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Xaires (Macedo de Cavaleiros): Um sítio de Habitat Calcolítico em Trás-os-Montes Oriental. A Campanha 3 (2010)<br />
Helder Alexandre Carvalho | José Manuel Quintã Ventura | Patrícia Andreia Pinheiro<br />
Fot. 11 - Vista do sector oeste, sentido NE-SW, sendo visível a interface superior da UE.39<br />
e da UE.40.<br />
(5 YR5/4), de consistência média [UE.34] no seio das quais, foi<br />
possível recuperar, uma lasca retocada em quartzo (XAIRES-1<br />
149/10);<br />
· Numa provável articulação com este buraco de poste<br />
identificámos em D’5 a interface superior de uma matriz de<br />
terras [UE.36] extremamente compacta de coloração castanha<br />
Fot. 13 - A área intervencionada (NE-SO) após a colocação do Geotêxtil e da terra de crivo.<br />
28<br />
Fot. 12 – Pormenor de E’/D’-5 sendo visível o buraco de poste [UE.38] e do seu lado esquerdo<br />
o piso [UE. 36].<br />
(7,5 YR5/2) que pela superfície superior polida e extremamente<br />
compacta, se configura como vestígios de um outro piso de<br />
habitação de uma eventual cabana, situação a esclarecer numa<br />
próxima intervenção.<br />
Por limitações de tempo, demos por concluídos os nossos trabalhos<br />
tendo toda a área intervencionada sido coberta por<br />
geotêxtil, sendo depois preenchida por pedra e terra de crivo.<br />
Os materiais recolhidos na presente campanha, bem como os<br />
resultantes das recolhas de superfície, encontram-se depositados<br />
provisoriamente no Instituto de Arqueologia da Faculdade<br />
de Letras, Universidade de Lisboa, prevendo-se a sua<br />
integração após estudo, na Sala de Arqueologia do Museu<br />
Municipal de Macedo de Cavaleiros, instalada no Complexo<br />
do Parque Natureza do Azibo.<br />
3. Considerações finais<br />
Apesar da contínua alteração de estratégia decorrente das<br />
intervenções humanas recentes no arqueosítio foi possível<br />
determinar que:<br />
· Foram identificados pelo menos dois pisos de habitat, um<br />
dos quais parece apontar para uma dimensão de 5 m x 4,5 m;<br />
· Estas estruturas habitacionais seriam, muito provavelmente,<br />
cobertas por um sistema de ramagens e as paredes revestidas<br />
com ramos entrelaçados e cobertas por argila seca. Até ao<br />
momento não foi possível detectar estruturas de combustão;<br />
· Os materiais recolhidos na presente campanha bem como<br />
nas recolhas anteriores permitiu determinar um conjunto bastante<br />
homogéneo provavelmente reflexo de um único momento<br />
cultural, onde dominam os elementos cerâmicos lisos sobre<br />
os decorados;<br />
· As gramáticas decorativas variam entre o puncionamento simples<br />
e a incisão, prevalecendo organizações decorativas complexas<br />
de onde destacamos os triângulos preenchidos, linhas<br />
paralelas e mais raramente as métopas com uma variedade<br />
de estilos e técnicas.<br />
· Encontram-se totalmente ausentes do espectro, até ao momento,<br />
as cerâmicas com motivos «penteados» e elementos<br />
plásticos como asas, cordões e botões. Até ao momento não<br />
foi recuperado um único fundo plano, o que parece apontar<br />
para um momento anterior às realidades do Bronze regional,<br />
identificado em outros arqueosítios.<br />
· Em termos de utensilagem lítica, dominam esmagadoramente<br />
as matérias primas locais – o quartzo e o xisto jaspoide –<br />
sobre as exógenas, ainda que estas estejam presentes,