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Mensageiro - FEA

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Arquivo <strong>Mensageiro</strong> <strong>Mensageiro</strong> 3<br />

Lei do Progresso<br />

A humanidade progride pela acção dos individuos<br />

que, pouco a pouco, se vão tornando melhores e<br />

mais esclarecidos; quando o numero d’estes é maior,<br />

tomam eles a preponderancia e arrastam os outros.<br />

De tempos a tempos surgem entre elles homens<br />

de genio, homens de auctoridade, verdadeiros instrumentos<br />

de Deus que dão impulso á humanidade e<br />

que em alguns annos a fazem avançar alguns seculos.<br />

O progresso dos povos torna ainda mais patente<br />

a justi ça da reencarnação. Os homens de bem empregam<br />

louvaveis esforços para fazerem avançar<br />

uma nação moral e intelectualmente; os povos, assim<br />

transformados, serão mais felizes n’este mundo<br />

e no outro; mas durante a sua marcha lenta atravez<br />

dos seculos, milhares de individuos morrem todos os<br />

dias. Qual será a sorte dos que succumbem no trajecto?<br />

A sua inferioridade relati va prival-os-ha da felicidade<br />

reservada aos que chegam mais tarde? Ou a<br />

felicidade d’elles é tambem relati va? A justi ça divina<br />

não podia consagrar semelhante injusti ça. Pela pluralidade<br />

das existencias, o direito á felicidade é o<br />

mesmo para todos, pois ninguem é deserdado do<br />

progresso; podendo aquelles que vieram no tempo<br />

da barbaria voltar ao mundo no tempo da civilisação,<br />

ao mesmo povo ou a outro. Resulta d’aqui que todos<br />

aproveitam da marcha ascendente.<br />

Mas o systema da unidade das existencias apresentaria<br />

aqui uma outra diffi culdade. Segundo esse<br />

systema, a alma é creada no momento do nascimento;<br />

por conseguinte, se um homem é mais adiantado<br />

que outro, é porque Deus creou para elle uma alma<br />

mais perfeita.<br />

Qual a razão de semelhante favor?<br />

Que merito póde elle ter, elle que não viveu mais<br />

que um outro, que viveu menos que outro, em muitos<br />

casos, para ser dotado de uma alma superior? Mas<br />

ainda não está n’isto a principal diffi culdade. Uma<br />

nação passa em mil annos do estado de barbaria ao<br />

de civilisação. Se os homens vivessem mil annos conceber-se-hia<br />

que n’esse intervallo ti vessem o tempo<br />

necessario para progredirem; elles, porem, morrem<br />

diariamente e em todas as idades; renovam-se sem<br />

cessar, de modo que cada dia que passa os ve appa-<br />

julho / agosto 2012<br />

A imortalidade da alma e o progresso da Humanidade<br />

A conti nuidade da vida após a morte do corpo não é tão somente um arti go de fé. Para o Espiriti smo,<br />

a imortalidade da alma é um fato concreto. O ser humano conserva a sua individualidade após a morte e<br />

progride intelecto e moralmente através de encarnações sucessivas. Nesta edição, o Arquivo <strong>Mensageiro</strong> reproduz<br />

um texto publicado em 15 de abril de 1902, no qual, com explicações racionais, é apresentada a ideia<br />

do progresso da Humanidade.<br />

Isis Marti ns<br />

recer e desapparecer. No fi m dos mil annos já se não<br />

encontram vesti gios dos anti gos habitantes; a nação<br />

de barbaros que era, tornou-se civilizada; o que foi<br />

que progrediu? Foram os individuos que outr’ora<br />

eram barbaros? Mas esses ha muito que deixaram<br />

de existi r. Foram os que vieram depois? Mas se as<br />

suas almas foram creadas na occasião em que elles<br />

nasceram, essas almas não existi am nos tempos da<br />

barbaria e seria preciso então admitti r que os esforços<br />

que se fazem para civilisar um povo tem o poder,<br />

não de melhorar almas imperfeitas, mas de fazer com<br />

que Deus crie almas mais perfeitas.<br />

As almas vindas ao mundo no tempo da civilisação<br />

ti veram a sua infancia como todas as outras, mas já<br />

viveram e estão adiantadas por um progresso anterior;<br />

vém att rahidas por um meio que lhes é sympathico<br />

e que está em relação com o seu estado actual;<br />

de sorte que os cuidados prestados á civilisação de<br />

um povo não tem por eff eito fazer que sejam creadas<br />

de futuro almas mais perfeitas, mas att rahir aquellas<br />

que já progrediram, quer ellas tenham já vivido<br />

n’esse mesmo povo no tempo da sua barbaria, quer<br />

venham de outra parte. É ahi que está a chave do<br />

progresso da humanidade inteira; quando todos os<br />

povos se acharem ao mesmo nivel para o senti mento<br />

do bem, a terra será ponto de reunião unicamente<br />

dos bons Espiritos, que viverão entre si em fraternal<br />

união, e os maus, vendo-se deslocados e repellidos,<br />

irão procurar em mundos inferiores o meio que lhes<br />

convenha, até que sejam dignos de voltar ao mundo<br />

transformado de onde sahiram.<br />

A theoria vulgar tem ainda como consequencia<br />

que os trabalhos de melhoramento social só aproveitam<br />

as gerações presentes e futuras; o seu resultado<br />

é nullo para as gerações passadas, que commett eram<br />

o erro de viver cedo de mais e que fi carão sendo o<br />

que os seus actos de barbaria lhes permitti am ser.<br />

Segundo a doutrina dos Espiritos, os progressos ulteriores<br />

aproveitam igualmente a essas gerações, que<br />

voltam a viver em condições melhores e que podem<br />

assim aperfeiçoar-se nos centros da civilisação.<br />

(Transcrito do jornal <strong>Mensageiro</strong>, Manaus, ano II,<br />

n. 32, p. 2, 15 abr. 1902.)

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