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Acidentes de Trabalho O mundo num autocarro ou o mergulho ...

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No Caminho <strong>de</strong> Rogério Nuno Costa<br />

foto_José Luis Neves 2005<br />

opapeldoprodutor<br />

noprocesso<strong>de</strong>criação<br />

brevesreflexões<br />

Das várias razões que se po<strong>de</strong>m<br />

apontar em relação à importância<br />

da produção no processo <strong>de</strong> criação,<br />

muitas <strong>de</strong>las pren<strong>de</strong>m-se com a facilida<strong>de</strong><br />

com que nesta área se lida<br />

com <strong>de</strong>terminados aspectos que vão<br />

permitir a sensibilização para o usufruto<br />

dos objectos artísticos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a formação <strong>de</strong> público ao contacto<br />

com o tecido empresarial, passando<br />

pela criação <strong>de</strong> laços entre diversas<br />

estruturas <strong>de</strong> forma a rentabilizar<br />

esforços e oportunida<strong>de</strong>s.<br />

É nesse sentido que, cada vez mais,<br />

o caminho não <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> separação<br />

<strong>de</strong> tarefas e execução das mesmas,<br />

mas antes a <strong>de</strong>fesa do objecto a<br />

partir <strong>de</strong> várias frentes. O trabalho<br />

<strong>de</strong> produção será só uma <strong>de</strong>ssas<br />

frentes. E isto vale tanto para os<br />

criadores, como para quem faz<br />

produção e também para o tecido<br />

(cultural, social, económico, político)<br />

em que se inserem. Consi<strong>de</strong>ra-se a<br />

produção como sendo o processo<br />

e conclusão da criação <strong>de</strong> um objecto<br />

passível <strong>de</strong> ser entendido como artístico.<br />

Contudo, o termo aplicado a<br />

Bibliografia citada:<br />

PAVIS, Patrice, Dicionário <strong>de</strong> Teatro, S. Paulo: Editora Perspectiva, 1996;<br />

Agra<strong>de</strong>ce-se a colaboração <strong>de</strong> Maria José Jorge<br />

quem faz a produção não correspon<strong>de</strong><br />

directamente ao produtor. Na<br />

verda<strong>de</strong>, ninguém faz a produção,<br />

mas antes, ela resulta <strong>de</strong> uma combinação<br />

<strong>de</strong> esforços das várias áreas<br />

executantes <strong>de</strong>sse mesmo objecto.<br />

É por isso que <strong>de</strong>vemos distinguir<br />

o ‘trabalho <strong>de</strong> produção’ da ‘produção’<br />

propriamente dita. Uma correspon<strong>de</strong><br />

à execução <strong>de</strong> uma série<br />

<strong>de</strong> tarefas que permitirão a criação<br />

<strong>de</strong> condições para a exequibilida<strong>de</strong><br />

da proposta e a <strong>ou</strong>tra é a proposta<br />

em si. Define Patrice Pavis, no seu<br />

«Dicionário <strong>de</strong> Teatro» que “o inglês<br />

production tomado como encenação,<br />

realização técnica, sugere bem o<br />

carácter construído e concreto do<br />

trabalho teatral que prece<strong>de</strong> a realização<br />

<strong>de</strong> todo o espectáculo. Às vezes<br />

se fala <strong>de</strong> produção do sentido <strong>ou</strong><br />

produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cena para indicar<br />

a activida<strong>de</strong> conjunta <strong>de</strong> artesãos<br />

<strong>ou</strong> executores dos espectáculos (do<br />

autor ao actor) e do público (recepção)”<br />

(Pavis, 1996: 307)<br />

É no entanto frequente pensar que<br />

uma e <strong>ou</strong>tra são a mesma coisa, o<br />

que <strong>de</strong>riva, normalmente, na i<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> que o trabalho <strong>de</strong> produção não<br />

é um trabalho <strong>de</strong> criação, <strong>ou</strong> melhor,<br />

<strong>de</strong> que a produção não é criativa.<br />

Se a origem <strong>de</strong>sta i<strong>de</strong>ia po<strong>de</strong> ser<br />

datada historicamente, hoje dificilmente<br />

se concebe uma estrutura –<br />

<strong>ou</strong> mesmo um projecto – sem se<br />

contemplar o trabalho <strong>de</strong> produção<br />

e alguém que o faça. Mesmo quando<br />

não se atribui essa função a terceiros,<br />

os criativos acabam sempre por se<br />

tornar produtores, o que nos levará<br />

ao conceito verda<strong>de</strong>iro da função:<br />

produtor é aquele que proporciona<br />

os meios para a execução <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>terminado objecto; é, no fundo,<br />

o responsável máximo e o garante<br />

do cumprimento dos objectivos traçados,<br />

<strong>de</strong>vidamente enquadrados no<br />

seu contexto.<br />

Em termos históricos, a recusa <strong>de</strong><br />

um lugar para a produção é anterior<br />

à Revolução <strong>de</strong> 1974 e resulta <strong>de</strong>

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