Acesse o livro aqui - EBC - Empresa Brasil de Comunicação
Acesse o livro aqui - EBC - Empresa Brasil de Comunicação
Acesse o livro aqui - EBC - Empresa Brasil de Comunicação
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
cap.4 Entre o espetáculo e a informação 53<br />
nhum, só abobrinha mesmo, só entretenimento. O Show<br />
da Tar<strong>de</strong> chegou a ocupar <strong>de</strong> meio-dia às 18h, uma loucura.<br />
Diariamente.<br />
Eu não sofri com censura. Por que eu não fui prejudicado<br />
ou perseguido? Porque eu só falava abobrinha! E<br />
eu lembro que chegava o chefe e dizia: “Você po<strong>de</strong> falar<br />
disso, não po<strong>de</strong> falar d<strong>aqui</strong>lo”. E pronto. Eu não tinha<br />
acesso a certas informações. A Rádio Nacional po<strong>de</strong><br />
até ter sofrido com a censura, mas na cúpula. Caramba,<br />
eu era um garoto e relativamente alienado. Eu não vou<br />
negar isso.<br />
Uma vez eu fiz um comentário, <strong>de</strong> uma carta que<br />
uma menina mandou. O pai <strong>de</strong>la era muito repressor. E<br />
eu perdi as estribeiras e falei, <strong>de</strong> forma tão inconsciente:<br />
“Olha, procura dialogar com seu pai, porque ele está<br />
parecendo um general” (risos). Aí, na hora que eu falei<br />
eu percebi! Pensei: “Jesus amado...”. E naquela época, a<br />
Rádio Nacional fazia eco em Brasília, era li<strong>de</strong>rança total.<br />
Não <strong>de</strong>u meia hora, chegou um cara fardado no estúdio.<br />
Eu olhei e pensei: “Lascou!” Ele só me olhou – eu tinha<br />
cara <strong>de</strong> menino na época – e perguntou: “Você conhece<br />
um general?”. “Não, senhor”. E ele: “Eu sou um”. E eu:<br />
“Sim, senhor”. Aí, ele chamou o meu chefe, o Eduardo<br />
Fajardo, <strong>de</strong>u uma esculhambada geral e eu nunca mais<br />
vi esse cara e nunca mais vi um general na vida (risos)!<br />
Mas foi só isso, mais nada.<br />
Na década <strong>de</strong> 80, a rádio também fazia shows. Não<br />
era só em estádio, era no meio da rua, em todos os<br />
lugares. Nunca se cobrava nada, sempre <strong>de</strong> graça. No<br />
aniversário da rádio ou alguma data importante, mas<br />
principalmente no aniversário da rádio. Eu me lembro<br />
<strong>de</strong> um que foi feito <strong>aqui</strong> na W3, na frente da rádio. Olha,