18.04.2013 Views

Leia íntegra de entrevista com Fernanda Montenegro

Leia íntegra de entrevista com Fernanda Montenegro

Leia íntegra de entrevista com Fernanda Montenegro

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Folha - No cinema brasileiro, o ano tem sido marcado pelas ótimas<br />

bilheterias <strong>de</strong> <strong>com</strong>édias rasgadas, <strong>com</strong>o "Se eu Fosse Você 2" e "Divã".<br />

Como vê o sucesso <strong>de</strong>sse gênero?<br />

<strong>Fernanda</strong> - Acho fundamental. Precisamos ter uma diversificação <strong>de</strong> programação<br />

no nosso cinema. Eles [os filmes] po<strong>de</strong>m ser crucificados por uma crítica mais<br />

purista, mas qualquer cinema do mundo se fez mesclando gêneros, propostas,<br />

genialida<strong>de</strong>s e banalida<strong>de</strong>s. É a história do cinema americano, francês, italiano. Não<br />

há uma indústria cinematográfica feita só <strong>de</strong> criadores exponenciais.<br />

Folha - A sra. disse certa vez que o salário da televisão lhe havia permitido<br />

voos cegos no teatro. Foi possível em algum momento fazer esses voos<br />

cegos na própria TV?<br />

<strong>Fernanda</strong> - Arriscamos na novela "Guerra dos Sexos" (1983). Achavam que aquele<br />

humor daria só para um mês, que era preciso haver uma história melodramática,<br />

séria para servir <strong>de</strong> porto seguro quando a graça afundasse. E foi o que não<br />

funcionou durante seis meses, ou funcionou só <strong>com</strong>o espaço <strong>de</strong> passagem: "Vamos<br />

dar uma passadinha ali e vamos já cair na farsa". E <strong>com</strong> o Luiz Fernando Carvalho<br />

[<strong>com</strong> quem trabalhou em "Renascer" e "Hoje É Dia <strong>de</strong> Maria"], é sempre um salutar<br />

voo cego, altamente produtivo e <strong>com</strong>ovente.<br />

Folha - O que pensa das telenovelas <strong>de</strong> hoje? Há quem veja um<br />

esgotamento do gênero.<br />

<strong>Fernanda</strong> - A<strong>com</strong>panho, na medida do possível, "Caminho das Índias". É tão kitsch<br />

que vejo. É um pulo no abismo, sem re<strong>de</strong>. Vejo que os atores <strong>com</strong>eçaram<br />

estranhando as roupas, os cenários. Mas, meses <strong>de</strong>pois, já não têm mais problema,<br />

aceitaram um tipo <strong>de</strong> jogo. Estão plenos. Vejo o trabalho do Tony Ramos, por<br />

exemplo, que, <strong>com</strong>o um danado <strong>de</strong> um ator que é, está pleno. E os moços estão lá,<br />

dando conta e apren<strong>de</strong>ndo o seu ofício. Nas outras novelas, às vezes, eu acho que<br />

tem um pouco <strong>de</strong> clipe <strong>de</strong>mais. Mas vejo que uma pessoa <strong>com</strong>o o João Emanuel<br />

Carneiro [roteirista <strong>de</strong> "A Favorita"] tem tutano, coragem.<br />

Daryan Dornelles/Folha Imagem

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!