Texto completo em PDF - Museu da Vida
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A música vai aumentando e a luz diminuindo. Teresa entra <strong>em</strong> cena, Pedro começa a se<br />
contorcer de modo rijo, ela o leva até a cadeira. Aplica nele uma injeção. Ele diz “Te<br />
amo” e morre.<br />
Blackout.<br />
Cena Final: Morte e Delírio de Tomás 2<br />
Tomás está sentando na cadeira como no início <strong>da</strong> peça. Atrás dele Pedro e Teresa<br />
<strong>da</strong>nçam o tango s<strong>em</strong> música.<br />
Tomás: Agora eu posso olhar no espelho e ver através do meu rosto, o rosto do meu<br />
pai. Eu agora tenho o controle do meu corpo. E do t<strong>em</strong>po. A ignorância não é uma<br />
benção. O t<strong>em</strong>po não existe. Enquanto a ciência aplacar a dor de um único ser vivo, ela<br />
terá cumprido sua função. Qu<strong>em</strong> ama liberta. O conhecimento liberta. O conhecimento<br />
é uma benção. O t<strong>em</strong>po não existe. Coreia é <strong>da</strong>nça. A vi<strong>da</strong> é movimento. Eu, meu pai e<br />
minha avó <strong>da</strong>nçamos a coreografia incontrolável do Huntington. Talvez, furiosa d<strong>em</strong>ais.<br />
Talvez, violenta d<strong>em</strong>ais para nossos corpos frágeis, mas não violenta o suficiente para<br />
nossas mentes. Enquanto a ciência trouxer libertação para um único ser vivo ela terá<br />
cumprido sua função. O ser humano é a criação mais bela <strong>da</strong> natureza. Há lacunas<br />
enormes na minha m<strong>em</strong>ória.... Eu tenho o controle do t<strong>em</strong>po agora. Eu, meu pai...Eu...<br />
Blackout. Suspiro.Som de vidros estilhaçados. Toca “Stardust”.