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Continuação...<br />
O EVANGELHO DE SÃO MARCOS<br />
ANO B - 2006<br />
A expulsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>mônios<br />
(Mc 1,32-34.39; 3,15.22;6,13; 7,26.29.30,9,38;16,9.17).<br />
Revista Nossa <strong>Senhora</strong> - 4<br />
No evangelho <strong>de</strong> Marcos é muito freqüente a<br />
presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>mônios, espíritos maus, espíritos impuros<br />
e expulsões.<br />
As citações acima, referem-se apenas a palavra “<strong>de</strong>mônio”. Há mais <strong>de</strong>zessete<br />
citações em Marcos sobre “espíritos maus” e “espírito impuro”. Há seis citações<br />
sobre “satanás” e uma sobre “Beelzebú”. Os nomes mais conhecidos são: <strong>de</strong>mônio<br />
(aparece 63 vezes no Novo Testamento), diabo (aparece 37 vezes) e satanás (aparece<br />
36 vezes). O que vêm a ser essas <strong>de</strong>signações?<br />
A palavra diabo é grega e significa literalmente “aquele que faz cair”. Na<br />
linguagem do povo significava caluniador. Aparece também como tradução da<br />
palavra hebraica Satã.<br />
A palavra <strong>de</strong>mônio significa “espírito mau”. Conforme a crença dos antigos<br />
os <strong>de</strong>mônios eram semi<strong>de</strong>uses, imaginados como se fossem o espírito dos falecidos<br />
que vagavam pelo mundo e tinham força sobrenatural para po<strong>de</strong>r interferir na<br />
vida das pessoas. Acreditavam que a magia podia esconjurá-los. Portanto, <strong>de</strong>mônio<br />
segundo a Bíblia não é nada do que se diz hoje...<br />
Apalavra satanás é hebraica e significa “incomodar”. Os ju<strong>de</strong>us acreditavam<br />
que satanás era um espírito acusador, que procurava acusar o povo diante <strong>de</strong> Deus.<br />
Um exemplo <strong>de</strong>ssa crença está no livro <strong>de</strong> Jô. (Jó 1,6-12)<br />
Satanás, também chamado <strong>de</strong> satã, personificava o mal. Segundo os antigos,<br />
era a força que se opunha a Deus. Ele é imaginado como um anjo criado por<br />
Deus que fez mau uso <strong>de</strong> sua liberda<strong>de</strong>, se perverteu e foi expulso do paraíso.<br />
Os livros apócrifos (escritos não reconhecidos pela Igreja primitiva) procuraram<br />
explicar sua expulsão: foi expulso, diziam, porque ele não quis adorar Adão,<br />
feito a imagem <strong>de</strong> Deus! (Vida <strong>de</strong> Adão e Eva 9-16 – livro apócrifo). Mas isso é<br />
apenas uma estória imaginária.<br />
No início da Igreja, alguns comentadores da Escritura, interpretando mal<br />
o texto <strong>de</strong> Isaías 14,12 e <strong>de</strong> Jó 41,10, começaram a <strong>de</strong>signar o Anjo caído como<br />
Lúcifer (Quando Jesus fala <strong>de</strong> satanás - veja Lucas 109,18 - ele está falando que a<br />
missão dos discípulos teve sucesso contra os po<strong>de</strong>res do mal, não está se referindo<br />
a um ser).<br />
Os Evangelhos relatam muitas curas e exorcismos feitos por Jesus. As<br />
doenças eram atribuídas aos <strong>de</strong>mônios. Por isso Jesus faz exorcismos para curar,<br />
coisa comum na época.<br />
Por Frei Mauro Strabelli<br />
Em todas as edições um trecho do evangelho, elaborado pelo Frei Mauro Strabelli.