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LXII mente os seus trinta e cinco anos de ininterruptos e incansáveisestudos enfeixados nesse monumento pátrio: Dkionario Bibliográfica Português, iniciado por Inoeêncio Francisco da Silva. Brito Aranha realizou os seus labores bibliográficos á custados seus proventos jornalísticos. Fez sacrifícios pessoais em pró desse precioso cadastro da literatura portuguesa. Prestigiou muito galderiano das letras, foi injustamente, ingrntatnente criticado. Mas os seus treze volumes são o seu monumento mais belo: a sua maior glorificação. «Gloriíbar é imortalizar». Bento Carqueja —meu ilustre colega da comissão -r ditou para epitafio deste mausoléu a seguinte frase: Servia com honra a imprensa, com ela rirni. Eu, ousadamente, acrescentarei r Glorijieoua literatura no seu mais belo monumento. Brito Aranha viveu sem ruidosas ostentações. Já o disse ontem, repito-o ngora : viveu como a flor que desabrochou aromática e veludinea, escondida no verdejante do arbusto espargindo no espaço o odor denunciante da sua existência, e mirrando-se, e lanando-se, sempre aromática. Viveu pobre de dinheiro, mas rico, muito rico mesmo, de nobres e belos sentimentos. A ti — mestre e amigo. Nesta homenagem ontle me faltam as gardênias da eloqüência — em nome dos teus amigos e admiradores da tua obra colossal, do teu viver, modelar, eu evoco-te para inspires com o teu exemplo os obreiros da imprensa portuguesa; para me acalentares nas horas de luta. no prosseguimento da tua tarefa bibliográfica, para que nesse bronze onde a Arte te encarnou digas aos posleros: «Cumpram todos o seu dever profissional e terão engrandecido a Pátria». Por último agradeceu o filho mais novo, Paulo Emílio de Brito Aranha; então' aluno distintíssimo do Colégio Militar. Comovidamente disse: «Cumpria-lhe agradecer a todos os presentes a comparêrteia àquele acto de homenagem ao saudoso jornalista. Igual agradecimento fez a todos os colegas, amigos e admiradores de seu pai, que contribuíram para erecç3o : daquele mausoléu ao homem que tam útil foi à sua Pátria, assim como ao distinto escultor Costa Mota, pelo generoso trabalho. Teve também palavras de gratidão aos Srs. Drs. Magalhães Lima, Alfredo da Cunha, Guilherme Spratley, Dias da Silva e Álvaro Neves». Dias depois foi publicado o opusculo intitulado: Comissãü] Promotora do Mausoléu a Pedro Wenceslau de Brito Aranha. Relatório pelo secretário. Tip. do Diário de Noticias, 1920. Estava prestada a homenagem dos seus amigos e admiradores, bibliófilos e livreiros. Esbocei nas páginas retro escritas a vida dum homem modelo de honestidade pessoal e profissional. De Brito Aranha podemos dizer, em boa verdade: como tipógrafo, jornalista e bi-
LXIIl bliógrafo foi artista conscieticioso conquistando a estima dos seus camaradas. Derradeiro preito prestamos ao insigne trabalhador—oito anos após a sua morte,—ultimando o monumento começado por Inoeêncio Francisco da Silva, o qual Brito Aranha completou tam proficientemente que conquistou jus à sua bio- -bibliografia figurar em destaque nesse mesmo monumento erecto com a contribuição bibliográfica de todas as cerebrações de Portugal'e Brasil. 1922. Álvaro Néces. Nota. — Nas transcrições de artigos e discursos foi respeitada escrupulosamenle a ortografia em que foram publicados. — A. N.
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