REQUALIFICAÇÃO DO ANTIGO TEATRO THALIA - Afaconsult
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Um jornal descreveu assim o aspecto das salas:<br />
“As ricas inumeráveis luzes de gás que iluminavam esses salões, as ricas toilettes<br />
e as magníficas pedrarias de que elas faziam valer todo o brilho; os uniformes, as<br />
insígnias das ordens e os trajes da corte, de que os mais eminentes personagens,<br />
tanto portugueses como estrangeiros, se tinham revestido; os espelhos gigantescos<br />
nas molduras douradas, que enchiam os muros multiplicando os objectos; os<br />
florões do tecto, tão delicadamente desenhados e de uma douradura admirável,<br />
de onde pendiam três soberbos lustres; os ornamentos, os vasos de flores e a<br />
galeria circular, que, pela altura da sua cornija, parecia coroar todas estas maravilhas;<br />
essa reunião de objectos sedutores dava lugar às mais deliciosas<br />
sensações, e admirava-se, ao mesmo tempo, que esse palácio de Armida<br />
estivesse cheio de gosos mais reais e mais palpáveis.”<br />
Pinto de Carvalho, Lisboa d´outros tempos volume XIV, As festas do Farrobo.<br />
<strong>TEATRO</strong> <strong>THALIA</strong><br />
PROJECTO DE <strong>REQUALIFICAÇÃO</strong><br />
MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA<br />
E ENSINO SUPERIOR<br />
I. A QUINTA DAS LARANJEIRAS<br />
A Quinta das Laranjeiras, inicialmente denominada Quinta de Santo<br />
António, pertencia no final do século XVII a Manuel da Silva Colaço.<br />
Passou depois para a posse de Luís Garcia Bívar em 1760 e, posteriormente,<br />
para Francisco Azevedo Coutinho. O Desembargador Luís Rebelo<br />
Quintela adquiriu-a a este último em 1779, herdando-a em 1802 o seu<br />
sobrinho Joaquim Pedro Quintela, feito 1º Barão de Quintela quatro anos<br />
mais tarde. A edificação do seu palácio, substituindo as decrépitas casas<br />
existentes, esteve a cargo do Padre Bartolomeu Quintela, tio do 1º Barão.<br />
Por esta razão, palácio e quinta foram reconstruídos segundo a traça do<br />
Congregado do Oratório. Contudo, foi o 2º Barão de Quintela, 1º Conde de<br />
Farrobo, quem promoveu no Palácio das Laranjeiras os melhoramentos<br />
cujo fausto e bom gosto deram brado em Lisboa. Acumulando desde muito<br />
novo a administração do morgado de Farrobo com a enorme fortuna de<br />
seu pai, o Conde ficou famoso pelas suas extravagâncias. Durante a<br />
primeira metade do século XIX mandou vir leões, tigres e panteras para<br />
exibir em jaulas e encomendou estátuas, bustos e fontes para embelezar a<br />
Quinta, cujo brilho iluminou a época. No último quartel desse século, a<br />
Quinta das Laranjeiras foi vendida em hasta pública em 1874 ao fidalgo<br />
espanhol Duque de Abrantes e Liñares, que a mandou restaurar após<br />
ruína do seu anterior proprietário. A 11 de Abril de 1877 foi novamente<br />
comprada pelo Comendador José Pereira Soares, que adquiriu também as<br />
quintas contíguas das Mata das Águas Boas e Quinta dos Barbacenas.<br />
Em 1903, o Conde de Burnay comprou o conjunto das quintas e do<br />
palácio. Dois anos mais tarde, cedeu os jardins da Quinta das Laranjeiras<br />
e Águas Boas ao Jardim Zoológico, que antes ocupava um local no<br />
Parque da Palhavã. Os restantes espaços ficaram na posse da sua família<br />
até 1940, ano em que para efeitos de partilhas se procedeu à venda dos<br />
mesmos. O Palácio das Laranjeiras foi adquirido pelo Ministério das<br />
Colónias, para aí instalar o Museu da Marinha. Desde então vários<br />
ministérios tiveram sede no edifício sendo que, desde Abril de 2005, nele<br />
se encontra o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.