SUMÁRIO - Biblioteca - IBGE
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com 13,00% e os ocupados no transporte e comunicações com 10,00%.<br />
Nesta última os motoristas representaram 92,50%. As ocupações administrativas<br />
representaram 9,00% e as técnico-científicas e artísticas foram<br />
pouco significativas, apenas 2,00%.<br />
A própria enumeração das atividades predominantes indicaria que<br />
o grau de instrução é baixo entre eles. Efetivamente, 55,50% dos pais<br />
ou responsáveis foi apontada pelos informantes como possuindo apenas<br />
o curso primário, quase sempre incompleto, seguido do curso secundário<br />
25,50%. Como simplesmente alfabetizados apareceram 8,50%. Apenas<br />
3,50% possuíam o curso superior. Por outro lado, o percentual de analfabetos<br />
foi também reduzido, 3,50%. O empenho em dar aos filhos<br />
uma educação superior à que possuem não é fato novo, muito menos<br />
nesta área e bastante generalizado no momento atual. O que parece<br />
importar muito mais são as condições de poder fazer. Nesse sentido,<br />
apelamos para informações relativas à posse de bens, o que nos daria<br />
uma indicação da situação econômica dos consumidores. Propriedade de<br />
terra, de casa comercial, indústria, oficina, além de casa própria, geladeira,<br />
televisão, automóvel, caminhão, utilitário, foram por nós consideradas.<br />
Os dados relativos à posse de bens revelaram que 18,50% dos informantes<br />
eram proprietários de fazenda, 13,00% de sítio, 12,50% de casa<br />
comercial varejista, 10,50% de terreno e 6,50% de chácara, cabendo aos<br />
proprietários de indústrias e oficina, respectivamente, 2,50%. Aqui deve<br />
ser lembrado que a posse desses bens nem sempre era exclusiva, ou<br />
seja, pode acontecer que um só indivíduo possua ao mesmo tempo casa<br />
de comércio e seja proprietário de terra. Entretanto, constatamos que<br />
todos os fazendeiros, assim vistos pelos informantes, possuíam fazenda<br />
e que quase todos os lavradores (30 de um total de 40) eram proprietários<br />
de terra. Dos que declararam comerciantes como ocupação do pai<br />
ou responsável, 97,50% possuíam um ou mais dos bens mencionados,<br />
ocupando a propriedade de casa comercial 71,00%. Desses, 29,00% possuíam,<br />
além da casa comercial, outro bem como fazenda, chácara ou<br />
sítio. Em relação aos itens referentes a casa própria, luz elétrica, televisão<br />
e geladeira, os percentuais oscilam entre 72,0% e 79,00%. O item automóvel<br />
atingiu 42,50%, utilitário (pick-up, kombi) 17,50% e caminhão,<br />
13,00%. Em relação aos 3 últimos itens, observou-se também que não<br />
eram exclusivos, havendo quem possuísse os três.<br />
Em linhas gerais, parece óbvio que a condição econômica foi um<br />
fator importante nos deslocamentos espaciais e se torna mais evidente<br />
quando constatamos que 51,00% dos alunos respondeu pretender continuar<br />
os estudos sem trabalhar, fato que pode ser interpretado ainda<br />
como indicativo da percepção de que o aproveitamento escolar envolve<br />
uma série de exigências.<br />
Algumas ressalvas devem ser aqui colocadas. Não se trata, é claro,<br />
de um grupo de elevado poder aquisitivo (com pouquíssimas exceções,<br />
citaremos o caso do filho de um usineiro), de grandes proprietários de<br />
terra ou poderosos comerciantes, pois estes já se mudaram para a "cidade<br />
maior", mas está longe de se tratar de um grupo carente. Mesmo<br />
em relação aos que não possuíam os bens assinalados, o fato de trabalharem<br />
na usina, morando, muitas vezes, em casa da usina e utilizando<br />
o transporte por ela fornecido para esse fim (kombi), pode significar<br />
uma situação que, de certa forma, podemos considerar privilegiada, tendo<br />
em vista o deslocamento. Dados relativos ao nível de renda no muni-<br />
R. Bras. Geogr., Rio de Janeiro, 42 (1) : 31-51, jan.;mar. 1980<br />
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