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Monteiro Lobato - A Chave do Tamanho (pdf) (rev)

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IX<br />

A estante <strong>do</strong>s remédios<br />

A estante <strong>do</strong>s remédios era das pequenas, como em geral as estantes<br />

de remédios, de mo<strong>do</strong> que a segunda prateleira ficava a apenas <strong>do</strong>is palmos<br />

<strong>do</strong> chão. Mesmo assim, para criaturinhas daquele tamanho a altura de <strong>do</strong>is<br />

palmos era o mesmo que um sobra<strong>do</strong>. Emília, entretanto, foi subin<strong>do</strong>.<br />

Encontrou vários cadáveres secos de moscas, borboletinhas, traças e até o<br />

de um vaga-lume <strong>do</strong>s menores.<br />

— Já sei por que a aranha desta teia não está aqui — disse ela<br />

consigo. — Sugou este vaga-lume e morreu envenenada. Aquela luzinha <strong>do</strong>s<br />

vaga-lumes é fósforo — um veneno terrível.<br />

A sua hipótese <strong>do</strong> buraco <strong>do</strong> nó de pinho acertou. Lá estava um e<br />

bem na altura da segunda prateleira. Emília deu jeito, passou-se da teia<br />

para o buraco e com um pulinho saltou na prateleira. Caiu bem em cima<br />

duma roda de carro, branca como leite. Era um comprimi<strong>do</strong> de Fontol.<br />

— Chi, meu Deus! Isto por cá é uma verdadeira floresta de remédios.<br />

Vidrões que não acabam mais. E enormes caixas de ungüentos. Gigantescos<br />

papeizinhos de pós. E até um vidrão de io<strong>do</strong>.<br />

Diante <strong>do</strong> vidro de io<strong>do</strong> parou e olhou. A rolha de cortiça, devorada<br />

pela droga, estava no chão.<br />

— Bem boba a gente desta casa — refletiu Emília. — Não sabem<br />

duma coisa tão à-toa — que io<strong>do</strong> tem ódio às tampas de cortiça. Quer tampa<br />

de borracha ou vidro, como a <strong>do</strong> vidro de io<strong>do</strong> de Dona Benta.<br />

Foi varan<strong>do</strong> por entre a floresta de remédios até que avistou um<br />

pacote de algodão. Enorme! Teria umas dez vezes a sua altura. Fez força<br />

para empurrá-lo, mas o monstro nem sequer se moveu.<br />

Chegan<strong>do</strong> à beira da tábua, gritou para o menino lá embaixo:<br />

— Minha força não dá, Juquinha. Temos de experimentar um jeito.

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