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TRIBUNA DO RADIOAMADOR<br />
CW NA ÚLTIMA TRINCHEIRA<br />
Muito antes da invenção do rádio, o Código Morse e com ele a telegrafia por fios, era<br />
largamente usada nas comunicações mundiais. Com o advento do rádio, foram-se os<br />
fios, surgiu o CW (Continuos Wave). Então, veio a transmissão da voz, então o CW<br />
sobreviveu como “backup”. Veio a Internet, criada com arquitetura distribuída – sem<br />
ponto central – capaz de continuar operacional mesmo se parte dela fosse danificada<br />
(resiliente, mas nem tanto segura). As forças armadas ainda capacita cada vez menos<br />
contingente para usar o código morse. No fim das contas, ficamos apenas nós,<br />
radioamadores como os últimos a utilizar de forma continuada a telegrafia. Mesmo<br />
assim, na última trincheira da guerra pela sobrevivência, a telegrafia é desconhecida<br />
por grande parte dos radioamadores.<br />
Para alguém se tornar radioamador Classe B (somente), ele precisa aprender a<br />
transmitir e receber o Código Morse. Esta é a única exigência “LEGAL” para manter o<br />
CW vivo. Depois que o radioamador ingressa no rádio, usar o Código Morse é uma<br />
decisão particular. Nada o impede de simplesmente esquecer o Código Morse e praticar<br />
uma das muitas facetas do radioamadorismo que não requerem qualquer conhecimento<br />
de CW.<br />
Será que manter o CW obrigatório para ingresso no radioamadorismo é mesmo a<br />
melhor forma de proteger o CW?<br />
Manter o CW obrigatório apenas para afastar o cidadão comum das nossas faixas é cair<br />
no mesmo erro das companhias que investiram no telegrafo com fio: esqueceram que o<br />
mundo gira, um dia alguém inveta algo melhor!<br />
Pode ser uma das formas, mas não está entre as mais simpáticas. O ser humano tem<br />
aversão a qualquer imposição. Ele gosta mesmo é de liberdade. Liberdade para<br />
escolher o quer vestir, comer, pensar e fazer. Praticar CW não é exceção. Via de regra,<br />
quando alguém está inclinado a se tornar radioamador boa parte desse interesse<br />
desaparece quando ele descobre que será obrigado a aprender CW, mesmo que depois<br />
ele não seja útil.<br />
Tudo que alguém faz na vida com afinco depende de motivação. Quem aprendeu CW e<br />
continua a usá-lo é porque percebeu alguma utilidade (motivação) dentro do<br />
radioamadorismo para sua prática. Uns gostam de CW por puro prazer de se comunicar<br />
utilizando uma linguagem criada a quase 2 séculos; pela sua simplicidade e beleza.<br />
Outros usam o CW de forma mais pragmática. Os DXistas sabem que sinais em CW tem<br />
maior alcance que em fonia, portanto tem uma utilidade prática e não abrem mão disso.<br />
Há também que use o CW por necessidade, uma deficiência na fala ou física.<br />
Portanto, usar o CW sempre foi uma opção, nunca foi obrigatório.<br />
Somos a última das trincheiras. Sem nós, o “código” será esquecido. Mas sua<br />
exigência nos exames não parece ser tão benéfica ao nosso próprio hobby. Manter o<br />
CW como um divisor entre PX e PY é tão imoral quanto a formação do guetos de<br />
judeus. O que realmente deve separar um operador da Faixa do Cidadão e um operador<br />
do Serviço de Radioamador é o conhecimento técnico e procedimentos operacionais<br />
rígidos exigidos pelos órgãos competentes (ITU, IARU e ANATEL) para operar uma<br />
estação de radioamador adquiridos.<br />
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ESTA É A ESTAÇÃO OFICIAL DA LABRE-CE, PT7AAC, NA<br />
APRESENTAÇÃO DO SEU INFORMATIVO SEMANAL<br />
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