18.04.2013 Views

Narração que faz um sertanejo a um seu - cursos de tupi antigo e ...

Narração que faz um sertanejo a um seu - cursos de tupi antigo e ...

Narração que faz um sertanejo a um seu - cursos de tupi antigo e ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Toicò xe irùmo Tupã eté. Que esteja comigo o Deus verda<strong>de</strong>iro.<br />

Äé xe pytybóneme Se ele me ajudar,<br />

In<strong>de</strong>bo arúr äereme a ti os trarei, então.<br />

Ygàruçù pupè äár üán, Dentro do navio embar<strong>que</strong>i.<br />

Apyabetà onhemoçainán; Os índios fizeram provisões,<br />

Oiapucuitàba opycýc, pegaram os <strong>seu</strong>s remos.<br />

Coritéi Camutápe acýc. Logo cheguei a Camutá. 13<br />

Äépe cüápára çüí, Ali dos conhecidos<br />

Aiár cetá mbäé mirí, tomei muitas pe<strong>que</strong>nas coisas,<br />

Traçados, mocabas abé, traçados 14 e armas <strong>de</strong> fogo.<br />

Aipobäé xe möabäeté. Isso me <strong>de</strong>u coragem.<br />

Mocõi ára riré catù, Depois <strong>de</strong> dois dias, precisamente,<br />

Acepiác cöyté Araticù; vi, enfim, Araticu. 15<br />

Açó çapyà Pai robaké Fui logo para diante do padre;<br />

Amëeng papéra ixupé. <strong>de</strong>i <strong>um</strong> papel a ele. 16<br />

Opauán ëí Apyabetà; Disse ele: -Acabaram-se os índios.<br />

Ixupé anhëengãtã; Diante <strong>de</strong>le gritei.<br />

Acepiäc, ëí Pai cori, Disse o padre: -Verei hoje<br />

Cun<strong>um</strong>i goaçú mirí, <strong>um</strong> rapazinho;<br />

Ipýri carúcme açò, <strong>de</strong> tar<strong>de</strong> vou para junto <strong>de</strong>le.<br />

Paí iëbýr papéra opyçó; O padre novamente o papel esten<strong>de</strong>u;<br />

Cecè omäé catù catù: para ele olhou muito bem.<br />

Noicói, ëí, Apyabuçú, Disse: -Não há índios adultos,<br />

ybyrareregoàra guí, ó comandante.<br />

Ecenõi Pacicú miri: Chama o pe<strong>que</strong>no Francisco. 17<br />

Icò cun<strong>um</strong>í, ëí, icatubé, Disse ele: -Esse menino é melhor;<br />

Oicò cüáb cacáo recé. sabe trabalhar com cacau. 18<br />

Auiebéte ixupé anhëeng, Disse-lhe: -Muito bem,<br />

Icò pitùba ereimeeng, eis <strong>que</strong> me <strong>de</strong>ste alento.<br />

Aipyà monghetà cöyté, Pensei, afinal:<br />

Agoacem corí abá reté. -Encontrarei bons homens.<br />

Oicò ygarupàpe catú Havia no navio<br />

Mocõi ygàra puçaçù, dois barcos novos.<br />

Oiepé xe irúmo araçó, Um comigo levei;<br />

Tupã recé acëár amó. por Deus <strong>de</strong>ixei o outro.<br />

Açò copixába rupí, Fui pelo sertão<br />

Aicò goaràma apyábarí, para buscar índios.<br />

Agoacem apyába cetà; Achei muitos índios.<br />

Moçapýr nhò aimonghetà. Conversei somente com três.<br />

Amëeng cetà mbäé ixupé, Dei muitas coisas a eles.<br />

13 Também chamada Cametá, nome <strong>de</strong> localida<strong>de</strong> do Pará, às margens do rio Tocantins.<br />

14 Metátese <strong>de</strong> terçado, varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> espada <strong>de</strong> folha curta.<br />

15 Araticu era o al<strong>de</strong>amento on<strong>de</strong> o traficante <strong>que</strong>ria apresar índios. É também nome <strong>de</strong> <strong>um</strong> rio afluente<br />

do Amazonas.<br />

16 Isto é, <strong>de</strong>u-lhe <strong>um</strong> doc<strong>um</strong>ento qual<strong>que</strong>r, lavrado por alg<strong>um</strong>a autorida<strong>de</strong> corrupta <strong>de</strong> Belém,<br />

autorizando-o a apresar índios.<br />

17 Francisco era o nome do menino <strong>que</strong> o padre estava oferecendo ao traficante, talvez <strong>que</strong>rendo<br />

enganá-lo com <strong>um</strong>a falsa promessa.<br />

18 O cacau é <strong>um</strong>a das drogas do sertão, nativo das cabeceiras dos gran<strong>de</strong>s rios da floresta amazônica,<br />

don<strong>de</strong> passou para a América Central e sul do México (<strong>um</strong>a varieda<strong>de</strong> conhecida como Criollo, <strong>que</strong><br />

foi cultivada pelos astecas e maias) e para a Amazônia toda (a varieda<strong>de</strong> conhecida como Forastero).<br />

O nome com <strong>que</strong> é conhecida tal planta provém da língua náuatle (kakauatl). Ele ainda hoje é<br />

encontrado em estado silvestre, sob as gran<strong>de</strong>s árvores da floresta, já <strong>que</strong> é <strong>um</strong>a planta <strong>um</strong>brófila.<br />

O cultivo do cacau começou oficialmente no Brasil em 1687, por meio <strong>de</strong> Carta Régia <strong>que</strong> autorizava<br />

os colonizadores a plantá-lo em suas terras. Foi no Pará <strong>que</strong> o cacau começou a ser plantado no Brasil,<br />

don<strong>de</strong> se alastrou para outras partes do país e, principalmente, para o sul da Bahia, em meados do<br />

século XVIII.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!