JORNAL DO - Cremerj
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O CREMERJ promoveu no último<br />
dia 20 de outubro o fórum<br />
“Fitoterapia na Prática Clínica”.<br />
O encontro foi aberto pela<br />
Coordenadora do Grupo de<br />
Trabalho sobre Fitoterapia,<br />
Conselheira Kássie Regina Neves<br />
Cargnin, que salientou a<br />
importância do tema e<br />
aproveitou para solicitar a<br />
participação dos colegas na<br />
campanha “Quanto vale o<br />
médico?”.<br />
O professor Roberto Soares de<br />
Moura explicou como surgiu o vinho,<br />
do que ele é composto e quais seus efeitos<br />
benéficos sobre o organismo para<br />
justificar como foi desenvolvido o extrato<br />
da casca de uva vinífera - resultado<br />
de pesquisa coordenada por ele na<br />
UERJ em busca de um produto com vantagens<br />
semelhantes a do vinho, sem<br />
contudo as desvantagens do etanol. Ele<br />
apresentou as conclusões obtidas em<br />
estudos feitos em ratos, que indicam efeitos<br />
vasodilatadores, antioxidante, antihipertensivo<br />
e antidiabético, também<br />
encontrados no suco de uva.<br />
Ele lembrou, no entanto, que o<br />
suco contém um alto teor de frutose,<br />
nem sempre recomendável. O extrato<br />
foi utilizado ainda em ratas prenhas. O<br />
resultado observado foi a redução da<br />
pressão arterial e conseqüentemente<br />
a fetoproteção.<br />
- Estamos agora indo para a segunda<br />
fase da pesquisa, que é a aplicação<br />
em seres humanos para checar como<br />
o organismo humano responde ao uso<br />
do extrato - contou.<br />
A nutróloga Fátima Christina Machado<br />
Cardoso, membro do Grupo de<br />
Trabalho sobre Fitoterapia do CRE-<br />
MERJ e organizadora do evento, fez<br />
uma ampla explanação sobre a atividade<br />
antioxidante e imunoestimulante<br />
dos fitoterápicos. Ela se deteve em<br />
cerca de dez plantas, comercializadas<br />
no país, que, após pesquisas clínicas e<br />
científicas, foram liberadas pela Agência<br />
de Vigilância Sanitária (Anvisa), para<br />
uso como medicamentos. São plantas<br />
que saíram da cultura popular para<br />
ocupar espaço nas prateleiras de remédios<br />
formais e industrializados.<br />
<strong>JORNAL</strong> <strong>DO</strong> CREMERJ OUTUBRO/2007<br />
A utilização da fitoterapia na prática clínica<br />
- Esse Grupo foi iniciado para orientar<br />
médicos a prescreverem fitoterápicos,<br />
porque até então a fitoterapia era prescrita<br />
por leigos, que não sabem o que estão<br />
fazendo e, muitas vezes, mexem em<br />
plantas altamente tóxicas. Um exemplo é<br />
a erva-doce, tão comum, mas que tem efeito<br />
abortivo em grávidas, e a arnica, que<br />
pode lesionar o fígado, ou o confrei, que<br />
pode causar hepatite - advertiu.<br />
A ginecologista Célia Regina da Silva abordou<br />
a ação das isoflavonas, especialmente as<br />
provenientes da soja. Segundo ela, o interesse<br />
dos estudiosos sobre tais substâncias surgiu<br />
quando constatou-se que mulheres orientais<br />
não apresentavam os mesmos efeitos<br />
do climatério, particularmente os fogachos,<br />
que mulheres ocidentais. As orientais tinham<br />
em comum uma dieta rica em isoflavonas. Os<br />
estudos também sugerem que a isoflavona<br />
atenua a perda de massa óssea.<br />
Roberto Soares de Moura, Fátima Christina Machado Cardoso, Luiz Paulino Guanaes da Silva e a Conselheira Kássie Regina Cargnin<br />
Atuação nas dislipidemias<br />
A nutróloga Jane Corona Viveiros de Castro abordou como a fitoterapia<br />
atua nas dislipidemias. Ela ressaltou que, entre os fatores de<br />
risco para doenças cardiovasculares, a dieta inadequada era o mais<br />
recorrente. E citou as qualidades do azeite, da linhaça, do Omega 3 e<br />
do alho, além dos chás.<br />
Jane revelou que dietas que seguem cardápios próximos ao da<br />
dieta mediterrânea são mais indicadas para a prevenção. Atividade<br />
física, peso controlado e vinho com moderação, segundo ela, também<br />
ajudam.<br />
- O que faz uma dieta com muita fruta, muitas nozes, óleos naturais,<br />
vegetais, peixes e grãos integrais? Entre outras vantagens, diminui<br />
a oxidação, inibe a agregação plaquetária e ajuda a manter o peso.<br />
O intestino vai funcionar melhor e ele terá um aumento da atividade<br />
antioxidante. Deveríamos fazer um tratamento não medicamentoso,<br />
por seis meses, uma dietoterapia, para as dislipidemias e, só depois,<br />
se não houver resposta positiva, partir para os medicamentos – disse.<br />
O evento contou com um bom público que pode acompanhar as palestras com as novidades da área