BOLETIM 706.cdr - Igreja Presbiteriana de Manhuaçu

Informativo IPM 19 de Agosto de 2012
02
A VISÃO DE DEUS TRANSPÕE
A VISÃO DA IGREJA
Nossa teologia cristã deve centralizar em Deus e nos pensamentos de Deus.
Ezequiel, perante o vale de ossos secos, foi impactado pela personalidade de Deus
quando no versículo 03 do capítulo 37 foi questionado: “Filho do homem, acaso
poderão reviver estes ossos?” Se esta pergunta fosse dirigida à igreja em nossos dias
creio que encontraríamos pelo menos cinco diferentes grupos diferentes de respostas.
O primeiro grupo, poderíamos chamá-los de RACIONALISTAS. Perante a
pergunta: “acaso pode reviver estes ossos?” A resposta imediata seria: “É claro
Senhor. Entretanto será necessária uma grande mobilização denominacional,
investimento na mídia....página na internet”. Para este grupo a vida e morte passam de
uma questão de planejamento e esforço e a Missão da Igreja pode ser concluída pela
habilidade humana.
O segundo grupo pode ser chamado de BUROCRÁTICO. Perante o mesmo
questionamento... a resposta seria: “É claro Senhor. Porém vamos primeiro realizar
um simpósio a fim de repensar o efeito da ressurreição destes ossos na igreja atual. E
após um simpósio seria bom também convidarmos dois historiadores, três teólogos e
cinco missiólogos que possam monitorar um tratado com as conclusões teóricas a
respeito desta possibilidade...”. Para este grupo qualquer mudança ou novidade é
questionável. Tudo pode ser feito desde que seja feito da forma que sempre foi feito e a
Missão da Igreja não pode transpor a barreira da tradição.
O terceiro grupo chamamos de TEMEROSOS. Perante a mesma indagação
responderiam: “Sim Senhor, é possível que possam ressurgir, entretanto, tomemos as
devidas precauções para que toda a igreja entenda que este será um milagre único, e
que fique registrado em ata que a repetição deste fenômeno não será aceito”. Para os
temerosos, grandes mudanças não são necessárias e a Missão da Igreja comumente é
relegada ao que é possível realizar sem grandes mudanças estruturais.
O quarto grupo poderia ser denominado INOVADORES. Ouvindo o
questionamento do Senhor responderiam ligeiramente: “Sim Senhor. E vamos fazer
não apenas estes, mas todos os ossos do mundo... Quem sabe poderíamos criar um
ministério intereclesiástico de ressurreição de ossos”. Os inovadores via de regra
começam onde Deus começa, mas não param quando Deus para. A Missão da Igreja
sofre pelos extremismos e inconstância de grupos que pressupõem que o novo sempre
é o melhor.
O último grupo pode ser chamado de SEM VISÃO. Com os olhos voltados
apenas para a restrita realidade na qual vivemos responderiam ao Senhor: “Sim
Senhor, poderiam ressurgir, contudo com tantas pessoas vivas precisando de cuidado
não cremos que os ossos sejam de alguma maneira prioridade no Teu Reino”.
Comumente ouvimos perguntar: Para que evangelizar os confins quando nossas
cidades precisam tanto do evangelho? .... Para estes a Missão da Igreja não passa do
pequeno mundo que consegue ver a partir de suas necessidades pessoais e localizadas.
Neste capítulo 37 Deus está entrando em diálogo com Ezequiel. E este é um
momento em que os céus param. Quando o Deus, Todo Poderoso, fita os olhos de um
homem e entra em diálogo com ele.... E a resposta de Ezequiel, embriagado com a
pessoa de Deus, foi: “Senhor tu o sabes”. Em outras palavras ele estaria afirmando: Eu
não tenho uma revelação iniludível sobre isto; não sei como acabará, não tenho poder
para resolver e não posso me responsabilizar sobre o que isto acarretará, mas se o
Senhor crê eu também creio que ressuscitarão.
A Missão da Igreja deve ser fundamentada na pessoa de Deus e dependência do
que este Deus crê. Enviar missionários, financiar Missões, treinar obreiros
transculturais e espalhar o evangelho até os confins da terra são proposta de Deus.
Parece-me que devemos trabalhar mais para cumpri-la e questionar menos suas
razões.
Rev. Ronaldo Lidório
Extraído do Livro “Novas Fronteiras”