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imagens de roca e de vestir na bahia - Revista de Arte Ohun ...

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REVISTA OHUN – <strong>Revista</strong> eletrônica do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em <strong>Arte</strong>s Visuais da Escola <strong>de</strong> Belas <strong>Arte</strong>s da UFBA<br />

Ano 2, nº 2, outubro 2005 ISSN: 18075479<br />

As <strong>imagens</strong> <strong>de</strong> <strong>vestir</strong>, <strong>na</strong> bibliografia da arte luso-brasileira, são usualmente classificadas como<br />

uma daquelas <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>das às cerimônias processio<strong>na</strong>is (BARDI, 1975, p. 64), <strong>de</strong>scritas como<br />

<strong>imagens</strong> que recebiam roupagem <strong>de</strong> tecido, cabelereiras <strong>na</strong>turais e, por vezes, olhos <strong>de</strong> vidro,<br />

jóias, etc. para dar-lhes aparência <strong>de</strong> coisa viva. Acrescentavam-se coroas, resplendores ou<br />

dia<strong>de</strong>mas, além <strong>de</strong> atributos i<strong>de</strong>ntificadores 15 da iconografia ou a figura do Menino Jesus, muitas<br />

vezes também <strong>de</strong> <strong>vestir</strong>.<br />

Myriam Ribeiro <strong>de</strong> Oliveira classificou nesse grupo as chamadas <strong>imagens</strong> <strong>de</strong> <strong>roca</strong> luso-<br />

brasileiras que tem partes do corpo sob as roupagens reduzidas a uma armação <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira em<br />

ripas, oferecendo a vantagem da diminuição do peso para o transporte <strong>na</strong>s procissões<br />

(OLIVEIRA, 1997, p. 263-264). Da mesma forma Real (1962, v. 2, p. 44) <strong>de</strong>finiu <strong>roca</strong> como a<br />

armação <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> certas <strong>imagens</strong>, sobre a qual se colocam as vestes que lhes são próprias.<br />

Diz-se: santo <strong>de</strong> <strong>roca</strong>.<br />

Bazin (1976, p. 277) as confundiu com manequins articulados, revestidos <strong>de</strong> trajos sumptuosos e<br />

<strong>de</strong> joias (estátuas <strong>de</strong> <strong>vestir</strong>); vão ao ponto <strong>de</strong> aparecerem com olhos em esmalte ou em ágata e<br />

cabelos, pesta<strong>na</strong>s e sombrancelhas <strong>na</strong>turais. Não <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> observar, entretanto, que algumas<br />

eram agrupadas em quadros e se faziam presentes <strong>na</strong> procissão <strong>de</strong> Sexta-Feira Santa.<br />

Gilka Santa<strong>na</strong> e Val<strong>de</strong>te Paranhos da Silva (1983, p. 122) as classificaram em quatro tipos que,<br />

<strong>na</strong> realida<strong>de</strong>, se reduzem a dois: as que possuíam a<strong>na</strong>tomia simplificada, e peças <strong>de</strong> vestuário<br />

indicadas ou em tecido, e as que tinham o tronco <strong>de</strong> ripas ou gra<strong>de</strong>ado da cintura para baixo. As<br />

autoras classificam os quatro grupos que apontam como <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>das, genericamente, “Imagens<br />

<strong>de</strong> Roca” não só pela semelhança com o fuso da <strong>roca</strong> <strong>de</strong> fiar, como por terem sido, <strong>na</strong> sua<br />

origem, vestidas com tecidos fabricadas nesse instrumento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> uso <strong>na</strong> antiguida<strong>de</strong>.<br />

Chamam aquelas que possuem a parte superior simplificada e a inferior com armação <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>iras como <strong>imagens</strong> <strong>de</strong> bastidor e aquelas com vestes simplificadas e articulações nos<br />

membros como <strong>imagens</strong> <strong>de</strong> <strong>vestir</strong> pela aparência com as <strong>imagens</strong> <strong>de</strong>sbastadas espanholas e que<br />

eram assim conhecidas por receberem vestes luxuosas e mantos bordados.<br />

A mesma associação entre imagem <strong>de</strong> <strong>roca</strong> e <strong>roca</strong> do tear é encontrada no catálogo da Exposição<br />

(1994) da coleção Marcelo <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros, que teve lugar no Museu <strong>de</strong> <strong>Arte</strong> Sacra, no qual João<br />

Marino afirmou que: o nome “Santos <strong>de</strong> Roca” provém da Roda <strong>de</strong> Fiar, intimamente ligada ao<br />

15 Livros, instrumentos profissio<strong>na</strong>is, igrejas, rosários, espadas, palmas, cruzes, escapulário, animais, ossos, etc.<br />

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