU se desculpam tanto com a CNC<br />
Service e o Eng. Marchesini como com a De Fato Comunicações pela involuntária imprecisão.<br />
24 O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
Adriana Elias<br />
Maria Marlene Alves<br />
em trabalho de acabamento<br />
final de peça em torno<br />
CNC na Daiwa Sangyo<br />
de Diadema – SP.
Gestão 2 mulher.qx 4/29/08 2:42 PM Page 25
INTERFACE<br />
Zona Franca<br />
de Manaus<br />
em busca de<br />
fortalecimento<br />
Cria<strong>da</strong> para impulsionar<br />
a economia <strong>da</strong> região Norte<br />
do país, a Zona Franca de Manaus<br />
comemorou, no ano passado,<br />
o 40º aniversário em meio a<br />
vitórias, polêmicas e dificul<strong>da</strong>des.<br />
Aboa notícia ficou por conta<br />
dos números apresentados<br />
pela SUFRAMA (Superintendência<br />
<strong>da</strong> Zona Franca<br />
de Manaus): em 2007, o Pólo<br />
Industrial de Manaus (PIM) registrou<br />
a presença de cerca de<br />
600 empresas, com investimentos<br />
fixos superiores a US$ 7 bilhões;<br />
que faturaram em torno de<br />
US$ 25 bilhões; empregaram,<br />
somente para produção, aproxima<strong>da</strong>mente<br />
105 mil pessoas e<br />
arreca<strong>da</strong>ram na<strong>da</strong> menos que<br />
R$ 13,5 bilhões em tributos.<br />
Isso mesmo. Apesar dos incentivos<br />
fiscais, o Amazonas é o<br />
quarto Estado do Brasil que mais<br />
paga tributos federais em relação<br />
ao tamanho de sua economia:<br />
mais de 13% do seu PIB. Quando<br />
somados aos tributos estaduais<br />
e municipais, o índice sobe<br />
para 28,2%. Isso porque os<br />
O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
27<br />
AB Sandvik Coromant
incentivos, que já provocaram<br />
críticas (veja quadro), perderam<br />
força. Ou seja, devido a acordos<br />
comerciais feitos pelo Brasil, hoje,<br />
já não há muita diferença entre<br />
importar de Manaus ou a partir<br />
de outros Estados.<br />
Essa é apenas uma <strong>da</strong>s questões<br />
que compõem a lista<br />
do que o coordenador geral<br />
de estudos econômicos e<br />
empresariais <strong>da</strong> SUFRA-<br />
MA, José Alberto <strong>da</strong> Costa<br />
Machado, chama de contra-sensos.<br />
Na ponta do lápis,<br />
a região Norte é responsável<br />
por apenas 19,2%<br />
<strong>da</strong> renúncia fiscal do país,<br />
enquanto Sul e Sudeste, por<br />
60%. “A Constituição diz<br />
que os incentivos devem reduzir<br />
as desigual<strong>da</strong>des regionais,<br />
mas não é o que<br />
acontece”, reclama.<br />
Então, o que mantém as<br />
empresas no PIM? Segundo<br />
ele, são os grandes investimentos<br />
que elas fizeram para<br />
se estabelecer em Manaus,<br />
o fato de contribuírem na<br />
proteção à Amazônia – “se<br />
hoje há uma preservação<br />
ambiental de 98% <strong>da</strong> floresta<br />
no Amazonas, não há<br />
dúvi<strong>da</strong> de que isso se deve ao<br />
modelo de desenvolvimento implantado<br />
aqui” – e, claro, à rentabili<strong>da</strong>de<br />
que, apesar de menor,<br />
continua existindo.<br />
DIVERSIFICAÇÃO<br />
Reunindo grandes marcas<br />
mundiais, como Moto Hon<strong>da</strong>,<br />
Nokia, Yamaha, Sony, Panasonic,<br />
28 O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
LG, Philips, Samsung, Brastemp,<br />
Semp Toshiba e Harley-Davidson,<br />
o PIM atualmente é o carro-chefe<br />
<strong>da</strong> ZFM e concentra<br />
mais de 50% do seu faturamento<br />
em bens de informática, eletroeletrônicos<br />
e duas ro<strong>da</strong>s. Um<br />
cenário que, se depender dos es-<br />
Mão na massa<br />
No Pólo Industrial de Manaus só existe<br />
incentivo fiscal se houver produção. Esse é<br />
o argumento contra os opositores ao modelo,<br />
que alegam haver empresas que se instalam<br />
na região para se beneficiar dos incentivos<br />
fiscais, restringindo sua ativi<strong>da</strong>de a<br />
importar peças e montar produtos. “Os incentivos<br />
são para a produção, ou seja, o empresário<br />
tem que contratar pessoas, comprar<br />
equipamentos e matéria-prima e produzir”,<br />
argumenta o coordenador <strong>da</strong> SUFRAMA.<br />
Essa garantia veio com a Lei nº 8.387/<br />
1991 que, ao estabelecer a política do PPB<br />
(Processo Produtivo Básico), determina um<br />
conjunto de etapas mínimas a serem cumpri<strong>da</strong>s<br />
pelas empresas em ca<strong>da</strong> produto. O<br />
PPB é fixado mediante Portaria Interministerial<br />
assina<strong>da</strong> pelos ministérios <strong>da</strong> Ciência e<br />
Tecnologia (MCT) e do Desenvolvimento <strong>da</strong><br />
Indústria e do Comércio Exterior (MDIC).<br />
forços locais, vai ganhar novos<br />
ares. A idéia é somar a esses segmentos<br />
outros como o de biocosméticos.<br />
Nesse sentido, o final de<br />
2007 trouxe outra boa nova: a<br />
aprovação de um projeto para a<br />
produção de cosméticos com matéria-prima<br />
local. “Em 40 anos,<br />
nunca conseguimos produzir cos-<br />
méticos com a nossa biodiversi<strong>da</strong>de,<br />
pois legalmente éramos impedidos,<br />
enquanto empresas de<br />
fora do Estado podiam produzir”,<br />
conta o coordenador. O motivo<br />
desse impedimento, supõe, era o<br />
lobby <strong>da</strong>s grandes corporações.<br />
A diversificação <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des<br />
vai ao encontro do desejo<br />
de líderes empresariais<br />
<strong>da</strong> ZFM. “É importante<br />
criar formas de aproveitar a<br />
energia e os recursos oriundos<br />
<strong>da</strong>s empresas do PIM<br />
para desenvolver acelera<strong>da</strong>mente<br />
outros pólos, como<br />
os de turismo e biodiversi<strong>da</strong>de”,<br />
opina o presidente<br />
<strong>da</strong> Masa <strong>da</strong> Amazônia,<br />
Ulisses Tapajós Neto, que<br />
destaca, ain<strong>da</strong>, a necessi<strong>da</strong>de<br />
de superar as dificul<strong>da</strong>des<br />
logísticas e políticas<br />
para acelerar a competitivi<strong>da</strong>de<br />
e o desenvolvimento<br />
locais. Do ponto de vista<br />
logístico, ele cita estra<strong>da</strong>s<br />
que precisam de reparos,<br />
cabotagem marítima deficiente<br />
e custos elevados <strong>da</strong><br />
estrutura portuária. “Isso<br />
leva as nossas despesas com<br />
logística a patamares bem<br />
mais elevados do que as de<br />
nossos concorrentes nacionais<br />
e internacionais”, explica.<br />
Na questão política, Tapajós salienta<br />
que as empresas vivem sobressalta<strong>da</strong>s<br />
com manobras que<br />
visam desestabilizar o modelo<br />
<strong>da</strong> ZFM. “Todos falam em preservação<br />
<strong>da</strong> Floresta Amazônica,<br />
esquecendo-se que precisamos<br />
ter condições para manter e am-
pliar os empregos dos amazonenses”,<br />
salienta.<br />
Para solucionar questões como<br />
essas, o planejamento estratégico<br />
<strong>da</strong> ZFM contempla, para<br />
o período de 2008 a 2011, iniciativas<br />
como a implantação de<br />
estruturas priva<strong>da</strong>s e públicas de<br />
Ciência, Tecnologia e Inovação<br />
(C&T&I), investimentos na<br />
construção de aeroportos, estra-<br />
Um pouco <strong>da</strong> história<br />
Idealiza<strong>da</strong> pelo deputado federal<br />
Francisco Pereira <strong>da</strong> Silva, a<br />
Zona Franca de Manaus foi cria<strong>da</strong><br />
pela Lei nº 3.173, de 6 de junho de<br />
1957, como Porto Livre. Dez anos<br />
depois, em 1967, o Governo<br />
Federal ampliou a legislação e reformulou<br />
o modelo, estabelecendo<br />
incentivos fiscais por trinta anos<br />
para a implantação de um pólo industrial,<br />
comercial e agropecuário.<br />
Naquele mesmo ano, visando<br />
Márcio Silva<br />
<strong>da</strong>s e estruturas turísticas e em<br />
projetos-pilotos de produção e<br />
capacitação de mão-de-obra, entre<br />
outras. “O que se busca é fazer<br />
com que o modelo seja entendido<br />
como um experimento de<br />
êxito do Estado brasileiro”, finaliza<br />
Costa Machado.<br />
Thais Gebrim<br />
Jornalista<br />
integrar a Amazônia à economia<br />
brasileira e promover sua ocupação,<br />
a União definiu a Amazônia<br />
Ocidental tal como ela é conheci<strong>da</strong>,<br />
abrangendo Amazonas, Acre,<br />
Rondônia e Roraima; em 1968,<br />
por Decreto-Lei, o benefício dos incentivos<br />
fiscais foi estendido para<br />
to<strong>da</strong> essa região.<br />
Ao longo de sua história,os trinta<br />
anos de incentivos foram prorrogados.A<br />
próxima <strong>da</strong>ta-limite é 2023.<br />
O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
29
SUPRIMENTOS<br />
30 O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
Fornecedores: uma<br />
questão estratégica<br />
Prazo, flexibili<strong>da</strong>de,<br />
atendimento, preço.<br />
Quais as vantagens<br />
de se trabalhar com<br />
fornecedores locais?<br />
Atualmente, não basta que a empresa seja<br />
eficaz apenas em seu restrito ambiente<br />
competitivo, to<strong>da</strong> a cadeia envolvi<strong>da</strong><br />
nos processos de produção deve ser eficaz<br />
também, com grande parte delas já seguindo<br />
os preceitos do Supply Chain Management.<br />
Nesta administração do fluxo de bens e serviços,<br />
a escolha do fornecedor é vital. Sua proximi<strong>da</strong>de<br />
influi diretamente nos preços, custos,<br />
prazos de entrega, flexibili<strong>da</strong>de e crédito.
Arquivo NMHG<br />
Linha de produção<br />
<strong>da</strong> Nacco Materials<br />
Handling Group<br />
do Brasil.<br />
É justamente pensando nisso<br />
que muitas empresas desenvolvem<br />
os fornecedores locais, criando parcerias<br />
que privilegiem a cadeia logística<br />
e o aumento na produtivi<strong>da</strong>de.<br />
“Quando eu tenho um item<br />
importado, trabalho com prazos de<br />
6 a 8 semanas, e logicamente isso<br />
causa um impacto muito grande<br />
no meu estoque, porque eu tenho<br />
que garantir o fornecimento desse<br />
item para não afetar a produção”,<br />
afirma Francisco P. Fontelles, gerente<br />
de materiais <strong>da</strong> Nacco Materials<br />
Handling Group do Brasil,<br />
complementando: “quando se trabalha<br />
com um fornecedor local,<br />
além de ter o material em um pra-<br />
zo menor, eu tenho um parceiro<br />
que visita a empresa, avalia e otimiza<br />
meus processos junto com<br />
meu pessoal técnico, dessa forma<br />
atendendo minhas necessi<strong>da</strong>des<br />
específicas. As parcerias locais também<br />
me permitem acompanhar<br />
de perto os processos do meu fornecedor<br />
e exigir dele a máxima<br />
quali<strong>da</strong>de, compatível com as exigências<br />
<strong>da</strong> NMHG”.<br />
Segundo Marco Antônio Pereira,<br />
vendedor técnico de um dos<br />
fornecedores de ferramentas <strong>da</strong><br />
Nacco Materials Handling Group,<br />
o atendimento é a maior diferença<br />
para quem é um fornecedor local.<br />
“A parceria fornece quali<strong>da</strong>de<br />
no atendimento e atualização constante.<br />
Ca<strong>da</strong> novo produto é apresentado<br />
e testado junto com o<br />
cliente, visando sempre a redução<br />
de custos”, explica. “Uma vez tivemos<br />
um problema envolvendo a<br />
usinagem de tambores de freio de<br />
ferro fundido nodular.Testamos diversas<br />
classes de pastilha, até que<br />
finalmente conseguimos encontrar<br />
uma solução técnica que resultou<br />
em redução no consumo de<br />
ferramentas e aumento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de.<br />
Muitas vezes esta interação<br />
se dá em tempo real, imediatamente<br />
após a detecção do<br />
problema”, explica Hélio Silvestre,<br />
supervisor de métodos <strong>da</strong> NMHG.<br />
O vínculo criado por meio<br />
<strong>da</strong>s parcerias também fornece condições<br />
de ampliar o leque de fornecimentos<br />
e, conseqüentemente,<br />
o poder de negociação. A agili<strong>da</strong>de<br />
também é um ponto vital na cadeia<br />
de suprimentos. Quando se<br />
pensa em conceitos como o just in<br />
O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
31
time e kanban, trabalhar com fornecedores<br />
locais é a pedra-detoque<br />
nestes processos. A importação<br />
de determinado item pressupõe,<br />
além de grande deman<strong>da</strong><br />
de tempo e custos com estoque,<br />
trâmites internacionais, desembaraço<br />
alfandegário, custos logísticos.<br />
Na indústria automobilística,<br />
por exemplo, a preocupação<br />
com o just in time fez com que fornecedores<br />
se instalassem muito<br />
próximos às grandes montadoras.<br />
Quando a Renault instalou<br />
sua fábrica no Paraná, dos 110 mil<br />
metros quadrados de área construí<strong>da</strong>,<br />
15 mil foram dedicados<br />
aos fornecedores. A fábrica <strong>da</strong><br />
Volkswagem em São Bernardo<br />
do Campo reformou sua planta<br />
incluindo a instalação de fornecedores<br />
dentro do próprio complexo<br />
industrial. “Em alguns casos<br />
não existe nem estoque, a peça<br />
chega no momento certo e na<br />
quanti<strong>da</strong>de exata que será utiliza<strong>da</strong>”,<br />
afirma Luiz Sérgio Alvarenga,<br />
assessor de mercado de reposição<br />
do Sindipeças, sindicato que representa<br />
a indústria de autopeças.<br />
Em 2007 foram produzidos<br />
aproxima<strong>da</strong>mente 3 milhões de<br />
veículos, além de peças de reposição<br />
para frota circulante. A resposta<br />
para o aumento dessa deman<strong>da</strong><br />
foi muito mais rápi<strong>da</strong><br />
porque a base instala<strong>da</strong> estava<br />
apta a suprir esta carência.<br />
CRÉDITO VIA<br />
NACIONALIZAÇÃO<br />
O Banco Nacional de Desenvolvimento<br />
Econômico e Social<br />
(BNDES) fornece uma linha de<br />
32 O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
crédito, o FINAME, que financia<br />
a produção e comercialização<br />
de máquinas e equipamentos novos<br />
e de fabricação nacional.<br />
Para ter acesso a esse recurso é<br />
necessário que o produto tenha, no<br />
mínimo, 60% de seus itens nacionais.<br />
Caso não exista um similar fabricado<br />
no país, é necessário que<br />
haja nacionalização de determinado<br />
item <strong>da</strong> cadeia produtiva, dentro<br />
ou fora <strong>da</strong> empresa.<br />
Segundo o gerente geral <strong>da</strong><br />
NMHG, Francisco Fontelles,<br />
“quando se opta pela nacionalização<br />
é necessário fazer uma avaliação<br />
dos processos de produção,<br />
tendo em vista sempre a quali<strong>da</strong>de<br />
do produto e a capaci<strong>da</strong>de de<br />
produção do fornecedor. O preço<br />
final do item também deve ser<br />
mensurado. Entretanto, ca<strong>da</strong> produto<br />
possui suas peculiari<strong>da</strong>des e<br />
ca<strong>da</strong> caso deve ser analisado por<br />
todos os envolvidos no processo<br />
de produção”.<br />
Nacionalizar um produto ou<br />
mu<strong>da</strong>r o fornecedor são escolhas<br />
que implicam diretamente em to<strong>da</strong><br />
a cadeia produtiva. Quali<strong>da</strong>de,<br />
competitivi<strong>da</strong>de e fortalecimento<br />
de vínculos devem sempre pautar<br />
essa decisão e os resultados obtidos<br />
através desta mu<strong>da</strong>nça devem<br />
transformar-se em benefícios para<br />
todos os envolvidos.<br />
Hoje não basta apenas repassar<br />
os custos ao preço do produto. É<br />
preciso um forte investimento em<br />
logística e, nesse processo, o fornecedor<br />
tem papel fun<strong>da</strong>mental.<br />
Fernando Sacco<br />
Jornalista
Fortalecendo as parcerias<br />
Anualmente a NMHG do Brasil<br />
realiza um encontro de fornecedores,<br />
reunindo parceiros com o<br />
intuito de apontar a importância<br />
do cumprimento de prazos e metas,<br />
as expectativas <strong>da</strong> empresa,<br />
os resultados alcançados e as diretrizes<br />
para o próximo ano. A<br />
empresa também premia fornecedores<br />
que se superaram no<br />
atingimento dos objetivos que foram<br />
estabelecidos para o período<br />
anterior.<br />
A ocasião é ain<strong>da</strong> oportuna para<br />
que se monte um painel de peças<br />
que a empresa tem interesse<br />
em nacionalizar, deste modo, todos<br />
os fornecedores participantes do<br />
evento têm a chance de visitar este<br />
painel e possivelmente se interessar<br />
pelo desenvolvimento de<br />
uma solução nacional que poderá<br />
ser mutuamente lucrativa.<br />
Há linhas completas, como<br />
por exemplo nas máquinas CNCs<br />
utiliza<strong>da</strong>s na produção <strong>da</strong>s empilhadeiras<br />
Delta, que todo o ferramental<br />
é fornecido já há dez<br />
anos pelo mesmo fabricante de<br />
ferramentas, graças ao bom trabalho<br />
de parceria estabelecido<br />
entre as empresas. Por este motivo,<br />
não é surpresa quando este<br />
fornecedor é um dos contemplados<br />
pelo prêmio de quali<strong>da</strong>de<br />
NMHG, pois a sinergia que se estabelece<br />
como fruto de um trabalho<br />
sério, comprometido e duradouro<br />
entre as partes, vem ao<br />
longo do tempo provando que tão<br />
importante quanto ser competitivo<br />
é ter uma cadeia de fornecedores<br />
que também o seja e, assim,<br />
tenha condições de agregar<br />
valor à estratégia geral de suprimentos<br />
<strong>da</strong> empresa.<br />
Da esquer<strong>da</strong> para a direita: Roberto Dias (NMHG), Marco Pereira<br />
(Sandvik Coromant), Hélio Silvestre (NMHG), Ivan Spolaor (Sandvik Coromant),<br />
Francisco Fontelles (NMHG) e Cláudio Camacho (Sandvik Coromant)<br />
estão satisfeitos com a parceria estabeleci<strong>da</strong> entre ambas as empresas.<br />
O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
Arquivo NMHG<br />
33
Pedro Dêgelo<br />
PONTODEVISTA<br />
Recursos<br />
Humanos:<br />
novos olhares sobre<br />
responsabili<strong>da</strong>de<br />
estratégica<br />
Osurgimento <strong>da</strong> consciência pela<br />
necessi<strong>da</strong>de de melhorar a<br />
quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> e de resgatar<br />
os valores vem aumentando de forma<br />
acelera<strong>da</strong>, no mesmo contexto<br />
que podemos perceber as mu<strong>da</strong>nças<br />
e impactos do mundo globalizado.<br />
Refiro-me aos colaboradores que sobrevivem<br />
às batalhas constantes do<br />
mercado, excedendo em suas horas de<br />
trabalho, não gozando férias e reduzindo<br />
a convivência familiar, sacrificando<br />
o lazer e esquecendo muitas vezes<br />
do lado social e espiritual. Todo<br />
esse esforço é para manter o emprego<br />
e a possibili<strong>da</strong>de de ascender na<br />
carreira profissional. No entanto,<br />
quando conseguem alcançar as metas<br />
e até a promoção para o cargo tão<br />
sonhado, sentem-se frustrados por<br />
não participarem <strong>da</strong>s apresentações de<br />
ballet <strong>da</strong> filha, nem do campeonato<br />
de futebol do filho além dos compromissos<br />
sociais com o companheiro<br />
que “nem sempre é compreensivo”.<br />
Se medirem o nível de satisfação<br />
nas várias áreas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, provavelmente<br />
terão os resultados totalmente opostos<br />
entre as realizações profissionais<br />
e as pessoais. Esse desequilíbrio, geralmente,<br />
causa um desconforto e<br />
uma sensação de “culpa” até porque<br />
não dá para voltar o tempo, pois os<br />
filhos crescem e as etapas não se repetem<br />
e os relacionamentos tendem<br />
a sofrer desgaste.<br />
Várias empresas com visão estratégica<br />
mais avança<strong>da</strong> perceberam<br />
que os colaboradores emocionalmente<br />
equilibrados são mais criativos<br />
e produtivos, gerando um am-<br />
O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
35
iente de trabalho com harmonia,<br />
integração, respeito e colaboração.<br />
Por isso já incluíram<br />
em seus orçamentos anuais no<br />
planejamento estratégico de<br />
Recursos Humanos, o desafio<br />
de desenvolver a habili<strong>da</strong>de de<br />
gestão e gerenciamento de pessoas<br />
com o processo de coaching<br />
e a formação (ou contratação) de<br />
“coaches”, que são profissionais<br />
especializados no processo de<br />
desenvolvimento dos principais<br />
talentos <strong>da</strong> liderança e equipes<br />
de frente.<br />
O coach conduz o processo<br />
denominado coaching por meio<br />
<strong>da</strong> utilização de metodologia e<br />
técnicas eficazes com o intuito de<br />
aumentar o desempenho do indivíduo,<br />
grupo ou empresa, na<br />
busca <strong>da</strong> evolução, crescimento,<br />
aperfeiçoamento, felici<strong>da</strong>de, bem<br />
estar e aprimoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de<br />
de vi<strong>da</strong>, com novos entendimentos,<br />
alternativas e ações<br />
para que se ampliem as realizações<br />
e conquistas que serão evidenciados<br />
pelo aumento de resultados<br />
positivos.<br />
O processo de coaching proporciona<br />
um retorno de investimento<br />
imediato gerando conversações<br />
efetivas, identificação e<br />
acesso a diferentes recursos de<br />
aprendizado e reformulação de<br />
valores, metas e busca de soluções,<br />
ampliando a capaci<strong>da</strong>de de<br />
comunicação entre os profissionais<br />
e a capaci<strong>da</strong>de de liderança<br />
dos executivos, que deverão ser<br />
treinados para aprender como<br />
fazer o mesmo com o pessoal de<br />
sua equipe.<br />
36 O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
Ao contrário do que muitas<br />
pessoas pensam, o coaching não é<br />
terapia, aconselhamento, psicologia,<br />
“mentoring” ou consultoria.<br />
O processo de coaching trabalha<br />
com o presente para construir o<br />
futuro criando um plano com resultados<br />
mensuráveis, específicos,<br />
com prazos definidos, de forma a<br />
promover, entre outras coisas, a<br />
auto-disciplina, habili<strong>da</strong>de de tomar<br />
decisões, auto-conhecimento<br />
e transformação.<br />
É importante ressaltar que o<br />
departamento de Recursos Humanos<br />
deve participar ativamente<br />
do plano estratégico <strong>da</strong> empresa<br />
e estar atento e preparado para<br />
enfrentar as rápi<strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças<br />
causa<strong>da</strong>s pelo avanço <strong>da</strong>s novas<br />
tecnologias que exigirão profissionais<br />
altamente qualificados e<br />
especializados os quais certamente<br />
farão a análise <strong>da</strong>s vantagens,<br />
benefícios, valores e apoio que as<br />
empresas oferecem para os colaboradores<br />
e que pesarão na escolha<br />
do empregador.<br />
Mirian Zacarelli<br />
Consultora Empresarial e Coach<br />
Imagem cedi<strong>da</strong> pela autora
INTERFACE<br />
Mulheres<br />
forma<strong>da</strong>s no Senai<br />
Já existem empresas, como a Daiwa<br />
Sangyo, de Diadema-SP, fabricante de<br />
rolamentos, que contam com 75% de<br />
mulheres em seu quadro de funcionários.<br />
Mas o caminho <strong>da</strong>s mulheres até esse patamar<br />
não foi curto nem tão suave.<br />
No caso dos trabalhos de usinagem, essa<br />
história entre nós já tem um quarto de<br />
século! Foi em 1982, há 25 anos portanto,<br />
que o Senai aceitava sua primeira aluna<br />
mulher para um curso de Mecânica de<br />
Precisão. Ou melhor, uma menina que estava<br />
por completar 14 anos, logo apeli<strong>da</strong><strong>da</strong><br />
de.... Salva Vi<strong>da</strong>s de Aquário.<br />
Tratava-se de Fani Sakai, hoje trabalhando<br />
no departamento de produção de<br />
Funcionárias <strong>da</strong><br />
Monpar Marflex<br />
Indústria e<br />
Comércio de<br />
Autopeças, de<br />
São Paulo, no<br />
Setor de Tornearia<br />
juntamente<br />
com homens.<br />
blanks de metal duro (prensagem e sinterização)<br />
na matriz <strong>da</strong> Sandvik na Suécia.<br />
Nesse que é um dos maiores departamentos<br />
<strong>da</strong> empresa em Gimo, com cerca de<br />
200 pessoas em 3 turnos de produção, a função<br />
de Fani Sakai é trabalhar com os 8 gerentes<br />
deste departamento como coordenadora<br />
<strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de em projetos de melhorias<br />
na manufatura. Na opinião de Fani, uma<br />
<strong>da</strong>s razões para o crescimento <strong>da</strong> participação<br />
de mulheres no mercado <strong>da</strong> manufatura<br />
é o fato de serem mais passionais que os<br />
homens quando o assunto é trabalho.<br />
Fani Sakai detalha com clareza a enorme<br />
vontade de se profissionalizar, já aos 14<br />
anos de i<strong>da</strong>de, fruto <strong>da</strong> vontade maior ain-<br />
O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
39<br />
Arquivo Senai
Arquivo Senai<br />
<strong>da</strong> de “aju<strong>da</strong>r em casa”. Teve sucesso<br />
nos cinco “vestibulinhos”<br />
técnicos que prestou para cursos<br />
de magistério, marketing e mecânica<br />
e optou, em 1982, pelo curso<br />
de Mecânica de Precisão <strong>da</strong><br />
Escola Senai Suíço-Brasileira, então<br />
de tempo integral, pela reputação<br />
e proximi<strong>da</strong>de de casa.<br />
Para Lúcia Ribeiro, hoje na<br />
função de Desenvolvimento de<br />
Negócios <strong>da</strong> Aeronáutica, <strong>da</strong><br />
Sandvik Coromant do Brasil-SP,<br />
a carreira começou como molecagem<br />
afetiva, de uma neta a<br />
quem o avô se referia como “o neto<br />
que não tive”, que abandonou<br />
o curso de magistério para<br />
cursar o de Mecânica Geral, no<br />
Senai “Félix Guisard” de Taubaté-<br />
SP, onde foi uma <strong>da</strong>s primeiras<br />
mulheres a concluir esse curso,<br />
em 1996.<br />
No caso de Lúcia, o seu brilhante<br />
desempenho atuando<br />
como apoio técnico em uma empresa<br />
onde a Sandvik implementava<br />
estudos de produtivi<strong>da</strong>de,<br />
levou o gerente regional de ven-<br />
40 O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
Daniela Miran<strong>da</strong><br />
<strong>da</strong> Silva,<br />
funcionária de<br />
uma empresa<br />
terceiriza<strong>da</strong> na<br />
Mercedes Benz,<br />
cursou Senai<br />
Mecânica<br />
Industrial e<br />
hoje cursa<br />
Programador<br />
e Operador<br />
de Centro de<br />
<strong>Usinagem</strong> CNC.<br />
<strong>da</strong>s, Tadeu Lins, a incentivar a sua<br />
vin<strong>da</strong> para a companhia, apostando<br />
que seria algo pioneiro e com<br />
to<strong>da</strong> a possibili<strong>da</strong>de de êxito, como<br />
o tem sido. Lúcia crê que as<br />
mulheres executam com mais capricho<br />
as suas funções, principalmente<br />
quando há pela frente<br />
um tabú a ser quebrado.<br />
Para ambas, a figura materna<br />
foi preponderante como incentivadora<br />
<strong>da</strong>quela que parecia, então,<br />
uma grande aventura. A de Fani<br />
Simulação final<br />
antes de se<br />
agregar o painel<br />
à máquina nas<br />
indústrias Romi.<br />
Sakai levou-a a um início de carreira<br />
na Haupt, Jaguaré-SP e na<br />
Sandvik Coromant, enquanto<br />
Lúcia Ribeiro passou pela antiga<br />
Mecânica Pesa<strong>da</strong> (atual Alstom)<br />
em Taubaté-SP e pela Eleb – divisão<br />
<strong>da</strong> Embraer – S.José dos<br />
Campos - SP, antes de também fixar-se<br />
na Sandvik Coromant.<br />
Fani Sakai recor<strong>da</strong>-se que em<br />
seu estágio na Sandvik Coromant,<br />
em 1986, o gerente, “um alemão<br />
muito simpático”, não exitou em<br />
colocar rapazes em trabalhos burocráticos<br />
e a ela no chão-de-fábrica,<br />
“usinando em torno, fresadora<br />
e retífica”.<br />
Contrata<strong>da</strong> em 1987 como<br />
Técnica de Métodos e Processos,<br />
ela tem presente o enorme papel<br />
de seus professores e dos colegas<br />
que a incentivaram a perseverar<br />
na carreira, lembrança de muito<br />
calor humano que ela guar<strong>da</strong> até<br />
hoje e do qual fala com emoção<br />
lá <strong>da</strong> Suécia em pleno inverno :<br />
“em minha formação, além do<br />
apoio <strong>da</strong> família e dos professores,<br />
Arquivo Senai
Arquivo Senai<br />
foram muito importantes as amizades<br />
que fiz, aqueles meninos<br />
que conseguiram enxergar que eu<br />
estava ali exatamente pelo mesmo<br />
objetivo que eles mesmos”.<br />
Para os professores e os empregadores,<br />
que em grande parte possibilitaram<br />
essa mu<strong>da</strong>nça, a evolução<br />
foi algo natural. Se em 1982<br />
a Escola Senai Suíço-Brasileira não<br />
dispunha de banheiro feminino<br />
para a nova aluna Fani Sakai – levando<br />
sua mãe a sugerir, no primeiro<br />
dia de aula, que ela pudesse<br />
usar aquele <strong>da</strong>s funcionárias –<br />
hoje as escolas estão bastante prepara<strong>da</strong>s<br />
para não estabelecer nenhuma<br />
diferença na diferença. A<br />
decisão já vem <strong>da</strong>quele tempo,<br />
com a reforma na escola que disponibilizou<br />
até um chuveiro feminino,<br />
ver<strong>da</strong>deira maravilha, “porque<br />
depois de usinar alumínio<br />
num torno manual utilizando pincel<br />
e querosene como refrigerante<br />
um dia inteiro, água morna e<br />
um sabonete pegavam superbem!”,<br />
recor<strong>da</strong>-se Fani.<br />
42 O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
No Senai “Humberto Reis<br />
Costa”, a pesquisa “O Senai e a<br />
Equi<strong>da</strong>de de Gênero: mulheres<br />
em ambientes de trabalho tradicionalmente<br />
considerados masculinos”,<br />
coordena<strong>da</strong> por seu diretor,<br />
Professor Nivaldo Silva<br />
Braz e termina<strong>da</strong> em outubro de<br />
2007, revela, entre outras facetas,<br />
que as mulheres, embora em menor<br />
número, têm uma participação<br />
de maior visibili<strong>da</strong>de. Na<br />
Humberto Costa, “a maior pre-<br />
Marina Ribeiro<br />
<strong>da</strong> Silva recebe o<br />
Prêmio “Roberto<br />
Mange” como a<br />
melhor entre os<br />
melhores alunos<br />
formandos<br />
em 2002.<br />
Bárbara Rocha<br />
Orosco 2007<br />
4º Termo,<br />
Instalando<br />
Centro de<br />
<strong>Usinagem</strong> CNC.<br />
sença de mulheres se dá no Curso<br />
de Mecânico de <strong>Usinagem</strong> e não<br />
raramente, no dia <strong>da</strong> Formatura,<br />
temos como melhor aluno uma<br />
menina. Em 2002, tivemos uma<br />
menina como a melhor entre os<br />
melhores e ela era <strong>da</strong> Mecânica<br />
de usinagem e hoje trabalha como<br />
Líder de <strong>Usinagem</strong> na Manômetros<br />
Record S/A”, nos informa<br />
o diretor.<br />
Sem dúvi<strong>da</strong> o Senai vem<br />
contribuindo de maneira notável<br />
para a formação <strong>da</strong>s mulheres,<br />
já que absolutamente todos<br />
seus cursos são abertos também<br />
a elas. Segundo o Diretor Técnico<br />
do Senai–SP, professor Roberto<br />
Spa<strong>da</strong>, não há qualquer<br />
diferença de tratamento <strong>da</strong>do a<br />
alunos e alunas, pois “independente<br />
<strong>da</strong> faixa etária, <strong>da</strong> trajetória<br />
escolar e do sexo, todos os<br />
alunos devem alcançar o perfil<br />
norteador para a formação profissional,<br />
determinado pelo mercado<br />
de trabalho”.<br />
De fato, o tratamento igualitário,<br />
sem privilégios e sem con-<br />
Arquivo Senai
Ano Ferramentaria <strong>Usinagem</strong> Tornearia<br />
2005 61 1.058 171<br />
2006 63 996 71<br />
2007 73 1.089 130<br />
Total 197 3.143 372<br />
Mulheres forma<strong>da</strong>s no Senai nos últimos três anos.<br />
cessões, não apenas cancela espaços<br />
para conflitos, como mol<strong>da</strong><br />
o bom profissional, independentemente<br />
do sexo. Ain<strong>da</strong> segundo<br />
o professor Spa<strong>da</strong>, não há nenhum<br />
registro de conflitos no<br />
relacionamento entre alunos e<br />
alunas nas escolas e nas empresas,<br />
pois “ é a aquisição de competências<br />
para o exercício profissional<br />
que relativiza a questão, na<br />
medi<strong>da</strong> em que a força física não<br />
é o determinante para o bom desempenho<br />
profissional”.<br />
No ano de 2007, de um total<br />
de 22.332 profissionais sendo<br />
formados pelo Senai, 21.243<br />
eram homens e 1.089 mulheres.<br />
Nos cursos de usinagem, a proporção<br />
de mulheres é de 4,87%<br />
em relação aos homens.O curso<br />
mais procurado pelas mulheres é<br />
o de química (952 alunas), quase<br />
4 vezes mais que o de informática(249<br />
alunas) e mais de 2<br />
vezes mais que o de metal-mecânica<br />
(389 alunas).<br />
Os primeiros cursos no Senai<br />
raramente são os últimos para<br />
seus alunos. Lúcia Ribeiro relata<br />
que com muito esforço e dedicação<br />
conseguiu terminar seu primeiro<br />
curso, pois as dificul<strong>da</strong>des<br />
foram muitas, inclusive financeiras,<br />
mas depois dele, vários outros<br />
vieram. Tais cursos e o fato de que,<br />
a seu ver, “as mulheres mantém<br />
melhor o foco nas ativi<strong>da</strong>des que<br />
executam”, explicam as muitas<br />
carreiras de sucesso <strong>da</strong>s mulheres<br />
no mundo <strong>da</strong> usinagem.<br />
Equipe OMU
INTERESSANTESABER<br />
A mitologia<br />
e suas Deusas<br />
Ohomem sempre buscou explicações para tudo o que ocorria ao seu redor,<br />
em especial os mistérios <strong>da</strong> natureza. Em um tempo remoto, antes que os<br />
alquimistas, filósofos e outros pensadores dessem vi<strong>da</strong> à ciência, com a qual<br />
perceberam que podiam reproduzir em laboratório estes mesmos fenômenos, a<br />
existência destes eventos era então credita<strong>da</strong> a diversos deuses e seus distintos estados<br />
de humor.<br />
Assim, nos países nórdicos, o barulho do trovão ou a que<strong>da</strong> de um raio, podiam<br />
ser atribuídos a Thor, o senhor dos trovões, que girava o seu martelo e o atirava<br />
contra a terra, porque estava aborrecido com alguma coisa. Para ca<strong>da</strong> fenômeno,<br />
diferentes povos em diferentes culturas, foram criando histórias e mitos sobre<br />
Pedro Dêgelo<br />
O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
47
deuses, semi-deuses, titãs e monstros<br />
que pudessem explicar tais<br />
eventos. Ao conjunto destas crenças<br />
passa<strong>da</strong>s, deu-se o nome de<br />
mitologia – o estudo dos mitos.<br />
As primeiras divin<strong>da</strong>des cria<strong>da</strong>s<br />
pelos homens eram seres femininos,<br />
ligados especificamente à<br />
fertili<strong>da</strong>de, tanto <strong>da</strong> natureza,<br />
quanto dos seres humanos.A<br />
maioria <strong>da</strong>s culturas humanas têm<br />
ou tiveram divin<strong>da</strong>des femininas<br />
e há um momento de nossa história<br />
em que elas mu<strong>da</strong>m radicalmente<br />
de peso e significado, dividindo<br />
o poder com divin<strong>da</strong>des<br />
masculinas ou, então, cedendolhes<br />
definitivamente seu posto.<br />
Estas divin<strong>da</strong>des femininas começaram<br />
a perder o seu espaço<br />
quando a chega<strong>da</strong> do Ju<strong>da</strong>ísmo e<br />
do Cristianismo as afastam em nome<br />
do Deus único, onisciente, onipotente,<br />
onipresente e... homem!<br />
As grandes divin<strong>da</strong>des femininas<br />
liga<strong>da</strong>s ao plantio e à colheita<br />
chegam às religiões complexas <strong>da</strong><br />
Suméria, Babilônia, Assíria e Egito<br />
e às clássicas de Grécia e Roma. O<br />
estudo <strong>da</strong> “deusa-mãe”, com seus<br />
diversos nomes, vem fascinando<br />
gerações de estudiosos, que se valem<br />
de estátuas, pinturas murais, decoração<br />
em vasos de argila e textos<br />
para definir as intrinca<strong>da</strong>s relações<br />
<strong>da</strong> deusa-mãe com to<strong>da</strong>s as demais<br />
divin<strong>da</strong>des, em busca de uma hierarquia<br />
de valores e poderes.<br />
Mas é a mitologia grega a que<br />
mais fascina o mundo ocidental.<br />
Nela, GEA ou GAIA, é a Mãe Terra,<br />
origem de tudo e de todos, uma<br />
entre os primitivos Titãs que reinaram<br />
até serem vencidos por Zeus,<br />
48 O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
Pedro Dêgelo<br />
um dos doze deuses do Olimpo,<br />
que era considerado o senhor dos<br />
céus, dos deuses e dos homens.<br />
OsTitãs, representavam as forças<br />
primárias naturais: oceano, terra,<br />
sol, lua, rios, vento, etc. O mais<br />
novo entre eles, Cronus (o Tempo),<br />
desbanca seu pai Uranus (o<br />
Céu) e reina em seu lugar. Desta<br />
segun<strong>da</strong> geração de Titãs, se destacam<br />
Helios (o Sol), Selene (a<br />
Lua), Prometeu (que <strong>da</strong>ria o fogo<br />
aos homens), Atlas (que carregava<br />
o mundo nas costas) e Leto, que<br />
seria a mãe dos gêmeos Apolo,<br />
deus do sol e <strong>da</strong> guerra, e de Aremis,<br />
deusa <strong>da</strong> caça.<br />
Zeus reina auxiliado por Hera,<br />
filha mais nova dos Titãs Cronus<br />
e Rhea. Hera, muito ciumenta, cometeu<br />
grandes atroci<strong>da</strong>des contra<br />
as favoritas de seu marido e os fi-
lhos de tais relacionamentos. Assim<br />
ocorreu com o pobre Hércules, filho<br />
de Zeus com Alcmene, esposa<br />
do rei de Tebas, a quem Hera obrigou<br />
a tarefas sobre-humanas, conheci<strong>da</strong>s<br />
como os 12 Trabalhos de<br />
Hércules. Por isso quando dizemos<br />
que alguém teve um trabalho<br />
hercúleo para realizar uma tarefa,<br />
nos remetemos ao esforço sobre-humano<br />
de Hércules para executar<br />
seus 12 trabalhos.<br />
Em contraponto a Hera, sua<br />
irmã, Hestia, a mais velha dos deuses<br />
olímpicos, era a deusa dos laços<br />
familiares. Era a ela a quem os<br />
recém-nascidos deveriam ser apresentados<br />
para entrarem na família.<br />
O símbolo de Hestia era a chama<br />
<strong>da</strong>s lareiras, que brilhava em<br />
todos os lares de então.<br />
Outra filha de Cronus e Rhea,<br />
Deméter, herdou mais diretamente<br />
os atributos <strong>da</strong> avó, a Mãe Terra<br />
ou Gaia, sendo a deusa <strong>da</strong>s colheitas<br />
e dos campos, <strong>da</strong> fertili<strong>da</strong>de e<br />
<strong>da</strong> agricultura.<br />
A filha de Demeter, Perséfone,<br />
foi rapta<strong>da</strong> por Hades, deus <strong>da</strong>s<br />
profundezas e senhor do mundo<br />
inferior. Em busca <strong>da</strong> filha rapta<strong>da</strong>,<br />
Deméter vai a seu encontro no<br />
mundo subterrâneo, lançando o<br />
mundo superior em um longo período<br />
frio e sem frutos, correspondente<br />
ao outono e inverno. Hades,<br />
ao permitir que Perséfone passe<br />
parte do ano com sua mãe na superfície,<br />
devolveu aos humanos a<br />
primavera e o verão.<br />
Embora Deméter tenha sido<br />
uma <strong>da</strong>s mais importantes divin<strong>da</strong>des<br />
<strong>da</strong> Grécia antiga, sem dúvi<strong>da</strong><br />
é Athena Parthenos (a Virgem),<br />
ou Palas Athena, a deusa de maior<br />
populari<strong>da</strong>de. Deusa <strong>da</strong> tática e<br />
<strong>da</strong> estratégia de guerra, <strong>da</strong> sabedoria<br />
e <strong>da</strong> tecelagem, disputou com<br />
Poseidon, deus do mar, o patronato<br />
<strong>da</strong> nova ci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> península de<br />
Ática e enquanto o deus ofereceu<br />
à ci<strong>da</strong>de um poço de água do mar,<br />
Athena ofereceu a útil oliveira e por<br />
isso deu nome à ci<strong>da</strong>de de Athenas.<br />
Das três deusas virgens, Hestia,<br />
Athena e Artemis, esta última era a<br />
mais nova delas e an<strong>da</strong>va pelos campos<br />
com seu arco e flechas, segui<strong>da</strong><br />
por 50 cães de caça. Ti<strong>da</strong> como<br />
uma <strong>da</strong>s mais belas divin<strong>da</strong>des do<br />
Olimpo, era a deusa <strong>da</strong> caça, protetora<br />
<strong>da</strong>s mocinhas e do parto.<br />
Apesar <strong>da</strong> beleza de Artemis,<br />
evidentemente a mais bela de to<strong>da</strong>s<br />
era Afrodite, deusa do amor,<br />
<strong>da</strong> sexuali<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> beleza. Como<br />
O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
49
deusa <strong>da</strong> sexuali<strong>da</strong>de, atuava sem<br />
preconceitos, já que era a protetora<br />
<strong>da</strong>s prostitutas.<br />
Embora casa<strong>da</strong> com Hephaistos,<br />
deus do fogo, ela devotou-se<br />
a muitos outros deuses, como<br />
Ares, deus <strong>da</strong> guerra, com quem<br />
teve a filha Harmonia; com Hermes,<br />
deus dos mensageiros, teve<br />
Hermafrodite, metade homem e<br />
metade mulher; com Dionísio<br />
ela teve o popular Príapo, mas o<br />
mais famoso de seus filhos foi<br />
Enéas, o mitológico fun<strong>da</strong>dor de<br />
Roma, que foi gerado com o pastor<br />
deTróia, Anquises, por quem<br />
Afrodite se apaixonou.<br />
Afrodite era a deusa patrona de<br />
Tróia, motivo do príncipe Paris, de<br />
Tróia, tê-la preferido a Athena no<br />
famoso conflito <strong>da</strong> escolha <strong>da</strong> mais<br />
bela mulher do mundo, base mítica<br />
<strong>da</strong> famosa guerra de Tróia.<br />
Aphrodite carrega sempre uma<br />
pomba ou é representa<strong>da</strong> cavalgando<br />
um cisne.<br />
Hoje os estudos indicam que<br />
as divi<strong>da</strong>ndes e a mitologia grega e<br />
romana tiveram importante papel<br />
regulador naquelas socie<strong>da</strong>des, representando<br />
forças em conflito e os<br />
mecanismos para sua pacificação.<br />
De maneira geral, a mitologia<br />
grega e romana é o último suspiro<br />
<strong>da</strong> velha religião do Mediterrâneo<br />
oriental, com divin<strong>da</strong>des<br />
masculinas e femininas ostentando<br />
igual poder e força, humaniza<strong>da</strong>s<br />
a ponto de apresentarem os<br />
mesmos anseios, virtudes e vícios<br />
dos humanos.<br />
Essa humanização passou-se<br />
ao Cristianismo, enquanto o<br />
Hinduísmo é bem mais complexo<br />
50 O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
em termos conceituais. No Hinduísmo,<br />
deuses e deusas provêem de<br />
uma única fonte, o Brahma, sem forma,<br />
infinito, impessoal e relacionado<br />
a Devi, a deusa-mãe, enquanto<br />
na religião Sikh, deus é pai e mãe,<br />
em figura e conceito indissociável.<br />
O físico americano Leonard<br />
Shlain publicou, há dez anos,<br />
uma teoria fascinante, embora os<br />
estudiosos a vejam com ceticismo.<br />
Pela teoria de Shlain, com o<br />
nascimento do alfabeto, por volta<br />
de 1000 a.C., na região dos atuais<br />
estados de Israel e Palestina, nasceu<br />
também a contraposição entre a<br />
força <strong>da</strong> palavra escrita e a necessi<strong>da</strong>de<br />
de abstração, à clareza <strong>da</strong> imagem<br />
e a sutileza <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong>de,<br />
opondo-se assim os hemisférios<br />
esquerdo e direito do cérebro.<br />
Teria sido no crescimento <strong>da</strong><br />
palavra escrita que o deus masculino<br />
ganhou preponderância, afastando<br />
as deusas do quotidiano<br />
<strong>da</strong>quelas socie<strong>da</strong>des, que mantêm<br />
a mãe – feminina – como<br />
mediadora mas não mais como figura<br />
principal.<br />
Graças a essa lenta e rica evolução<br />
dos conceitos do divino temos<br />
hoje uma profusão de imagens<br />
de divin<strong>da</strong>des que são parte<br />
do patrimônio <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de,<br />
presentes em templos, igrejas, casas<br />
e museus.<br />
As divin<strong>da</strong>des egípcias, clássicas<br />
e hindus são as que mais conquistam<br />
as imaginações até hoje,<br />
quando vemos um reflorescer <strong>da</strong><br />
religiosi<strong>da</strong>de em torno <strong>da</strong> divin<strong>da</strong>de<br />
feminina.<br />
Equipe OMU<br />
Pedro Dêgelo
notícias<br />
INTERESSANTESABER<br />
52 O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
Babaçu e coco <strong>da</strong> Amazônia<br />
abastecendo aviões?<br />
Dia 24 de fevereiro decolou de Londres<br />
e aterrou em Amster<strong>da</strong>m, na Holan<strong>da</strong>,<br />
um Boeing 747 <strong>da</strong> empresa Virgin<br />
Atlantic que passará à história como o primeiro<br />
vôo usando biocombustível, feito com<br />
frutos brasileiros, a partir do óleo de coco e<br />
de babaçu <strong>da</strong> Amazônia!<br />
O vôo não transportava passageiros, por<br />
se tratar de teste, mas enfrentou condições<br />
normais de vôo, com to<strong>da</strong>s as características<br />
de altura, veloci<strong>da</strong>de e demais requisitos técnicos,<br />
tendo desempenho considerado absolutamente<br />
normal.<br />
Por se tratar de teste, apenas 1 dos 4 motores<br />
estava abastecido com o novo combustível,<br />
que representava 25% do total do abastecimento<br />
normal com querosene de aviação.<br />
A medi<strong>da</strong> foi de segurança, já que, se ocorresse<br />
falha no motor com o biocombustível,<br />
os tres restantes manteriam a aeronave sem<br />
nenhum problema.<br />
Nas pesquisas desse novo biocombustível<br />
estão associa<strong>da</strong>s várias companhias aéreas e fabricantes<br />
de aviões, a Boeing e a General Eletric.<br />
O brasileiro Expedito Parente, considerado<br />
a principal mente do biodiesel, participa<br />
do projeto por meio <strong>da</strong> Tecbio, empresa<br />
brasileira que tem parceria com a NASA<br />
e a Boeing, desde 2006, nas pesquisas de<br />
um biocombustível para a aviação.<br />
As pesquisas vêm se intensificando diante<br />
<strong>da</strong>s preocupações com o aquecimento global,<br />
já vez que as emissões de carbono <strong>da</strong>s viagens<br />
aéreas são altíssimas.<br />
O proprietário <strong>da</strong> Virgin Atlantic, Richard<br />
Branson, demonstra-se bastante entusiasmado<br />
com o sucesso do experimento,<br />
lembrando que há 2 anos, os críticos apontavam<br />
que o bioquerosene congelaria na altura<br />
de 9 ou 10 mil metros, que é a altitude<br />
dos vôos cruzeiro.<br />
O vôo teste atingiu os previstos 8.500m<br />
de altitude e embora não tenhamos maiores<br />
detalhes, sabe-se que a Aviação Civil <strong>da</strong><br />
Inglaterra aprovou o vôo. Como o motor reagiu<br />
ao uso <strong>da</strong> mistura só será sabido depois<br />
de realizados os devidos testes.<br />
Apesar do entusiasmo de muitos, as pesquisas<br />
ain<strong>da</strong> devem resolver de maneira definitiva<br />
a questão do congelamento quando<br />
em altas quotas, fun<strong>da</strong>mental para que<br />
o biocombustível possa alimentar 100%<br />
dos motores.<br />
Mas o sucesso do experimento não tranquiliza<br />
os ambientalistas. Kenneth Richter,<br />
do grupo ambientalista Friends of the Earth,<br />
manifestou-se com o temor do bioquerosene<br />
ser apenas um paliativo, que apenas distrairia<br />
a socie<strong>da</strong>de em relação ao problema.<br />
De maneira geral, a preocupação com o<br />
atual desequilíbrio ambiental deve, de fato,<br />
considerar as mu<strong>da</strong>nças causa<strong>da</strong>s por um<br />
plantio em escala industrial, tanto do coco<br />
quanto do babaçu, antes de anunciá-lo com<br />
solução para a questão. Mas foi <strong>da</strong>do o primeiro<br />
passo.<br />
FONTE: CarbonoBrasil.
RESPONSABILIDADE<br />
NOSSAPARCELADE<br />
54 O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
Inovação, uma filosofia de negócios<br />
Todos sabemos <strong>da</strong> importância de novas<br />
soluções para a obtenção de maior competitivi<strong>da</strong>de<br />
em usinagem. Na eterna busca<br />
por tempos e custos menores, pesquisadores<br />
dedicam, às vezes, anos de suas vi<strong>da</strong>s até<br />
chegarem a uma nova classe de metal duro, uma<br />
nova geometria ou mesmo um novo processo<br />
que poderá conferir maior longevi<strong>da</strong>de ao<br />
fio de corte ou maior estabili<strong>da</strong>de à ferramenta<br />
em uma operação específica.<br />
No caso <strong>da</strong> Sandvik Coromant, por<br />
exemplo, a apresentação ao mercado de um<br />
novo CoroPak (pacote semestral de novos<br />
produtos), na reali<strong>da</strong>de traz ao nosso país um<br />
leque de oportuni<strong>da</strong>des que podem se converter<br />
em um diferencial competitivo, que<br />
muitas vezes ain<strong>da</strong> não está sendo aplicado<br />
justamente porque faltava a informação.<br />
Como fabricantes de ferramentas, somos<br />
os maiores interessados em que o mercado<br />
produza ca<strong>da</strong> vez mais. Este é o motivo que<br />
nos leva a investir alto para que tais novi<strong>da</strong>des<br />
cheguem em tempo a to<strong>da</strong>s as máquinas, pois<br />
enquanto houver uma máquina trabalhando<br />
haverá alguém necessitado de uma boa ferramenta<br />
e este é o nosso negócio: “ferramentas”.<br />
O CoroPak traz inserido em seus lançamentos<br />
principais, soluções para as necessi<strong>da</strong>des<br />
prementes do mercado de usinagem mundial,<br />
pois o lançamento de hoje é fruto de um<br />
trabalho intenso, onde equipes de engenheiros<br />
trabalhando em conjunto com analistas de<br />
mercado, pesquisam, estu<strong>da</strong>m, avaliam carências<br />
e deman<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s várias regiões do globo,<br />
<strong>da</strong>s mais estáveis como a Europa, às mais efervecentes,<br />
em termos de negócios, como<br />
China, Índia, Rússia e até o Brasil e, com base<br />
nisso, definem quais as linhas de produtos que<br />
deverão ser lança<strong>da</strong>s nas próximas déca<strong>da</strong>s.<br />
De modo geral, o ciclo de vi<strong>da</strong> de uma<br />
solução em ferramentas é em média de 5<br />
anos, quando então são substituí<strong>da</strong>s por<br />
novas soluções ou conceitos, em um ritmo<br />
constante, levando sempre aos mercados produtos<br />
de ponta e de alta tecnologia.<br />
Com mais de dois mil pesquisadores<br />
atuando em desenvolvimentos paralelos, a<br />
ca<strong>da</strong> seis meses surgem muitas novi<strong>da</strong>des para<br />
torneamento, fresamento, furação e fixadores.<br />
Estas novi<strong>da</strong>des podem atender necessi<strong>da</strong>des<br />
que todos enfrentam em qualquer<br />
parte do nosso mundo globalizado, contudo,<br />
obterão maiores resultados aqueles que as<br />
aplicarem no momento certo, ou seja, antes<br />
que seus respectivos concorrentes o façam e,<br />
ao decidirem pela introdução de uma nova<br />
ferramenta, sempre poderão contar com a<br />
aju<strong>da</strong> de especialistas que são capazes de<br />
potencializar os benefícios que tal novi<strong>da</strong>de<br />
apresenta. Assim fazendo, propiciam soluções<br />
de alta produtivi<strong>da</strong>de através <strong>da</strong> otimização<br />
dos processos de usinagem. Portanto, contem<br />
conosco sempre que precisar.<br />
Antônio Larghi<br />
José Gamarra<br />
Gerente Técnico <strong>da</strong><br />
Sandvik Coromant do Brasil
MOVIMENTO<br />
SANDVIK COROMANT - PROGRAMA DE TREINAMENTO 2008<br />
Mês TBU TBU TFR UMM EAFT EAFF OUT OUF TUCAS TGU DPUC<br />
Noturno Diurno<br />
Abr<br />
Mai<br />
28 e 29 14, 15 e 16<br />
Jun 9, 10, 11 e 12 02, 03 e 04 16, 17 e 18<br />
Jul 21 e 22 14, 15 e 16 30/06, 01, 02, e 03 28 e 29<br />
Ago 11, 12, 13 e 14 04, 05 e 06 18, 19, 20 e 21<br />
Set 01 e 02 22 e 23 29, 30 e 01/10 15 e 16<br />
Out 20 e 21 13, 14, 15 e 16 27, 28 e 29<br />
Nov 03, 04, 05 e 06 10, 11 e 12<br />
Dez 01 e 02<br />
TBU - D - Técnicas Básicas de <strong>Usinagem</strong> (Diurno - 14 horas em 2 dias)<br />
TBU - N - Técnicas Básicas de <strong>Usinagem</strong> (Noturno - 14 horas em 4 dias - <strong>da</strong>s 19h00 às 22h30)<br />
TFR - Técnicas de Furação e Roscamento com fresa de metal duro - (14 horas em 2 dias)<br />
EAFT - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento (21 horas em 3 dias)<br />
UMM - <strong>Usinagem</strong> de Moldes e Matrizes (28 horas em 4 dias)<br />
EAFF - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Fresamento (21horas em 3 dias)<br />
OUT - Otimização <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong> em Torneamento (28 horas em 4 dias)<br />
OUF - Otimização <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong> em Fresamento (28 horas em 4 dias)<br />
TUCAS - Tecnologia para <strong>Usinagem</strong> de Componentes Aeroespaciais e Superligas (14 horas em 2 dias)<br />
TGU - Técnicas Gerenciais para <strong>Usinagem</strong> (21 horas em 3 dias)<br />
DPUC - Desenvolvimento de Processos para <strong>Usinagem</strong> Competitiva (14 horas em 2 dias) - CURSO NOVO
DICASÚTEIS<br />
SANDVIK COROMANT - DISTRIBUIDORES<br />
ARWI Tel: 054 3026 8888<br />
Caxias do Sul - RS<br />
ATALANTA TOOLS Tel: 011 3837 9106<br />
São Paulo - SP<br />
COFAST Tel: 011 4997 1255<br />
Santo André - SP<br />
COFECORT Tel: 016 3333 7700<br />
Araraquara - SP<br />
COMED Tel: 011 6442 7780<br />
Guarulhos - SP<br />
CONSULTEC Tel: 051 3343 6666<br />
Porto Alegre - RS<br />
COROFERGS Tel: 051 3337 1515<br />
Porto Alegre - RS<br />
CUTTING TOOLS Tel: 019 3243 0422<br />
Campinas - SP<br />
DIRETHA Tel: 011 6163 0004<br />
São Paulo - SP<br />
ESCÂNDIA Tel: 031 3295 7297<br />
Belo Horizonte - MG<br />
FERRAMETAL Tel: 085 3287 4669<br />
Fortaleza - CE<br />
GALE Tel: 041 3339 2831<br />
Curitiba - PR<br />
GC Tel: 049 3522 0955<br />
Joaçaba - SC<br />
HAILTOOLS Tel: 027 3320 6047<br />
Vila Velha - ES<br />
JAFER Tel: 021 2270 4835<br />
Rio de Janeiro - RJ<br />
KAIMÃ Tel: 067 3321 3593<br />
Campo Grande - MS<br />
MACHFER Tel: 021 3882-9600<br />
Rio de Janeiro - RJ<br />
58 O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
MAXVALE Tel: 012 3941 2902<br />
São José dos Campos - SP<br />
MSC Tel: 092 3237-4949<br />
Manaus - AM<br />
NEOPAQ Tel: 051 3527 1111<br />
Novo Hamburgo - RS<br />
PS Tel: 014 3312 3312<br />
Bauru - SP<br />
PS Tel: 044 3265 1600<br />
Maringá - PR<br />
PÉRSICO Tel: 019 3421 2182<br />
Piracicaba - SP<br />
PRODUS Tel: 015 3225 3496<br />
Sorocaba - SP<br />
RECIFE TOOLS Tel: 081 3268 1491<br />
Recife - PE<br />
REPATRI Tel: 048 3433 4415<br />
Criciúma - SC<br />
SANDI Tel: 031 3295 5438<br />
Belo Horizonte - MG<br />
SINAFERRMAQ Tel: 071 3379 5653<br />
Lauro de Freitas - BA<br />
TECNITOOLS Tel: 031 3295 2951<br />
Belo Horizonte - MG<br />
THIJAN Tel: 047 3433 3939<br />
Joinville - SC<br />
TOOLSET Tel: 021 2290-6397<br />
Rio de Janeiro - RJ<br />
TRIGON Tel: 021 2270 4566<br />
Rio de Janeiro - RJ<br />
TUNGSFER Tel: 031 3825 3637<br />
Ipatinga - MG<br />
SANDVIK COROMANT - Atendimento ao cliente 0800 559698<br />
HGF Comunicação<br />
OMUNDODA<br />
USINAGEM<br />
O leitor de O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong><br />
pode entrar em contato<br />
com os editores pelo e-mail:<br />
omundo.<strong>da</strong>usinagem@sandvik.com<br />
ou ligue: 0800 770 5700<br />
FALE COM ELES<br />
Braile Biomédica: 17 2136 7000<br />
Daiwa Sangyo: 11 4066 6074<br />
José Gamarra: 11 5696 5446<br />
Marco Antônio Pereira 11 5696 5425.<br />
Masa <strong>da</strong> Amazônia Lt<strong>da</strong>: 92 3616 8200<br />
Mirian Zacarelli: www.mirianzacarelli.com.br<br />
http://www.mirianzacarelli.com.br/<br />
Mitsui Motion Máquinas: 11 6192 7970<br />
Mori Seiki: 11 5543 1762<br />
NMHG: 11 5683 8523<br />
Ortosintese: 11 3948 4000<br />
Proturbo: 11 3601 6432<br />
Sandvik Materials Technologies: 11 5696 5452<br />
Sindipeças: 11 3848 4848<br />
SUFRAMA: www.suframa.gov.br http://www.suframa.gov.br/<br />
Toyomatic: 11 4035 3006<br />
ANUNCIANTES NESTA EDIÇÃO<br />
O <strong>Mundo</strong> <strong>da</strong> <strong>Usinagem</strong> 45<br />
Abimei. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57<br />
Agie-Charmilles. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21<br />
Alcântara Machado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38<br />
Arwi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10<br />
Blaser Swisslube. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11<br />
CIMM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56<br />
Cross Hueller. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23<br />
Deb’Maq . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34<br />
Diadur . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44<br />
Dormer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26<br />
Dynamach. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31<br />
Efef . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12<br />
Ergomat . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41<br />
Esab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51<br />
Hanna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29<br />
HDT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25<br />
hexagon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15<br />
Intertech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55<br />
Kabelschlepp. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32<br />
Kone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45<br />
Lubrizol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16<br />
MachSystem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50<br />
Mazak . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46<br />
Mitutoyo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37<br />
Mori Seiki . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43<br />
Neopaq . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36<br />
Romi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09<br />
Sanches Blanes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49<br />
Sandvik Coromant. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 e 60<br />
Selltis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02<br />
Siemens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17<br />
Stamac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33<br />
TAG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59<br />
Turrettini . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05<br />
Vitor Buono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Irresistível.<br />
www.coromant.sandvik.com/br<br />
A CoroMill® 490 é tão boa<br />
quanto parece.<br />
A nova CoroMill® 490 proporciona versatili<strong>da</strong>de para o<br />
acabamento de peças em um único set-up. As 4 arestas<br />
de corte e o desenho exclusivo reduzem os custos e<br />
ao mesmo tempo aumentam o nível de quali<strong>da</strong>de de<br />
acabamento <strong>da</strong>s peças.<br />
O que a CoroMill® 490 pode fazer pela sua produção?<br />
Peça ao seu representante Sandvik Coromant para lhe<br />
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